Seleção masculina conhece seu grupo olímpico. Está difícil
Giancarlo Giampietro
Um grupo de olímpico nunca será exatamente uma moleza. Mas dá para ficar mais complicado também do que Rubén Magnano gostaria. Foi o que aconteceu nesta sexta-feira, quando a Fiba sorteou as chaves do torneio masculino e já reservou ao time anfitrião um senhor desafio logo de cara: conseguir a mera classificação para as quartas de final.
Pois a seleção brasileira vai ter de se virar com Argentina, Espanha, Lituânia, Nigéria e mais um dos vencedores dos três pré-olímpicos mundiais que serão disputados às vésperas da grande competição. E aí você pergunta: quais são as possibilidades? Por cerca de uma hora, ninguém sabia dizer, até que o repórter David Hein, fonte bastante confiável para assuntos europeus do tipo, esclarecer: os três times classificados nessa última peneira serão alocados em um novo sorteio.
Genial, né? Ainda estou para ver um procedimento da federação internacional que não seja confuso. Já não poderiam ter numerado os torneios? Mas, não: tem de fazer mais um evento. Pelo menos precisamos admitir que eles são bons nisso de enrolar e encher linguiça. De qualquer forma, os três torneios serão disputados em Manila, nas Filipinas, Belgrado, na Sérvia, e Turim, na Itália. Podem vir equipes como França, Canadá, Sérvia, Itália, Grécia, Sérvia… Enfim, será mais uma pedreira, certamente.
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Levando em conta o retrospecto brasileiro na última Olimpíada e na Copa do Mundo de 2014, com vitórias sobre seleções como Austrália, Espanha (*sim, foi polêmica), França, Sérvia e Argentina, não há razão para se desesperar. Se a preparação for a que Magnano julga ideal, o time chegará em condições de enfrentar qualquer um de seus primeiros cinco oponentes, com estreia marcada contra a Lituânia, no dia 7 de agosto.
Mas seria melhor ficar numa chave com Venezuela e China, com o Grupo A? Sim, seria, por mais que os venezuelanos tenham surpreendido o Canadá pela Copa América e que os chineses estejam lançando uma nova geração talentosa e tenham vencido seu torneio continental tranquilamente. Em tese, a Nigéria é mais forte que os asiáticos – mais experiente, certamente.
Do outro lado, é bem possível o Brasil vencer o grupo, bem como ser eliminado de cara, sem avançar aos mata-matas – tem de batalhar, não tem jeito. Mas pensemos assim: do ponto de vista de um time anfitrião, com muitos veteranos em reta final de carreira, faria diferença cair na primeira fase ou nas quartas? Acho que não. Para eles, a essa altura, é medalha, ou medalha. (Veja bem: não estou dizendo que são obrigados a subir ao pódio, mas, sim, que, para os atletas, qualquer resultado diferente será decepcionante igual, independentemente do basquete apresentado no evento).
Tá, e se passar de fase, melhor que não sem em quarto, né? Para evitar os Estados Unidos, que são os favoritos absolutos, indiscutíveis. Depois de tanto penarem, os norte-americanos recuperaram este status. De resto, segue a linha do equilíbrio: Austrália e mais dois campeões de pré-olímpico. Seria chumbo grosso, mas para os dois lados.
Só não dá para avançar muito na análise aqui. Ainda está cedo. São cinco meses até o início dos Jogos, com playoffs de NBA, Euroliga, ACB, NBB e tantas outras ligas. Então tem de ver quais equipes vão exatamente desembarcar no Rio de Janeiro. Quantos Gasols vão jogar pela Espanha? Motiejunas vai fazer companhia a Valanciunas? Ezeli vai aceitar uma convocação? Uma Argentina com Prigioni e, especialmente, Ginóbili é outra história. Quis o sorteio, aliás, que a possível competição de despedida da geração dourada inclua mais um duelo com o Brasil. Não podia faltar. Para Magnano, mesmo que desafiador, seria especial.
A tabela, por ora: