Contrato com Scott garante ao Rockets direitos sobre o brasileiro na D-League da NBA
Giancarlo Giampietro
O Houston Rockets acredita no potencial de Scott Machado.
Que sabichão, né? Mas claro que acredita, então por que daria um contrato de três anos para o armador se fosse outro o caso?
Ok, anotado.
Agora… Sabe também o que está por trás desse contrato assinado? Que, caso Daryl Morey não consiga limpar seu elenco e tenha de dispensar o nova-iorquino antes do início da temporada, esse vínculo, mesmo que desfeito, garante que ele pertencerá a sua franquia afiliada na D-League, a liga de desenvolvimento da NBA.
Isto é: ao participar do training camp com o Rockets, se não seguir no clube, o brasileiro se torna um jogador exclusivo do Rio Grande Valley na D-League. Ao que tudo indica, seria o caminho escolhido pelo atleta mesmo, em vez de tentar a Europa.
Não seria o fim do mundo. Os salários na liga menor são bem menores que o que se paga na NBA, os atletas andam de busão para cima e para baixo, em cidades bem menores, nada de glamour, mas ao menos Scott ainda estaria sob a alçada do Rockets.
Sediado em Hidalgo, ainda no Texas, o Rio Grande Valley Vipers não pertence ao milionário Les Alexander, mas o departamento de basquete é controlado pelo estafe do Rockets desde 2009. A equipe antes era dividida com outras franquias – Cavs e Hornets –, como ainda acontece com a maioria dos times da liga de desenvolvimento.
As operações entre os dois clubes estão intimamente ligadas. Por exemplo: Chris Finch, técnico da Grã-Bretanha em Londres-2012, foi o comandante do Vipers até 2011 e acabou promovido a assistente de Kevin McHale na última temporada. Ele, na verdade, está muito bem cotado a suceder McHale quando chegar a hora.
Então qualquer progresso que Scott fizer será levado em cona, será informado imediatamente a Morey e comissão técnica.
Um ponto importante também: qualquer jogador do Vipers pode ser chamado por qualquer time da NBA a qualquer momento durante a temporada. Ser o time do Rockets não implica que ele só possa ser usado pelos texanos. Foi o que aconteceu com o armador CJ Watson, aliás: ele começou sua carreira na liga principal pelo Golden State Warriors, antes de ser contratado por uma boa grana pelo Bulls. Por outro lado, é mais natural que o próprio Rockets faça a convocação, como no caso dos armadores Will Conroy, Garrett Temple e o ala Mike Harris – os três, porém, ainda estão no ritmo de bate-e-volta, circulando, em busca de uma vaga definitiva.
Fechando, uma curiosidade: “Rio Grande” não seria um termo tão estranho, no fim, ao torcedor colorado Scott Machado, considerando que sua família tem origens gaúchas, né?
Vamos aguardar.