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Desfalcado, São José vence 5º jogo em Bauru, vira e repete final do Paulista contra Pinheiros
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Giancarlo Giampietro

Algumas notas depois da vitória do São José por 100 a 88 sobre o Bauru, nesta quinta-feira, fora de casa, fechando as semifinais do Campeonato Paulista masculino. O clube do Vale do Paraíba repete a final de 2011 contra o Pinheiros. No ano passado, o clube da capital venceu por 3 a 1 a série decisiva, comemorando o título na casa do adversário.

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Para se classificar, São José venceu três partidas consecutivas contra a equipe que teve a melhor campanha da primeira fase. Foi também a segundo confronto consecutivo em que o time precisou ir ao quinto jogo para passar de fase – jogando agora sem seu principal atleta, o pivô Murilo, e sem contar também com os alas Dedé e Chico. Todos lesionados.

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Um fato bem notado pelo chapa Fernando Gavini: Jefferson William não jogava desde a série contra Franca, na qual fez a cesta da classificação a dois segundos do fim. Voltou neste quinto jogo como se não tivesse parado e esfriado em nenhum momento. Afirmou na entrevista ao repórter da ESPN Brasil que está se sentindo bastante confiante, bem. Pela pontaria na partida, não havia dúvida sobre isso: anotou 25 pontos, contando também com uma generosa contribuição de seus marcadores. O ala-pivô ficou livrinho da silva em diversas ocasiões no perímetro para arremessar com muita tranquilidade.

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O armador Fúlvio jogou muita bola nesta quinta. Foram 24 pontos e sete assistências, assumindo mais responsabilidades ofensivas devido aos desfalques do time. Quando marcou sete pontos em menos de três minutos aproximadamente, estava claro que mandava um recado aos seus companheiros e também aos torcedores e jogadores adversários: sua equipe, aliás, não ficou atrás no placar em nenhum instante, salvo engano. O norte-americano Andre Laws e o jovem Ícaro também foram importantes para dar suporte ao armador principal, ajudando na condução de bola, permitindo que ele arremessasse bem posicionado, com precisão. Em algumas posses de bola, empolgado até demais, acabou forçando a munheca. Mas, no geral, foi muito superior ao olímpico Larry, que fez uma partida muito fraca.

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A equipe de Régis Marrelli repetiu novamente sua estratégia nada convencional: investir muito, mas muito mesmo nos chutes de longa distância. Em Bauru, realmente forçaram a barra, tentando mais bolas de três pontos (29) do que de dois (24), segundo estatísticas online fornecidas pela federação.  Dessa vez, porém, as bolinhas caíram: excepcional aproveitamento de 48% – algo muito difícil de se sustentar, porém, em longo prazo. Algo que também não deu certo em sua passagem pela Venezuela pela Liga Sul-Americana.

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O Bauru, por sua vez, teve um desfecho de série bastante decepcionante. Com seus quatro norte-americanos e algumas promissoras revelações, o time de Guerrinha esteve desconjuntado em quadra, atacando sem consistência ou ritmo algum. Seus atletas tentaram muitas jogadas individuais, buscando o garrafão com pouca inteligência, enfrentando uma defesa que se fechou bem em muitos momentos. O pivô Jeff Agba, por exemplo, pecou demais em sua leitura de jogo. Na maioria das vezes em que jogou de frente para a cesta, atacando Deivisson da linha de lance livre, conseguiu pontuar com facilidade. Inexplicavelmente, porém, ele abriu mão desses ataques para atuar de costas para a tábua, virando aí uma presa fácil para o oponente – muito mais alto e forte.

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Deivisson, aliás, teve uma atuação que deve lhe valer mais tempo de quadra no futuro. O pivô realmente anulou o norte-americano, ocupou espaços e ajudou a congestionar a zona pintada, dificultando as ações de Larry, DeAndre Coleman e Pilar, jogadores que têm nas infiltrações seu carro-chefe ofensivo. No ataque, seu corpanzil também foi importante para dar mais liberdade a Fúlvio quando armado o pick-and-roll. Larry, Gui e Fernando Fischer apanharam bastante para tentar se livrar do choque com uma muralha dessas.


São José é o primeiro clube brasileiro eliminado na Liga Sul-Americana
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Giancarlo Giampietro

O americano Kenneth Cooper ataca Murilo no jogo interior

A sequência de dobradinhas entre brasileiros e argentinos nos playoffs da Liga Sul-Americana foi quebrada nesta sexta-feira com a eliminação do São José, depois do revés por 88 a 82 diante do Tiburones de Vargas, clube venezuelano anfitrião do grupo D. Foi a segunda derrota em dois jogos para os vice-campeões do NBB, que haviam perdido na véspera para o Libertad Sunchales, também classificado.

O time de Régis Marrelli começou a partida na frente, abriu sete pontos na primeira metade do primeiro quarto. Mas os anfitriões zeraram esse prejuízo rapidamente e, uma vez assumida a dianteira no placar, nunca mais olharam para trás, chegando a ter uma vantagem de 16 pontos. No quarto final, finalmente com uma defesa minimamente combativa, os brasileiros conseguiram reduzir o déficit para seis pontos (78 a 72, restando 6min13s).

A partir daí, porém, São José passou praticamente quatro minutos zerado, combinando desperdícios de posse de bola e chutes de longe fora do alvo e permitindo uma nova folguinha no placar para os Tiburones. Duas bolas seguidas de três pontos, então, de Fúlvio e Álvaro, deixaram os visitantes a cinco pontos (80 a 85, restando 39 segundos).

Aí você pode dizer que o time foi valente, que não desistiu nunca, que tiveram uma chance. Considerando a exaustiva  viagem, os três importantes desfalques e tal, essa narrativa não pode ser descartada de prontidão.

Por outro lado, até mesmo considerando todas essas dificuldades, faltou a São José maior cadência na partida, mais inteligência na hora de selecionar seus arremessos diante de um adversário muito mais forte fisicamente e também bem superior atleticamente.

Embora Fúlvio e Laws conseguissem quebrar a primeira linha de defesa venezuelana em diversas ocasiões, o time brasileiro falhou em (pouco) buscar os chutes mais próximos ao aro, ao garrafão, procurando quase sempre pelo “kick-out”, o passe para trás. Uma jogada muito previsível que contribuiu bastante nos 14 erros cometidos – contra apenas nove dos rivais. Entre as diversas comparações estatísticas entre os dois times, então, uma chama bem a atenção: os tubarões conseguiram 18 pontos e um saldo de +14 depois de desperdícios.

Pior: quando não estava repassando a bola de graça para o oponente, a equipe brasileira, claro, se apegava aos tiros de três pontos. Foram 28 disparos de longe contra apenas 40 de dois pontos. De novo: faz muito, mas muito tempo que algum conjunto venceu um jogo internacional baseando seu ataque nesse tipo de (des)equilíbrio. O aproveitamento de 39% dessas bola não justifica essa insistência, especialmente diante dos 42% do Tiburones. No fim, mesmo apostando alto nos chutes de longe, São José conseguiu apenas nove pontos a mais neste fundamento do que seu opositor. Uma diferença que não serviu para cobrir o saldo de +11 que os venezuelanos conseguiram nos lances livres.

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O espanhol Álvaro arriscou o mesmo número de bolas de três pontos que Murilo teve de dois: 12. No geral, o ala foi acionado 20 vezes para arremessos contra 14 do pivô, um jogador muito mais eficiente ofensivamente.

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Os mata-matas do torneio continental serão compostos por quatro times da Argentinas (Libertad, Peñarol, Obras Sanitarias e Águas Corrientes), três do Brasil (Brasília, Flamengo e Pinheiros) e pelo time venezuelano.

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Confesso que ainda não havia visto o jovem Chandler, 20 anos, em ação por Araraquara. Quem acompanha o ala treinar todos os dias tem muito mais informação para julgar como e quando ele deve ser usado. De todo modo, chamou a atenção sua atuação nesta sexta, de certo modo numa fogueira. Foram nove pontos com 66% de acerto nos arremessos, sem aparentar nada de nervosismo. Sua presença, porém, fazia ainda mais sentido em quadra para propósitos defensivos em um time carente de defensores altos e atléticos (um quinteto de Ícaro, Fúlvio, Luiz Felipe, Álvaro e Deivisson é muito vulnerável, por exemplo).


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