Vinte Um

O retorno de Kobe e a primeira boa impressão de Raulzinho

Giancarlo Giampietro

Kobe com os pés no chão. Melhor nos acostumarmos

Kobe com os pés no chão. Melhor nos acostumarmos

É pré-temporada apenas. O primeiro jogo! Como diz Fred Hoiberg, o novo técnico do Bulls: ''Geralmente a primeira partida da pré-temporada é bastante desleixada, e, depois de assistir muitas dessas partidas nos últimos dias, já dá para ver isso''.

Então o certo era nem mesmo escrever nada a respeito. Maaas… pelos dois elementos que apresentou, o jogo entre Los Angeles Lakers e Utah Jazz, com vitória para a equipe de Salt Lake City por 90 a 71, neste domingo, pede algumas observações. E, não, não tem a ver com o fato de eles terem se enfrentado no Havaí. Aloha.

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Mesmo que tenha sido um amistoso, ao menos a vestimenta era para valer, os árbitros também eram os da liga, havia jornalistas e transmissão, e tudo o mais. Só não pode dizer que é oficial, pois os registros da pré-temporada não são computados pela liga, mesmo que o ambiente seja bem mais formal que aquele da Summer League. (Então também não deveríamos tratar como a estreia de Raulzinho.)

Bom, ainda assim, foram 257 dias até que Kobe Bryant pudesse vestir novamente a camisa 24 do Lakers em um jogo. O resultado foi  aquilo esperado pelos mais realistas: muita, mas muita ferrugem para tirar. Este aqui foi seu primeiro arremesso:

 

Agora, sua primeira cesta, para compensar:

Independentemente do airball do primeiro e da cesta no segundo, o que salta aos olhos é, na verdade, a pouca elevação em seu arremesso. Aos 37 anos, já seria normal. Vindo de uma ruptura no tendão de Aquiles, uma fratura no joelho e uma segunda ruptura no ombro, sofrida em janeiro, a coisa é muito mais grave, ainda mais para alguém que já esteve em quadra por 46.700 minutos em temporada regular e 8.600 nos playoffs. Milhagem boa, com a qual poderia se candidatar a qualquer programa de desconto vitalício (caso precisasse). Contra ela, a essa idade, talvez não haja ética de trabalho que dê conta.

Nos 12 minutos que ficou em quadra, valendo apenas pelo primeiro quarto, o astro se movimentou e jogou como um veterano que está bem perto da aposentadoria. Para chegar a um nível mínimo de rendimento, em relação aos seus próprios e quase sempre inatingíveis parâmetros, a distância certa seria medida em anos-luz. Kobe, claro, procurou minimizar suas dificuldades. É só uma questão de ganhar ritmo de jogo. Ganhar ritmo e me aclimatar ao jogo novamente'', afirmou. Isso não se nega. A questão é que, quando ganhar ritmo, qual é o seu novo limite de capacidade atlética? O quanto isso vai lhe afetar em quadra? Quanto seus fundamentos serão o bastante para que ele produzir? Nesta bola, o que ele tem hoje não foi nem o bastante para passar por Joe Ingles, que nunca foi confundido com nenhum Tony Allen:

Não é algo bonito de se ver, é?

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O plano de Byron Scott era dar ao ala apenas os 12 minutos do primeiro quarto, mesmo. Ao final da partida, o técnico afirmou isso e que, nesta segunda-feira, ele treinaria novamente e se prepararia para o jogo de terça, num repeteco haviano contra o Utah. No final, porém, mesmo com o tempo reduzido, Kobe nem treinou com seus companheiros.

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É só uma brincadeira, não é para desmerecer o ''Raul Neto'', mas, mesmo que tivesse sido um jogo de temporada regular, talvez nem assim fosse o caso de caracterizá-lo como sua estreia. Afinal, o quão a sério dá para levar um time que reúne três fominhas como Kobe, Lou Williams e Nick Young? Loucura geral.

(E, sim, detesto ter de fazer qualquer ressalva desse tipo para anunciar uma piada. Se irritar a maioria, favor avisar.)

Fato é que Raulzinho fez um belíssimo segundo tempo contra o Lakers, conseguindo algumas roubadas até em pressão quadra inteira que foram até meio humilhantes para o ala Jabari Brown. Seu esforço defensivo rendeu muitos elogios da mídia de Utah, pois até parecia que o brasileiro jogava a final do Pan ali. Vejam:

Raul teve 20 minutos de quadra, basicamente revezando com Trey Burke Deu seis assistências, dando bastante ritmo ao seu time em transição, e conseguiu quatro roubos. Mal olhou para a cesta, mas, com a pegada e a visão de jogo demonstradas, vai deixar muitos de seus bem felizes.

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Huertas não jogou pelo Lakers devido a uma contusão na virilha, segundo o clube californiano. Para piorar, a franquia divulgou hoje que ele não vai participar da partida de terça e ''provavelmente'' também não jogará na quinta. Serão três compromissos perdidos,  lembrando que o time de Byron Scott tem hoje 19 contratos, precisando dispensar quatro até o início do campeonato. Ainda assim, antes que se dispare o alarme, segundo a grande maioria dos relatos que vêm de L.A., Huertas já teria causado boa impressão o suficiente nos treinamentos para se garantir. Além disso, os setoristas do clube dão a entender ou deduzem com boa dose de perspicácia que seria muito difícil, ou improvável, que Mitch Kupchak e Jim Buss fossem se dar ao trabalho de trazer um armador de renome internacional como o brasileiro para, então, rasgar seu contrato rapidamente.