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São José agora encara maratona em calendário apertado após empatar semifinal
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Giancarlo Giampietro

Laws em ação pelo São José

Calma, São José, que a corrida só está na metade

No ano passado foi o Pinheiros. Agora é o time São José que tem de encarar a maratona quem um calendário apertado pode oferecer. A equipe de Régis Marrelli voltou a vencer Bauru nesta segunda-feira, por 92 a 79, e forçou o quinto jogo da série semifinal pelo Campeonato Paulista.

E sabe para quando ficou essa quinta e derradeira partida? Inicialmente, está prevista para o dia 8 de novembro. Daqui a dez dias. Se não estivesse fazendo tanto, mas tanto calor no estado, daria para dizer que o confronto esfriaria um bocado.

Essa espera fica por conta da viagem que o clube do Vale do Paraíba tem de fazer para a Venezuela, com a missão de fechar a primeira fase da Liga Sul-Americana em confrontos do Grupo D da competição continental. Murilo, Fúlvio e cavalaria embarcam para o norte do continente já nesta terça de manhã, para encarar o Libertad Sunchales e o local Tiburones de Vargas. Jogos de quinta-feira a sábado.

“Está  sendo jogo dia sim, dia sim. E o ‘dia não’ é uma viagem de seis horas de ônibus. Agora é superação”, afirmou o pivô Murilo ao chapa Fernando Gavini, da ESPN Brasil. Já seu treinador afirmou que “quatro jogos em cinco dias é desumano”, comentando a tabela à qual São José e Bauru foram submetidos.

É um problema grave, sim. Supostamente a FPB (Federação Paulista de Basquete) tem pouco a ver com o que decide a Abasu (Associação de Basquete Sul-Americana, presidida pelo presente de grego) em relação aos torneios continentais. Mas no mínimo falta um entendimento entre as entidades ou entre o órgão continental e a nem sempre altiva, muito menos ativa CBB (Confederação Brasileira de Brasileira), ainda mais em tempos em que o chefe de uma está concorrendo com o chefe da outra em uma eleição.

Mais alguns pontos para ponderar aqui:

1) um campeonato estadual mais enxuto também evitaria esse tipo de problema ou eventuais percalços futuros com a iminência da disputa dos Jogos Abertos do Interior em São Paulo (de 18 a 24 de novembro) e o início do NBB (dia 24), logo ali na frente, no dia 24 de novembro. Muito provável que alguma competição seja prejudicada, considerando que ainda temos a decisão do estadual pela frente;

2) os clubes participantes precisam definir melhor suas prioridades, o que vale mais, em vez de acabarem com seus atletas ao tentar disputar tudo até o fim;

3) os jogadores também parecem longe de atingir qualquer nível de organização, para se defenderem de abusos como esses.

Então lá vai novamente São José para a estrada o aeroporto, testando a força e resistência de seu elenco, sobrevivendo a dois confrontos de playoff duríssimos mesmo sem contar com dois de seus principais pontuadores – Dedé e Jefferson William, lesionados. Enquanto seu departamento técnico torce para não ser mais testado.

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Como se já não bastasse um jogo atrás do outro, a FPB ainda marcou o quarto confronto da semifinal interiorana para 16h30 de uma segunda-feira (de Brasília). Algo bizarro, seja pela nada sutil alienação a quem trabalhe em horário comercial na cidade e, por ventura, goste de ver a equipe em ação, seja pela alta temperatura (altíssima) no ginásio são-joseense sem uma refrigeração adequada. Teve casa cheia? Bem, ótimo que o público da cidade esteja tão ligado ao seu time assim – é realmente uma notícia surpreendente e agradável. Uma raridade no basquete. Mas não dá para dizer que tenha sido uma tremenda de uma sacada comercial ou esportiva, não.

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aAlém disso, a federação paulista informou nesta segunda, a 30 horas do jogo, que a quarta partida da série entre Pinheiros e Paulistano foi deslocada de terça-feira para quinta-feira, atendendo a pedido da ESPN Brasil. Mesmo porque não deve ter tido tempo suficiente para os organizadores discutirem as datas dos jogos com a TV, né? Mas também nem importa que alguém tenha se planejado para ir ao (vazio?) ginásio da capital em determinada data. Deixe de ser chato, que vá na quinta, ué. Não dá na mesma?

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Em quatro jogos, Bauru e São José já somaram 200 arremessos de três pontos. A conta é fácil, então: média de 50 chutes de longa distância por partida. Nesta segunda, foram 55, sendo 28 para os visitantes e 27 para o time da casa.

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Sem poder treinar com regularidade, ainda em busca de melhor forma e ritmo, o pivô Murilo fez sua melhor partida pelas semifinais nesta segunda, com 31 pontos e 11 rebotes, lembrando aquela arma que deu muito trabalho para as defesas no último NBB, oferecendo perigo tanto dentro como fora.


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