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Mercado da Divisão Pacífico: o Lakers ficou pequeno
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Giancarlo Giampietro

Para quem já leu o texto sobre a Divisão Central, pode pular os parágrafos abaixo, que estão repetidos. Só vale colar aqui novamente para o marujo de primeira viagem, como contexto ao que se vê de loucura por aí no mercado de agentes livres da NBA

Mozgov é imenso, mas não do tamanho do Lakers

Mozgov é imenso, mas não do tamanho do Lakers

As equipes da NBA já se comprometeram em pagar algo em torno de US$ 3 bilhões em novos contratos com os jogadores, desde o dia 1º de julho, quando o mercado de agentes livres foi aberto. Na real, juntos, os 30 clubes da liga já devem ter passado dessa marca. Cá entre nós: quando os caras chegam a uma cifra dessas, nem carece mais de ser tão preciso aqui. Para se ter uma ideia, na terça-feira passada, quarto dia de contratações, o gasto estava na média de US$ 9 mil por segundo.

É muita grana.

O orçamento da liga cresceu consideravelmente devido ao novo contrato de TV. O teto salarial subiu junto. Se, em 2014, o teto era de US$ 63 milhões, agora pode bater a marca de US$ 94 milhões. Um aumento de 50%. Então é natural que os contratos acertados a partir de 1o de julho sejam fomentados desta maneira.

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Vem daí o acordo acachapante fechado entre Mike Conley Jr. e Memphis Grizzlies, de US$ 152 milhões por cinco anos de duração, o maior já assinado na história. Na média anual, é também o mais caro da liga. O que não quer dizer que o clube o considere mais valioso que Durant e LeBron. É só que Robert Pera concordou em pagar ao armador o máximo que a franquia podia (no seu caso, com nove anos de carreira, 30% do teto salarial), de acordo com as novas regras do jogo.

Então é isto: não adianta ficar comparando o salário assinado em 2012 com os de agora. Se Stephen Curry, com US$ 12 milhões, ganha menos da metade de Conley, é por cruel e bem particular conjuntura. Quando o MVP definiu seu vínculo, estava ameaçado por lesões aparentemente crônicas e num contexto financeiro com limites muito mais apertados. Numa liga com toda a sua economia regulamentada, acontece.

O injusto não é Kent Bazemore e Evan Turner ganharem US$ 17 milhões anuais. O novo cenário oferece isso aos jogadores. O que bagunça a cabeça é o fato de que LeBron e afins não ganham muito mais do que essa dupla, justamente por estarem presos ao salário máximo. Esses caras estão amarrados de um modo que nunca vão ganhar aquilo que verdadeiramente merecem segundo as regras vigentes, embora haja boas sugestões para se driblar isso.

Feito esse registro, não significa que não exista mais o conceito de maus contratos. Claro que não. Alguns contratos absurdos já foram apalavrados. O Lakers está aí para comprovar isso. Durante a tarde de sexta-feira, recebi esta mensagem de um vice-presidente de um dos clubes do Oeste, envolvido ativamente em negociações: “Mozgov…  Turner…  Solomon… Sem palavras”. A nova economia da liga bagunça quem está por dentro também. As escorregadas têm a ver com grana, sim, mas pondo em conta o talento dos atletas, a forma como eles se encaixam no time, além da duração do contrato.

Então o que aconteceu de melhor até aqui?

Para constar: o blog ficou um pouco parado nas últimas semanas por motivo de frila, mas a conta do Twitter esteve bastante ativa (há muita coisa que entra lá que não vai se repetir aqui). De qualquer forma, também é preciso entender que, neste período de Draft e mercado aberto, a não ser que você possa processar informações como um robô de última geração como Kevin Pelton, do ESPN.com,  o recomendável não é sair escrevendo qualquer bobagem a cada anúncio do Wojnarowski no Vertical. Uma transação de um clube específico pode ser apenas o primeiro passo num movimento maior, mais planejado. A contratação de Rajon Rondo pelo Chicago Bulls no final de semana muda de figura quando o clube surpreende ao fechar com Dwyane Wade, por exemplo. No caso, fica ainda pior.

Agora, com mais de dez dias de mercado, muita coisa aconteceu, tendo sobrado poucos agentes livres que realmente podem fazer a diferença na temporada, deixando o momento mais propício para comentários:

– Golden State Warriors

Deu o que falar já

Deu o que falar já

Quem chegou: Zaza Pachulia, Patrick McCaw, Damian Jones, David West. Ah, e Kevin Durant.
Quem ficou: Ian Clark e James Michael-McAdoo.
Quem saiu: Andrew Bogut (Mavs), Harrison Barnes (Mavs), Leandrinho (Suns), Brandon Rush (Wolves), Festus Ezeli (Blazers) e Mareese Speights (Clippers).

Como vemos, o elenco do Warriors já não é mais o mesmo. E essas mudanças foram o suficiente para mudarmos tudo o que pensávamos sobre a NBA até o temporada passada. Ainda há muito o que escrever sobre a estarrecedora transferência de Kevin Durant para o clube, mas por ora ficamos com os dois textos já publicados por aqui, incluindo também o impacto que ele já causou e ainda pode causar na vida de muita gente da liga.

A partir do momento que ouviu o “sim” de Durant, o desafio do gerente geral Bob Myers era montar um elenco, pois a grana ficaria curta. Zaza Pachulia recebeu a exceção salarial de US$ 2,9 milhões. O pivô Damian Jones está preso à escala salarial dos calouros. Para o restante, só salários mínimos poderiam ser oferecidos. E aí reservas como Leandrinho, Rush e Speights foram embora.

Agora… vocês acham que isso é um drama? Os caras ainda têm Curry, Klay, Draymond, Iguodala e Livingston na rotação. Ria nervosamente, mas ria. Pachulia já representa uma boa ajuda, assim como David West. Jones certamente tem a presença física e atlética para dar cobertura a tantos craques e veteranos. A dúvida é saber se ele tem condições emocionais e psicológicas para contribuir em sua primeira temporada como profissional. Recuperando-se de lesão, o pivô ainda não jogou pela equipe de verão. Por outro lado, o ala McCaw vem causando ótima impressão em Las Vegas, como um cara versátil, inteligente e atlético que marca bem, arremessa e ainda é capaz de por a bola no chão para criar para os companheiros. Vale ficar de olho, mas pode ter sido um achado na segunda rodada.

Ainda restam duas vagas para serem preenchidas no elenco. É de se imaginar que a diretoria busque mais um pivô com perfil semelhante ao de Ezeli para completar a rotação interior e talvez mais um armador, dependendo de quem sobrar no mercado. Ou isso, ou os rumores em torno de Ray Allen poderiam se concretizar. O experiente chutador quer retomar sua carreira, tendo como alvo, além do Warriors, o Cavs, o Clippers e o Spurs.

– Los Angeles Clippers

Sonharam com Durant, terminaram com Mo Buckets

Sonharam com Durant, terminaram com Mo Buckets

Quem chegou: Marreese Speights, Brice Johnson, Diamond Stone e David Michineau (*).
Quem ficou: Jamal Crawford, Austin Rivers, Wesley Johnson e Luc-Richard Mbah a Moute.
Quem saiu: Jeff Green (Magic) e Cole Aldrich (Wolves).

Se fosse para apostar em qual seria o estado anímico de jogadores e Doc Rivers neste momento, acho que daria para arriscar “depressivo”. Porque se não bastasse o fim de campanha lamentável da equipe, com Paul e Griffin afastados, o clube ainda vê o Warriors se reforçar desta maneira, com um Kevin Durant que eles mesmo sonharam em contratar. Aí faz como?

 Com seu armador e seu principal homem de garrafão encaminhados para o mercado de agentes livres no ano que vem, será que não era a hora, então, de buscar novos rumos? O discurso de Rivers e seus esforços mostram que não. Que a franquia pretende manter seu núcleo e tentar mais uma vez. Vai que KD arrume confusão em Oakland? Vai que três dos quatro All-Stars do Warriors se lesionam. Vai que… Hã… Haja otimismo.

Sem Green e Matt Barnes, Doc agora precisa procurar, novamente, pelo quinto verão seguido, algum ala que possa ao menos tentar incomodar Durant na defesa. Wesley Johnson, por mais atlético que seja, não é a resposta aqui. Nem mesmo Mbah a Moute, que só seria alguém indicado para a missão uns cinco anos atrás, antes das lesões.

Além disso, o banco segue bastante duvidoso. Speights é uma boa opção para revezar com DeAndre Jordan, pensando no ataque, já que ajudaria a espaçar a quadra para o pick-and-roll de Paul e Griffin. Mas a defesa vai sentir horrores – muita gente pode ter aloprado Cole Aldrich durante sua carreira, mas o pivô havia se encaixado perfeitamente no time, nesse sentido. A segunda unidade vai depender muito de evolução interna de Austin Rivers e dos calouros Brice Johnson (extremamente atlético e mais preparado do que a média) e Diamond Stone (muito talentoso, mas como projeto de longo prazo). Já Michineau é um prospecto que não deve fazer a transição agora. Se é que algum dia isso vai acontecer. É limitado fisicamente, não pontua muito e foi uma surpresa no Draft.

– Los Angeles Lakers

Quando renovar com Jordan Clarkson é um dos poucos consolos

Quando renovar com Jordan Clarkson é um dos poucos consolos

Quem chegou: Brandon Ingram, Luol Deng, Timofey Mozgov, José Calderón e Ivica Zubac.
Quem ficou: Jordan Clarkson, Marcelinho Huertas e Tarik Black.
Quem saiu: Kobe Bryant (vida) e Roy Hibbert (Hornets).

Tá, vamos resolver logo de cara a frase polêmica do título: sim, o Los Angeles Lakers, a caminho da temporada 2016-17 da NBA, ficou pequeno. O torcedor mais orgulhoso que nos desculpe. Nada vai apagar a história construída por Mikan, West, Baylor, Wilt, Kareem, Magic, Worthy, Shaq, Kobe, Gasol e, claro, Artest, entre outros. A franquia ainda é uma marca global, que vale bilhões. Mas esse pacote todo não vale absolutamente nada nesta nova economia. Não quando o time vem das duas piores campanhas da história e tem uma gestão que não inspira nenhuma confiança.

Kevin Durant não precisa jogar e morar em Los Angeles para ser um dos atletas mais ricos e populares do mundo. Por isso, não se deu nem ao trabalho de marcar uma reunião com o clube neste feriado de 4 de julho, algo que aconteceu com o Boston Celtics. Ele não tinha interesse de ouvir nada que viesse de Kupchak e Buss. Nem com a possibilidade que o clube tinha de assinar dois jogadores de contratos máximos – que era o que o Celtics e o Thunder pretendiam, com Al Horford sendo o segundo alvo.

Durant não foi o único a fechar a porta na cara, a desligar o telefone abruptamente. Até mesmo o ex-cigano Hassan Whiteside os excluiu da lista de candidatos, assim como o próprio Horford. Um ala como Kent Bazemore preferiu renovar com o Atlanta por menos dinheiro. E vai saber quem mais os deixou do outro lado da linha numa espera interminável. (Para não falar do rolo com LaMarcus Aldridge no ano passado, quando Kupchak conseguiu marcar uma segunda reunião apenas para apagar um incêndio, já que, num primeiro encontro, os representantes do clube falaram muito mais sobre negócios, dinheiro do que de basquete.)

O que restou ao clube, então? Despejar dinheiro nos cofres de Timofey Mozgov e Luol Deng. O pivô recebeu 64 milhões por quatro anos. O ala, 72 milhões pelas mesmas quatro temporadas. Um baita estrago. O valor é exorbitante, sim, mesmo neste atual mercado.

Daqui a três anos, contrato de Luol Deng pode ser um fardo

Daqui a três anos, contrato de Luol Deng pode ser um fardo

No caso específico de Mozgov, não dá para entender a pressa em fechar o negócio. Uma vez que a franquia estava fora da pauta dos principais agentes livres, de que lhe interessa entrar na briga pelo segundo escalão, caindo em leilão, quando o preço fica mais inflacionado ainda? O acerto precoce com  russo – o primeiro de todo o ciclo de contratações da liga! –, com tantos pivôs disponíveis no mercado, é  de deixar qualquer observador mais imparcial perplexo. O grandalhão vai receber o dobro do que o Portland concordou em pagar para Festus Ezeli, em termos de salário anual. No pacote total, é quatro vezes mais. Sim, 400%. Sendo que Ezeli, por pior que tenha jogado nas finais, é muito mais jovem. E tem isso também: ele ao menos foi para a quadra, ao contrário do Mozgov.

Acreditem: o negócio fica ainda pior devido aos quatro anos de contratos para o pivô – e também para Deng. Hoje, friamente, o que o Lakers tem de positivo para apresentar ao seu torcedor? O fato de ter uma boa quantia de jovens atletas talentosos no elenco. Quase adolescentes. Em tese, daqui a três ou quatro anos, eles estarão prontos ou perto de ficarem prontos para voos maiores, se a comissão técnica liderada por Luke Walton conseguir desenvolvê-los adequadamente. Se for para o time voltar a ser relevante, essa me parece a única via, aliás. Supondo que aconteça, você realmente quer esses dois contratos enormes acompanhando Ingram, Russell, Randle e Clarkson? Deng, bastante desgastado por campanhas duríssimas com Thibs em Chicago, e Mozgov aos 34 anos, com capacidade atlética reduzida e problemas no joelho? Isso é inteligente?  Foram contratações visionárias? Se a produção despencar, como é natural esperar, os dois veteranos simplesmente vão obstruir o processo de reconstrução da equipe.

Além do mais, cabe também questionar se, mesmo num vácuo, ignorando valores e duração dos contratos, Deng e Mozgov são boas opções para o time agora. O sudanês-britânico e o russo, sejamos justos, servem desde já como figuras exemplares no vestiário, para ajudar a controlar e impulsionar a molecada. Em quadra, porém, há questões sérias.

Deng vem de boa temporada pelo Miami, mas jogando como ala-pivô aberto, fazendo a função de “stretch 4” a partir do momento em que Bosh foi afastado. Duas das peças promissoras do Lakers atendem por Julius Randle e Larry Nance Jr. Como Walton vai distribuir minutos? Agora, o maior problema é se o veterano foi contratado para navegar pelo perímetro — afinal, o primeiro alvo do clube foi Bazemore. Se for isso, mesmo, aí fica tudo mais duro de entender. Talvez não tenham estudado o veterano com tanta atenção assim. Em 2010, Deng era um dos alas mais competentes da liga, atacando e defendendo. O tempo passou e hoje ele já tem mais dificuldade para lidar com gente mais jovem e rápida. Quanto a Mozgov, a despeito de todas as ressalvas acima, considero bom jogador. O lance é que ele sofreu uma cirurgia no joelho em 2015, sendo que seu vigor físico, velocidade e explosão são seus principais recursos como jogador de NBA.

Em suma: pode ser um desastre. É uma diretoria sem rumo, pressionada, lembrando que Jim Buss está agindo sob um ultimato, tendo prometido colocar o clube nos trilhos até 2017.

De resto, no Draft, o clube teve uma jornada feliz. Por sorte, conseguiram manter a segunda escolha, para acolher um prospecto muito promissor como Ingram. Franzino que só, deve demorar um tempinho para que ele se firme como cestinha e defensor na liga. Mas é uma grande pedida. Na segunda rodada, o clube também pode ter conseguido um pivô de muito futuro com o croata Zubac, que é simplesmente fanático pelo clube. Também não dá para esperar que ele se imponha no garrafão para já, mas eventualmente o rapaz de 19 anos e 2,16m talvez já possa contribuir na segunda metade da temporada, dependendo o quanto ganhar de massa muscular.

Outra boa negociação foi a de Calderón. Por mais que o veterano seja redundante para um clube que já tem Huertas, ao menos o clube recebeu duas escolhas de segunda rodada de Draft para absorver seu contrato. É o tipo de ativo que pode ajudar em trocas futuras ou para que a franquia já consiga despachar Nick Young antes de o campeonato começar.

– Phoenix Suns
Quem chegou: Dragan Bender, Marquese Chriss, Tyler Ullis, Leandrinho e Jared Dudley.
Quem saiu: Mirza Teletovic (Bucks) e Jon Leuer (Pistons).

Bender: talento de ponta para crescer ao lado de Booker

Bender: talento de ponta para crescer ao lado de Booker

Robert Sarver tirou o pé. Depois de algumas campanhas frustrantes, que mantiveram o clube na loteria do Draft, o proprietário permitiu que o gerente geral Ryan McDonough agisse pensando no futuro, em vez de um oitavo lugar no Oeste. Aí entram em cena os calouros Bender e Chriss, que, ao lado do emergente Devin Booker, que está destruindo Las Vegas neste exato momento, representam uma esperança para uma franquia que não soube muito bem o que fazer nos últimos anos, perdida entre reconstrução e ambição.

Se os dois, escolhidos no top 10 do Draft, supostamente jogam na mesma posição, isso não é questão para agora – estão entre os mais jovens da liga, e vai levar tempo para que possam pensar em protagonismo na liga. Minha aposta é Bender, um jogador com muitos fundamentos, versatilidade e visão de quadra que pode ser brilhante. Chriss é um atleta de primeiro nível, mas com bagagem tática defasada – deve ficar um bom tempo na filial de D-League da franquia.

Para completar os novatos, McDonough foi atrás de dois veteranos que são bastante populares em Phoenix. Leandrinho e Dudley estão de volta para compor rotação, serem embaixadores fora do ginásio – numa cidade que tem se distanciado de sua equipe cada vez mais – e ainda contribuir para a adaptação dos mais jovens, aliviando um pouco a barra de um até então isolado Tyson Chandler. E ainda custaram pouco (US$ 30 milhões em três anos para Dudley, US$ 8 milhões para o brasileiro em dois anos, o segundo sendo opcional). Alex Len, Archie Goodwin e TJ Warren estão devidamente amparados, então. O quanto podem render ninguém sabe ainda. Falta consistência. Outra adição a esse núcleo jovem é o baixinho Ullis, um armador de verdade, que inicia bem sua trajetória pelas ligas de verão.

– Sacramento Kings

Papagiannis: mais uma decisão questionável de Divac

Papagiannis: mais uma decisão questionável de Divac

Quem chegou: Arron Afflalo, Matt Barnes, Garrett Temple, Anthony Tolliver, Georgios Papagiannis, Malachi Richardson, Skal Labissiere e Isaiah Cousins.
Quem saiu: Rajon Rondo (Bulls), Seth Curry (Mavs), Marco Belinelli (Hornets), Duje Dukan e Caron Butler.

 Segue a ciranda de Vivek Ranadive em Sacramento: ano novo, cara nova para o clube, agora apostando principalmente em veteranos de forte caráter e em pirulões, a comando do técnico Dave Joerger. Vlade Divac ao menos continua no comando do departamento de basquete, o que não é necessariamente uma boa notícia.

Em uma rara sequência de duas boas tacadas, o sérvio conseguiu orquestrar trocas com o Phoenix Suns e o Charlotte Hornets que transformaram Marco Belinelli e a oitava escolha do Draft em três seleções de primeira rodada, além de ter dado ao clube os direitos sobre Bogdan Bogdanovic. Legal. O problema é o  que ele fez a partir daí.

Ninguém entendeu muito bem quando o gerente geral elegeu o jovem Papagiannis em 13º, muito menos Boogie Cousins. A cotação do grego de 2,16m de altura estava subindo, é verdade, mas jamais foi visto pelos olheiros europeus como um candidato ao grupo dos 15 primeiros do Draft,  especialmente no atual contexto de uma liga que vem priorizando cada vez mais jogadores mais ágeis e flexíveis no garrafão. Por fim, no ano anterior, Divac já havia selecionado um pivô, Willie Cauley-Stein, que teve de brigar por espaço em uma rotação com Cousins e Kosta Koufos.

Com o jogador  tem apenas 19 anos, o gerente geral pode dizer que sua contratação não serve ao time para já, mas como um projeto de longo prazo. Essa tese, porém, não combina tanto com a urgência que a diretoria anuncia, tentando por fim a um jejum de dez anos sem playoff. Fato é que, se Koufos for trocado – os rumores dizem que ele e Rudy Gay estão sendo oferecidos NBA afora –, Papagiannis não estaria pronto para assumir seus minutos. O mesmo vale para o haitiano Labissiere, que, de jogador cotado ao primeiro lugar do recrutamento de novatos há um ano, quase caiu para a segunda rodada. O Sacramento tem estrutura hoje para desenvolver os dois pivôs ao mesmo tempo? A ver.

Entre os agentes livres, a expectativa é que o pacote com Afflalo, Barnes, Tolliver e Temple dê alguma estabilidade ao vestiário e ajudem na defesa e no espaçamento ofensivo, compondo um time mais sóbrio e coeso ao redor de Cousins. Eu não ficaria tão otimista assim.

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