Marketing rigoroso da NBA serve de exemplo antes de amistoso
Giancarlo Giampietro
A atração principal está marcada para o dia 12, sábado, 18h, na Arena HSBC, no Rio de Janeiro. Mas, até lá, a NBA deu, claro, um jeitinho de colocar os jogadores de Chicago Bulls e Washington Wizards mais próximos dos cariocas, com eventos que começaram nesta quinta-feira.
A liga abriu os portões do ginásio muito mais cedo do que o esperado para o dia do fã, com duração de cerca de 1h30, reunindo milhares de torcedores que estarão, ou não, presentes no amistoso. Houve disputas de três pontos, desafio de habilidades e chutes do meio da quadra, com os atletas das equipes envolvidos – Carlos Boozer, o pivô que nasceu em Aschaffenburg, na Alemanha, foi educado no Alaska e já ganhou mais de US$ 114 milhões em sua carreira. Estavam lá mascotes e cheerleaders também.
Mais tarde, em uma loja na Barra da Tijuca, Derrick Rose e Joakim Noah estavam escalados para uma sessão de autógrafos, com a companhia de Oscar Schmidt. Nesta sexta, outros cinco atletas do Bulls compareceram a uma sessão de fotos em shopping center. Agora de tarde, Oscar voltará à cena para acompanhar John Wall em um passeio no Corcovado, para ver a estátua do Cristo de perto.
Parece pouco? Só considere que os atletas desembarcaram na quarta-feira. Ainda foram treinar na quadra do Flamengo – estão em plena fase de pré-temporada, com os técnicos ansiosos por qualquer minutinho a mais em quadra para passar novos conceitos, entrosar reforços e colocar a turma em forma.
Muitos desses jogadores também certamente contam com alguns minutinhos livres para visitar pontos turísticos da cidade por conta – se o Bruce Springsteen foi curtir um rolê pelo bairro da Lapa, por que os atletas não topariam essa? Um punhado deles ao menos conseguiu ir ao Maracanã ver o Flamengo jogar.
Mas o marketing da NBA pode ser tão rigoroso quanto um treino de Tom Thibodeau, ciente do impacto que seu inédito evento no Brasil pode causar. Para reforçar, ainda vão lançar uma campanha com comerciais de TV voltada especificamente para fãs internacionais, com o lema “One Game, One Love”, inaugurada em sua série de amistosos promovidos nesta pré-temporada, envolvendo oito cidades fora dos Estados Unidos.
(Não obstante, por conta própria, ambos os clubes e muitos de seus jogadores são presença constante em redes sociais, postando fotos in loco, dando um salve geral, num nível de aproximação com o público que poucas ligas conseguem emular.)
Há quem veja isso tudo como “coisa do capeta”, pensando que talvez o esporte pudesse sobreviver por conta própria, sem ações comerciais que lhe viabilizassem financeiramente. Em 2013? Sem chance.
Um jogo de pré-temporada entre quaisquer clubes pode ser divertido para um país que nunca viu esse tipo de atleta de perto. Inegável. Mas poder ver de perto as estratégias de ocupação da turma de David Stern é o que impressiona mais e fica de modelo.