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Guia olímpico 21: a fortíssima França tem nova referência
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Giancarlo Giampietro

A partir da definição dos 12 jogadores da seleção brasileira, iniciamos uma série sobre as equipes do torneio masculino das Olimpíadas do #Rio2016:

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Dois desses talvez estejam se despedindo. O outro virou O Cara

O grupo
Armadores: Tony Parker, Nando De Colo, Antoine Diot, Thomas Heurtel.
Alas: Nicolas Batum, Mickael Gelabale, Charles Kahudi.
Pivôs: Boris Diaw, Florent Pietrus, Kim Tillie, Joffrey Lauvergne e Rudy Gobert.

A França é uma das raras seleções que pode colocar um quinteto em quadra que ao menos não seja esmagado atleticamente pelo Team USA. Mas não que consigam rivalizar, claro. Gobert, un monstre, pode com qualquer um – é um cara agora para fazer a diferença a cada partida. Parker, Diaw e mesmo, discretamente, Batum já viveram dias melhores. Mas ainda tem Kahudi, Pietrus, Gelabale e Lauvergne.

Um dado interessante para se ponderar é que os Bleus vêm para o #Rio2016 com cinco atletas de NBA. O que é bastante, mas não o máximo que poderiam convocar. Não é porque o cara está na melhor liga do mundo que deve ser convocado automaticamente, ainda mais no país que tem a maior produção de jogadores no mundo todo hoje, excluindo o território norte-americano. Na hora de se formar uma equipe, o treinador não deve pensar apenas em nomes, mas no modo como eles se combinam em quadra.

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Há, inclusive, atletas que nem mesmo querem jogar nos Estados Unidos. Acreditem, porque De Colo está aí para contar essa história. Depois de ser aclamado MVP da última Euroliga, evoluindo demais desde que deixou o Toronto Raptors, há dois anos. O cestinha francês certamente receberia uma oferta generosa nesta nova economia da liga americana, mas nem quis saber de conversa, renovando cedinho seu contrato com o CSKA.

A presença do armador alto, de 1,95m, ajuda a entender a exclusão de Evan Fournier entre os 12 finais. O técnico Vincent Collet não estava fechado em torno dos 12 atletas que disputaram o Pré-Olímpico em Manilla. Ao obter a vaga, não hesitou em trocar o talentoso Adrien Moerman, pivô emergente no mercado europeu, por Gobert. Muitos esperavam que o mesmo procedimento seria adotado com Fournier, que já está de contrato assinado com o Orlando Magic.

“Acredito que nossos sete jogadores do perímetro assumiram bem suas funções. Encontramos um grande equilíbrio nesse setor. Pelo contrário: tivemos dificuldades no garrafão, que poderiam se tornar mais graves para o torneio olímpico. Quando as pessoas veem as coisas de fora, podem fazer perguntas. Mesmo eu, antes de viajar para Manilla, acreditava que iria adicionar Fournier depois. Digo isso com tranquilidade, pois acreditava que pelo menos um jogador do perímetro não iria se encontrar, mas não foi o caso”, afirmou o treinador. “Houve um compromisso que assumi com meus jogadores que era o seguinte: se eles jogassem bem, permaneceriam na equipe. Se não honrasse isso, os estaria traindo.”

Agora, o talentoso arremessador se junta a Alexis Ajinça, Ian Mahinmi, Kevin Seraphin e Joakim Noah entre os franceses de NBA que não são olímpicos – embora eu relute a incluir Noah nesse grupo, já que o pivô está mais para cidadão do mundo, do que francês, e que, se estivesse disposto a defender o país, certamente contaria com a boa vontade de Collet. Também não vale mencionar os mais jovens, como Damien Inglis, recentemente descartado pelo Bucks, ou os recém-draftados Guerschon Yabusele, Timothé Luwawu, Isaia Cordinier, Petr Cornelie, que não estão prontos para a empreitada. Desses, apenas Luwawu está garantido na próxima temporada.

O Parker de 2016 está em forma muito melhor o que od e 2015

O Parker de 2016 está em forma muito melhor o que od e 2015

Rodagem
Em termos de quilometragem, a França é uma das três seleções olímpicas que entram nas Olimpíadas um pouco mais entrosadas – mas talvez mais cansadas também –, por ter sido obrigada a disputar o torneio de classificação nas Filipinas. Venceram seus quatro jogos por lá, contra os anfitriões e Nova Zelândia, Turquia e, por fim, Canadá, na hora de disputar a vaga. Somente o triunfo sobre os turcos foi por dígitos duplos. Mas não que pudessem esperar partidas fáceis, mesmo. Agora, entrar no último período do duelo com os neozelandeses com sete pontos de desvantagem também não era algo previsto, né? Já o confronto com o Canadá, que estava bastante desfalcado, foi equilibrado, mas sob controle dos Bleus do início ao fim:

A França tem um dos elencos mas experientes da competição e, assim como no caso de Brasil e Espanha, deve se despedir de algumas de suas principais figuras como os melhores amigos Parker e Diaw, além de Gelabale e Pietrus.

Para acreditar
Estamos falando de uma base que foi medalhista nos últimos três EuroBaskets, com direito a título em 2013, e que também foi bronze no último Mundial. Se fosse para fazer uma bolsa de apostas, esse retrospecto os coloca num segundo patamar entre os favoritos, ao lado da Espanha.

Independentemente da aceleração e impulsão dessa turma, que podem ser abaladas pela idade e ou pela quantidade de cheeseburgers ingeridos, um fator não se altera: a envergadura coletiva da equipe, que faz de sua defesa algo infernal. É muito difícil encontrar espaço ali para fazer uma infiltração em linha reta e simples, por iniciativa individual, sem que os marcadores tenham sido sacudidos com boa movimentação de bola. Esses porte físico também se manifesta em domínio dos rebotes, com uma das linhas de frente mais fortes que vão encontrar por aí.

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Do outro lado, Nando De Colo está no auge. Ele hoje, na real, é a grande referência da equipe, em termos técnicos, vindo de 17,2 pontos, 58,5% de acerto nos arremessos, além de 4,0 lances livres convertidos por partida durante o Pré-Olímpico de Manilla:

Algo providencial para aliviar a carga de Tony Parker, que em muitos torneios se sentia obrigado, ainda que desnecessariamente, a bancar o super-herói – uma tendência que se manifestou mesmo no ano passado, quando estava em péssimas condições físicas. Ao menos agora o armador se apresenta em melhor forma. Os dois ainda serão assessorados por Heurtel, que tem uma visão de quadra especial, e por Diot, mais um passador de mãos seguras, podendo olhar mais para a cesta.

Questões
Para uma seleção com mentes brilhantes como as de Parker, De Colo, Batum, Diaw e Heurtel, a França tende a jogar de modo muito, mas muuuuito lento, o que é um contrassenso, pensando nos atletas que são convocados. Era para essa equipe ser uma das mais divertidas das competições Fiba. Mas é uma das mais chatas.

O técnico Vincent Collet, porém, pode se proteger pelo sucesso recente. Mas fico imaginando como poderiam ser ainda mais perigosos com um maior liberdade para transição e um ataque menos arrastado.Você não precisa abrir mão de eficiência defensiva por um ataque mais criativo, ainda mais para um grupo que não tem tantos chutadores.

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