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Após cinco anos, juiz preso por envolvimento com apostas vai voltar a um jogo de NBA

Giancarlo Giampietro

No domingo passado, Tim Donaghy, 45 anos, pai de quatro filhos, ficou livre, enfim. Cinco anos depois de ser processado por envolvimento com a máfia de apostas, o ex-árbitro da NBA passou 13 meses detido e cumpriu o restante da pena em condicional. Ele agora planeja, após tanto tempo, retornar a um jogo da liga norte-americana. Será na sexta-feira, quando o New York Knicks receberá o Dallas Mavericks no Madison Square Garden.

Tim Donaghy

Donaghy agora é só um palpiteiro no mundo das apostas esportivas

E a visita não será apenas como mero apostador. Num irônico golpe de marketing, ele vai comparecer ao ginásio para iniciar seu novo trabalho: como scout de um site que fornece palpites em diversas modalidades, o Dannybwins.com. São palpites que, claro, servem como guia para apostadores.

''Não acho que exista motivo algum para eles me removerem do estádio. Vou para ver um pouco de ação ao vivo e tirar notas do jogo. Nem sei ao certo se todo mundo vai reparar em mim, para falar a verdade'', afirmou, pedindo, naturalmente, atenção.

Desde que assumiu a culpa em investigação concluída em agosto de 2007, tendo apostado em diversos jogos da NBA por anos, inclusive partidas em que ele apitou, Donaghy afirma ter dificuldade para arrumar emprego. A credibilidade manchada era o principal empecilho. Ele ainda tentou publicar um infame livro para detalhar a história, mas hoje está em litígio na Justiça contra sua antiga editora, tendo ganhado neste ano em primeira instância um processo de US$ 1,7 milhão contra a editora. Ainda não recebeu um dólar sequer dessa quantia, porém.

Em seu novo trabalho, ao menos sua experiência como árbitro será útil – ele diz enxergar com facilidade as tendências de seus ex-companheiros de classe – quem marca mais faltas, quem sente mais a pressão em determinado ginásio etc. ''Não digo que alguém esteja apostando ou fazendo algo que não devia em um jogo. Mas eles apitam um jogo de seu modo'', afirma. Mas garante que não faz parte de sua antiga linha de defesa, na qual acusou a liga de incentivar a fabricação de resultados para bombar sua audiência. Estaria, no caso, apenas falando da máxima do ''juiz ladrão'' que não escolhe esporte, nem cidade, muito menos torcida para acusar.

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