Vinte Um

Anthony Davis manda um recado na jornada de abertura

Giancarlo Giampietro

Anthony Davis, Pelicans, opening night, Magic

Quando um tema jornalístico quer virar moda, é um problema. Então não faça, assim, Monocelha. Que aí as coisas podem fugir do controle!

Na jornada de abertura da NBA, Anthony Davis disse a que veio e muito mais. O pivô chegou perto de um triple-double para elevar o nível de alerta máximo pelos corredores da liga: sim, todos sabíamos que o garoto era bom, que ele é muito provavelmente o próximo na linha de sucessão de LeBron e Durant, se a saúde permitir, e tal… Mas aí chega a temporada 2014-2015, e o rapaz já causa um estrago desses de cara!?

Foi meio que dizendo: ''Mas que história é essa de futuro!?''

A sucessão é agora.

Aí esta é a parte em que as testemunhas todas respiram coletivamente, fecham os olhos e contam até dez  para lembrar que foi apenas a primeira partida, e contra um adversário que não inspira lá muitos elogios. Esse, sim, um adversário para ser avaliado lá na frente. Mas… 26 pontos, 17 rebotes, 9 tocos, 3 roubos de bola, 2 steals em 36 minutos? Afe.

O menino Monocelha, de apenas 21 anos, lembremos, estraçalhou com o Orlando Magic na vitória por 101 a 84 em casa, agora protegido pelo turcão Omer Asik, um jogador que dificilmente será reconhecido pelo devido valor – isso para além da comunidade estatística da liga e treinadores, que o curtem horrores. Juntos, os dois somaram 40 pontos, 34 rebotes e 14 bloqueios. Um absurdo de produção para uma só linha de frente.

Davis promove sua block party, e o calouro Elfrid Payton leva a pior

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(E, não, não vamos contar os 22 pontos e 9 rebotes de Ryan Anderson vindo do banco, porque o ala-pivô não deu sequer um toco, o que é uma baita incompetência. De acordo com a comissão avaliadora, o patamar mínimo de candidatura a menção honrosa no blog são três bloqueios, ok? Abaixo disso, não tem conversa.)

''Apenas sabemos que somos um páreo duro no garrafão – ele com um corpo excelente e eu sendo capaz de me mexer pela quadra, tentando apenas seguir a bola e conseguir os rebotes'', afirmou Davis. ''É uma boa combinação.''

Boa?

Enfim… Da parte de Davis, ele entrou num seleto grupo ao lado de Kareem Abdul-Jabbar e de Nate Thurmond, que foi uma espécie de Dikembe Mutombo antes de Mutombo, nos anos 70, se tornando apenas o terceiro jogador a dar nove tocos numa jornada de abertura desde 1973-74, que é quando o fundamento passou a ser computado de modo oficial pela NBA.

Além disso, ele foi o primeiro atleta a conseguir um mínimo de 36 pontos, 17 rebotes, 9 tocos e 3 roubos de bola desde Hakeem Olajuwon em 1989-90. Naquela campanha, o nigeriano do Houston Rockets, contudo, conseguiu uma linha estatística dessas em três partidas. Então taí mais uma meta para o ala-pivô do Pelicans ir atrás.

Comparado com a produção de Davis, quem acabou se dando mal nessa foi o pivô Nikola Vucevic, do Orlando, que acumulou 15 pontos, 23 rebotes e 4 tocos do seu lado, em 35 minutos. Nada mal para justificar um contrato de US$ 54 milhões por quatro anos que muitos julgaram excessivo. Acabou ficando em segundo plano.

''Dê a eles muito crédito pela agressividade e pela presença física com que jogaram, os pontos de segunda chance e o ataque na tabela'', afirmou o técnico do Magic, Jacque Vaughn. ''Eles no encararam. Essa foi a diferença.''

Se o problema para o restante da NBA fosse apenas a agressividade de Anthony Davis, tudo bem. Esse é o tipo de coisa que qualquer oponente pode dar conta, desde que concentrado e disposto. É uma questão de esforço individual. O duro, mesmo, na verdade é igualar o talento da jovem estrela do Pelicans, gente. E, claro, não se empolgar tanto com isso.