Mídia de Boston já questiona Fabrício Melo com apenas nove minutos de jogo
Giancarlo Giampietro
''Ai, Fabrício.''
''Oh, Fab Melo.''
O pivô brasileiro jogou nove minutos – foram 8min57s precisamente, tá? – em sua estreia na pré-temporada da NBA, em derrota do Boston Celtics para o Fenerbahce, em Istambul, e já começou a ser questionado pela exigente mídia que cobre a franquia mais vitoriosa da liga norte-americana.
Não consegui ver a partida, mas aparentemente o mineiro de Juiz de Fora errou uma bandeja no segundo tempo sem nem mesmo conseguir fazer a bola tocar no aro. Bota nervosismo aí. Foi apenas seu primeiro jogo pela equipe – os da Summer League não contam, pois Garnett, Pierce, Rondo e os demais não estavam lá.
Esse é um lance drástico, claro, que provaelmente já virou um GIF antes de este post ser publicado. Pode causar espanto, mas só para os mais desavisados.
Seguinte: Doc Rivers já havia avisado que Fabrício seria um projeto de longo prazo para seu clube. Para aqueles que estavam esperando que ele chegaria com autoridade, pronto para ser o xerife ao lado de Kevin Garnett, pode recuar enquanto é tempo. Basta moderar as expectativas.
Fabrício tem um contrato de jogador de NBA, mas ainda está longe do nível técnico e tático exigido para competir em alto nível. O que ele oferece por enquanto é seu ágil corpanzil e algumas habilidades cruas (bom senso para cobertura defensiva, passes adequados e um tiro de média distância que vem evoluindo).
Vai precisar de paciência com seu desenvolvimento, e isso só vai acontecer com ele em quadra. Primeiro para se habituar a jogar com adversários e companheiros muito mais tarimbados e, em alguns casos, muito mais fortes e atléticos. Segundo para quebrar o nervosismo – lembrando que tudo ainda é muito novo para qualquer calouro, especialmente para alguém que começou tarde no esporte.
Daí para mostrar o quão surreais eram os pedidos de convocação do mineiro para a Seleção Brasileira. Se ele se apresentasse como atleta convidado, para ganhar cancha com os mais rodados, seria uma coisa. Chegar para jogar, com vaga garantida? Outra história, rapaziada.
O bom é que, da próxima vez que esse assunto entrar em pauta, em 2013, se ele conseguir evoluir com seus treinadores de Boston e, eventualmente, na D-League, aí, sim, Fabrício teria muito mais chances de se impor desta maneira.