NBA: Divisão Noroeste, para curtir e chiar
Giancarlo Giampietro
NBA 2013-2014: razões para seguir ou lamentar os times da Divisão Noroeste
Cada equipe tem suas particularidades. Um estilo mais ofensivo, uma defesa mais brutal, um elenco de marmanjos cascudos, outro com a meninada babando para entrar em quadra. Vamos dar uma passada agora pela última divisão da série, a Noroeste, mirando o que pode ser legal de acompanhar e algumas coisas que provavelmente há de se lamentar. São observações nada científicas, estritamente pessoais, sujeitas, então, aos caprichos e prediletos de uma só cabeça (quase) pensante:
DENVER NUGGETS
Para curtir:
– Ty Lawson, mais uma das formiguinhas atômicas da NBA e talvez a melhor delas: aqueles jogadores que sabemos que nem de 1,80m passam, mas são listados assim da mesma forma. Este baixinho sabe fazer de tudo um pouco, mas correr é sua especialidade.
– Nate Robinson como reserva de Lawson. Acreditem: nenhum treinador acorda bem no dia sabendo que sua defesa vai ter de ligar com uma coisa dessas. Pressão por 48 minutos, sem parar.
– Kenneth Faried, o Manimal.
– Os feitos extraordinários de JaVale McGee.
– Timofey Mozgov volta a jogar: este cara não é uma piada, podem confiar.
– Andre Miller dando um pouco de estabilidade, o mínimo que seja, a essa turma muito louca (e jovem).
– Brian Shaw, e aí? Pintou a chance.
Para chiar:
– O desmanche de um time singular e intrigante.
– Danilo “Gallo!!!” Gallinari afastado por tempo indeterminado de quadra.
– As constantes pequenas e chatas lesões de Wilson Chandler.
– Uma rotação redundante e insana de pivôs duplicados, sem química alguma.
– Os feitos extraordinários (e estúpidos) de JaVale.
– Randy Foye… Sério, não pode ser titular de nenhuma equipe.
– O eterno potencial de Anthony Randolph jamais colocado em prática por mais de duas semanas ininterruptas.
– Evan Fournier x Jordan Hamilton x Quincy Miller: ninguém joga os minutos devidos, nenhum deles pode mostrar do que são realmente capazes.
MINNESOTA TIMBERWOLVES
Para curtir:
– Vixe, a lisa é longa… Vamos tentar nos controlar.
– O que dizer de um Kevin Love em forma? Fundamento e inteligência marcantes. Arremessador perigoso de todos os cantos, um passador extremamente perigoso debaixo da cesta e no perímetro –ou até mesmo na reposição de bola depois de uma cesta. Também o reboteiro mais talentoso da liga.
– Ricky Rubio e as assistências que só ele vê. Bônus: a facilidade que tem para pressionar e roubar a bola, com braços cooooompridos e mãos muito ágeis. Vejam o vídeo abaixo, por favor. Tudo isso aconteceu e apenas um jogo, nesta quarta de noite:
– Kevin Martin usando os infinitos ângulos de deslocamento em quadra para receber o passe em boa posição para a conversão.
– Nikola Pekovic arrebentando com a fuça de quem possa ousar se meter em seu caminho. Expresso montenegrino.
– Corey Brewer, saçaricando por toda a quadra, compensando de alguma forma a perda de Kirilenko.
– Rick Adelman, bastante discreto, muito competente, sempre se ajustando ao que tem em mãos, em vez de forçar goela abaixo um “sis-te-ma”.
– José Juan Barea, a ameaça que ninguém espera. É como se ele fosse um Ty Lawson porto-riquenho, com todas as devidas proporções.
Para chiar:
– A praga das contusões. Deixem essa rapaziada em paz!
– Derrick Williams, lost in translation.
– Toda a fome de Shabazz Muhammad, aquele que dominou nas “categorias de base” ao jogar com um RG falsificado.
– Love ainda sem fechar todos os espaços devidos na defesa: não é porque você não é uma presença intimidadora, que não possa ser um marcador capaz.
– O talento de Alexey Shved à deriva.
OKLAHOMA CITY THUNDER
Para curtir:
– Tudo o que estiver ligado a Kevin Durant. A leveza enganadora de seus movimentos de alta periculosidade. Evoluindo a cada temporada, mesmo sendo o segundo melhor jogador do planeta. Afinal, há um LeBron pela frente para ser ultrapassado.
– No fim, até que Russell Westbrook faz falta, não?
– Serge Ibaka e seu arremesso trabalhado com esmero.
– Arroz, feijão e Nick Collison.
– O calouro Steven Adams já arranjando um montão de inimigos com poucas semanas de liga, de tanto que enche a paciência ao atacar a tabela ofensiva.
– Reggie Jackson, pronto para outra.
Para chiar:
– A perda de James Harden. Ainda.
– Kendrick Perkins, o único assistente técnico escalado como titular de um time que sonha com o título.
– Tá, mas ainda podemos travar os dentes quando Westbrook tenta alguns chutes horrendos com cinco segundos de posse de bola, a média distância.
– Derek Fisher passou muito do ponto já.
– Jeremy Lamb ainda aprendendo: não é culpa dele, definitivamente, mas Durant e Westbrook precisam de ajuda para agora. Vai dar tempo?
– Ibaka por vezes passando muito mais a imagem de um jogador durão do que a consistência requerida.
– Hasheem Thabeet, um gigante sem ter quem marcar.
PORTLAND TRAIL BLAZERS
Para curtir:
– LaMarcus Aldridge e seu arremesso de turnaround impossível de se marcar. É como se a bola saísse da altura do telão central.
– Damian Lillard dizendo todas as coisas certas depois de um ano de badalação. Estrela? Só se for provando em quadra.
– Nicolas Batum, o homem (perfeito) de ligação entre Lillard e Aldridge.
– As baratas e precisas contratações de Mo Williams e Dorrell Wright para o banco.
– Joel Freeland usando o cérebro para sobreviver na liga.
– A torcida hipponga apaixonada de Portland.
Para chiar:
– A preguiça de Aldridge para expandir seu jogo. Não vale pedir troca quando você não faz o máximo possível para levar sua equipe a um patamar mais elevado.
– A falta de concentração de Lillard na defesa. Até ele sabe. Viu os vídeos de sua campanha de calouro e se admitiu envergonhado.
– Thomas Robinson dando trabalho nos bastidores, mesmo sem ter o que apresentar em sua defesa em quadra.
– Que tipo de jogador exatamente é Victor Claver?
UTAH JAZZ
Para curtir:
– Gordon Hayward, livre para criar e tomar conta do time. Imaginem o culto a este rapaz em Salt Lake City. No ataque, ele pode fazer de tudo.
– Enes Kanter e Derrick Favors progredindo lado a lado, para formar uma dupla de pivôs à moda antiga.
– Alec Burks também recebendo mais chances para provar seu talento em jogos de verdade.
– O poste Rudy Gobert surpreendendo o cestinha mais desavisado.
Para chiar:
– Trey Burke privado de meses importantes de adaptação, e John Lucas III como titular.
– A falta de inventividade por parte de Ty Corbin, que, ao mesmo tempo que falha em colocar o velho sistema de Sloan em prática, não consegue desenvolver nada de novo para seus promissores jogadores.
– A decadência completa – e irrefutável? – de Andris Biedrins, o letão bronzeado, mas infeliz, traumatizado com seu lance livre.
– O velhaco Richard Jefferson tentando, mas sem conseguir.
– O nome Jazz não estar em New Orleans.