Vinte Um

Heat e Cavs vêm ao Brasil! Mas e o LeBron?

Giancarlo Giampietro

Oficial, por enquanto

Oficial, por enquanto

Cleveland Cavaliers e Miami Heat vão jogar no Rio de Janeiro no dia 11 de outubro. A NBA vai voltar ao Brasil, com dois amistosos de pré-temporada em dois anos consecutivos. Isto está certo, legal demais.

Agora…

Obviamente este post sai como água no chope, bastante impopular, mas é preciso ponderar: cravar que teremos LeBron James por estas bandas na véspera do feriado é, no mínimo, prematuro.

É complicado falar do outubro de qualquer clube da NBA quando se está em abril. Sobre o mês 10 dos atuais bicampeões já beira o impossível. Tudo por causa dos nomes pintados de azulzinho na coluna 2014-2015 desta página aqui.

Vejam a legenda: azulzinho quer dizer “opção do jogador”. No sentido de que eles decidem o que vão fazer da vida: se vão manter o contrato ou se vão revogá-lo, para entrar no mercado de agentes livres. E lá aparecem: LeBron James, Dwyane Wade e Chris Bosh. Ah, e o Udonis Haslem também.

Sim, para quem não se lembra (“Alô, McFly, tem alguém em casa!?”), existe a possibilidade de o trio parada dura de o Heat dizer adeus ao clube. Não só eles, como praticamente todo o elenco formado por Pat Riley – de contratos garantidos para a próxima temporada, só constam Chris Andersen e Norris Cole.

Vai acontecer?

Ninguém sabe. Nem Riley, David Stern, Adam Silver, Erik Spoelstra, Jim Buss, Phil Jackson e Barack Obama. É duro, sinto muito, mesmo, mas nem você, muito menos eu podemos dizer, prever.

Porque, daqui até lá, existe esta coisa chamada mata-mata, ou playoff, no meio do caminho. Os caras vão em busca do tricampeonato.

É algo tão difícil, que o Steve Kerr, no início deste campeonato, simplesmente não conseguia apostar na equipe como seu principal candidato ao título. Ele, parte integral daquele mítico Chicago Bulls, falava sobre o desgaste mental e físico que as consecutivas participações nas finais da NBA causam. Mas cá estamos na reta final da temporada regular, com o clube bem posicionado na disputa. Não são necessariamente favoritos, mas estão bem no páreo. Que a bola suba para vermos o que acontece.

A configuração do Miami Heat que vem ao Brasil vai depender, obviamente, do desfecho dessas batalhas. Quão sangrentas serão? Quem vai vencer? Se forem campeões, se darão por satisfeitos? Ou vão pensar num tetracampeonato histórico, que não ocorre desde o Celtics de Russell? Se perderem, ficarão mordidos, em busca de revanche? Ou vai cada um procurar sua turma?

O Cavs, mesmo, vai acompanhar isso com muita atenção. Imagine: LeBron vindo ao Brasil, legal!!!, mas com a camisa de sua ex-equipe. É possível? Sim, embora muito improvável.

Para que isso aconteça, pode ser que sobre até mesmo para Anderson Varejão. O pivô capixaba, saibam, vai estar em seu último ano de vínculo com a franquia, mas com um detalhe importante: seu contrato é parcialmente garantido. Não tenho aqui de cabeça os detalhes, mas o Cavs pode rescindir seu vínculo até um dia X e economizar boa parte de seu salário – ou mesmo trocá-lo para um time que esteja interessado, mesmo, em poupar. Ainda está cedo para fazer esse tipo de conta, mesmo.

O mais importante aqui não seria um mero corte de gastos, mas, sim, a possibilidade de abrir espaço em uma folha de pagamento já esvaziada para investir em outros agentes livres. Mesmo que o autoproclamado Rei ignore os clamores pelo seu retorno.

Vão fazer? Também acho difícil, considerando a popularidade do brasileiro e as diversas e raras habilidades que o pivô tem, que vão muito além de sua cabeleira. Mas, na hora da reformulação de um elenco, uma das frases que mais se houve é que fulano de tal “preferiu seguir uma outra direção”. Raios, no momento nem o gerente geral David Griffin sabe se vai continuar no emprego ou não. Seu cargo ainda carrega a etiqueta de “in-te-ri-no”.

No fim, é isso. Atletas, dirigentes, agentes, jornalistas, torcedores. Não importa: em abril, estão todos sujeitos a reviravoltas.

De concreto fica: Miami e Cleveland jogarão no Rio de Janeiro. Mas quem exatamente? Os playoffs que vão nos contar. Enquanto isso, não faz mal usar os verbos de modo condicional.