Vinte Um

Capacidade de chute de Benite faz falta ao ataque da seleção

Giancarlo Giampietro

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Por Rafael Uehara*

Em 15 minutos com Vitor Benite em quadra, a seleção brasileira bateu a Argentina por sete pontos. Nos 35 minutos em que ele esteve no banco, o déficit foi de 11 pontos, o que resultou na derrota de 111 a 107, que muito provavelmente impedirá que a seleção avance à próxima fase, uma vez que a seleção espanhola atropelou a lituana no jogo seguinte.

Benite é hoje um dos melhores chutadores do planeta. Acertou apenas quatro tiros de três pontos em quatro jogos, mas, assim como tem acontecido no caso de Guilherme Giovannoni, sua mera presença em quadra alarga a defesa e permite a seus companheiros mais espaço para trabalhar. De acordo o site RealGM, com Benite em quadra a seleção tem marcado em média 115,6 pontos a cada 100 posses de bola.

É uma pena, porém, que o ex-flamenguista seja abaixo da média em quase todos os outros quesitos, ao menos contra esse nível de competição. Com a bola nas mãos, ainda consegue criar alguma coisa quando a recebe já com a defesa fora de posicionamento. Dificilmente chega à cesta e não cava muitas faltas, mas é também um atirador certeiro de meia distância após o drible.

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Porém, contra uma defesa armada, Benite não vem se mostrando uma opção para criar. Fica mais difícil ainda quando está pressionado pelo relógio, o que é mais viável para Marquinhos e Alex, principalmente devido à suas habilidades de jogar de costas pra cesta contra alas mais fracos.

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Benite é também abaixo da média no setor defensivo, onde não tem porte físico para se manter à frente de oponentes no um contra um, gerar roubos de bola, ou fazer muita diferença em rotações. Sua estatura se torna um problema na hora de pensar nos rebotes defensivos. Com ele em quadra, a seleção tem permitido em média 108,4 pontos a cada 100 posses de bola do adversário. Ainda assim, o saldo é positivo, devido ao efeito que causa no ataque.

Na hora de montar uma rotação, qualquer treinador vai ter de avaliar os pontos positivos e negativos de cada um de seus 12 jogadores e decidir de que maneira eles podem se encaixar.  Se for se apegar às suas limitações, é de se entender porque Magnano não deu a Benite papel maior nessa rotação. Técnicos, em geral, quase sempre dão preferência aos defensores que têm dificuldade no tiro do que aos atiradores que dificuldade na marcação.

Porém, considerando que o que essa seleção tem sentido mais falta neste #Rio2016 é um tiro de longa distância consistente (aproveitamento de apenas 30,9% em 81 tentativas), que estresse os adversários e facilite as coisas para os jogadores mais criativos com a bola, é de se argumentar que Magnano não tem feito a análise custo-benefício correta, especialmente considerando que esse grupo proporciona opções para assimilar o chute de Benite em uma escalação de forma que o impacto de seus defeitos sejam minimizados.

*Rafael Uehara edita o ''Basketball Scouting''. Seu trabalho também pode ser encontrado nos sites ''Upside & Motor'' e ''RealGM'', como contribuidor regular. Vale segui-lo no Twitter @rafael_uehara.

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