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Arquivo : Mark Cuban

Mark Cuban contra… o Mark Cuban Mutante Russo!
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Giancarlo Giampietro

Mikhail Prokhorov em Londres

Se Prokhorov quiser comprar uma ponte só para ele em Londres, vai fazer. Não tem jeito

Quando o Dallas Mavericks passou a limpar terreno, praticamente se declarando publicamente pelo Deron Williams, sabíamos que algum magnata iria sofrer de um modo ao qual não estava acostumado.

Ou Mark Cuban, o emblemático dono do Mavs, ou Mikhail Prokhorov, o Mark Cuban Mutante Russo dono do Brooklyn Nets, então empregador do armador. Vantagem, então, para aquele que luta kickboxing.

Para cortejar Deron – inicialmente Dwight Howard e Chris Paul eram para estar livres, mas ambos optaram por adiar suas entradas no mercado –, o clube texano decidiu implodir seu time que mal havia conquistado um campeonato tão sofrido. Jogaram uma campanha toda pelo ralo na esperança de reconstruir seu elenco e ser competitivo num mundo, teoricamente, bem diferente, de acordo com as novas regras trabalhistas da liga. “Se eles (Nets e outros times) gastarem em contratos ruins, particularmente contratos assinados de acordo com as regras anteriores (alô, Joe Johnson), então não importa o quanto você vai gastar, não vai dar certo.”

Cuban se defende desta forma: “É  melhor perder o jogador certo do que assinar o jogador errado”, vem repetindo como mantra, desde que permitiu que Tyson Chandler, JJ Barea e outros fossem embora. Só não contava perder o Jason Kidd também. Ou não importa?

Mark Cuban, dono do Dallas MavericksO problema para Cuban é que para o russão bilionário, um dos homens mais ricos do mundo (meeeesmo), não há acordo administrativo que o impeça de investir e conquistar. Se ele tiver de pagar US$ 100 milhões em taxas e achar isso divertido, vai fazer. Principalmente agora com as eleições em seu país bem distantes, seu clubinho de NBA parece ter atraído sua atenção novamente. Aí segura.

Estamos falando de um sujeito que, só na quinta-feira passada, lucrou US$ 26,37 milhões com seus investimentos. Compreende? São US$ 26,37 milhões só de um dia, que é o bastante para pagar o salário de uma temporada de Deron, sobrando dinheiro ainda para Mirza Teletovic. Muita grana, e não há previsão que esse panorama mude tão cedo.

Não deixa de ser irônico. No final dos anos 90, início dos 00, Cuban era visto como o vilão gastão da história. Agora não consegue lidar com sua versão mutante russa.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Prokhorov em sua encarnação passada.


Mesmo sem KGB, segue a guerra fria por Steve Nash
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Giancarlo Giampietro

Quando Deron Williams divulgou sua decisão, de modo bem mais tímido que LeBron James, apenas com um logo bem tosquinho do Brooklyn Nets via Twitter, foi pura lamentação aqui no QG 21.

Mas não pelo fato de termos aversão ao Mark Cuban Mutante Russo ou por torcer mais para o Mark Cuban de verdade e seu Mavs. O chororô foi mais porque a piada ia levar menos graça.

Queríamos falar da guerra fria travada entre algumas franquias por Steve Nash. Sem o Nets na parada, não daria para meter a KGB de Mikhail Prokhorov na história.

Steve Nash

Steve Nash, de saída do Suns

Agora, com essa enrolação toda, ao menos conseguimos passar a meia-piada.

Então, como íamos dizendo… A guerra fria. Que rola entre Knicks e Raptors pelos serviços do armador canadense, surpreendentemente desprezado pelo Phoenix Suns.

Tá certo que o clube do Arizona precisa se renovar, retomar o rumo após aparentemente buscar o genocídio de seu time nos últimos anos. Aos 38 anos, no entanto, Nash ainda era seu melhor jogador, sem dar sinais de que estava diminuindo a velocidade. Se tivesse melhores cestinhas ao seu lado, poderia voltar ao topo no Oeste, era a crença.

Não foi o que pensaram e, antes mesmo de o mercado se abrir, o canadense já deixava escapar que havia compreendido o recado e que talvez sua época de Sun havia chegado ao fim, mesmo. E aí que Raptors e Knicks se animaram todos.

Por razões óbvias,no caso da franquia canadense. Para os nova-iorquinos, pode ser mais difícil de entender, considerando aquele sino-asiático que dominou o mundo por duas semanas só há alguns meses, mas o fato é que eles investiram para ter Nash, sim – ele seria o mentor de Lin e colocaria Amar’e Stoudemire para cravar todas novamente.

Acontece que Bryan Colangelo não ia deixar isso barato, não. O Knicks já havia lhe roubado Mike D’Antoni um tempo atrás. Agora queria surrupiar o Nash? Tá de sacanagem?

Pois o manda-chuva do Raptors deu um golpe daqueles. Mandou uma proposta absurda para o ala Landry Fields, xodó de Spike Lee, que deve ter caído como uma bomba no Garden. Muito menos pelo status cult de Fields, do que pelas possibilidades de negócio que os Bockers tinham para contratar Nash.

Bryan Colangelo

Bryan Colangelo

Grana por grana, Toronto tinha mais disponível para oferecer. O clube de Manhattan precisava, então, encontrar outros meios para elevar sua proposta e reduzir uma diferença de até US$ 8 milhões para convencer Nash a ficar na cidade para andar de skate não só em suas férias. Uma opção seria dar um aumento para Fields, outro agente livre, e repassá-lo para o Arizona. Agora, com a oferta canadense em mãos, suas opções ficaram bem limitadas. A não ser que queiram incluir o promissor Iman Shumpert no negócio. Oh-oh.

Foi uma cartada ousada e caríssima por parte de Colangelo, que ofereceu algo em torno de US$ 19 milhões para o ala que pode nem ser titular do Raptors na próxima temporada. Se eles querem tanto o Nash assim, talvez o retorno comercial de contar com o canadense valha a pedida.

Mas não está garantido, de modo algum, que o armador vá retornar para casa. Já tem boato indicando que o Lakers se mostra interessado. O Dallas também poderia mandar um telegrama, agora que ficou sem Deron. O Suns, vai saber?

Agora podem tirar a KGB dessa parada. Só no caso de Nash, claro.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Steve Nash em sua encarnação passada.