O Fantástico Mundo de Ron Artest: Pandinha amigo no pé
Giancarlo Giampietro
Antes da criação do Vinte Um, um projeto mais modesto, mas seguramente mais divertido era criar um blog todo voltado ao ala Ron Artest, do Los Angeles Lakers. E bancaria como? A começar pela leitura do site HoopsHype, obrigatória para qualquer fã de basquete, devido ao acúmulo diário absurdo de informações, com tweets e declarações dos jogadores, jornalistas, dirigentes e trechos de reportagem do mundo todo.
A saga de LeBron James na volta a Cleveland, os quilos de especulações em torno de Kevin Love e o racismo de Don Sterling foram certamente as líderes em manchetes nos últimos meses desse site agregador de conteúdo. Afinal, é o tipo de assunto que rende boato, respostas a boato e os boatos que, então, brotam desse processo. Mas há também um personagem que dia sim, dia não vai estar presente por lá, geralmente no pé dos boletins de rumores, puxando a fila dos faits divers. Ron Artest, senhoras e senhores.
Sucessor natural de Dennis Rodman na prática do lunatismo – embora com personalidades e natureza completamente diferentes, num mano-a-mano que deve ser explorado em uma ocasião futura –, Ron-Ron vai ganhar o seu próprio quadro aqui. Nos tempos em que a ordem é racionar na vida em sustentabilidade, o jogador não nos priva de sua condição de fonte de humor inesgotável.
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Poxa vida, gente, já se passou mais de um ano desde a última atualização desta série. Período no qual centenas de ursos panda hibernaram e já saíram de seus esconderijos, irradiantes que só, importunando o Pequeno Pônei do Galhardo até não poder mais… Isso, claro, se os pandas hibernassem. Afinal, nem urso eles são. Ou são? A polêmica é grande na comunidade científica, e a classificação desses bichinhos mimosos já foi mais reescrita do que plano de governo em época de patrulha online 60/60/24/7. Melhor a gente nem mexer nesse vespeiro. Informalmente, devido ao apego dos anos, aqui eles serão tratados como urso-sim-pronto-acabou-e-para-sempre.
Vocês sabem, a essa altura não é novidade nenhuma que nosso anti-herói estava afim de mudar seu nome outra vez, assumindo o codinome de Amigo dos Pandas, uma vez que iria jogar na China – terra de Yao Ming, Zizão, Stephon Marbury e – agora também de – Andray Blatche. E de pandas, claro. Muitos pandas, que ganharão a proteção especial de um ala que já foi muito encrenqueiro, mas que ultimamente é todo paz e amor. Notem que ele passou um ano inteiro em Nova York, sua terra natal, sem cair em polêmica alguma.
Ainda assim, sua produção em quadra aparentemente já não sustentaria um contrato de NBA, nem mesmo com o Mestre Zen de volta ao Knicks. Toca, então, faturar um dindim na China, assinando contrato com o Sichuan Blue Whales valendo US$ 1,4 milhão. As baleias azuis e os ursos pandas: aparentemente Ron-Ron não está nem aí para essa coisa de conflitos de interesses.
Não está claro se ele dessa vez decidiu literalmente mudar seu nome, com tapetão e tudo – como nos tempos de #mettaworldpeace, ou se ele simplesmente adotou ''A Pandas Friend'' espiritualmente. Ou comercialmente, que ninguém é de ferro. Já devidamente posicionado em Sichuan, província ao Sul do vasto território chinês, Ron Metta Pandas Artest World Peace Friend apresentou os modelos ursonalizados de tênis que vai usar durante a temporada:
Uma graça, né?
Agora, antes de vocês aí, desprovidos de coração, se perguntarem como diabos ele pretende jogar com um calçado desse, saiba que ele vai só vai entrar em quadra com o pisante dessa maneira. Antes do tapinha inicial, as coisas mudam. ''Antes de cada jogo, vou estar calçando o tênis branco ou o preto. A parte de cima tem uma cabeça de panda, que é removível. Vou tirá-lo e jogá-lo para um amigo na torcida. A pessoa que o pegar será o Amigo dos Pandas do dia'', explica o jogador ao Courtside Access.
Sinceramente, nada a acrescentar além disto: se este foi o último capítulo da série, não poderia ter encerrado da melhor forma.