Jogadores para marcar de perto na próxima temporada da NBA: Andrei Kirilenko
Giancarlo Giampietro
Já não é segredo para ninguém a cotação que Andrei Kirilenko tem no QG 21 é alta, bem alta. Não são muitos os jogadores que conseguem causar tanto impacto numa partida sem nem mesmo ter a bola em mãos.
Geralmente, ao assistir a qualquer pelada, nossos olhos costumam seguir a bola de um lado para o outro, para cima e para baixo, não? Normal. Acontece que, ao mesmo tempo, tem muito mais coisa acontecendo. Existe a movimentação de outros oito atletas – julgando que a bola esteja marcada, claro. Corta-luzes do lado contrário, fintas pelas costas dos marcadores, agarrões, pancadas, o bicho pega, mesmo. E Kirilenko dá um trabalhão nessa confusão toda, tanto no ataque como na defesa.
Especialmente na retaguarda: ele usa de velocidade, impulsão e envergadura para distribuir tocos na cobertura e romper a linha de passe diante de adversários mais desatentos. No ataque, consegue se esgueirar em meio aos marcadores para aparecer livre próximo ao aro. Não são tarefas tão simples assim, ou exercícios aos quais todo atleta gosta de se dedicar.
Vem daí a explicação para algumas de suas métricas anômalas, como os 3,3 tocos por jogo que lideraram a temporada 2004-2005 da NBA, por exemplo. No geral, em sua carreira, ele é dos poucos que sustenta um rendimento de 2 tocos e 1,4 roubo de bola por embate. Aí você soma as 2,8 assistências, os 5,6 rebotes e os 12,4 pontos para ter, sim, um atleta bastante singular, capaz de fazer bem um pouco de tudo.
Em seus últimos anos de Utah Jazz, o russo era visto com desconfiança, para dizer o mínimo, pela dupla Deron Williams e Carlos Boozer. Juravam que o companheiro já não estava mais nem aí para nada, apenas cumprindo seu contrato em piloto automático. De modo algum vimos essa figura supostamente apática em 2011-2012. Depois de cumprir uma temporada excelente na Europa pelo CSKA Moscou e pela seleção russa nas Olimpíadas, o AK-47 – por mais infame que seja o apelido, ele combina demais com o ala – tem como desafio agora repetir esse rendimento num campeonato mais desgastante diante de competidores muito mais atléticos, aos 31 anos.
Se Kirilenko conseguir render pelo Minnesota Timberwolves do modo como atuou na Rússia, Kevin Love tem grandes chances de, enfim, sorrir nos playoffs.