Popovich aposta alto em Kawhi Leonard e sinaliza confiança em Splitter
Giancarlo Giampietro
Falamos agora há pouco por aqui dos gostos musicais impressionantes de Gregg Popovich, revelados num giro de respostas a internautas torcedores do Spurs. Ok, mas no que ele se vidra, mesmo, é no basquete, pombas.
E o que saiu de mais interessante nessa “entrevista coletiva” a respeito do clube texano, que teve a melhor campanha da última temporada regular, mas acabou tomando uma virada atordoante do Thunder na final do Oeste?
Sobre Tiago Splitter, já vai. Antes, o que chamou mais a atenção: sua admiração pelo ala Kawhi Leonard, um dos melhores novatos do campeonato passado. Popovich está apaixonado pelo cara.
“Acho que ele vai ser uma estrela. À medida que o tempo passar, ele vai ser a cara dos Spurs, eu acho. Ele é um jogador especial nos dois lados da quadra. Ele quer ser um jogador. Digo, um ótimo jogador. Ele chega cedo, fica até tarde, é fácil de ser treinado, ele é como uma esponja. Quando você considera que ele só teve um ano de universidade e nem passou por nosso training camp ainda, dá para enxergar que ele vai ser um cara diferente.”
Opalelê.
Só uma correção: Leonard jogou por dois anos por San Diego State, mas brilhou mesmo apenas no segundo ano. Talvez seja isso o que Popovich queira dizer.
O ala de fato foi uma bela surpresa pelo Spurs. Estava tão confortável como titular da equipe, desde o início. Foi bastante eficiente, acertando 49,6% de seus chutes de quadra, com 7,9 pontos por jogo em 24 minutos. Tem braços e mãos enormes, é atlético, joga duro e tem realmente um ótimo potencial, com 21 anos apenas.
Está anotado, então.
Leonard só vai ter de amarrar bem o cadarço para bancar essa.
* * *
Sobre Splitter não houve nenhuma pergunta específica, mas o treinador citou o brasileiro e DeJuan Blair numa resposta para tentar situar o Spurs na próxima temporada depois das contratações que Miami Heat e, principalmente, Los Angeles Lakers fizeram. “O que os outros times fazem não podemos controlar, então vamos nos preocupar em incorporar Kawhi no programa já que ele não está aqui há muito tempo. O mesmo vale para Boris (Diaw), Patty (Mills). Esperamos evolução de Danny Green e trabalhar com nosso grandalhões. Acho que Tiago e DeJuan Blair vão ter temporadas muito boas para nós.”
Foi isso. Não é muita coisa, ok, mas é alguma coisa.
Importante lembrar aqui que Splitter já havia jogado muita bola no último campeonato, evoluindo praticamente em todas as estatísticas – apenas em rebote ele estacionou e, em termos de desperdícios de bola, cometeu mais erros. Mesmo os lances livres haviam subido, não se esqueçam: de 54,3% para 69,1%, um salto considerável. Em suma: ele teve apenas 19 minutos por jogo, mas aproveitou cada segundo em quadra ao máximo.
O problema, claro, é o que aconteceu nos playoffs. Nos mata-matas, seus números despencaram e foram inferiores até mesmo aos de seu primeiro ano pelo Spurs. O pivô teve sua confiança minada quando Scott Brooks resolveu explorar sua deficiência nos lances livres, fazendo faltas sem parar no brasileiro. A coisa descambou com aquele esculacho que tomou de Popovich na lateral da quadra em uma derrota crucial em Oklahoma.
Aparentemente, são águas passadas para o técnico.
Seria mais interessante, no entanto, se pudéssemos trocar “Kawhi Leonard” por “Tiago Splitter” na manchete lá em cima.