Doc Rivers confirma Fabrício Melo como um “projeto” do Celtics
Giancarlo Giampietro
Ao avaliar o desempenho dos três calouros do Boston Celtics durante nas ligas de verão da NBA, o técnico Doc Rivers foi bem sucinto ao falar sobre o pivô Fabrício Melo: ''Fab é apenas um projeto hoje e acho que ele será um jogador nesta liga em algum ponto. Não sei se vai ser no próximo ano. Pode ser''.
Veja bem. Esse é o treinador do Celtics, procurando minimizar qualquer expectativa em torno do brasileiro para o próximo campeonato, ciente de que vai ser difícil aproveitar o jogador em seu ano de calouro. Por isso é preciso (muuuita) calma também na hora de pedir o rapaz na seleção brasileira a cada convocação. Tem hora para tudo.
Por sorte de Fabrício, seu clube foi dos poucos que colocou a equipe de verão em ação tanto na Summer League de Orlando como na de Las Vegas, podendo disputar dez partidas. Pertinho do castelo da Disney, ele teve média de 15 minutos por jogo. Na cidade da jogatina, foram 17. A média de pontos subiu de 1,8 para 4,0 de um evento para o outro, enquanto a de rebotes caiu de 4,8 para 3,2.Em tocos, foi de 1,0 para 1,2. O aproveitamento de arremessos variou de 28,6% para 53,3%.
O pivô deu mostras de seu potencial. Movimentou-se com agilidade pela quadra, deu bons passes, protegeu o aro e matou seus chutes de média distância facilidade maior do que o esperado. Mas também deixou claro que ainda falta muito o que desenvolver em seu jogo: sua defesa no mano-a-mano é deficitária – em Syracuse, Jim Boeheim sempre investiu mais em marcações por zona – e seus movimentos ofensivos ainda são bem limitados, por exemplo.
''Este é apenas o sexto ano do Fab jogando, mas ele está melhorando a cada pedido de tempo. Seu condicionamento também está melhorando'', afirmou Tyronne Lue, armador que um dia já perseguiu Allen Iverson nas finais da NBA pelo Lakers e foi o treinador principal da equipe de verão do Celtics. ''Acho que em Syracuse eles jogavam com defesa por zona o tempo todo, então ele poderia apenas ficar parado no meio do garrafão. Mas aqui você tem de subir, se apresentar em cima da bola e depois tem de recuperar seu lugar na rotação defensiva. Você, então, tem de tomar uma decisão, e há diversas coisas para se fazer. Acho que seu ritmo e condicionamento é um fator, mas ele vai ficar bem.''
Quando escolheu o mineiro de Juiz de Fora, o Celtics sabia o que estava contratando. É provável até que Fabrício passe um tempo na D-League, ainda mais que, na temporada 2012-2013, o clube afiliado Maine Red Claws passa a ser exclusivo da franquia que mais títulos venceu na NBA.
Danny Ainge e Rivers vão abordar seu desenvolvimento com paciência, enquanto Jared Sullinger, o outro novato de garrafão da equipe, já está pronto para batalhar de cara. Enquanto isso, cada dia na liga vai servindo realmente como uma lição para o pivô. Com o que aconteceu na semana passada: a poucos minutos de iniciar um confronto com o Sacramento Kings em Las Vegas, o armador E'twaun Moore e o pivô Sean Williams, com quem havia dividido a quadra por quase um mês, foram puxados de canto no ginásio para serem informados de que não jogariam. Eles haviam acabado de serem trocados para o Houston Rockets.