Scola reforça ainda mais o banco do Indiana Pacers, seu terceiro clube na NBA
Giancarlo Giampietro
Bem, essa já não é tão discreta, né?
Pelo menos não para nós brasileiros, que sabemos bem dos truques e truques de que um Luis Scola é capaz. Agora ele vai oferecer suas habilidades para o técnico Fran Vogel, em Indiana. O banco do Pacers, seu (grande) ponto fraco da equipe nos últimos playoffs, fica ainda mais forte.
Segundo a mídia americana, a diretoria do Pacers estava namorando há um tempão a ideia de contratar Scola. As negociações esquentaram na semana passada, até que Larry Bird concordou em ceder um pouco mais ao Phoenix Suns para fechar o negócio.
O clube do Arizona, em plena reconstrução, recebeu em troca o ala Gerald Green, o pivô Miles Plumlee e uma escolha de primeira rodada no próximo Draft da NBA, considerado por 100 em 100 especialistas como um dos mais fortes desde 2003 (ano de LeBron, Melo, Wade, Bosh e Darko).
O argentino, Bird já anunciou, chega para ser o reserva imediato de David West. Difícil encontrar um time com alas-pivôs tão talentosos assim na rotação – clique aqui para ver uma detalhada comparação estatística entre os novos companheiros –, embora possamos dizer o mesmo sobre “ala-pivôs nada atléticos”.
Acontece que essa ressalva, sinceramente, pouco importa neste caso. West e Scola não vão castigar tanto o aro ou incomodar seus adversários com tocos, mas têm muito fundamento, inteligência, força e coração para batalhar no garrafão. Dificilmente os dois poderão ficar juntos em quadra, mas ter Scola no elenco se torna um grande luxo, dando a Vogel a chance de regular os minutos de seu titular.
No fim, o Indiana está inserindo Scola no papel que coube a Tyler Hansbrough nos últimos anos. Difícil até de quantificar o que representa essa evolução. Tudo de rebote que a equipe estaria perdendo numa troca do Psyco-T por Chris Copeland acaba zerado agora.
A presença do craque sul-americano também reforça, desta maneira, indiretamente a rotação exterior, já que Copeland pode ser aproveitado como um reserva de Paul George. Caso Danny Granger esteja em forma, os minutos desse cestinha ficariam bem limitados, mas Vogel só teria o que agradecer ao seus dirigentes – tendo um jogador de bom nível como o décimo ou 11º jogador de sua rotação. Dando tudo certo, as coisas ficariam assim:
– George Hill, CJ Watson, Donald Sloan.
– Lance Stephenson, Orlando Johnson.
– Paul George, Danny Granger, Solomon Hill.
– David West, Luis Scola, Chris Copeland.
– Roy Hibbert, Ian Mahinmi.
(Pensem que atletas como G. Hill, Stephenson, George, Granger, S. Hill e Copeland podem fazer múltiplas funções em quadra, aumentando consideravelmente as alternativas para a comissão técnica.)
Se Copeland e CJ Watson não valeram tantas manchetes, com Scola a história fica diferente.
Erik Spoelstra, Tom Thibodeau, Mike Woodson e (?) Jason Kidd certamente já estão avisados.
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O que o Phoenix Suns está ganhando nessa?
(Fora o aumento de confiança na capacidade do novo gerente geral Ryan McDonough…)
O mais importante é a escolha condicional do próximo Draft. A escolha ficará com o Pacers caso eles falhem em se classificar para os playoffs. Algo inimaginável. E, ok, se eles forem para os mata-matas, é bem provável que o clube do Vale do Sol vá ganhar nessa um “pick” por volta da 25ª posição. Historicamente, poucos talentos de primeiro nível são aproveitados nessa altura. Mas há bons valores, de todo modo, para serem descobertos, assim como o ala-armador Archie Goodwin, extremamente promissor, apenas o 29º do recrutamento de calouros.
De resto, não é muita coisa. Mas, para um time processo de remodelação, quanto mais jogadores diferentes para se avaliar, melhor. Com o plantel do campeonato passado é que eles não poderiam ficar.
Gerald Green já tem 27 anos. O tempo passa. McDonough estava no estafe do Boston Celtics que escolheu o atlético ala no Draft de 2005, quando saiu direto do colegial para a grande liga, ainda adolescente.
O jogador era muito cru tecnicamente, pouco maduro fora de quadra também e naufragou, passando ainda por Minnesota Timberwolves, Houston Rockets e Dallas Mavericks até ser forçado a continuar com sua carreira fora dos Estados Unidos. Passou pela China, pela Rússia, voltou para a D-League e, no fim da temporada 2011-2012, era novamente um jogador de NBA, fazendo uma campanha decente pelo New Jersey Nets (18,4 pontos numa projeção por 36 minutos, 48,1% nos arremessos, 39,1% de três, em 31 jogos). Que bela história! Green havia encontrado seu rumo, enfim! E o Pacers pagou para ver, e não deu muito certo: sua pontaria despencou, sua disciplina defensiva também não condizia com o esperado e, nos playoffs, teve apenas 11,7 minutos. O Suns espera que, num sistema ofensivo mais agressivo, ele possa render mais, ainda que sua posição não seja garantida. Há minutos para serem conquistados, mas tudo vai depender de um jogador muito talentoso, mas bastante inconsistente.
Plumlee é o irmão mais velho dos Irmãos Plumlee (conte aí o calouro Mason, recém-escolhido pelo Nets e o caçulinha Marshall, que ainda joga por Coach K em Duke). Não sei se a gente precisa acrescentar algo depois disso, né? Os Irmãos Plumlee!
Mas, ok, não vamos nos contentar com essa futilidade. Miles é mais um jogador extremamente atlético, especialmente para alguém do seu porte (2,11 m e 115,7 kg), com boa impulsão e agilidade, além de forte. Apesar dos quatro anos sob a tutela de Krzyzewski, ainda é visto como um jogador em desenvolvimento. O que, no caso, é um pouco estranho, considerando que, apesar de partir apenas para sua segunda temporada, já tem 24 anos. Vai ter de mostrar serviço nos treinos a Jeff Hornacek se quiser se intrometer numa rotação com Marcin Gortat, os gêmeos Morris e, talvez, o ucraniano Alex Len, quinta escolha do Draft, mas que vem de cirurgias em ambos os pés.