Vinte Um

Arquivo : Steve Nash

Na contramão, Canadá deve contar com nova geração da NBA na Copa América
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Kabongo, Thompson, Joseph

Kabongo, Thompson, Joseph: três promissores talentos canadenses chegando

Aviso: este é um posto sobre a seleção canadense de basquete. Mas, antes de chegar lá, começamos a falar um pouco sobre a rotina do jornalismo online.

Só não temos imagens de bastidores! : )

É assim. Por alguns anos, este que vos escreve cumpriu a função de redator da casa maior que abriga o surrado blog, o UOL Esporte. Dentre as tarefas deste espécimes mais do que especiais, os redatores, estão as chamadas “rondas”. Toca gastar o Google até não poder mais, navegando de site para site, brasileiros e estrangeiros, em busca de alguma bomba ou daquela notinha que pode estar escondida, mas que, dependendo do enfoque, viraria algo. Coisa do tipo: buscar  alguma molecagem de Robinho no portal do diário Marca, em seus tempos de Real Madrid etc. Podem apostar que, nas redações, o Mundo Deportivo e o Sport, de Barcelona, vão bombar agora com ‘focas’ ávidos por qualquer informação sobre Neymar.

Avançando alguns anos desde aqueles tempos emocionantes – ou, nem tanto –, temos aqui este Vinte Um, que, vocês sabem, é muito mais opinativo do que informativo.

Agora, por mais impertinente que seja o condutor do blog, para dar qualquer pitaco, o jornalista deve estar, antes de tudo… Bronzeado? Bêbado? Envaidecido? Não, seus tontos, deixem disso. Tem de estar “minimamente lido”.

Para a NBA, fica fácil. Basta digitar HoopsHype.com, e tá lá. Agora, na temporada de seleções nacionais, a coisa muda um pouco de figura. A caça é mais ampla, em territórios por vezes hostis. A ronda precisa ser mais cuidadosa e persistente. As fontes nem sempre são confiáveis, nem mesmo nos sites oficiais das federações – o jornalismo em espanhol, gente, é uma coisa séria. Então fique navegando sem parar, nem que seja madrugada de domingo para segunda-feira, chegando até a conta oficial da Federação Canadense no Twitter. Vale tudo.

Lá eles estão anunciando a venda de ingressos para dois amistosos em Toronto contra a Jamaica – estamos falando, então, de dois adversários da seleção brasileira pela primeira fase da Copa América.

Bem, se o objetivo é vender bilhetes, o promotor do evento precisa de alguma atração, né? Mas como o marketing da federação fará isso se o gerente geral Steve Nash (sempre estranho escrever uma coisa dessas) e o técnico Jay Triano ainda nem anunciaram a convocação canadense? Bom, aí se quebra o protocolo um pouco para antecipar pelo menos alguns nomes. Estes aqui já foram anunciados: @Cory_Joe, @nicholaf44 e @RealTristan1.

Traduzindo: Cory Joseph, armador do San Antonio Spurs, Andrew Nicholson, pivô do Orlando Magic, e Tristan Thompson, ala-pivô do Cleveland Cavaliers. A não ser que a entidade seja processada por falsa propaganda, a equipe norte-americana, então,  vai na contramão de Brasil e Argentina e, entre os seríssimos candidatos a vaga na Copa do Mundo da Espanha 2014, já começa a enfileirar suas tropas de NBA.

E gente de NBA canadense nestes tempos é o que não falta.

Além dos três já listados, os caras têm Joel Anthony em Miami, Matt Bonner (naturalizado) em San Antonio, Kelly Olynyk em Boston, Robert Sacre em Los Angeles e o encrenqueiro Samuel Dalembert em Dallas. O ala Anthony Bennett, mais um do Cleveland, a gente nem cita aqui, por estar se recuperando de uma cirurgia no ombro. Kris Joseph, ala, acabou de ser dispensado pelo Celtics. O armador Myck Kabongo tenta descolar uma vaga em Miami.

Cory Joseph, oh, Canada

Oh, Canada: Cory Joseph está animado

Além disso, há uma turma também se refinando em grandes universidades norte-americanas, com os alas Nik Stauksas, gatilhaço de Michigan, e Dwight Powell, de Stanford, o ala-pivô Kyle Wiltjer, recém-transferido de Kentucky para Gonzaga, os armadores Tyler Ennis, de Syracuse, e Kevin Pangos, também de Gonzaga, e a sensação Andrew Wiggins, de Kansas e favorito disparado a escolha número um do Draft de 2015.

Some-se a esses jovens talentos os veteranos como o ala-pivô Levon Kendall, o ala Aaron Doornekamp e o armador Jermaine Anderson, gente que já disputou os melhores campeonatos na Europa, entre outros, e temos um grupo volumoso, com fartura para se montar uma equipe de 12 jogadores. Para o Canadá, a hora é agora.

“O basquete canadense vem se mostrando irregular há muito tempo. Agora estamos trabalhando sério para levar nosso país de volta ao mapa, e estou certo de que vamos conseguir isso muito em breve”, afirmou Joseph, em recente entrevista ao site da Fiba. “O próximo passo é ter um grande desempenho na Copa América.”

Diante de uma concorrência enfraquecida, não há motivos para eles não conseguirem isso desde já. Não é preciso mais ronda nenhuma para sacar isso.


Saída de Howard deixa caldeirão de Mike D’Antoni borbulhando em Los Angeles
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

D'Antoni, LA Confidential

D’Antoni vai ter trabalho para colocar um Lakers coeso em quadra. Howard, o 12, caiu fora

É, Mike D’Antoni, e a gente pensando que 2012-2013 já havia sido complicado…

Com a saída de Dwight Howard rumo a Houston, o treinador que já dirigiu um dos times mais divertidos da história da NBA vai ter de ser bastante criativo se quiser voltar a sorrir – uma vez que seja – no próximo campeonato. Se ele já havia enfrentado enorme pressão nos últimos meses, a coisa pode ficar feia, mesmo, é a partir de agora.

Aliás, faz tempo que ele tem prazer de verdade na profissão.

Desde que viveu temporadas mágicas pelo Phoenix Suns em 2008, o técnico conseguiu apenas duas campanhas vitoriosas na liga. Vitoriosas no sentido de ter um aproveitamento superior a 50%, pelo menos. Em 2011, venceu 42 e perdeu 40 pelo Knicks (51,2%). Em 2013, venceu 40 e perdeu 32 pelo Lakers (55,6%).

Nash & D'Antoni

D’Antoni e o “jovem” Nash: será?

Dá para entender também: nos dois primeiros anos em Nova York, ele herdou um elenco que precisava ser fraturado e regenerado por Donnie Walsh, o homem incumbido de limpar toda a sujeirada que Isiah Thomas havia feito durante a década. O Knicks estava jogando, dolorosamente, para perder, mesmo. O objetivo era abrir espaço para a contratação de LeBron James e mais uma estrela em 2010. Acabou que chegou apenas Amar’e Stoudemire – que se reuniu com seu mentor do Phoenix Suns e ao menos conduziu o clube de volta aos playoffs.

Quanto ao Lakers? Bem, o aproveitamento esteve bem longe do esperado, a despeito de toda a turbulência que o clube enfrentou no último campeonato. Ainda assim, também se garantiram nos playoffs, mesmo que não tivessem chance alguma contra o Spurs sem Kobe, Nash e, glup!, Steve Blake, no fim.

Agora… Se as lesões certamente foram um fator decisivo em uma temporada que chacoalhou Los Angeles, boa parte do drama todo em volta de um elenco estelar que não teve liga alguma também foi causado pela incapacidade do treinador em controlar a situação. Ele simplesmente não teve personalidade para apaziguar os ânimos.

Só não dá para dizer que era tudo sua responsabilidade também. Com o afastamento e, depois, a triste morte de Jerry Buss, o KAkers foi tomado pela instabilidade. Seus filhos travavam uma guerra fria há anos pela sucessão, e essa disputa abalou consideravelmente a capacidade administrativa de Mitch Kupchak, que operou durante todo o ano sem um assistente e com um número reduzidíssimo de scouts, numa época em que a maioria dos concorrentes investiu mais e mais.

Também não foi D’Antoni quem telefonou para Phil Jackson e levou a negociação a público logo após a demissão de Mike Brown. A diretoria – Jim Buss, nêmesis de Jackson, e Kupchak, na verdade – atiçou uma das torcidas mais exigentes do esporte americano e, depois, decidiu inovar na contratação do substituto. Sobrou para quem?

O pior efeito deste flerte foi sobre Dwight Howard. Em suas primeiras entrevistas desde que escolheu o Rockets, o pivô, ao seu modo evasivo, expressou sua frustração com o treinador do Lakers. “Acho que tivemos nossos bons momentos, mas acho que seu estilo de jogo era um pouco diferente daquele ao qual estava acostumado”, disse – e isso que é de matar em Howard… Ele simplesmente não consegue ir direto ao ponto nunca. Depois, lamentou também o fato de não ter podido trabalhar com o Mestre Zen: “Bem, eu pedi para tê-lo como técnico no começo do ano”.

Para o torcedor do Lakers mais fanático, essa combinação de frases pode ser mortal quanto a D’Antoni – a não ser que este mesmo torcedor esteja puto o suficiente com o próprio pivô e todos seus caprichos, que possa dar um desconto ao técnico. De todo modo, bastará um início de campanha com acúmulo de derrotas para que o caldeirão borbulhe.

E como fazer para controlar isso e ter sucesso em quadra?

Ryan Kelly, inglês

Ryan Kelly é o único reforço até agora

Kobe Bryant ainda é uma incógnita. Voltar bem (mas bem mesmo, de acordo com seus padrões) de uma ruptura de tendão de Aquiles aos 35 anos seria algo inédito na NBA. Steve Nash? Completará 40 anos durante a temporada, um ano mais velho e um ano a mais distante dos curandeiros do Phoenix Suns. Pau Gasol? Mesmo que tenha reclamado horrores também de D’Antoni, seu maior problema foi mesmo o excesso de lesões – só disputou 49 partidas e, na verdade, nenhum jogador do time esteve em quadra por toda a temporada, cumprindo as 82 rodadas.

Entre os operários, Earl Clark, o mais atlético num plantel de jogadores enferrujados, saiu. Jordan Hill, outro que podia revigorar a equipe, mal parou em pé. Jodie Meeks esteve distante dos 40% na linha de três pontos (35,7%). Darius Morris, único novinho da turma, não foi desenvolvido. Draft? Chega apenas o ala-pivô Ryan Kelly, talentoso britânico de Duke – bom atirador de longa distância, bom passador –, mas que não defende quase nada.

Difícil.

Para o time poder prosperar, o técnico vai ter de fazer um dos melhores trabalhos de sua vida e, ao mesmo tempo, torcer para que algumas – ou todas? – questões tenham soluções positivas: 1) que Kobe desafie qualquer prognóstico e esteja pronto feito Kobe em novembro; 2) que Gasol possa ficar saudável (mesmo com mais responsabilidades sem Howard); 3) o mesmo vale para Nash; e 4) que a diretoria acerte nas contratações periféricas e parem se apaziguem nos bastidores.

Por outro lado, se dois desses quatro tópicos tiverem resposta negativa, independentemente de quais, aí pode ter certeza que, no Staples Center, haverá mais um a gritar por Phil Jackson: o próprio Mike D’Antoni.


Spurs domina Lakers em San Antonio e deixa disputa no Oeste mais promissora
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

O Howard de Lakers contra a prede

São diversas questões para tirar da frente. Mas duas delas são mais importantes para tratar aqui:

1) Gregg Popovich, para variar, blefou o tempo todo?

2) Ou seria o Lakers tão ruim assim?

Porque, horas antes de abrir a série contra os velhos rivais de Los Angeles, o treinador do San Antonio Spurs dizia que estava “preocupado” com sua equipe. “Terminamos a temporada da pior forma que me lembre”, disse. Supostamente, Tony Parker ainda estaria com dificuldade para recuperar sua melhor forma física depois de uma torção de tornozelo em péssima hora. Manu Ginóbili estaria em frangalhos. Sem Boris Diaw, sua rotação de garrafão estaria seriamente comprometida. Segura.

E aí o que acontece nos dois primeiros jogos?

Duas vitórias, sem deixar nenhuma chance para os cacarecos que restam do Lakers, ainda que os placares não sejam os mais chocantes (91 a 79 e 102 a 91). Quando Manu Ginóbili está passando a bola por trás das costas encontrando Tony Parker para uma cesta de três pontos na zona morta, você sabe que as coisas estão indo bem, seguras para esses eternos candidatos ao título.

O único asterisco para se levantar aqui diz a respeito do Lakers, mesmo. Sem Kobe. Sem entrosamento algum. Steve Nash tendo de tomar uma assustadora injeção epidural atrás da outra. Steve Blake acaba de sentir uma fisgada muscular. Ron Artest talvez esteja jogando sem sentir o joelho. “Essa é disparada a pior temporada para lesões de que eu tenha participado”, afirmou Nash. “Pessoalmente e coletivamente.”

Aí que o ataque angelino talvez seja muito fácil de ser parado por uma defesa que se fortaleceu na temporada – daí a pífia média de 85 pontos por partida até o momento.

Pode ser. Por outro lado, mesmo se for esse o caso, os duelos com o Lakers podem servir como um período de intertemporada de luxo em pleno início dos playoffs. Se Parker e Ginóbili estavam realmente avariados, ou apenas jogando na terceira marcha, quatro, ou, vá lá, cinco joguinhos destes talvez sejam o bastante para que eles cheguem 100% para o embate de segunda rodada contra Nuggets ou Warriors.

“Estamos recuperando nosso ritmo”, afirmou Tim Duncan, prestes a completar os 37 anos mais jovem que um basqueteiro pode aparentar. “Agora Tony está entrando em forma, saudável, e vamos ver mais um Tony da velha escola. Tipo o Tony de novembro, dezembro e janeiro”, afirmou Ginóbili sobre seu armador. “Lentamente, mas seguramente”, concordou Parker. “Se eu e Manu conseguirmos ficar saudáveis, confio no nosso time.”

O francês somou 46 pontos e 15 assistências nos confrontos em San Antonio. O argentino tem 15,5 pontos, 5 assiistências, 3,5 rebotes em apenas 19 minutos por jogo, com aproveitamento de 66,6% nos três pontos. “Ambos estão parecendo muito bem”, diz Duncan, feliz da vida.

Claro que, com todo o azar que o Spurs enfrentou nas últimas temporadas, especialmente em relação a Ginóbili, ainda é muito cedo para comemorar. Ainda tem muito playoff pela frente.

Só não deixa de ser intrigante esta retomada dos texanos. Uma semana atrás, a Conferência Oeste parecia toda do Oklahoma City Thunder – e ainda pode ser o caso. Agora começa a reacender alguma fagulha na oposição.

*  *  *

Depois de destroçar a concorrência nos últimos jogos da temporda regular, Pau Gasol ven enfrentando sérias dificuldades contra a defesa do Spurs, e Tiago Splitter tem dado uma forcinha para isso. Embora cause impacto na partida de diversas maneiras (25 rebotes e dez assistências somadas em 78 minutos), o espanhol retorna para Los Angeles com aproveitamento de apenas 40% nos arremessos, sem conseguir se firmar como um ponto seguro na hora de atacar a cesta.

Dwight Howard, por sua vez, vai tendo um desempenho típico, com 36 pontos, 24 rebotes e seis tocos em 75 minutos, com aproveitamento de 62,5% nos arremessos e os mesmos infelizes 50% na linha de lance livre, perigando sempre de cair na lamentável, mas procedente tática de faltas intencionais por parte de Popovich.

Cabe ao técnico Mike D’Antoni pensar em outras formas para fazer Gasol jogar. Com tantos problemas em eu elenco, se o pivô espanhol, enfim saudável e feliz, não funcionar ofensivamente, o Lakers dificilmente escapa de uma varrida, de modo que teriam lutado tanto para  chegar aos playoffs, apenas para cumprir tabela em quatro jogos.


Sem Kobe, Gasol enfim vira referência em mais uma reviravolta no ano sem fim do Lakers
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

E aí, Gasol?

Pau Gasol, agora a bola é sua, em mais uma reviravolta para o Lakers

Ah, o Lakers.

Será que já houve uma temporada tão estarrecedora como essa na NBA?

Adjetivo é o que não falta para avaliar uma situação tomada pela perplexidade. Penso de primeira aqui ainda em espalhafatosa, decepcionante, inacreditável, calamitosa, maluca e absurda. Mas dá para listar muito mais, num bombardeio psicológico para cima de Jim Buss, Mitch Kupchak e no pobre Mike D’Antoni.

Pode se fazer muitas críticas sobre o trabalho do treinador nesta campanha 2012-2013, mas o cara simplesmente não consegue repetir seu time uma vez sequer. É uma lesão e uma bomba atrás da outra, e o baque de perder Kobe Bryant, do modo como foi, talvez seja a adaga, a punhalada final.

Mas eles vão precisar lutar ainda, né? Não  dá para desrespeitar o astro desta maneira e largar tudo a duas (duas!!!) rodadas do fim, depois de tanto esforço do camisa 24. E o que fazer?

Apostar em Pau Gasol. O espanhol choramingou tanto na temporada, com razão em alguns momentos, de modo descabido em outros, que não deixa de ser irônico que, nos três jogos mais importantes do ano, a bola vai ser dele – e só dele. Está basicamente em suas mãos o destino da versão 2012-2013 do Lakers, o clube que já o trocou uma vez e não assegura sua permanência para a próxima temporada.

Sem Nash, sem Kobe, o pivô é o único jogador saudável do plantel de D’Antoni que pode criar de maneira consistente e produtiva por conta própria. Ele reclamou tanto nos últimos anos, ponderou em diversas ocasiões sobre a dependência/controle do ataque por Kobe, e agora chegou sua hora de voltar ao foco ofensivo, algo que não acontece desde a saída de Phil Jackson em 2011.

Pau Gasol, o da Espanha

Gasol, O Cara pela seleção espanhola. O Lakers precisa dele

Quem se lembra, inclusive, da ira do (ex-)Mestre Zen contra Gasol durante a humilhação que sofreram diante do Mavs nos playoffs daquele ano? Irado, o treinador dava estapeava o jogador, clamando por mais agressividade, numa cena de deixar qualquer Laker atônito. E o pivô não conseguiu dar resposta alguma.

Dessa vez, ou ele entrega, jogando com o grande capitão da seleção espanhola, ou seu time cairá para o nono lugar da conferência.

A boa notícia notícia é que o craque desperto neste mês, tendo retornado de uma lesão no pé que o tirou das quadras por mais de um mês. Em seis partidas em abril, ele tem médias de 19,3 pontos, 10,2 rebotes e espetaculares 6,7 assistências, além do aproveitamento de 6o,5% nos arremessos. Números de um All-Star, de um dos jogadores mais habilidosos da liga num crescimento que culminou no triple-double registrado na dramática e fatídica vitória sobre o Golden State Warriors (26 pontos, 11 rebotes e 10 assistências).

A ideia é realmente abastecer Pau Gasol no alto do garrafão e deixá-lo trabalhando em diversas situações de high-low com Dwight Howard, o grande receptor de seus passes, saltando com tranquilidade para converter as ponte-aéreas planejadas, criadas por seu companheiro. Confiante em seu arremesso e podendo causar estragos ao mesmo tempo como garçom, o espanhol ganharia, então, liberdade para atacar a cesta a partir do drible.

Resta saber, porém, como esse jogo funcionará sem a presença de Kobe em quadra.

Muito já se discutiu sobre a tendência do astro em prender demais a bola, como um buraco negro no ataque do Lakers, com consequências negativas, claro. Mas havia o ponto positivo nisso tudo, não? O respeito, a atenção que Kobe despertava como um assassino no um contra um  podia desestabilizar as defesas, abrindo espaço para seus companheiros operarem. Agora é a hora de conferir como as coisas funcionam para Gasol e Howard sem a perturbadora presença do cestinha no perímetro – pois, até onde sabemos, Jodie Meeks não amedrontaria tanto assim as defesas de Spurs e Rockets, os últimos dois adversários.

Steve Blake. Oh, não!?

Depender de Steve Blake para chegar aos playoffs certamente não estava nos planos de Buss e Kupchak

Caso Nash realmente não retorne – e que falta fazem os preparadores físicos de Phoenix, hein? –, outro que será subemtido a uma enorme pressão é Steve Blake Glup.

Sobrou para o veterano de 33 anos a responsabilidade de carregar a bola ao ataque até o momento de acionar Gasol. É uma função que ele simplesmente não executa com frequência desde a temporada 2006-2007, pelo Denver Nuggets. Desde então, atuando ao lado de Brandon Roy e Kobe, ele trabalhou muito mais como um escolta e arremessador do que como condutor primário.

Nos próximos 80 minutos de jogo, completarão a rotação de D’Antoni o jovem ala Earl Clark, o veterano Antawn Jamison, que tem o desafio de pontuar mais e com eficiência, e Ron Artest, que acabou de voltar de uma cirurgia no joelho em tempo recorde. E só, galera, tendo de enfrentar dois times classificados para os playoffs, que talvez não queiram poupar seus jogadores.

Chocante, acidentada, atabalhoada, assombrosa, assombrada, estapafúrdia. É difícil escolher. Vai até o fim, mesmo, a penúria em uma temporada inclassificável do Lakers.


Steve Blake para o resgate! No jogo em que Kobe saiu zerado, reserva salva Lakers
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Paul George x Kobe Bryant

Paul George é bom defensor, mas só um tornozelo estourado para anular Bryant

Aí o blogueiro só errou o Steve, né?

O mesmo blogueiro que afirmava que a pressão da lesão de Kobe Bryant cairia em Nash – e, não, no Blake.

Só para deixar clara a surpresa pelo que pudemos ver hoje, repetimos de modo mal-educado, gritando: “CAIRIA EM NASH E, NAO, POR DEUS, EM BLAKE!!!”.

Pronto. Passou o choque.

Jogando contra a defesa do Indiana Pacers, a mais chata, mais combativa de toda a liga, numa atuação (que não deixa de ser) histórica de Kobe Bryant, zerado pela primeira vez em sua carreira, foi o armador reserva que apareceu para o resgate. Com 18 pontos. Com sete assistências. Com seis rebotes. E mais, acreditem, dois tocos e quatro roubos de bola. De cair o queixo, mesmo.

Com Blake em quadra, o Lakers teve saldo de 21 pontos – sendo que, no geral, a vitória foi de apenas seis pontos (99 a 93). Pesou muito nessa conta sua inspirada jornada nos tiros de longa distância, fazendo o Pacers pagar caro com cinco bolas de três pontos convertidas em sete arremessos tentados, mudando todo o panorama do confronto, fazendo algo que o Lakers não tem conseguido com frequência: bombardear os adversários de modo eficiente do perímetro.

Dessa vez, o armador reserva também teve a ajuda de dois comparsas insuspeitos: Antawn Jamison, que matou quatro de sete de fora, e do anti-herói do lunatismo, Ron Artest, com duas em quatro. No geral, a equipe matou 50% do que arriscou de fora, 13 para 26. Mike D’Antoni provavelmente deve ter chorado nos vestiários, de pura comoção.

*  *  *

Depois de torcer o tornozelo de modo grave na quarta-feira contra o Atlanta Hawks, caindo sobre o pé do ala Danthay Jones, supunha-se que Kobe ficaria uma ou duas semans, no mínimo, afastado das quadras. Mas, claro, que o astro não ia aceitar isso – estamos falando do mesmo cara que já comunicou a jornalistas, dirigentes e seja lá quem mais for que éele quem decide quandopode ounão pode jogar devido a uma lesão.

Pois, três horas antes da partida em Indianápolis, ele realizou uma atividade leve por pouco menos de meia hora com o preparador físico Gary Vitti (um tesouro do Lakers a essa altura, trabalhando pela franquia desde os tempos de Magic Johnson). E julgou que estava pronto para outra.

Durou apenas 12 minutos, tempo suficiente para ele tentar quatro arremessos, errando todos eles. De resto, foram duas assistências, um rebote defensivo e um desperdício de bola.

Exagerou, né?

Aparentemente, segundo os números.

Por outro lado, Kobe sendo Kobe, imagine o recado que ele deu aos seus companheiros. É aquela coisa de “liderar por exemplo” levada ao extremo.

Sem contar o fato de que ele permaneceu no banco ao lado dos jogadores, berrando contra os árbitros, ajudando a elaborar jogadas, apoiando, fazendo tudo o que um tornozelo contundido permite.

*  *  *

Foi uma vitória muito importante para o Lakers. Depois da derrota em Atlanta, conseguiram vencer o jogo supostamente mais difícil de sua curta viagem pela Conferência Leste. Tendo agora pela frente as dragas chamadas Sacramento Kings, Phoenix Suns e Washington Wizards (mesmo com Nenê e John Wall jogando, vai…), Mike D’Antoni tem tudo para chegar ao confronto com o Golden State Warriors, no dia 25 de março, 38 vitórias e 31 derrotas, bem mais perto de uma classificação para os playoffs.

Isso, claro, se um dos Steves não deixar a poeira abaixar.


Lesão de Kobe coloca pressão em Steve Nash na luta do Lakers pelos playoffs
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Steve Nash, ânimo!

Conseguiria Nash replicar suas temporadas no auge pelo Suns, liderando o Lakers?

Então vocês já sabem que o Kobe Bryant, tentando mais uma cesta miraculosa em final de partida do Lakers contra o Hawks em Alanta, terminou por torcer o tornozelo, né? Que por enquanto não há previsão para quando ele poderá voltar a jogar – mas ninguém cravando também que ele vá realmente ficar fora de algum jogo da equipe. O que se sabe apenas é que a torção foi feia.

Kobe sendo Kobe, só não se espantem, por favor, se ele já estiver em quadra na sexta-feira contra o Indiana Pacers ou no domingo contra o Sacramento Kings. Estamos falando do mesmo cara que jogou longas sequências de partidas com ligamentos rompidos em seu pulso direito, com o dedo indicador da mão direita fraturado, fazendo uma infiltração depois da outra durante os playoffs de 2010 etc. etc. etc.

Com 34 vitórias e 32 derrotas, o Lakers supostamente não pode se dar ao luxo de preservar seu espetacular veterano por muito tempo, em uma briga ferrenha com o Utah Jazz pela oitava colocação do Oeste, ainda sonhando em alcançar, de repente, o Houston Rockets ou o Golden State Warriors e, tomando cuidado também com o Dallas Mavericks, que ainda está no páreo.

Agora, no caso de, glup, Kobe realmente ter arrebentado o tornozelo esquerdo, a equipe californiana pode ou dar adeus aos mata-matas, ou descobrir que Steve Nash é um armador de elite na NBA.

Sim, no caso de Kobe ficar fora por mais de uma semana, a pressão agora é toda do canadense.

Está certo que seu elenco, hoje, é bem enfraquecido. Se Mitch Kupchak e Jim Buss montaram um dos quintetos mais temidos da liga, falharam grosseiramente em encontrar jogadores baratos e decentes para o banco – enquanto um Chandler Parsons ou um Greg Smith se tornam barganhas em Houston, Darius Morris, Robert Sacre e Devin Ebanks só carregam isotônicos em LA. De qualquer forma, nas duas últimas temporadas, o cenário que Nash encontrou não era muito diferente, tendo de carregar um plantel medíocre do Suns em uma duríssima conferência. O resultado: 71 vitórias e 77 derrotas, para um aproveitamento de 47,9%, que talvez, talveeeeeez seja o suficiente para assegurar o oitavo lugar daqui  para a frente.

Seu melhor companheiro para a criação de jogadas em pick-and-roll era Marcin Gortat. Hoje, ao menos tem um Dwight Howard ao seu lado – e Pau Gasol poderá estar de volta na semana que vem. Um bom começo, não? De resto, seria torcer para que Jodie Meeks acerte a mão de três pontos e consiga elevar seu atual rendimento de 37,7%, que  é baixo para um suposto especialista, contratado apenas para isso, ocupando uma faixa salarial valiosa em um time que já não tem mais flexibilidade alguma para buscar reforços… Do contrário, ter priorizado o ala ex-Sixers em detrimento de Leandrinho pode se tornar um erro ainda mais grave e custoso nesta reta final de campeonato.

Mais importante, porém, é saber em que estágio estão as habilidades individuais de Nash com a bola nesta altura da campanha. Uma leitura difícil de se fazer. Afastado do santificado estafe de preparadores físicos e médicos do Suns, deslocado para outra função, será que ele consegue regressar no tempo e conduzir um eventual Lakers-sem-Kobe rumo aos playoffs?

Quando o Lakers contratou Nash no ano passado, foi uma bomba. Na hora de digerir a negociação, duas vertentes se desdobraram: pensando de modo otimista, o armador poderia aliviar a carga pesada que Kobe carregava em LA; por outro lado, sobravam dúvidas sobre o quanto seus estilos combinariam em quadra.

Inicialmente, uma fratura na perna de Nash não deixou outra opção: Kobe teria novamente de fazer um pouco de tudo em busca de vitórias. Quando o armador retornou, a temporada já estava toda avariada, com a troca de Mikes no comando e uma saraivada de críticas públicas dentro do elenco. No fim, foi decidido – por quem? – que Bryant continuaria dominando a bola por um tempo, com o Capitão Canadá funcionando como uma espécie de Super Steve Kerr ao seu lado. Arremessar melhor que Steve Blake, Jordan Farmar, Ramon Sessions, Derek Fisher e Smush Parker, opa!, a gente sabe que faz. Ô, se faz: somando arremessos de dois e três pontos e de lances livres, sua média de True Shooting ainda é excepcional, com 60,7% de acerto. Apenas no perímetro, ele converte 43,4% dos chutes, melhor marca nos últimos quatro anos.

De um modo geral, porém, a transição para o Lakers teve um impacto claro no jogo de Nash. Antes, ele brilhava controlando o show, chamando pick-and-rolls por toda a quadra, puxando contra-ataques mortais, chutando a partir do drible. Um pacote bem diferente do que se posicionar no lado contrário, esperando pelo passe, ou do que correr fora da bola buscando corta-luzes para ser municiado. Nos números, o impacto dessa mudança é claro: o armador toma conta de apenas 17,1% das posses de bola da equipe, bem abaixo dos 21,4% de dois anos atrás no Arizona. Além disso, suas posses de bola terminam em assistência em 31,7%, a média mais baixa de sua carreira desde 2000 – nas últimas temporadas, por exemplo, os índices foram de 50,9% e duas vezes 53,1%. Em termos de produção geral, seu valor despencou de 20,3 de eficiência para apenas 15,4, exatamente 0,4 acima da média da liga.

Sem a inesgotável criatividade de Kobe no perímetro, Nash terá de resgatar seu padrão de jogo que lhe deu dois prêmios de MVP na década passada, ou algo perto disso.

Não é da maneira como queriam, idealizavam, mas ele e Mike D’Antoni agora têm a chance de repetir as brilhantes campanhas em Phoenix. Com a diferença de que há, agora, muito mais (pressão) em jogo.


Mesmo com série de vitórias, Lakers ainda luta contra probabilidades
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Dwight Howard x Kobe Bryant

Howard está melhorando, Kobe promete os playoffs… Mas o Lakers ainda está numa enrascada

Por Rafael Uehara*

Com a vitória de 103 a 99 sobre os Dallas Mavericks neste último domingo, o Los Angeles Lakers chegou a um recorde de 28-29 e está apenas dois jogos atrás do Houston Rockets na coluna de derrotas na briga pela oitava vaga nos playoffs da Conferência Oeste. Kobe Bryant foi mais uma vez fantástico, marcando 38 pontos com aproveitamento de 13-21 em tiros de quadra, pegando 12 rebotes e postando sete assistências. Steve Nash marcou 20 com aproveitamento de 7-12 em tiros de quadra.

Mesmo com a vitória em Dallas, a sétima do time nos últimos 10 jogos, as probabilidades matemáticas dos Lakers chegarem aos playoffs continuam pequenas. De acordo com o algoritmo formulado por John Hollinger, ex-analista da ESPN hoje vice presidente de operações do Memphis Grizzlies, os Lakers tem apenas 37% de chance de chegar aos playoffs no momento, enquanto o Utah Jazz tem 65,7%, o Golden State Warriors, 88,1% e o Houston Rockets, 97,2%.

Isso se dá porque a formula de Hollinger leva em consideração força de tabela recente – acumulando o aproveitamento de cada adversário. E de acordo com o power ranking de Hollinger, o Lakers enfrentou a décima tabela mais fraca da liga nestes últimos 10 jogos. E ainda sim, perdeu em Phoenix, sofreu em Charlotte e foi humilhado por Clippers e Celtics. Postou um diferencial de pontos de apenas +1.8 no período.

E as coisas não ficam muito mais fáceis daqui pra frente: 13 dos últimos 25 jogos do time serão na casa do adversário, incluindo viagens a Denver nesta segunda-feira, Oklahoma City, Indiana e Golden State. O time ainda enfrentará em casa os gigantes do Oeste: Clippers, Spurs e Grizzlies e o persistente Chicago Bulls em casa mais uma vez cada, além de receber o Rockets no último dia da temporada regular. A defesa que permanece inconstante ainda enfrentará sete dos 10 melhores ataques da NBA nessa reta final.

Levando todo o contexto em consideração, não há como fugir do fato que as probabilidades ainda estão contra o Lakers, lado emocional e promessas de Kobe Bryant à parte.

*Editor do blog “The Basketball Post” e convidado do Vinte Um. Você pode encontrá-lo no Twitter aqui: @rafael_uehara.


Série constante de graves lesões ameaça ‘Eldorado’ de armadores na NBA
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Derrick Rose abatido

Como Rose vai retornar depois da ruptura do CLA? Torcida do Bulls apreensiva

Se o cara é um armador sensacional, um craque de bola ganhando milhões na NBA, alguma coisa pode estar errada ou algo de errado está prestes a acontecer?

Eu, hein?!

Que toda a galera bata na mesa da escrivaninha agora ou, se estiver com o computador no colo, que se corra até a madeira mais próxima: toc, toc, toc.

(Vocês vão me desculpar o começo de texto absurdo, mas é que, quando se dá conta de um apanhado como este que vem por aqui, é de se ficar meio atônito, mesmo, escrevendo qualquer coisa. Explicando…)

Porque Rajon Rondo é a vítima mais recente de uma profissão mágica, fundamental para deixar nosso passatempo predileto mais divertido: a de bom armador. Uma profissão que, por exemplo, vai deixando cada vez mais conhecida a a famigerada sigla LCA. Significado: ligamento cruzado anterior e sua ruptura. A mesma lesão que tirou Ricky Rubio e Derrick Rose de quadra ao final da temporada passada, sendo que o astro do Bulls ainda nem voltou a jogar e Rubio ainda tem dificuldades para recuperar o basquete que encantou a NBA em sua primeira campanha.

Os problemas físicos de uma talentosa fornada de armadores não param por aí, porém. John Wall perdeu quase meia temporada por conta de uma lesão por estresse na rótula – aliás, não me perguntem nada além disso, por favor, porque taí algo bem estranho de se escrever. Stephen Curry já tem o tornozelo direito castigado por tantas torções. Kyrie Irving, o prodígio do Cavs, mal conseguiu jogar por Duke na NCAA, devido a uma lesão no pé, fazendo apenas 11 partidas. Em seu ano de novato, sofreu com concussões e uma lesão no ombro. Mais velho que essa turma toda, Chris Paul também já teve de lidar com a ruptura de um menisco no joelho em 2010.

Nessa lista estão sete dos talvez dez mais da posição. Vamos evitar a brincadeira de elencar um top 10, mas dá para fazer de outro modo. Veja abaixo.

*  *  *

Russell Westbrook, aquele dínamo do Oklahoma City Thunder, nunca perdeu um jogo em sua carreira devido a contusão ou lesão.

*  *  *

Rubio, CP3, Irving

Três armadores brilhantes em diferentes níveis

Em termos de armador (sem pensar exclusivamente em jogadores puramente passadores como Andre Miller), a NBA vive hoje uma espécie de eldorado.

Checando o titular da posição em cada equipe, e a grande maioria vai apresentar um jogador de destaque. Nem todos são incontestáveis, mas tem muita gente no auge e outros de muito potencial, além de Steve Nash e Jason Kidd, no ocaso de suas carreiras históricas. Alguns podem ser considerados apenas regulares, mas é difícil de encontrar alguém que ruim de chorar.

Vamos lá.

Na Divisão do Pacífico, temos Stephen Curry, Steve Nash, Chris Paul (para não falar de Eric Bledsoe), Isiah Thomas e Goran Dragic.

Na região do Noroeste: Russell Westbrook, Damian Lillard, Ricky Rubio, Ty Lawson e Mo Williams.

No Sudoeste: Tony Parker, Mike Conley Jr., Darren Collison, Jeremy Lin e Greivis Vasquez.

Na Divisão Central: Derrick Rose, George Hill, Brandon Jennings, Brandon Knight e Kyrie Irving.

No Sudeste: Mario Chalmers, Jameer Nelson, Jeff Teague, Kemba Walker e John Wall.

Por fim, nos lados do Atlântico: Raymond Felton/Jason Kidd, Deron Williams, Jrue Holiday, Rajon Rondo e José Calderón.

Levando a brincadeira adiante, talvez dê para dividi-los assim:

A elite: Paul, Westbrook, Parker, Rose, Deron Williams, Rondo.
Wess pode não ter o maior fã-clube lá fora, mas é uma força da natureza como Rose, que atacam de uma outra forma na posição, mas com sucesso inegável. Williams ainda se segura por aqui pelo conjunto da obra, mas ainda tem muito o que jogar pelo Nets para justificar seu salário. Os demais? Nem precisa discutir, né?

Chegando lá: Irving, Curry, Holiday, Wall, Lawson.
Irving só não está um degrau acima ainda pela brevidade de sua carreira e por sua defesa pífia. Curry é o melhor arremessador da turma, herdeiro de Nash nesse sentido, Holiday combina bem doses de Wess/Rose com ótima defesa, Lawson perdeu rendimento nesta temporada, mas, quando está em plena forma, com confiança, ninguém segura. Wall: quando os chutes de média distância, ao menos, vão começar a cair?

No meio do caminho: Felton, Conley Jr, Calderón, Hill.
Com Felton, o Knicks é uma coisa. Sem ele, outra. O que não quer dizer também que ele esteja entre os melhores de sua posição: isso apenas reflete o modo como o elenco do Knicks foi construído, e a dupla armação em sintonia com Kidd se tornou vital. Conley começou o ano barbarizando, mas deu uma boa desacelerada depois. Ótimo defensor, veloz, mas ainda longe de ser decisivo. Calderón é um dos poucos puros passadores nesse amontoado todo, um ótimo organizador, mas que sofre muito na hora de parar os adversários. George Hill é o contrário: marcador implacável, bom finalizador próximo da cesta, mas que não está na mesma categoria de Rose e Westbrook e não faz o jogo ficar mais fácil para seus companheiros.

Em franca evolução: Lillard, Walker, Dragic, Teague, Jennings, Bledsoe.
Grupo de potencial, mas que ainda não sabemos exatamente onde vão parar. Ninguém poderia imaginar o impacto que Lillard vem causando em Portland. Mais um ano desse jeito e já vai para o andar superior. Walker enfim parece aquele terror da NCAA. Dragic é vítima das circunstâncias em Phoenix. Teague e Jennings ainda alternam bastante, mas contribuem de modo mais positivo com suas equipes no momento do que complicam seus treinadores. Bledsoe jajá vai ganhar uma bolada de alguém.

Enigmas: Rubio, Lin, Knight, Vasquez.
Ainda está cedo para avaliar o físico do espanhol depois da lesão – a defesa e o arranque para a cesta especialmente –, mas seu arremesso está ainda pior. Lin: ainda não acho que dê para dizer que a Linsanidade foi uma mentira, vide suas principais atuações neste campeonato quando Harden está de molho. Knight é dos mais jovens da lista, com apenas 20 anos, mas, comparando, está beeeeem abaixo de Irving em termos de produção estatística e personalidade em quadra, sendo que o rapaz do Cavs é de sua mesma geração. Mas todos em Detroit dizem que é um cara sério, que trabalha duro e que tem muito a crescer. A ver. Já os números do venezuelano são ótimos neste ano, mas fica a dúvida ainda se ele consegue manter esse rendimento com consistência e se consegue fazer valer seu tamanho na defesa, se tornando mais combativo.

Já deu o que tinha de dar: Nelson, Mo Williams, Darren Collison.
Nelson é o líder emocional do Orlando Magic, corajoso, habilidoso mas… seu tamanho hoje impede que ele compita de um modo justo contra aberrações atléticas que vêm dominando a posição. Williams sempre foi mais moldado como um ótimo sexto homem do que como alguém que vá fazer a diferença para um bom time de titular. Collison ainda é bastante jovem, mas rende mais quando é a estrela da companhia – vide seu ano surpreendente como substituto de Paul no Hornets. E quem vai querer dar a Collison um time para liderar, levando em conta o nível dos outros jogadores aqui listados?

Sobram Mario Chalmers e Isiah Thomas, dois casos bem particulares. Jogando ao lado de Wade e LeBron, Chalmers tem um papel bem reduzido em Miami: abrir a quadra com chutes de três pontos e colocar muita pressão na linha de passe do oponente, duas coisas que faz muito bem. É um jogador que se encaixa perfeitamente num esquema e ainda não foi testado para valer de outra forma. Isaiah Thomas, com 1,75 m, é o jogador mais baixo desta página, enfrentando todas as dúvidas de sempre. Pelo Kings, se mostra um jogador, de qualquer forma, bastante útil, com números sólidos, boa velocidade, mas não chega a ter a eficiência de um Lawson que o torne irresistível no ataque para compensar sua fragilidade na retaguarda.

*  *  *

'Rio já não ouve mais tantos gritos assim de Wade ou LeBron

É justo comparar Mario Chalmers com os demais armadores quando sua função é tão diferente?

Como o Knicks vem mostrando com Felton e Kidd, finalizadores e facilitadores, o Heat com a obrigação de condução do time dissipada entre seus principais nomes, a ascensão de cestinhas impossíveis como Irving, Rose e Westbrook, é cada vez mais raro pensar no armador da NBA como um Bob Cousy ou John Stockton, e isso não quer dizer que estejamos diante do fim do mundo. O jogo vai mudando, seguindo diversos caminhos, e os técnicos e jogadores mais antenados vão se adaptando junto.

Só esperamos que as lesões gravem não acabem com essa evolução natural da modalidade. Não quer dizer que os astros estejam ou tendam a ficar baleados. Muitas vezes uma cirurgia pode acontecer apenas em decorrência de um lance de azar. Que essas ocorrências fiquem mais raras. Um armador com velocidade e mobilidade avariadas se complica em uma liga que valoriza cada vez mais o jogo atlético espalhado por toda a quadra.

E outra: enfermaria não tem graça nenhuma.


Astros, diretoria e técnico dividem culpa em fiasco do Lakers
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Os astros do Lakers diante de um fiasco

Quem poderia imaginar?

Houve quem apontasse o banco de reservas repleto de inutilidades. Que a idade dos astros poderia ser um problema. Que Dwight Howard estava retornando de uma delicada cirurgia nas costas. Que Mike Brown não daria conta do recado – e, posteriormente, que Mike D’Antoni talvez também não representasse a combinação certa.

Já são muitas ressalvas no parágrafo acima, é verdade.

Mas, de novo: quem poderia imaginar? Com Kobe Bryant, Dwight Howard, Steve Nash, Pau Gasol, o Lakers haveria de encontrar um jeito de vencer. Batata.

Com a temporada se aproximando perigosamente de sua metade, a célebre franquia californiana não consegue se encontrar. Apresentamos um dia desses alguns números de seus concorrentes como Blazers e Rockets para dizer que a luta pelos playoffs no Oeste não estava – ou está – perdida. Desde que os caras arrumem seu próprio time, claro. E aí vieram mais duas derrotas lamentáveis contra Raptors e Bulls para complicar qualquer equação.

O que acontece de tão errado?

Aqui vão alguns personagens que dividem responsabilidade numa campanha sofrida e extremamente decepcionante:

A dupla Mitch Kupchak/Jim Buss: os relatos que vêm de Los Angeles são contraditórios. Há quem diga que Kupchak não tem nada com isso e que é apenas usado pela família Buss como a bucha de canhão, aquele que tem de dar a cara a tapa para imprensa, jogadores e torcedores, mesmo com seu papel cada vez mais reduzido na gestão do time. Mas há quem diga que ele ainda seja fundamental nas decisões, sim. Vai saber. O ponto é que, depois de reunir um elenco deste peso, de forma até milagrosa, impossível de não se elogiar, a diretoria falhou sofrivelmente num outro ponto que nem é tão importante assim, imaginem: encontrar alguém que fosse capaz de dirigir suas estrelas. A insistência com Mike Brown foi um erro desde o começo. Estava mais que claro que o especialista em defesa não tinha o estofo para manipular ou direcionar tantas cobras criadas. Depois de um ano de lo(u)caute, desperdiçaram por completo o training camp fundamental deste ano ao empregar alguém que já estava (moralmente) demitido há tempos. Não era nem mais uma questão de “se”, mas só uma questão de “quando”. Pois bem. Com a possibilidade de assinar com um certo Mestre Zen, disponível e interessado, decidiram fechar com…

Mike D’Antoni: considerando o árido cenário tático que testemunhamos no Brasil, não deixa de ser interessante observar um treinador que se mantenha fiel a suas próprias convicções e filosofia. Ele tem uma visão de basquete clara. Porém, quando você só sabe trabalhar de uma maneira, não importando o elenco que tem em mãos, essa característica pode ser qualificada como teimosia, para não dizer burrice. Por quatro anos, seu plano de jogo pelo Phoenix Suns causou um impacto enorme em toda a liga, a ponto de dobrar até mesmo seu maior rival, Gregg Popovich. E não me venham dizer que não deu certo, que era um brilhareco: o Suns jogou por dois anos a final do Oeste, perdendo para times com Tim Duncan, Tony Parker, Manu Ginóbili, Kobe Bryant, Pau Gasol e Andrew Bynum, foi para os playoffs sempre e venceu 230 partidas (média de 57,5 por ano). Agora… querer repetir essa fórmula com esse plantel do Lakers não faz o menor sentido por diversas razões: 1) hoje ele tem um Steve Nash ainda bem preservado, mas oito (8!!!) anos mais velho do que encontrou pela primeira vez no Arizona; 2) se há alguma deficiência a ser destacada no jogo de Pau Gasol, é sua reduzida velocidade – ele é ágil em seu jogo de pés e lê com facilidade o que acontece em quadra, mas nunca foi de correr de um lado para o outro. Além disso, por mais que se esforce e, de vez em quando dê certo, devido a seu pacote técnico invejável, jamais vai ser um Dirk Nowitzki na linha de três pontos; 3) na verdade, fora o promissor Earl Clark, o ainda inexpressivo Darius Morris e o pivô reserva e baleado Jordan Hill, não há velocistas no time para se querer correr; 4) também não há nem chutadores em excesso para se espaçar a quadra. Então esta seria uma boa hora para D’Antoni rever useus dogmas e se mostrar um treinador mais pragmático.

Pau Gasol: ele até pode se justificar com motivos razoáveis, como o fato de já ter sido trocado pelo Lakers no ano passado, no famigerado negócio vetado por David Stern. Ficou magoado. Depois vem o Kobe alternando críticas indiretas ou diretas com afagos para o barbudo. Aí chega Mike D’Antoni com um sistema que não favorece e até atrapalha seu estilo. Tudo bem, entendemos. Mas, para quem é conhecido como um dos atletas mais cerebrais, inteligentes da liga, o espanhol andou reclamando demais nos últimos meses. Ainda mais agora, quando D’Antoni alterou sua rotação, buscando uma solução mais adequada para seus talentos – colocá-lo no banco para que ele possa jogar o máximo de minutos que puder sem a companhia de Dwight Howard, ficando mais próximo da cesta, em seu hábitat. Gasol chiou e disse que sempre foi uma “estrela titular” em toda a sua carreira. Mais infantil que isso não tem. O espanhol poderia se sentar uma hora dessas para bater um papo com um certo argentino narigudo do Spurs. Dá para tomar um chá e repensar o discurso.

Kobe Bryant: liderar por exemplo era o que Michael Jordan fazia, doendo em quem doesse – Steve Kerr, inclusive, já foi esmurrado pelo astro em um treino, num ato de imbecilidade do maior jogador de todos os tempos. Kobe sempre admirou MJ. A língua de fora, muitos movimentos com a bola e, a cada ano de um modo mais intenso, sua atitude fora de quadra. O superastro não aconselha, não conversa. Ele cobra. Em público mesmo. Cobra porque não deixa de jogar duro em um treino sequer, um jogo sequer etc. Em sua melhor temporada em muito tempo, nada mais do que justo? Podia até ser o caso. Mas, num caldeirão borbulhante como o desta temporada, não ajuda nada esse estilo confrontador. Por um tempo, tá certo, ele se manteve ao lado de D’Antoni, assim como havia feito com Brown. Agora, já começa a questionar o comandante. De todo modo, seu comportamento acaba sendo mais nocivo dentro do elenco, alienando os companheiros. Gasol já sofreu horrores com suas intempéries, e agora diversos rumores dão conta de que sua relação com Dwight Howard não é das melhores.

Agora digam qual o elemento em comum que permeia toda a dissonância entre os cinco personagens acima?

O ego inflado e irredutível.

Jim Buss não toleraria se desculpar e resgatar Phil Jackson. Mike D’Antoni é (foi?) tão celebrado como um gênio no ataque na década passada, então não daria o braço a torcer e adaptari seu sistema ou mesmo descartá-lo por completo. Pau Gasol se cansou tanto de apanhar em Los Angeles e não permitiria que um D’Antoni qualquer passasse por cima de seu status de estrela. Kobe Bryant é pentacampeão, um dos maiores cestinhas da história, o ídolo de ídolos como Nicholson ou Denzel, então não ousem dizer que ele deveria rever sua conduta.

Se esses figurões não conseguirem encarar com franqueza o fiasco que virou o time, sem arrefecer na defesa de suas agendas, vai ficando cada vez mais provável que o Lakers não vá para os playoffs no Oeste.

Inimaginável? Nem tanto.


Depois de ‘férias’, revelação canadense desponta no basquete universitário americano
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Você assistia aos Canadá em ação nas competições Fiba e, ao final da partida, não tinha como não desligar a TV intrigado com Kelly Olynyk. Não só por este nome diferente, mas especialmente pelo tipo de jogador ele poderia ser. Alto, com 2,11m, e bastante ágil e versátil, fez sua estreia na seleção hoje gerenciada por Steve Nash aos 19 anos, direto no Mundial da Turquia-2010, com tempo de quadra consistente, com justiça. Dali realmente poderia sair coisa.

Kelly Olynyk e o potencial

Olynyk, promessa canadense

No ano seguinte, durante a Copa América de Mar del Plata, o ala-pivô começou bem mal o torneio, praticamente esquecido no banco de reservas, até que conseguiu 19 pontos e 12 rebotes num embate (e derrota larga) contra a experiente Argentina. De todo modo, sua produção caiu no geral, mesmo enfrentando concorrência mais fraca. Estava mais pesado, menos enérgico. O que havia acontecido?

Com jovens jogadores, você nunca sabe. Ainda estão aprendendo a lidar com o corpo, em constante mudança. A cabeça, então, nem se fala. Para um adolescente comum, a fase já é braba. Imagine, então, salpicar nesse caldeirão as aflições que o esporte proporciona, da possibilidade de sucesso ou falha numa carreira que pode ser glamourosa e render uma boa grana, mas que também, facilmente, pode ser curta e cheia de frustrações. Uma revelação bem cotada pode desaparecer e um anônimo, pouco badalado, pode explodir de repente.

Uma breve pesquisa na época – segundo semestre de 2011, lembrando, quando o Vinte Um estava nascendo – mostrou que Olynyk estava entrando em parafuso mesmo. Não sabia se continuava jogando na universidade de Gonzaga ou, na verdade, se continuava no basquete mesmo. Chegou a esse ponto.

Gonzaga é uma universidade católica com sede na cidade de Spokane, lá no Noroeste dos Estados Unidos. Sua posição geográfica facilita o recrutamento de muitos talentos canadenses, como o armador Kevin Pangos, que acompanha Olynyk neste ano, e o pivô Robert Sacre, o quebra-galho do Lakers para substituir Howard ou Gasol, no ano passado.

Kelly Olynyk tirou férias

Engravatado Olynyk ficou fora dos jogos, mas não das quadras

A presença do compatriota Sacre e do ala-pivô alemão Elias Harris no elenco dos Bulldogs no elenco 2011-2012 e a insegurança motivaram o ala-pivô a tomar uma decisão drástica e incomum antes da temporada: considerando que não teria muito espaço, ele optou por ser um “red shirt” – o jogador basicamente congela sua temporada de atleta, podendo usar futuramente um ano extra de atividade esportiva pela universidade. Este é um procedimento geralmente adotado por jogadores que tenham sofrido alguma lesão grave. Não foi o caso aqui: o cara ficou treinando com os companheiros, orientado pelos técnicos, mas não participou de uma partida sequer.

Geralmente, para os atletas mais novos, quanto mais jogo melhor. Para Olynyk, a temporada “off” serviu para colocar a casa em ordem. “Acho que qualquer um que não está muito satisfeito começa a pensar nas coisas. Mas eu conversei com os treinadores, e tivemos longas discussões. Fizemos um plano que funcionou no fim. Acho que tomei a decisão certa”, disse.

Voltou com mais vigor físico, a agilidade reabilitad, uma cabeleira hi, e muito mais determinado em fazer suas habilidades predominantes em quadra. Com a graduação de Sacre, havia uma vaga no time titular pronta para ser conquistada. “Não coloquei que queria aproveitar o ano para ganhar peso, estabelecer uma meta. Apenas encarei o ano para ficar mais forte e mais magro, para poder atacar de várias posições de modos diferentes e usar essa essa vantagem. Estava tentando me sintonizar e me tornar mais forte, para não ser empurrado para longe da bola. Definitivamente sinto uma diferença da minha segunda temporada para agora”, afirmou o canadense, agora com 21 anos.

Kelly Olynyk hippie

Kelly Olynyk renovado

Olynyk agarrou a chance e deslanchou, somando nesta temporada 18,1 pontos, 6,7 rebotes em 25,6 minutos por jogo, além de excepcionais 66,2% no aproveitamento dos arremessos e 80,3% nos lances livres. Muitos podem ter ficado surpresos, mas quem acompanhava o atleta de perto sabia de seu potencial. Era só uma questão de encontrar seu lugar, se sentir confortável na equipe e colocar em prática. “Ele não virou um jogador sensacional da noite para o dia só por causa de um ano fora. O talento estava ali. A confiança também existia, vendo por seus jogos com o Canadá. Esses ingredientes combinados com um programa de 12 meses e muita dedicação, com ele se comprometendo a trabalhar mais no garrafão, acabaram transformando-o”, avalia o técnico FranFraschilla, analista da ESPN.

Fraschilla toca num ponto importante. Olynyk tem um bom arremesso de três pontos, é ágil e pode atacar a cesta de frente como um ala. É o tipo de pacote bastante chamativo, mesmo, mas muitos prospectos ficaram pelo caminho na tentativa de colocá-lo à prova em jogos para valer. Digo: é algo muito bonito de se ver em treino ou em lances isolados, mas que nem sempre se valida em campeoantos (Nikoloz Tskitishvili, Martynas Andriuskevicius, Nemanja Alexandrov, Zarko Cabarkapa e muitos outros ficaram pelo caminho…).

O canadense trabalhou bem com a comissão técnica e se conscientizou em primeiro buscar as cestas mais fáceis – ainda mais competindo contra jogadores mais baixos rodada após rodada –, e deixar seus vastos recursos como uma literal reserva técnica, mesmo. Não está proibido de chutar de fora ou atacar os adversários pelo drible. Seria um crime. Mas também não poderia apostar apenas nisso, ainda mais com os pés de dançarino que tem.

O resultado disso tudo, claro, é que Olynyk agora vai subindo consideravemlente nas tabelas pré-Draft. Mantendo o nível até o final da temporada, tem tudo para ser escolhido entre os 30 melhores do recrutamento de novatos da NBA. Mas ele pode deixar isso para mais tarde. Para o ala-pivô, depois de um período de incertezas, o importante é curtir seu potencial agora. Jogando.

PS: encontre o Vinte Um no Twitter: @vinteum21.