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Arquivo : Avery Johnson

Badalado e caríssimo elenco do Brooklyn Nets decepciona no início de temporada
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Giancarlo Giampietro

Nets x Celtics, Kevin Garnett x Gerald Wallace

Wallace se envolve em confusão com Garnett; para o Nets brigar, só com a bola parada por enquanto

Por Rafael Uehara*

Não é que muitos pensassem que o Brooklyn Nets se apresentaria logo em sua primeira temporada como um concorrente legítimo ao título. Mas havia expectativas grandes, de qualquer forma, ao redor desse time quando o campeonato começou.

Billy King, diretor responsável pela formação do elenco, surpreendeu a todos na janela de verão quando acertou uma troca com o Atlanta Hawks pelo ala-armador Joe Johnson. Esse gesto foi considerado suficiente por Deron Williams para mostrar que a franquia tinha como principal objetivo concorrer ao troféu. Na sequência, o armador renovou seu contrato por cinco anos. Gerald Wallace, Kris Humphries e Brook Lopez também assinaram extensões. O ala-pivô Mirza Teletovic, maior cestinha da Euroliga na temporada passada, foi importado. CJ Watson e Reggie Evans, jogadores testados e aprovados na liga, foram adquiridos para fortalecer o banco. Falhas eram projetadas nesse plantel, mas a esperança era que de que a reforulada equipe seria capaz de fazer no Leste uma campanha parecida com a que o Golden State Warrios está fazendo no Oeste, por exemplo. A de que correria por fora, isto é, à espera de um golpe de sorte.

Porém, o mais novo time de Nova York tem decepcionado no momento. Nesta rodada de Natal, o Brooklyn foi humilhado pelo Boston Celtics, 76-93, em casa. Foi o quarto revés em seus últimos cinco jogos e o nono nos 12 últimos. Foi a 13ª derrota do time em 27 partidas. Ainda há muito chão pela frente, 70% do caminho, e, mesmo se a temporada regular acabasse hoje, o time de propriedade de Mikhail Prokhorov e Jay-Z ainda teria vaga nos playoffs. Mas o experimento desse ano, liderado por Avery Johnson, está longe de ser um sucesso.

Com a tem a segunda maior folha de pagamento da liga, o Brooklyn tem enfrentado uma tabela apenas mediana (de acordo com Jeff Sagarin do jornal americano USA Today). Porém, o time tem se mostrado incapaz de se impor ao mesmo nível que os melhores times da liga. Contra Miami, Boston, Lakers, Clippers, Knicks, Chicago, Golden State e Oklahoma City nesta temporada, o recorde do time é de apenas 3-9.

Quando um clube tem em sua folha de pagamento cinco jogadores ganhando em torno de US$ 10 milhões no ano (incluindo dois jogadores ganhando acima de US$ 17 milhões), a lógica é que esse clue seja menos competitivo na parte de baixo da rotação porque geralmente a compõe com jogadores ganhando o salário mínimo e estes tendem a ganhar o mínimo por um motivo. Os Nets, porém, deram muita sorte nesse aspecto, com quatro jogadores recebendo o piso salarial proporcionando boas contribuições: alé de Watson, os alas veteranos Keith Bogans e Jerry Stackhouse e a aposta no garrafão Andray Blatche.

São os medalhões do time que têm falhado em liderar a franquia. Williams chegou à partida de terça com aproveitamento de 39,7% em tiros de campo, incluindo 29,5% em tiros de três pontos. E desapontou mais uma vez ontem, marcando apenas 10 pontos em 3-por-7 tiros de campo e apenas seis assistências em 36 minutos; números que, na verdade, não fazem nem jus à sua atuação tão apagada.  Johnson tem tido uma temporada melhor do que muitos esperavam estatisticamente, mas não consegue carregar o time enquanto Williams não acha o seu ritmo, diferentemente do que fazia em Atlanta. Marcou apenas 12 pontos em 4-por-14 tiros de campo contra Boston. Com Humphries (atualmente se tratando de uma lesão no abdôme) em quadra, Brooklyn tem permitido uma taxa de pontos por posse (1,063) comparável à do New Orleans Hornets (1,069), a segunda pior defesa da liga. Para completar, fica claro que o técnico Avery Johnsonestá falhando em tirar o melhor desse grupo de forma consistente. Eles ainda estão longe de compor uma equipe coesa.

Nesta terça, um executivo do alto escalão do clube já postou desculpas públicas no Twitter, dizendo que sua (nova) torcida merecia mais. Pode acreditar que o bilionário Prokhorov, quando não está esquiando ou paquerando, também se sente mal quando vê os resultados recentes de seu último brinquedinho, especialmente quando recordar o que investiu no verão – e quando, numa disputa de egos, vê o rival Knicks se desenvolver em um time muito superior, com chances reais de lutar pelo título.

No  caso do clube de Brooklyn, não tem como fugir da realidade a procurar um contexto alternativo que explique as coisas maneira mais clara do que seus resultado: é uma das equipes mais decepcionantes da liga, Williams está longe de parecer um dos 10 melhores jogadores como muitas vezes é classificado e o técnico Johnson provavelmente deveria ser demitido por justa causa. Brooklyn simplesmente não é nesse momento um time a ser levado a sério.

 


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