Vinte Um

Jogadores para marcar de perto na próxima temporada da NBA: Brook Lopez

Giancarlo Giampietro

Pode alguém que seja fanático por gibis ser um bom reboteiro?

Pode alguém que tenha aspirações ambiciosas artísticas se sustentar como um bom defensor no garrafão?

Brook Lopez e as comics

Brook Lopez tem algumas questões para responder, nas não sobre o Batman ou o Shazam

Aparentemente as perguntas acima não têm nexo algum, como acontece de praxe no mundo das histórias em quadrinhos, mas são cruciais para o (pow!) destino do Brooklyn Nets. Que espera ter Brook Lopez como seu (tcham!) guardião em sua temporada de estreia em Nova York.

Enquanto o gerente geral Billy King tentava de tudo em sua (claro) saga para tentar tirar Dwight Howard de Orlando, as (prometo, para por aqui) forças do mercado trataram de inflacionar o preço de Lopez, um dos maiores nerds da NBA e que sonha em entrar na indústria das HQs quando se aposentar das quadras. No fim, o cartola ficou encurralado e teve de desistir do sonho de montar um par Deron-Dwight para renovar logo com seu jogador, sob o risco de não conseguir o astro e ao mesmo tempo perder o prata-da-casa, supostamente cobiçado por Bobcats e Blazers.

A gente nunca sabe se esses dois times tinham, realmente, interesse no pivô, ou se apenas sopraram o rumor pelos corredores da liga para pressionar o Nets – já visado como uma rica superpotência a ser combatida pelos oprimidos primos pobres. Fato é que deu certo. A franquia teve de desembolsar pouco mais de US$ 60 milhões por quatro anos de contrato.

Na parte ofensiva, Lopez já mostrou que pode ser um cestinha confiável, de 20 pontos por jogo, com um bom arremesso de média para longa distância e um sólido arsenal de ganchos, embora um pouco lento. Uma lentidão que acaba sendo mais custosa na defesa, quando o pivô é atacado frontalmente por seus adversários, ainda mais quando envolvido em jogadas de pick-and-roll.

Brook: empurrão para o rebote

Rebote para Deron ou Brook em Brooklyn?

Mas a parte do jogo do pivô que se tornou cômica, mesmo, foi sua inaptidão para os rebotes em seus primeiros quatro anos como profissional – na verdade quatro, vai, já que perdeu praticamente toda a a temporada passada devido a uma complicada lesão no pé.  Esse fundamento, na adolescência, teria sido uma exclusividade seu irmão gêmeo Robin, do Hornets, quando os dois treinavam juntos.

Com 2,13 m de altura, ele tem média de apenas 7,5 capturas na sua carreira. Em uma projeção por 36 minutos, seus números caíram de 9,6 (15,8% dos rebotes disponíveis) como novato para míseros 6,1 (10%) em 2010-2011 – para constar: no ano passado, em apenas cinco jogos, foram apenas 4,8. Isso nosso Anderson Varejão consegue com os dois braços engessados.

Há os que apontam exatamente sua arrastada movimentação Lopez como o principal motivo por trás de números tão fracos. Mas há os que questionam, na verdade, seu empenho. Tudo por causa dos quadrinhos. Os críticos tomam seu gosto – na verdade, fixação – pelas HQs como a prova de alguém que não está muito interessado em basquete assim. Que ele seria um grandalhão muito gentil, bem-educado e legal para brigar por rebotes e agir ferozmente em quadra.

Acredita?

Pode ser uma conexão esdrúxula também. E também não importa agora.

Com Joe Johnson, Deron, Mirza Teletovic, CJ Watson, MarShon Brooks, o Nets está bem abastecido de pontuadores. Neste sentido, para que o novo clube nova-iorquino tenha sucesso, não só na área de marketing, qualquer avanço que Brook Lopez puder fazer nas áreas em que é deficitário será crucial. Nem que tenha que apelar para qualquer superpoder.

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Já que o tema é HQ, de certa maneira, a essa altura vocês já viram que a ESPN e a Marvel Comics fizeram uma parceria neste mês e criaram uma revistinha cascateira para transformar a turma toda em meta-humanos, zumbis e tudo o mais, né?

Rei dos Anéis. Dãr

A revistinha foi impressa e distribuída com a edição de prévia para a temporada da NBA da revista da ESPN norte-americana. Clique aqui para ler o gibi online. Em 2010, eles já haviam feito algo assim