Amistoso contra Clippers serve de prenúncio ao perigo que será Ray Allen em Miami
Giancarlo Giampietro
LeBron James dribla tranquilamente no centro de quadra, espera a movimentação dos dois lados da quadra e… zip! Um passe muito simples, mas preciso nas mãos de Ray Allen, que não precisa de nem dois segundos para subir com ela dominada e… pumba! Caixa, mais três pontos para o Miami Heat.
Foi só uma pelada de pré-temporada em Xangai, contra um time do Clippers completamente perdido em quadra – deve ser o fuso –, mas já serve, sim, como prenúncio do que os adversários terão pela frente com a adição do veterano arremessador ao elenco que defende o título da NBA.
Allen marcou 15 pontos em 26 minutos na tranquila vitória por 94 a 80, sendo 12 deles na linha de três pontos (os outros três vieram numa bola de dois e um lance livre). Duas das cestas de longe feitas por Allen vieram em passes de James. E é isso aí: vai ser um pesadelo para os coordenadores defensivos essa combinação, ainda mais quando os dois estiverem acompanhados por Battier, Bosh e Wade em quadra.
Já sabemos que são poucos, mas bem poucos, mesmo, aqueles que conseguiriam minimamente conter, ou atrapalhar a vida de LeBron James no mano-a-mano. Quando ele parte para a cesta frontalmente, é preciso de ajuda pelos lados, de cobertura pelo fundo, ou de uma defesa bem compacta (ou tudo isso junto, claro). Agora… Qualquer relatório de scout vai informar que o marcador de Allen não pode deixá-lo a sós na zona morta, muito menos no cotovelo da linha de três. Bosh e Battier também têm arremessos que precisam ser respeitados. Wade não para de se movimentar. Como faz?
Naturalmente, o Clippers não estava nada preparado para executar sua defesa nesta quinta na China, por uma série de fatores. Entre eles: viagem longa, pernas pesadas ainda devido ao trabalho físico intenso de pré-temporada, um monte de jogadores novos integrados ao time, Chris Paul poupado, Vinny Del Negro no comando.
Mas não achemos que Tom Thibodeau, Doc Rivers, Mike Brown, Rick Carlisle, Gregg Popovich tenham achado divertido o dia em que Allen foi apresentado. Vem bombardeio por aí.
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Junto com Ray Allen, foi apresentado Rashard Lewis. Como um bônus de preocupação para o restante da liga. Bem, pelo que o experiente ala mostrou hoje, não sei o quanto de tensão sua presençå em quadra vale, não. Se ele não sente mais dores nos joelhos, que se arraastaram durante os últimos dois anos, sua mobilidade ainda é bem limitada. Em vez de fincar raízes no perímetro, ao menos Lewis tentou levar seus defensores para o garrafão e tentar explorar seu tamanho, com mentalidade agressiva. Mas seus movimentos eram previsíveis e lentos, facilmente marcáveis. Ele terminou com cinco pontos em 12 minutos. Seus problemas físicos também podem atrapalhá-lo na defesa.
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Alerta de Fantasy League! Dwyane Wade e Blake Griffin ainda estão bem enferrujados depois das cirurgias feitas durantes as férias. Wade chegou a errar uma enterrada sozinho em contra-ataque. Griffin castigou o aro, mas ainda está longe da melhor forma – tem uma gordurinha aqui e ali para secar e o joelho ainda precisa de mais firmeza. Claro que, a 80%, ele já pula mais do que um canguru. Ainda assim, não era o mesmo Griffin do ano passado. Mas tem tempo.