Pivô de 17 anos e 2,18 m é único brasileiro na festa da Euroliga
Giancarlo Giampietro
Num apanhado de números, retrospecto e curiosidades sobre o Final Four 2015 da Euroliga, um dado que pode frustrar o basqueteiro destas bandas é o fato de não haver nenhum jogador do país na disputa pelo título. Marcelinho Huertas, com o Barcelona, e JP Batista, com o Limoges, eram os únicos atletas inscritos no torneio e acabaram eliminados – o armador nas quartas de final, pelo Olympiakos, e o pivô, na primeira fase.
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Entre os quatro semifinalistas, há 15 nacionalidades no páreo, incluindo dois argentinos: o veterano Andrés Nocioni e o jovem e enjoado Facundo Campazzo, ambos anfitriões pelo Real Madrid. Agora, se tudo correr conforme o esperado, o clube merengue poderá apresentar num futuro breve ao menos um brasileiro em seu plantel principal: Felipe dos Anjos, paulistano de 17 anos e impressionantes 2,18 m de altura. Vale ficar de olho no desenvolvimento do espigão, que vai defender o time da casa no torneio juvenil continental, organizado na capital espanhola paralelamente ao evento principal.
Com oito clubes divididos em dois grupos, o Adidas Next Generation Tournament, na verdade, já começou a ser disputado nesta quinta, e o Real atropelou o primeiro concorrente, os italianinhos do Stella Azzurra, por 74 a 43. Trata-se de um esquadrão da categoria, tenho conquistado na semana passada o campeonato júnior espanhol com média de 49,7 pontos sobre os adversários. Nesse duelo, Felipe jogou por 15 minutos, vindo do banco, e apanhou 10 rebotes e deu 2 tocos. No ataque, foram três pontos com uma cesta de quadra e um lance livre.
O destaque da base merengue é o ala esloveno Luka Doncic, que totalizou 15 pontos, 15 assistências e 12 rebotes só na final contra o Joventut Badalona (triunfo por 97 a 57). Até agora, no ANGT, são 13,0 pontos, 7,2 rebotes, 4,4 assistências e 1,8 roubo de bola, com 41,2% de três. Pode anotar o nome dele. Para os olheiros europeus, é um craque certeiro, que, ainda aos 16 anos, já defendeu o elenco principal na Liga ACB.
Com 17 anos completados agora no final de abril, Felipe ainda é visto como um projeto mais de longo prazo. Tem ótima mobilidade e velocidade para alguém de seu tamanho – que obviamente lhe proporciona uma presença dominante nos rebotes e na patrulha da cesta –, mas está apenas nos primeiros passos quando o assunto é a habilidade para comandar o jogo a partir do garrafão. Em três partidas pelo pelo #ANGT, tem média de 6,4 rebotes e 2,2 tocos em 19 minutos de ação, além de 57,1% nos arremessos de quadra e 69,2% nos lances livres. Os jogos do torneio vão até o domingo.
''Sou um jogador que nunca perde a confiança''. Essa é a frase que aparece em seu perfil no site do clube madridista, no qual é descrito assim: ''Enorme envergadura, com a qual muda a direção de diversos arremessos dos rivais. No ataque, sua altura lhe permite anotar pontos com uma elevada porcentagem de acerto. Sua constante evolução física e desportiva fazem dele um pivô de alta projeção''. Sem trocadilhos, por favor.
Felipe viajou para Madri aos 14, um ano mais jovem que o adolescente Splitter que chegou ao Baskonia em 2000, assessorado pelos agentes Marcelo Maffia e Luiz Martin, justamente os mesmos representantes do catarinense. Antes, já havia passado pelas primeiras etapas das categorias de base do Pinheiros. Aos 12, já tinha 2,03 m de altura. Thierry Gozzer contou um pouco mais sobre sua trajetória.
Veja alguns dos lances da promessa brasileira, em clipe produzido pela BasketCantera.TV, com base em lances do pivô pela primeira etapa do #ANGT, englobando o tradicional torneio juvenil de L'Hospitalet: