Big Brother Houston: veja quem disputa com Scott Machado uma vaga no elenco do Rockets
Giancarlo Giampietro
Venho batendo nesta tecla aqui há um tempo que pode até soar chato. Que o Scott Machado, no momento, é o sexto brasileiro na NBA, mas que isso ainda vale de modo provisório. Que a coisa só vai ser oficializada, mesmo, se ele fizer parte do elenco do Houston Rockets no djia 31 de outubro, para o duelo com o Detroit Pistons, na abertura da temporada.
São 19 atletas sob contrato com a franquia, e se não houver nenhuma troca nas próximas semanas, quatro precisam ser dispensados até lá. Daqui para frente, começando o training camp do técnico Kevin McHale, será, então, uma espécie de Big Brother para ver quem fica no elenco.
Os que ficam na equipe na certa: Omer Asik, Carlos Delfino, Terrence Jones, Jeremy Lamb, Jeremy Lin, Kevin Martin, Marcus Morris, Donatas Motiejunas, Chandler Parsons, Patrick Patterson e Royce White. Desses o gerente geral Daryl Morey não vai se desfazer de modo algum, a não ser que seja em um bom negócio, para receber algo de valor em troca. São 11 jogadores. Em tese, então, sobram quatro vagas para oito atletas.
O Scott Machado a gente já sabe quem é: o armador nova-iorquino, filho de pais gaúchos emigrantes, líder em assistências no basquete universitário do ano passado e que passou batido no Draft deste ano.
Mas quem são os outros sete no páreo?
Vamos lá:
– John Brockman: pivô com três temporadas de experiência, adquirido em troca com o Milwaukee Bucks na qual Samuel Dalembert foi despachado. No ano passado, pouco saiu do banco de reservas pelo Bucks, com média de apenas 6,8 minutos, mesmo com a lesão de Andrew Bogut. Essa foi a mesma história para as duas campanhas anteriores, desde que foi selecionado pelo Sacramento Kings. É um ótimo reboteiro, mas baixo (2,01 m), tendo dificuldade para marcar. Tem contrato garantido, mas não duvido que possa ser sacrificado caso o time realmente goste de Scott a esse ponto.
– Toney Douglas: outro que entrou na liga em 2009-2010, indo agora para sua quarta temporada. Chegou a ser um dos queridinhos dos exigentes torcedores do Knicks, devido a sua capacidade defensiva, mas saiu dos trilhos no último campeonato, perdendo espaço para o novato Iman Shumpert, tendo convertido apenas 32,4% de seus arremessos de quadra. Um horror. Competitivo na defesa, mas no ataque ele é um ala no corpo de armador. Também tem contrato garantido (US$ 1,1 milhão), mas precisaria evoluir muito no controle de bola e do ritmo do jogo para ser um reserva decente para Jeremy Lin.
– Gary Forbes: ala panamenho que batalhou na D-League até conseguir uma chance pelo Denver Nuggets em 2010-2011 com George Karl, tendo jogado como titular por 11 partidas. Vai bem quando ataca a cesta, vem evoluindo no chute de fora, mas não chega a ser um fora-de-série. De todo modo, produziu o suficiente para ser contratado pelo Toronto Raptors, com um vínculo de duas temporadas (seu salário é de US$ 1,5 milhão) até ser enviado para o Texas na negociação pelo armador Kyle Lowry. Em sua posição, Parsons, Delfino, Lamb e Martin são as principais opções, sendo que Jones e White também podem ser aproveitados no perímetro.
– Courtney Fortson: armador de 24 anos que, com contratos temporários, daqueles de dez dias, disputou dez jogos na temporada passada – quatro pelo Clippers e seis pelo Rockets – e convenceu os texanos a estenderem seu vínculo para o próximo campeonato. Outro destaque da D-League. Na liga de verão de Las Vegas, porém, foi muito mal e acabou perdendo o posto de titular para Scott. Seu contrato não é garantido e imagino que deve ser um dos primeiros a ser dispensado, apesar da cabeleira e do visual diferenciado.
– JaJuan Johnson: um dos muitos novatos que teve sua primeira temporada na liga atrapalhada pelo locaute, já que teve menos tempo para se integrar ao elenco cheio de veteranos do Boston Celtics, clube que o selecionou na posição 27. Ala que se formou pela universidade de Purdue, mas ainda é um tanto cru ofensivamente e nem sempre o mais dedicado na defesa. Longilíneo, mas ainda muito fraco fisicamente: aos 23 anos, ainda requer paciência para se desenvolver. Não foi muito bem nas ligas de verão e acabou sacrificado pela direção do Celtics em troca por Courtney Lee. Competindo por espaço com White, Jones, Motiejunas e Parsons, está numa situação ingrata, embora seu contrato seja garantido (US$ 1 milhão).
– Shaun Livingston: com 2,01 m de altura e invejável habilidade no drible, já foi considerado uma das grandes promessas de armador dos Estados Unidos, justificando sua escolha na quarta posição do Draft de 2004 pelo Clippers. Em 2006-2007, quando fazia sua melhor temporada, com 9,3 pontos e 5,1 assistências como titular, aos 21 anos, sofreu uma das lesões mais assustadoras da liga, rompendo todos os ligamentos do joelho. Ficou mais de um ano fora das quadras até voltar para valer em 2009-2010 pelo Washington Wizards. Não tem mais a explosão física de antes, mas ainda é um bom passador. Também melhorou seu arremesso e, no ano passado, pelo Bucks, acabou utilizado mais fora da bola, finalizando. Chegou ao lado de Brockman no pacote por Dalembert, e a direção do Rockets deu a entender que pretende contar com ele na próxima temporada. Vai ganhar US$ 3,5 milhões no próximo campeonato – muita grana para ser descartado, na verdade – e talvez seja o maior empecilho para a contratação de Scott em definitivo.
– Greg Smith: pivô de 21 anos que não foi draftado por nenhum clube no ano passado, mas fez uma bela campanha na D-League pelo Rio Grande Valley Vipers – a filial do Rockets, que é para onde Scott pode ir em novembro –, com médias de 16,6, 7,8 rebotes, 1,2 toco por jogo. O Rockets precisa de um reserva de porte para Omer Asik, mas Smith, assim como o armador brasileiro, não tem um contrato garantido. Provavelmente só foi contratado por Morey para que seu clube mantenha seus direitos, seguindo mais um ano pelo Vipers.