Vinte Um

Arquivo : Kevin Seraphin

Contusão de Nenê ameaça Wizards, mesmo no patético Leste
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Giancarlo Giampietro

Nenê, Wizards, NBA

“Estamos todo assustados.”

“O elenco do Wizards respira fundo, aguardando os resultados.”

“Isso é tãaaaaaaaaaaao Wizards.”

Foi mais ou menos este o resumo da página do HoopsHype que abriga (quase) todos os tweets/contas de Twitter decidados ao Washington Wizards, durante esta segunda-feira, com jogadores e jornalistas reunidos. Ambos os grupos não aguentavam mais de ansiedade para que saísse o resultado da ressonância magnética pela qual o pivô Nenê passou, depois de ter torcido o joelho no domingo, em vitória sobre o Cleveland Cavaliers.

Não foi o pior desfecho possível, mas foi ruim o bastante para deprimir torcedores e colocar em risco a classificação da equipe para os playoffs. O brasileiro sofreu uma contusão no ligamento colateral medial do joelho esquerdo e vai ficar fora das quadras de quatro a seis semanas. Se a previsão mais otimista se realizar, ele retornaria com 10 a 12 jogos restando no ano. Se for perder um mês e meio, talvez sobrem duas ou três partidas. O clube da capital norte-americana encerra sua temporada no dia 16 de abril, contra o Boston Celtics.

Desde que contratou Nenê, o Wizards já se habituou aos constantes problemas físicos que o pivô enfrenta. O que não quer dizer que a rapaziada não vá sentir o baque: com o são-carlense afastado, o time perdeu 34 de 42 jogos. Isto é, perdeu 80% das vezes em que jogou sem o cara. Se repetirem esse tipo de rendimento, podem muito bem ficar fora do grupo dos oito melhores menos piores do patético Leste.

Vamos lá: o time liderado por John Wall tem hoje 50% de aproveitamento, com 28 vitórias e 28 derrotas. O suficiente para valer a quinta colocação – no Oeste, estaria em nono. O oitavo lugar na conferência, o Atlanta Hawks, tem 26 triunfos e 29 reveses. Primeiro time fora da zona de classificação, o Detroit Pistons tem, respectivamente, 24 e 34. Cinco vitórias a mais desse, cinco derrotas a mais daquele, e Andre Drummond poderia fazer sua estreia nos mata-matas neste ano.

Nada disso está garantido, claro. A  esperança do Wizards é a mesma de franquias em desarranjo como Knicks e Cavs: numa disputa em que todos os concorrentes mais perdem do que ganham, tudo é possível.

Mas, sim, as equipes de Manhattan e Cleveland – com proprietários estressados, crises internas, elenco desbalanceado, dois técnicos Mikes contestados e rendimento na casa de 30%, acreditem –  agora têm um motivo a mais para sonhar com uma vaga. No catadão de seus tweets, o tom deve ter sido completamente diferente.

*  *  *

A lesão de Nenê veio na pior hora possível, e não só do ponto de vista da luta pelos playoffs do Wizards. O pivô estava em ótima fase. No sábado havia feito uma das melhores partidas de sua carreira. Para os brasileiros em geral, maré braba: neste exato momento, manhã de terça-feira, todos os cinco jogadores do país estão fora de ação por problemas físicos (costas para Varejão, panturrilha para Splitter, torção no dedão para Leandrinho e joelho para Faverani).

*  *  *

Os possíveis substitutos para o brasileiro?Internamente, o francês Kevin Seraphin, o aríete Trevor Booker e o veterano Al Harrington vão dividir os minutos.Nenhum dos três é conhecido exatamente pela consistência ou pelo impacto na defesa, que deve sentir muito – Nenê tem baixa médias de tocos, mas isso não significa nada quando se leva em conta seu ótimo posicionamento, fechando muito bem os espaços, a inteligência no bloqueio de rebotes, a agilidade para contestar os armadores no pick-and-roll, entre outros verdadeiros atributos de um bom marcador.

No ataque, Seraphin tem um bom gancho girando para a direita e vai ‘masomeno’ nos tiros de média distância. Booker é bem mais eficiente na hora de pontuar.  Harrington, retornando após parar por três meses por conta de problemas no joelho, tem um jogo mais diversificado (41,9% nos três pontos, por exemplo), mas jogou tão pouco neste campeonato que é complicado falar sobre seus números. No domingo, contra o Cavs, ele e Seraphin deram conta do recado, de alguma forma.

A diretoria do Wizards também discute contratações emergenciais. Lou Amundson, DeSagana Diop (!) e Drew Gooden foram especulados. O nome de Gooden, que por um longo período de férias após ser anistiado pelo Milwaukee Bucks, aparece com mais força e acaba sendo o mais intrigante, mesmo. O pivô revelado pela universidade de Kansas entrou na liga no Draft de 2002. Curiosamente, o mesmo de Nenê.


Uma saudável entrevista para tentar decifrar Nenê
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Giancarlo Giampietro

Nenê meio que abre o jogo em entrevista nos EUA

Nenê meio que abre o jogo em entrevista nos EUA

Numa cortesia do jornalista que faz a melhor cobertura da NBA nestes dias (Zach Lowe, do Grantland) –, temos a melhor entrevista de Nenê em muito tempo. Isso se não for a melhor de todas – até porque o acesso ao pivô do Washington Wizards nunca foi dos mais fáceis para quem tenta daqui do Brasil.

Corra para ler.

(…)

Já voltou?

Bem, são vários os pontos para serem destacados:

Nenê x Magnano, Washingotn, CBB, seleção

Seleção: Segundo o jornalista, Nenê supostamente afirma que a CBB não imagina o que seja disputar uma temporada da NBA e do desgaste que isso gera. Digo “supostamente” porque as palavras não estão precisamente saindo da boca do pivô, mas, sim, num complemento do próprio Lowe.

“Você vai disputar a Copa do Mundo da FIBA em 2014 se o Brasil ganhar um convite?” – esta foi a pergunta.

Ao que o grandão responde: “Não sei. Tive lesões no passado, e isso deu a oportunidade para que outros jogassem, para que pudessem se desenvolver um pouco e ganhar experiência. A temporada aqui, na NBA, tem quase 115 jogos se você vai para os playoffs. (A Confederação Brasileira de Basquete) não tem ideia do que é isso. Ao final da temporada, você precisa de descanso. Te de parar e acalmar um pouco”.

Dá para ler este trecho e já fazer a manchete chocante, não? “Nenê ataca a CBB: ‘Não tem noção sobre o que é a NBA'”.

Fica a tentação. Mas, a partir do momento em que a entidade não é mencionada na pergunta e a referência sai do jornalista, não parece correto. Após as lamentáveis vaias que tomou no Rio de Janeiro, é bem provável que o pivô esteja falando sobre o país como um todo, sobre a falta de compreensão do que se passa numa campanha na liga.

Ele admite que os clubes (Nuggets e Wizards) fazem pressão para que os jogadores recusem as convocações. “Mas quando você está lidando com a seleção nacional, não dá para controlar muito. Você sabe como é. Espero que eles mudem a cabeça sobre jogadores que estão na NBA. Temos muitos jogos, muita pancadaria aqui.”

– Mentor: O papel de liderança, de exemplo que o paulista de São Carlos desempenha no time. Saíram dois exemplos interessantes sobre os quais os brasileiros em geral não têm acesso, sem poder acompanhar de perto o cotidiano do Washington Wizards – a não ser que você, torcedor sofredor do ex-Bullets, abra o Post e blogs locais religiosamente:

Nenê e o ex-companheiro Danilo Gallinari: figura respeitada no vestiário

Nenê e o ex-companheiro Danilo Gallinari: figura respeitada no vestiário

1) De acordo com os relatos de gente de dentro do clube, Nenê é desses raros caras que dizem não liga para estatísticas e que realmente age desta maneira, sem se importar com sua produção em quadra. “Só olho mais quando perdemos, para ver o que posso fazer melhor”, diz o jogador.Esse tipo de postura, numa liga tomada pelos mais diversos egomaníacos, faz um bem danado em qualquer vestiário. Envergonha os mais aparecidos e estabelece uma boa referência aos mais jovens.

2) O ala-armador Bradley Beal, segundanista, revelou que, quando algum de seus companheiros falha no posicionamento em quadra, no ângulo ou no timing de um corte para a cesta, ele pode se preparar: lá vem berro do pivô. “Ah, mano, não grito tão duro assim”, defende-se Nenê.

O brasileiro, então, discorre sobr seu entendimento do jogo e afirma que ter jogado futebol na infância o ajudou nisso. “Tem a ver com a visualização das jogadas. Quando um jogador corre em campo, e você quer passar a bola, é preciso enxergar dois pontos (a trajetória). Você tem de enxergar a conexão. É a mesma coisa no basquete”.

Simples assim: o famoso ponto futuro de Cláudio Coutinho!

E, para constar, o francês Kevin Seraphin é quem fica de orelha mais quente. “Ah, sim! Ele pode ser um pouco lento. Aí vou gritar!”, sorri

Lesões: Sem se incomodar em ter fama de bichado, Nenê fala dos diversos problemas físicos que teve na carreira. “Aprendi sobre meu corpo. Sei que alguma coisa vai acontecer. Mas tem vezes que você não consegue controlar. Tem vezes que você precisa jogar e você vai lá e faz. Tento pensar de modos como evitar as lesões, mas estou recebendo um salário alto”. Aí o pivô diz que tudo isso aconteceria por uma razão, num determinismo religioso. “Não está no meu controle, tudo acontece por uma razão”, diz. Ok, não sou o maior fã desse tipo de discurso, mas cada um se guia pelo que quer. Depois, ele dá a entender que os planos de se aposentar em 2016 podem ser revistos. Mas tudo dependendo dos planos de uma entidade suprema.

Rebotes: Para alguém com sua agilidade, tamanho, envergadura e inteligência de quadra, Nenê tem uma média um tanto ridícula de 6,9 rebotes na carreira. Mas Lowe destaca em uma de suas questões que, quando o brasileiro está jogando, seus times tendem a ter um dos melhores aproveitamentos na coleta de arremessos errados. O atleta explica: “Se eu não fizer o bloqueio de rebote, se tentar roubar a bola de meus companheiros, poderia ter média de 13 ou 14 por jogo. Mas eu aprendi do jeito certo. Aprendi a bloquear, respeitar cada lado da cesta. Há uma razão para termos um rebote melhor quando jogo, porque sei os fundamentos. Você precisa bloquear não só perto da cesta, mas no garrafão inteiro. Os caras de fora também, para que os baixinhos não nos surpreendam lá embaixo”. Para os que veem o brasileiro jogar há tempos, não há o que se questionar aqui: estes pequenos detalhes são evidentes.

Wizards x playoffs: no finalzinho da entrevista, Nenê evita em prometer qualquer coisa aos torcedores. Mas todo mundo sabe que é playoff ou nada para a equipe da capital neste ano. “Se eu for dizer que vamos terminar em tal lugar e não acontecer, então será tudo contra minhas palavras. Mas nosso time é muito, muito bom quando jogamos do jeito certo, quando exploramos nosso talento. O céu é o limite. As pessoas sempre perguntam se podemos ir para os playoffs. E eu digo que que sim. Essa é a resposta honesta. Mas temos de trabalhar.”

O problema: Nenê já perdeu sete partidas este ano, das 24 que o time fez até aqui. E o Wizards depende muito de suas habilidades e de seu jogo estabilizador. Segundo Lowe, o time venceu apenas 7 de 39 partidas sem o brasileiro. Com ele, são 42 triunfos e 46 derrotas.


Problema físico de Nenê ainda inspira “muita cautela” em Washington
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Giancarlo Giampietro

Nenê, Washington Wizards

A fascite plantar é uma praga para qualquer basqueteiro. Uma dor bem chata na sola do pé, que teima em não ir embora. Foi o que atrapalhou Nenê no final de temporada da NBA – e primeiros jogos pelo Washington Wizards – e nas Olmpíadas. Requer repouso, exercícios específicos de fisioterapia, termo ou crioterapia, em alguns casos medicação contra inflamação ou até mesmo algo mais pesado.

Até se apresentar ao clube da capital norte-americana, o pivô terá ficado afastado das quadras por cerca de dois meses e meio, teoricamente. Pode ser o suficiente para ele chegar bem ao training camp do técnico Randy Wittman?

Talvez.

No fim, porém, o Wizars vai adotar toda precaução possível com o brasileiro. “Vamos ser muito, mas muito cautelosos”, afirma o gerente geral Ernie Grunfeld. “Ele não teve o tempo necessário para descansar neste verão por causa de seu compromisso com a seleção nacional. Vamos, então, bem devagar com ele para garantir que ele chegue 100% na hora em que o usarmos para valer.”

Para o sucesso do Wizards, sua saúde é imprescindível. Em 11 partidas com o brasileiro na temporada passada, o clube conseguiu sete vitórias (uma delas contra o Miami Heat, com uma cesta do pivô no último segundo, veja abaixo), com um saldo de 10,3 pontos, algo impensável para quem só havia apanhado até então. Foram cinco triunfos em sequência até o fim do campeonato. Suas médias foram de 14,5 pontos e 7,5 rebotes.

Nenê vai ser, então, poupado durante a fase de preparação do time e deve ficar fora de uma das duas sessões diárias. É mais um, então que, tal como Leandrinho, se submeteu a alguns sacrifícios pela seleção brasileira e agora tem de juntar os cacos para cumprir com seu trabalho.

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A cada ano é a mesma coisa em Washington. “Agora vai!”

Com o reforço de Nenê e a chegada dos veteranos Emeka Okafor – que vale, aliás, como uma espécie de seguro para qualquer lesão mais chata do brasileiro – e Trevor Ariza e do prestigiado calouro Bradley Beal – cotado como um ‘novo Ray Allen’ (ou Eric Gordon) –, Grunfeld acredita que seu time está preparado para deixar a rabeira da tabela no Leste e lutar pelos playoffs.

Seria importante para isso a filosofia da adição por subtração também com a saída dos cabeças-de-vento Andray Blatche e JaVale McGee e do desinteressado Rashard Lewis. “Mudamos o ambiente da equipe. Conseguimos fazer muitas alterações no nosso elenco, acho que a atitude do time mudou, e teremos um grupo mais dedicado, trabalhador, em que um vai estar disposto a se sacrificar pelo outro”, afirmou o dirigente.

Palpite: para o Wizards vingar de verdade, o talentoso John Wall deve jogar um pouco mais, Beal tem de justificar seu status de grande arremessador – coisa que não aconteceu em seu único ano pela universidade Florida –, e Nenê  precisa se manter em quadra, sem perder eficiência e ganhando em agressividade.

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Dois jovens europeus chamam muito a atenção no elenco do Washington: tcheco Jan Vesely e o francês Kevin Seraphin. Com a chegada de Ariza e Okafor, fica a dúvida sobre quanto tempo de quadra os dois terão para mostrar serviço. Mas são extremamente talentosos.

Seraphin é quem está mais avançado na sua curva de aprendizado, se transformando num cestinha respeitável no garrafão e de média distância e ótimo reboteiro. Ele subiu muito de produção com a chegada de Nenê e fez uma ótima Olimpíada, ainda que o técnico Vincent Collet insistisse com Ronny Turiaf. A Espanha que agradeceu nas quartas de final. Vesely é extremamente atlético, longo toda vida, mas ainda precisa se encontrar, ou ser encontrado. Por enquanto, nos Estados Unidos ele ainda é mais conhecido pelo beijo que ganhou de sua namorada no dia em que foi draftado, mas em quadra ele pode muito mais:


Brasil perde para França, mas sai com anotações valiosas para Londres-2012
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Giancarlo Giampietro

Derrota nunca é legal, mas a seleção brasileira, superada pela França neste sábado, ao menos pode tirar algumas boas anotações desta partida realizada em Estrasburgo em sua reta final de preparação. Vamos lá:

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No terceiro período, o Brasil venceu por 26 a 14 (clique aqui para ver os números do jogo). Foi quando Magnano manteve Marcelinho Huertas por mais tempo, acompanhado por um quinteto que deve utilizar muito mais em Londres, com uma rotação um pouco mais enxuta, num ritmo diferente do que fez até nos amistosos. E esse quinteto seria formado por uma combinação entre Alex, Leandrinho, Marquinhos, Varejão, Splitter e Nenê. A presença de Giovannoni deve ser condicionada ao que o técnico adversário põe em quadra.

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Com Larry ‘armando’ no início do quarto período, mesmo tendo Parker no banco e o irregular Yannick Bokolo na armação, a França conseguiu tirar rapidamente dez pontos de vantagem. Coisa de três a quatro minutos. Foi nesse trecho que eles acabaram vencendo o jogo.

Huertas somou 15 pontos, cinco assistências e converteu sete de seus 12 chutes – e fica mais claro a cada amistoso que o armador do Barcelona vai precisar ser um ironman em Londres. Repararam que Raulzinho nem entrou?

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Escrevemos aqui sobre o desafio diferente que Tony Parker oferecia para a defesa brasileira, e faltou bater numa tecla bastante importante no jogo do armador: sua habilidade para criar no pick and roll é incrível e, no primeiro tempo, deu muito trabalho para os brasileiros. Magnano optou por fazer a defesa com a troca dos marcadores, mas, por mais que Nenê, Splitter e Varejão sejam ágeis lateralmente, não vão conseguir segurar o ex da Eva Longoria.

Quando Parker infiltrou, as rotações defensivas não conseguiram responder rapidamente, deixando os laterais livres no perímetro ou os pivôs com caminho aberto para enterradas. Caio, que foi para a quadra ainda no primeiro tempo, foi quem mais sofreu para cobrir espaços. Parker, que, aliás, descansou por 11min30s, terminou com 22 pontos, 13 deles nos lances livres. Boris Diaw deu cinco assistências aproveitando as brechas.

Em alguns momentos, a dificuldade para parar essa jogada lembrou aquele  quarto período tenebroso das oitavas de final do Mundial contra a Argentina. Com a diferença de que ali era a flecha (Luis Scola) que nos feria e não o arco (Prigioni).

Nas Olimpíadas, na primeira fase, há apenas um armador que pode causar problemas desse jeito: justamente o australiano Patty Mills, que vamos ver em ação neste domingo e na estreia das Olimpíadas e é reserva de Parker no Spurs. Mills é mais explosivo que o veterano francês, mas não tem tantos recursos com a bola.

Quem melhor defendeu Parker, para variar, foi o Alex, especialmente no terceiro quarto – lembrando que tanto o ala como Huertas começaram o jogo no banco dessa vez, evitando assim o confronto com o armador logo de cara.

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Quando o Brasil procurou o ataque interior, especialmente no terceiro quarto, invariavelmente boas coisas aconteceram: pontuação dos alas e pivôs ou alguns lances livres. Escrevendo assim, parece uma coisa bem óbvia, né? Afinal, quanto mais próximo do aro, maior a chance de você converter o arremesso. No caso da seleção, porém, vale reforçar isso. Demorou, custou um bocado, mas enfim a equipe abraçou essa obviedade, terminando com 40 pontos no garrafão, contra 30 dos anfitriões. Considerando que eles têm Tony Parker, sempre um dos maiores cestinhas na zona pintada na NBA, essa vantagem foi expressiva.

No geral, dos 69 arremessos brasileiros no jogo (12 a mais que os adversários, diga-se), 14 foram de três pontos. A França chutou ainda menos: apenas nove em 57.

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Foi muito bom ver Marquinhos voltar neste jogo como se não tivesse perdido nada nas últimas semanas. Ele se movimentou bem, sem demonstrar dor ou limitação, aguentando até mesmo uma bola presa com a fortaleza que virou o pivô Kevin Seraphin. Ele terminou com oito pontos em 26 minutos para desenferrujar.

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Seraphin, aliás, que está jogando com muita confiança, hein? O francês já havia terminado a temporada da NBA jogando muito bem, inclusive apontando uma influência de Nenê em sua evolução. Mas também não vá exagerar, rapaz. Girando para todos os lados, acertando o chute de média distância também. Foram oito pontos e quatro rebotes para ele, mas em apenas 15 minutos.

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Vale dizer também que, a despeito de um estranhamento aqui e ali entre os jogadores, foi realmente um amistoso: nenhum atleta, por exemplo, jogou por mais de 29 minutos. Os 28min27s de Parker foram o máximo para a França, enquanto os 26min34s de Marquinhos lideraram entre os brasileiros.

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Leandrinho rendeu muito mais ofensivamente quando trabalhou fora da bola em vez de investidas individuais. Dos seus cinco primeiros arremessos, por exemplo, ele converteu os dois em que recebeu a bola em condições para finalizar da zona de média distância para dentro. Errou os três em que decidiu atacar por conta própria.  Sua primeira jogada no mano-a-mano que funcionou foi quando decidiu aproveitar um mismatch contra o ex-companheiro de Suns Boris Diaw, ainda muito pesado.

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O nível atlético dos franceses é até superior ao dos brasileiros, coisa rara. Desta forma, num eventual confronto olímpico, é preciso muita atenção dos nossos alas e armadores para bloquear os jogadores após o arremesso. Gente como Diawara, Gelabale vai atacar a tábua ofensiva atrás de rebotes ou de roubadas sempre que puderem. São muito ágeis, enérgicos e elásticos. Melhor afastá-los da bola.

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Um ponto importante, por fim: dessa vez foi a França que jogou desfalcada, sem escalar o ala Nicolas Batum. E um desfalque considerável. Batum é ainda mais atlético e muito mais completo que Diawara e Gelabale, tem muito mais talento no ataque e pode ser considerado hoje o segundo principal jogador da equipe. No mínimo, o terceiro, dependendo da motivação de Boris Diaw.


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