Palavra-chave para Varejão na temporada 2012-2013: saúde
Giancarlo Giampietro
''A saúde não tem preço.''
Passei o fim de semana todo pensando em qual dito popular poderia entrar aqui neste post como uma gracinha apropriada. Voltas e voltas, e ficamos com essa máxima aí, mesmo, replicada por cem em cada cem vovós que aprenderam a viver a vida delas sem fartura e tinham que cuidar de outros afazeres. Desde que inteiras, prontas para tudo.
Saúde não tem preço, mas custou caro para Anderson Varejão em suas duas temporadas passadas na NBA. O capixaba jogou apenas 37,8% da última campanha. E o bizarro é que ele atingiu o mesmo baixo percentual na penúltima temporada. Que as pessoas mais próximas de seu círculo evitem o número ou qualquer combinação em torno dos três digitos, por favor. Coisa boa não sai daí.
No campeonato que o locaute tornou um tanto maluco, o brasileiro vinha em sua melhor jornada. Recorde no aproveitamento de rebotes – tanto nos ofensivos como nos defensivos ele estava no top 5 da liga –, nas assistências, na pontuação, caminhando com um duplo-duplo de média, sem perder o espírito de Wild Thing. Aquele jeito serelepe de ser em quadra, trombando com todo mundo, acompanhando armadores na corrida, marcando a cobrança de um lateral como se estivesse valendo o título, se jogando atrás de bolas (nem tão) perdidas. É de se imaginar quantas joelheiras no uniforme escolar a família não teve de costurar em sua infância.
Porque machuca.
Não foi apenas de 2010 a 2012 que Anderson teve dificuldade para se manter na ativa. Entrando em seu nono ano na liga norte-americana, somente em três campeonatos ele conseguiu passar da casa de 70 jogos (de 82 possíveis): 2006-2007 (81), 2008-2009 (81) e 2009-2010 (76). Na verdade, ele já soma quatro campeonatos em que não passou dos 50 jogos.
E não adianta pedir para maneirar. A intensidade em quadra provavelmente é seu maior talento. Acompanhada do corpo veloz e elástico e do instinto especial para saber para onde vai a bola, é o que fazem de Varejão um jogador único e especial, predileto de técnicos e torcedores. ''Meu objetivo é ficar saudável. Isso é o mais importante este ano'', afirmou o cabeleira. ''Mas eu não vou mudar nada. Vou continuar jogando da mesma forma. Não há nada que você possa fazer para prevenir.''
Pois é. O capixaba não tem nenhuma lesão crônica estrutural. No joelho ou nas costas, por exemplo – ou pelo menos nada que ele ou Cavs revelem. No ano passado, ele sofreu uma fratura em seu punho direito num lance infortuito contra o Milwaukee Bucks ao tentar apanhar um rebote e levar um tapa de um adversário.
Varejão vai entrar em quadra e se colocar em situações em que corre-se o risco.
Risco não combina com saúde. Talvez a palavra-chave aqui, então, devesse ser outra. Risco tem mais a ver com sorte.