Vinte Um

Arquivo : Luis Scola

Mercado da NBA: Panorama da Divisão Sudoeste
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Giancarlo Giampietro

O post já vai ficar imenso, então vamos direto ao assunto. Desde a quarta-feira, os clubes da NBA começaram a oficializar os acordos que trataram nos últimos dias, em período agitado no mercado de agentes livres. Nesta quinta, resumimos o Oeste. Veja o rolou em que cada franquia da Divisão Sudoeste se meteu, ou não, abaixo:

Dirk Nowitzki

Quem vai ajudar Dirk a sorrir?

Dallas Mavericks: que fase! Mark Cuban implodiu seu elenco campeão da NBA para reconstruir outra potência mais jovem. Com a retirada de Dwight Howard e Chris Paul do mercado e a opção de Deron Williams por seguir com o Nets, Dirk Nowitzki ficou de mãos abanando por enquanto, sem uma estrela ao seu lado. E piorou, já que Jason Kidd e Jason Terry se mandaram. De modo que o Mavs se vê em uma situação delicada: não se precipitar e pagar demais por jogadores medianos e, ao mesmo tempo, montar um time minimamente competitivo para não enfurecer o craque alemão. A contratação do pivô Chris Kaman, companheiro de seleção alemã de Nowitzki, por apenas um ano, tenta equacionar esse dilema. Update: outro reforço é o armador Darren Collison, do Indiana Pacers, ao lado do ala Danthay Jones. Eles chegam em troca do pivô francês Ian Mahinmi.

Houston Rockets: operação implosão. Pai supremo da comunidade nerdística da NBA, Daryl Morey cansou de ver seu time terminar como a melhor equipe não classificada para os playoffs e abriu o balcão de negócios. Trocou Kyle Lowry e Marcus Camby, trocaria sem problemas Kevin Martin e Luis Scola, liberou Courtney Lee e optou por não atender ao que Dragic pedia. Sem armador, sonda o baixinho Aaron Brooks para um possível retorno, enquanto Scott Machado não faz sua estreia na Summer League de Las Vegas. Há quatro novatos chegando – os alas Jeremy Lamb, Terrence Jones e Royce White e o ala-pivô lituano Donatas Motiejunas – que podem nem mesmo fazer parte do elenco daqui a dois dias, dado o insistente envolvimento do time nas negociações por Dwight Howard, não importando o suposto desprezo do pivô por seu clube.

Memphis Grizzlies: pagando uma nota para Zach Randolph, Rudy Gay, Marc Gasol e Mike Conley, não deu para segurar OJ Mayo, liberado. Ainda assim, o Grizzlies conseguiu duas contratações interessantes: não só mantiveram Marreese Speights, como renovaram também com Darrell Arthur, que passou a temporada lesionado. Os dois não são dos mais badalados, mas devem ajudar bastante saindo do banco de reservas, assim como Jerryd Bayless, que chega para a vaga de Mayo.

Nando De Colo

O talentoso Nando De Colo deve enfrentar Rajon Rondo mais algumas vezes

New Orleans Hornets: Anthony Davis, Anthony Davis, Anthony Davis. O time que passou uma no controlado pela NBA tirou a sorte (acreditem) grande no draft, contratando ala-pivô badalado por 100 em cada 100 scouts norte-americanos. Tem também o Ryan Anderson chegando em troca com Orlando, uma aquisição interessante que combina com Davis. Ariza e Okafor se foram para Washington, Jarret Jack, para Oakland, aliviando a folha salarial do clube. Deste modo, não devem hesitar em segurar Eric Gordon, mesmo que o chutador diga que seu coração pertence a Phoenix. Se optarem por sua saída, Austin Rivers, filho do Doc, ganha mais espaço.

San Antonio Spurs: Tim Duncan vai renovar por mais três temporadas. Danny Green idem. Boris Diaw por mais duas – o que não é a melhor notícia para Splitter, aliás. Na dela, em seu canto confortável, a franquia-modelo da NBA vai tocando a vida em frente, tentando esquecer a decepção pelo dolorido revés na final do Oeste. Um reforço é o ala-armador francês Nando De Colo, embora não seja muito clara qual função ele teria na equipe de imediato, uma vez que a rotação parece entupida. O mesmo raciocínio valeria para uma eventual contratação do esloveno Erazem Lorbek, um dos pivôs mais caros da Europa que não toparia se sentar no banco quietinho ao lado de DeJuan Blair, alguém já bem chateado.

Veja o que aconteceu até agora nas Divisões Noroeste e Pacífico.

Leste: veja o que aconteceu até agora nas Divisões Atlântico, Central e Sudeste.


A argentina de Scola (e Ginóbili)
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Giancarlo Giampietro

Manu Ginóbili, Argentina

Ele não chegou a ficar tão distante assim de sua seleção como Nenê, mas foi um bom período também.  Quando retornou no ano passado na Copa América de Mar del Plata, houve um certo estranhamento.

Mas calma. Não é questão de ser alarmista ou querer instaurar uma crise nos nossos vizinhos. Mais que natural.

Por melhor entrosamento que desfrute com seus companheiros de geração, a distância de muitos anos lhe apresentou uma seleção um pouco diferente do que estava habituado a acompanhar. Uma seleção que jogava muito mais em função de Luis Scola do que no passado. (Embora não dê para também o fato de ter se lesionado no final da temporada da NBA, com um braço quebrado).

Ginóbili terminou o Pré-Olímpico com 15,8 pontos, 4,0 assistências e 3,0 rebotes. Scola fechou com 21,4 pontos, 6,3 rebotes e 1,7 assistência. De modo algum são números fracos, baixos. Mas o que contava mais era a química que víamos em quadra, ainda mais nos confrontos decisivos.

Era um ala mais hesitante, apostando muito mais no seu tiro de três pontos do que nas infiltrações. Nos dois confrontos com o Brasil – uma derrota histórica e a vitória na final –, somou apenas 22 pontos, quatro assistências e oito desperdícios de posse de bola, com péssimo 7 arremessos certos em 21 tentativas de quadra.

Bem, na decisão do Super 4 desta sexta-feira, era outro Ginóbili, né? Foram 33 pontos de uma só tacada (43,4% dos pontos da equipe), com apenas quatro chutes de longa distância e um convertido. Procurou atacar, pressionar a defesa brasileira em seu interior, o que faz com destreza, mobilidade e inteligência únicas. Dessa vez, também, ele e Scola trabalharam bem em diversas combinações de dupla, e não houve quem o parasse.

Em suma, foi uma atuação de gala perante sua torcida, que sempre tem a sensação de que possa estar assistindo ao craque pela última vez na vida: não está claro até quando eles vão jogar e cada partida da geração dourada em solo argentino pode ser a de despedida.

Se for para Manu jogar desse jeito, que se despeça logo. 🙂

* * *

Foi um jogo absolutamente equilibrado, mas os argentinos levaram a melhor na maioria dos quesitos:

– Aproveitamento de quadra: 46% Argentina, 43% Brasil, que arremessou apenas quatro vezes a mais.

– Três pontos: 25% Argentina, 26% Brasil, que tentou, no entanto, sete chutes a mais (6/23 é péssimo, pior que 4/16).

– Rebotes: Argentina 36, Brasil 34.

– Assistências: Argentina 11, Brasil 9.

– Bolas perdidas: 9 a 9.

– Pontos no garrafão: Argentina 36,  Brasil 30.

Mas a maior vantagem, mesmo, para os donos da casa foi no número de faltas: 31 foram marcadas para os brasileiros, 18 para os argentinos, que bateram, desta forma, dez lances livres a mais (32 a 22).

Sim, a arbitragem fez alguma diferença além de Ginóbili. Mas a seleção podia também ter maneirado ou caprichado mais nos tiros de três pontos que tanto desagradam a Magnano.

* * *

Amistoso, ok, a derrota não é para ser levada tão a sério como resultado, mas não deu para não notar Magnano virando as costas para o compatriota Lamas ao final da partida, assim como o Alex se recusando a se levantar para cmprimentar Ginóbili. Ficaram pês da vida com a arbitragem.

* * *

Permitir a Juan Gutiérrez 20 pontos e 8 rebotes, com sete acertos em oito arremessos definitivamente não estava nos planos.

PS: veja o que o blogueiro já publicou sobre a seleção brasileira em sua encarnação passada.


Brasil x Argentina e questão de estratégia
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Giancarlo Giampietro

Huertas x Prigoni, velhos conhecidos

Huertas x Prigoni, velhos conhecidos

Ótimo que a seleção brasileira já tenha a chance de enfrentar a Argentina nesta sexta-feira. A final do Super 4 em Buenos Aires apresenta dois times candidatos a pódio nos Jogos Olímpicos de Londres-2012. Em confrontos desse tipo, há todo o tipo de estrateégia envolvidos, e não só apenas em termos de pranchetas riscadas.

Dá confiança vencer um adversário direto – e se for contra um arquirrival histórico, tanto melhor. Não só interna, para o grupo, como repercute também internacionalmente. Vai tomar nota, por exemplo, o Sergio Scariolo, técnico da Espanha, ainda mais tendo gente  da FEB presentes na capital portenha para ver tudo de pertinho. Pode funcionar como uma espécie de recado: ei, galera, estamos aí, com tudo e sério.

Agora, até que ponto vale brigar por uma vitória dessas? O quanto das suas cartas você mostra e o quanto guarda na manga?

Claro que não há muitos segredos, em termos técnicos, entre brasileiros e argentinos. Quantas vezes Alex marcou Ginóbili em sua vida? Quantas vezes Scola teve de trombar com Splitter ou Varejão? E o Leo Gutiérrez já soltou quantas bombas de três na nossa cabeça? E o Prigioni já ficou comendo poeira atrás do Huertas também.

No aspecto tático, porém, ambos os lados esperam, torcem para que haja alguma novidade, a despeito da adesão de ambos ao sistema único, que o professor Paulo Murilo dscute sempre tão bem.  E quantos desses truques podem ser mostrados agora, de forma tão precoce assim, tendo em vista o grande jogo de verdade, daqui a algumas semanas, em Londres? Duvido que Magnano ou Llamas o façam. Ainda mais no caso do brasileiro – 😉 –, que enfim conta com sua equipe completa.

Outro detalhe é que os argentinos começaram sua preparação cerca de duas semanas depois. Para um time que já é (bem) menos atlético que o brasileiro, isso pode fazer bastante diferença.


Quando Nenê e Varejão surgiram
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Giancarlo Giampietro

São lembranças remotas, mas que acho que valem resgatar agora, vendo Nenê e Anderson Varejão dividindo o garrafão brasileiro pela primeira vez – de verdade – desde 2003. De lá para cá, quando um pôde, o outro não estava.

Em 2001, os jovens pivôs estavam basicamente sendo apresentados ao basquete internacional na disputa do Sul-Americano masculino. Hélio Rubens era o técnico, iniciando um processo de troca de guarda no time que mesclava Helinho, Demétrius, Vanderlei, Sandro Varejão com gente mais nova.

Anderson e Nenê era duas quase-varetas, bem crus ofensivamente, mas já com muito potencial físico e energia, já conseguindo causar impacto por isso. A seleção foi até a final, sendo derrotada pela Argentina por 76 a 69 na final. Na época, Luis Scola nem cabeludo ainda era – no encerramento da fase regular, os comandados de Magnano já haviam vencido por 64 a 60, num jogo bem parelho.

A despeito de o resultado ter apresentado mais do mesmo – vitória argentina, no caso –, foi ali na cidade de Valdivia, no Chile, que começou o sonho de toda uma geração. Pela primeira vez garotos brasileiros eram discutidos por scouts da NBA, começando a pipocar em lista de sites especializados e a serem descobertos. O adolescente Tiago Splitter, 16, ainda estava num grupo de “próximos-Dirk-Nowitzkis”, por exemplo.

Após um longo período separados, eles agora enfim se unem, já bem mais encorpados, realizados financeiramente, conhecidos por todos no meio. No que vai dar isso?

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre a seleção brasileira em sua encarnação passada