Vinte Um

Kyle Hines, o diminuto xerife da defesa do bicampeão Olympiakos na Euroliga

Giancarlo Giampietro

Kyle Hines decola

No segundo andar, toco de Kyle Hines

Há quem jure que Charles Barkley não passava nem do 1,95 m de altura, embora ele fosse listado com 1,98 m. Foi um dos melhores de sua posição que a NBA já viu.

Esse seria também o tamanho ''oficial'' do ala-pivô Kyle Hines, um jogador instrumental no bicampeonato da Euroliga pelo Olympiakos. E pouco importa um centímetro a mais ou, principalmente, a menos. Mas que impressiona, ô se impressiona: o norte-americano é um gigante na defesa.

Sério. Você olha Hines em ação e duvida realmente que ele tenha a altura de Kobe Bryant.

(Há algumas razões para tanto: por ser extremamente forte e compacto – daqueles que pode ser chamado de ''tanque'' sem o menor problema –, pode ser que ele aparente ser mais baixo, mesmo; além disso, ele se debate diariamente com grandalhões de 2,10 m para cima… Então tudo pode ser uma questão de ponto de referência. Vai saber. Só não confie 100% nos registros oficiais. Os jogadores e clubes roubam a toda hora.)

Quase um nocaute técnico

Hines, um tampinha pronto para o choque no garrafão

Em um primeiro momento, quando esse fenômeno atlético sai do banco, o torcedor desavisado provavelmente vai supor que se trata de um ala-armador, alguém para produzir no perímetro, longe da cesta. E, de repente, lá está o sujeito posicionado debaixo da tabela, sendo muitas vezes a última linha de defesa do Olympiakos, dando conta do recado. Com impulsão vertical fora do comum, vigor físico, determinação e competência.

Em sua carreira na Euroliga, tem média de mais de um toco por jogo. Isso sem contar as diversas ocasiões em que suas contestações alteram por completo o arremesso, bandeja ou uma iniciativa de enterrada abortada, intimidando os adversários. Apanhou seis rebotes por partida nesta temporada, e dá um trabalhão para ser contido na tábua ofensiva.

Se ele teria chance na NBA? Difícil dizer. Na Europa, Hines, 26, é um jogador (bem) acima da média atleticamente, peitando até o Baby Shaq (veja no vídeo abaixo). Nos Estados Unidos, correria o risco de ser apenas mais um. O que não o torna um jogador menos especial.

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Até o penúltimo ano de colegial nos EUA, Hines media (oficialmente) 1,70 m. Quando se apresentou para a última temporada na escola Timber Creek, apareceu 25 centímetros mais alto. Ufa, né? Porque ala-pivô da altura de Nate Robinson também seria dose.

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Formado na universidade de North Carolina, mas não a tradicional, e, sim, sua filial de Greensboro, Hines não foi draftado em 2008, mesmo sendo apenas o sexto jogador a acumular 2.000 pontos, 1.000 rebotes e 300 tocos em sua carreira na NCAA, atrás de, vejam, Alonzo Mourning, David Robinson, Tim Cuncan, Pervis Ellison e Derrick Coleman.

Como profissional, foi direto, então para a Europa. Fez sucesso pelo Veroli Basket, sendo eleito o melhor jogador da Lega Due, segunda divisão italiana, bastante forte. Depois, brilhou pelo Brose Baskets em 2010-2011 (campeão da Copa e da liga nacionais) até chegar ao Olympiakos.