NBA 2013-14: razões para curtir ou lamentar os times da Divisão Sudeste
Giancarlo Giampietro
Cada equipe tem suas particularidades. Um estilo mais ofensivo, uma defesa mais brutal, um elenco de marmanjos cascudos, outro com a meninada babando para entrar em quadra. Vamos dar uma passada, primeiro, pelos clubes da Divisão Sudeste, pensando no que pode ser legal de acompanhar e algumas coisas que provavelmente há de se lamentar. São observações nada científicas, estritamente pessoais, sujeitas, então, aos caprichos e prediletos de uma só cabeça (quase) pensante:
ATLANTA HAWKS
Para curtir:
– Al Horford tendo um time só para ele agora. Depois de Joe Johnson, lá se foi agora Josh Smith, e o ala-pivô dominicano vai poder ter mais posse de bola para mostrar sua versatilidade. É um jogo que não costuma render muitos highlights, mas é bonito que só de se ver. Ótimo chute de média distância, capacidade para criar e passar a partir do drible, reboteiro de primeira e um líder em quadra. Craque.
– Dennis Schroeder! Qualquer minutinho que o novato alemão tenha. Para quem não o viu em ação na liga de verão de Las Vegas, um resumo: seu jogo lembra, sim, o de Rajon Rondo. Ele age como se já jogasse de armador há 20 anos na NBA, mas na verdade essa é apenas a idade dele.
– Kyle Korver e seu arremesso perfeito, equilibradíssimo, não importando a velocidade em que receba o passe ou se ele vai precisar girar para engatilhar e mandar bala. O mesmo vale para o diminuto Jon Jenkins.
– DeMarre Carroll correndo a quadra toda como um cão raivoso.
– Qualquer coisa que Pero Antic possa fazer. Vale pelo visual.
– Mike Budenholzer, o melhor discípulo que Gregg Popovich já teve? A conferir.
Para chiar:
– A arena vazia de Atlanta apelando ao sistema de som para tentar passar a impressão de que o clima por lá seja minimamente interessante.
– Elton Brand roubando minutos de Gustavo Ayón. Veterano e tal, Brand ainda consegue proteger o garrafão e matar alguns chutes de média distância. Mas já chegou a hora de algum time da liga dar uma chance de verdade a Ayón desde seus primeiros jogos pelo Hornets. Seria um ótimo reserva para Horford e Millsap, mantendo duplas ágeis e multitalentosas na quadra.
– Qualquer coisa que Pero Antic possa fazer. Talvez nem o visual compense.
– Shelvin Mack eventualmente roubando os minutos de desenvolvimento de Schroeder.
CHARLOTE BOBCATS (QUASE HORNETS DE VOLTA)
Para curtir:
– Steve Clifford: será que dessa vez vai, MJ? O terceiro técnico em três temporadas tenta fazer da equipe uma entidade no mínimo decente, respeitável em quadra. Os irmãos Van Gundy apostam que sim.
– A evolução de Kemba Walker, um baixinho briguento (no bom sentido, dãr), que não abaixa a cabeça para nada e, isolado em Charlotte, vai se juntando ao grupo de grandes armadores cestinhas da liga.
– Josh McRoberts: ninguém dá muita bola para o “alemão”, mas o ala-pivô, uma vez cotado com um grande prospecto universitário e na liga, fez um belo final de temporada pelo Bobcats. Belo passador, dá um duro danado na quadra. Excelente sparring para acelerar a evolução de Cody Zeller.
– Ramon Sessions, sem muita firula, estocando lances livres.
Para chiar:
– Ben Gordon se comportando como se valesse os mais de US$ 50 milhões que embolsou em seu terrível contrato.
– O arremesso de Michael Kidd-Gilchrist. Um espetáculo de jogador em diversas maneiras, mas ainda aparentemente incapaz de converter um chute de média distância mesmo depois de ter passado as férias treinando a munheca ao lado de Mark Price.
– Bismack Biyombo não foi o novo Serge Ibaka, no fim.
MIAMI HEAT
Para curtir:
– A exuberância de LeBron James. Até onde podem chegar seus talentos? Será que ele mantém o aproveitamento superior a 40% de três? Conseguiria chegar a 80% nos lances livres? Só restam miudezas para catar.
– Os chutes de Ray Allen da zona morta, até quando durarem. Feche os olhos, Gregg Popovich.
– Um retorno saudável, milagroso de Greg Oden.
– Os cortes sem bola de Chris Andersen para a cesta e sua próxima tatuagem.
– As declarações inteligentes e até demais de Shane Battier.
– Udonis Haslem fazendo tudo direitinho em quadra, ainda aguentando o trancol
Para chiar:
– As 450 mil matérias que vão especular sobre o próximo destino de LeBron.
– As bravatas, a pose e o jeito de ser de Dwyane Wade.
– Os 6,8 rebotes por partida de Chris Bosh.
– Uma torcida apática e ignorante em geral, para a qual mais vale um gole de mojito do que um passe perfeito de James.
– Michael Beasley desarmando LeBron James para poder cumprir suas metas de arremessos.
– Rashard Lewis, nheco-nheco. Rashard Lewis, nheco-nheco.
– Udonis Haslem mastigando seu protetor bucal.
ORLANDO MAGIC
Para curtir:
– Victor Oladipo!!! O novato mais insano de caxias e workaholic a chegar na liga . em muito tempo, com suor e decolagens. Ele vai peitar, vai atazanar a vida de muita gente durante o ano e vai fazer da vida do torcedor viúvo de Howard um pouco mais fácil.
– Tobias Harris e Maurice Harkless, no segundo ano na Flórida, tentando elevar seu jogo a um outro patamar, após campanhas promissoras em 2012-2013. Harris é um ala de muita força física, bom chute de média distância e ativo na defesa. Harkless é um atleta de primeiro nível, ainda aprendendo as nuanças, do jogo mas a passos largos. E, não, ele não gosta de ser chamado de “Mo”.
– Nikola Vucevic, um double-double surpreendente atrás do outro.
– Imaginar quem poderá se interessar em uma troca por Arron Afflalo desta vez.
Para chiar:
– A cara de tédio, enfado de Hidayet Turkoglu, seja aonde ele estiver.
– Glen Davis devorando sanduíches e arremessos que eram para ser dos meninos.
– Andrew Nicholson se concentrando demais até em seus chutes de três pontos.
– Jameer Nelson mastigando seu protetor bucal.
WASHINGTON WIZARDS
Para curtir:
– John Wall zieguezagueando até a cesta.
– Brad Beal querendo entrar na discussão sobre quem seria o melhor jogador do Draft do ano passado. Olho nele.
– Os passes de Nenê, a inteligência do brasileiro em quadra.
– Marcin Gortat aliviando a pressão para cima de Maybyner Hilário e jogando por um contrato valioso no ano que vem, além de suas declarações cândidas, que ajudam qualquer jornalista.
– Os poucos jogos em que Jan Vesely vai respirar fundo e aprontar das suas estripulias atléticas em quadra, sem constranger Randy Wittman.
– Os momentos em que você se pega pensando em por que diabos Kevin Seraphin ainda não se afirmou na NBA.
Para chiar:
– Os eventuais quilos de gelo usados para aliviar as dores de Nenê durante a temporada
– Trevor Ariza apedrejando longe da cesta.
– Os momentos em que você se pega sacando por que diabos Kevin Seraphin ainda não se afirmou na NBA.