‘Família Popovich’ mantém caminho consistente de vitórias em San Antonio
Giancarlo Giampietro
Todos os clichês, mandamentos, regrinhas recomendáveis sobre ''continuidade'' na gestão esportiva são confirmados pelo San Antonio Spurs na NBA. Com eles, não há como negar que não funcione.
O sucesso é tão duradouro que por vezes podemos perder a referência do nível de excelência que eles atingiram nas última década, e algo que dura até hoje. Desde o momento em que reuniu o armador Tony Parker, o ala Manu Ginóbili, o pivô Tim Duncan e o técnico Gregg Popovich no mesmo ginásio, em 2002-2003, o clube não teve uma campanha sequer em que não tenha vencido no mínimo 50 partidas – ou 61% de seus jogos. Isso valeu até mesmo para o último campeonato. Aquele, oras, encurtado pelo lo(u)caute e que teve apenas 66 rodadas no total.
Por curiosidade: o melhor ano aconteceu em 2005-2006, com 63 vitórias e rendimento de 76,8%, mas não valeu um título: a equipe perdeu o clássico texano contra o Dallas Mavericks, que acabaria derrotado pelo Miami Heat e a arbitragem da NBA nas finais. Os anéis de campeão neste período acabaram sendo conquistados em 2003 (primeira temporada de Ginóbili), 2005 e 2007.
O elenco, naturalmente, passou por pequenas reformulações durante esta jornada, mas o núcleo duro está lá para dar consistência, para estabelecer uma rotina que poderia entendiar meio mundo, mas que empurra seus componentes na formação de um timaço. ''É incrível'', afirma Parker. ''Pois, muitas vezes, quando se fica por cinco ou dez anos, as pessoas tendem a ficar irritadas ou se cansam de ouvir por tanto tempo. É algo especial o que acontece aqui com o Spurs. Você pode pegar qualquer esporte, e não acho que vá ver uma situação dessas em que os mesmos três jogadores e o mesmo técnico tenham passado tantos anos juntos. É uma relação realmente muito especial a que eu, Manu e Timmy temos com Pop.''
Envolvido em rumores de trocas nos últimos anos, Parker admite, contudo, que há, sim, os momentos em que se tem vontade de atirar tudo para o alto, especialmente quando as críticas de Popovich nos treinos são mais pesadas. ''Todo mundo tem um ego, então machuca algumas vezes, mas você precisa lembrar, então, que ele faz isso para o bem do time'', conta o francês.
O técnico, por sua vez, afirma que não é nem mais ouvido por suas estrelas. Especialmente Duncan, com quem trabalha desde… 1997! ''Ele nem conversa muito mais comigo. Estamos casados há tempo tempo que nós…'', disse Pop, parando a frase por conta própria para não se comprometer, né? Questões íntimas ficam entre quatro paredes, por favor.
''Metade das coisas que eu falo ele não ouve. A outra metade ele bloqueia se for para ouvir… Porque ele acha que é bobagem. Manu está chegando a esse estágio, Tony também está perto disso… É hora de ir embora!'', completou o comandante, sorrindo.
Depois de obter a melhor campanha da temporada passada, o Spurs segue nadando de braçada em meio ao pelotão de frente neste início de campanha. Nesse ritmo, a família Popovich, na verdade, não vai para lugar algum.