Os ajustes de Varejão, a defesa de Alex, os passes de Nenê: começa bem a seleção
Giancarlo Giampietro
Por motivos de razão conjugal – sacumé… –, atrasamos por toda a eternidade de um dia nossas notinha sobre a vitória do Brasil de Magnano sobre a Grécia.
(É legal escrever Brasil de Magnano, né?)
Depois de visto o VT nesta sexta, vamos lá:
– Repararam como o Anderson Varejão se sente muito mais confortável no ataque quando joga de verde e amarelo? Rebobine e tente achar algum clipe da Copa América de 2009, com Moncho, e confirmarás. Em Cleveland, o pivô teve mais liberdade na última temporada, mas dificilmente está livre, leve e solto com a bola nas mãos. Pela seleção, uma subta transformação. Ele corta com e sem a bola para o aro, gira, improvisa bandejas etc. Uma beleza. Sua agressividade defensiva é traduzida do outro lado.
– Por outro lado, Varejão teve alguma dificuldade para conter o ala-pivô Georgios Printezis, que vive a melhor fase de sua carreira, diga-se. Mais ágil, combativo, igualmente energético, o jogador que fez a cesta do título da Euroliga pelo Olympiakos anotou dez pontos no quarto inicial do amistoso, se desgarrando facilmente do capixaba. A defesa é o forte de Anderson, mas nos últimos anos ele vem jogando muito mais como um “5”, cobrindo adversários mais fortes e pesados. No mundo Fiba, ele vai lidar com gente um pouco menor, que flutua bem mais. Isso vai pedir uma revisão de cacoetes do brasileiro. Natural, ainda mais para quem ficou tanto tempo inativo.
– Nenê sempre teve o passe como uma de suas habilidades mais subestimadas – lembram quando George Karl até implorava para o pivô ser um pouco mais egoísta? Varejão vai se cansar de fazer bandeja e ganchinho próximos ao aro, atento que está à assistências do companheiro. Os alas também devem ficar atentos quando cortam pelo garrafão.
– Foi bem divertido acompanhar Alex perseguindo Vassillis Spanoulis no primeiro tempo em São Carlos. É um páreo duro acompanhar o escolta grego, mas para o ala de Brasília isso não representa nenhum problema. Dá para dizer que ele até gosta. O veterano desfruta de uma situação bem cômoda no NBB, enfrentando pouca resistência. De qualquer forma, não deixa de ser uma pena que ele não esteja numa Euroliga, combatendo a cada rodada, tal como fez pelo Maccabi anos atrás. (PS: no quarto período, foi a vez de Larry cuidar bem do astro grego).
– No terceiro quarto, o garoto Raulzinho teve muitos problemas para encarar a marcação sob pressão oponente, especialmente com Nick Calathes fungando sem parar. Houve uma sequência em que ele cometeu três turnovers seguidos, resultando em contra-ataques para os gregos.
– O confronto com a Grécia apresentou também uma realidade bem diferente ao Brasil de Magnano (hehehe), comparando com o que vimos diante de nigerianos e kiwis. Contra um time mais estruturado, com cinco armadores/escoltas acima da média, a agressiva defesa brasileira forçou menos erros e pontuou menos em cestas fáceis. Mas não se avexem: o time elevou seu padrão ofensivo e venceu uma equipe de primeiro escalão, mostrando que tem mais recursos e opções para se impor.
– A Grécia é um grande time, mas perde muito sem Dimitris Diamantidis e os 15, 20 minutos de pancadaria com o Baby Shaq Sofoklis Schortsanitis.
PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre a seleção brasileira em sua encarnação passada