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Greg Oden tenta, mais uma vez, deixar o limbo. Heat, Spurs e mais três estão interessados
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Giancarlo Giampietro

Greg Oden, prestes a sair do limbo

Greg Oden vai tentar novamente

Miami Heat e San Antonio Spurs vão brigar pelo título.  New Orleans Pelicans e Dallas Mavericks tentam chegar aos playoffs na duríssima Conferência Oeste. E ainda tem o Sacramento Kings, franquia que enfim entra em um processo de reformulação em sua gestão.  O que esses diferentes clubes têm em comum?

Seus dirigentes ainda acreditam.

Que Greg Oden ainda pode ser um pivô de NBA.

Perdido num limbo para lá de melancólico, tentando colocar o corpo em ordem, seis anos depois de ter sido escolhido com o número um do Draft, o pivô negocia com essas cinco franquias (no momento) seu eventual retorno às quadras.

Criado em Indiana, um estado sagrado na produção de craques e no cultivo do grande jogo como um todo, o adolescente Oden parecia destinado a grandes feitos. A ser mais um da linhagem dos superpivôs americanos, dialogando no colegial com gente como Alcindor e Chamberlain. Acreditem, este era o papo que rondava o garotão em seus anos de colegial, badaladíssimo. Não havia dúvidas a respeito.

A ponto de, em 2007, mesmo com algumas questões médicas já levantadas na época, o Portland Trail Blazers o escolher à frente de Kevin Durant, que havia barbarizado a NCAA inteira em seu primeiro ano por Texas. Você simplesmente, na cabeça de muita gente, não podia virar as costas para um grandalhão talentosos desse.

Já sabemos no que deu tudo isso. Uma tragédia.

Oden, queria ser grande

O que aconteceria se Oden…?

Oden só conseguiu disputar dois campeonatos pelo Blazers. Na somatória dessas duas campanhas, chegou a 82 partidas, um número extremamente irônico, já que representa a exata medida de uma temporada regular. Foram diversas contusões e lesões, as mais graves no joelho. Ao todo, o atleta precisou passar por cinco (5!) cirurgias nos joelhos, três delas daquelas mais temidas, as de microfratura. Não disputa uma partida desde 5 de dezembro de 2009 (sim, 2009, muito triste).

Nesse período, o sujeito imergiu em um estado depressivo, assumiu publicamente ter se tornado um alcoólatra e teve muita dificuldade para lidar com a pressão/decepção dos apaixonados torcedores da única franquia profissional de Portland (entre as quatro grandes ligas). Já não bastassem os problemas físicos, ainda teve fotos, digamos, íntimas suas vazadas na rede e perdeu um primo de quem era muito próximo, devido ao câncer. Além disso, ainda viu um cachorro cego, do qual cuidou por quatro anos, cair da varanda do oitavo andar de um hotel. Sem brincadeira.

Por duas pré-temporadas ele se apresentou ao Blazers sem estar 100% reabilitado. Foi apressado para a quadra mesmo assim – e isso obviamente não deu certo. Acabou dispensado em 2012, quando o clube precisava abrir espaço em sua folha salarial para fechar uma troca que, meses depois, lhe renderia o armador Damien Lillard.

Para tirar tudo isso da cabeça, Oden se afastou de quadra por um tempo. Retomou as aulas na universidade de Ohio State, fugiu dos microfones, tentou viver uma vida normal, na medida do possível. Até retomar as atividades em quadra, gradativamente, trabalhando primeiro seu corpo – chegou a passar pelo mesmo tratamento com plasma na Alemanha, um procedimento eternizado por Kobe Bryant e Alex Rodríguez. O fato de ter visitado Portland em abril só pode ser encorajador – aparentemente, não há mais traumas ali a serem revisitados. Pelo menos da sua parte. “Foi como (ver) um fantasma”, disse sem muitas cerimônias o ala-pivô LaMarcus Aldridge, na ocasião. Aldridge que supostamente viria a formar com o rapaz uma nova edição das Torres Gêmeas no Noroeste americano. “Ele pareceu magro. Disse que estava vestindo seus ternos da noite do Draft”, completou. No dia 5, de todo modo, estava lá o grandão na plateia para ver a partida contra o Memphis Grizzlies. Quando foi mostrado no telão do ginásio, ouviu aplausos e vaias. Terapia.

Agora, aos 25 anos, ele tenta um (?)m último retorno. Com todo o cuidado do mundo, abortou qualquer plano de disputar a última temporada, mesmo que estivesse fisicamente apto – e que o assédio dos clubes já tenha sido grande, especialmente por parte de Boston e Cleveland. Mas não tinha motivo para pressa. Ficou treinando por conta, entrando em forma.  Segundo relatos do ala DeShaun Thomas, recém-draftado pelo Spurs e formado na mesma universidade, o jogador está magro, em forma. “Ele parece incrível. Está correndo, puxando peso. Podemos estar diante de um regresso, mesmo”, afirmou.

Difícil dizer o que esperar do jogador nessa situação. Primeiro pela desconfiança quanto a sua durabilidade. Fora isso, o quanto suas habilidades estariam apuradas depois de mais de quatro anos sem jogar uma partida para valer? Mesmo que esteja inteiro, o que ele poderia oferecer hoje? Não há como saber até que um contrato seja assinado e ele passe a ser testado em treinos contra atletas de alto calibre. “Espero que possa contribuir para um bom time. Eu definitivamente me considero este tipo de jogador, mas primeiro tenho de entrar em quadra”, afirma.

O que temos em mãos hoje é muito pouco. Nas 82 partidas que realizou, Oden somou 9,4 pontos, 7,3 rebotes e 1,4 toco. A princípio, nada de outro mundo.  Sua média de minutos, porém, era de apenas 22,1tes. Fazendo as projeções por 36 minutos, então, chegamos a números mais expressivos como 15,3 pontos, 11,9 rebotes e 2,3 tocos. com 57,7% de acerto nos arremessos e um lance livre de dar inveja em Dwight Howard (66,6% no geral e 76,6% em 2009). Para os que não são muito fãs de projeções estatísticas, vale notar, então,que em seus últimos sete jogos antes da lesão do dia 5 de dezembro, ele tinha médias de 15,6 pontos, 9,1 rebotes e 2,4 tocos em apenas 26 minutos. As coisas estavam se encaixando e, para ter uma ideia melhor de seu potencial, vejam os melhores momentos abaixo:

 Os reflexos e explosão física impressionam. Veja o tamanho das mãos do sujeito também. Era para Oden ser uma força da natureza. Mas suas articulações não permitiram. De todo modo, levando em conta as centenas de milhões que a liga americana movimenta, não é de se estranhar que algum  dirigente ainda se sinta disposto – ou impelido – a apostar no jogador. E se dá certo? O dedo coça, mesmo.

Em Miami e San Antonio, Oden encontraria dois times que não dependeriam dele para nada – o que viesse desse investimento seria lucro. Caso se juntasse aos atuais bicampeões, haveria ainda menos cobranças. Se não der certo, Riley ao menos pode dizer que tentou. Por outro lado, para alguém tímido como o pivô, faria bem voltar à liga num time que chama tanta atenção? LeBron certamente o protegeria, mas sua simples presença já atrai holofotes demais. Em San Antonio, tudo isso se dissiparia rapidamente.

Oden, chega de blazer

Oden, chega de Blazer

Agora, se ele estiver realmente confiante e interessado em mais oportunidades para jogar, mostrar serviço, obviamente os outros clubes seriam mais indicados, especialmente o Pelicans, que tem uma lacuna imensa no garrafão a ser preenchida após a ida de Robin Lopez para, veja bem, Portland. Imaginem um cenário desses, que não dói nada. O renovado time de Nova Orleans brigando por vaga nos mata-matas do Oeste com o Blazers, com uma defesa ancorada por Oden? A Rip City entraria em colapso. Além disso, o Pelicans teria mais dinheiro a oferecer que os concorrentes: US$ 3 milhões por um ano. Para alguém que já fez US$ 23 milhões na carreira, será que a grana pesaria agora?

Provavelmente, não.

A essa altura, o pivô já se daria por satisfeito só de poder segurar uma bola de basquete nas mãos, poder dar dois dribles firmes e subir para a cravada. Podendo soltar o aro, cair com os dois pés firmes em quadra e poder voltar para a defesa sem mancar. Feliz só de se dizer um jogador de basquete.

*  *  *

O autor Mark Titus, ex-companheiro de Oden no time de Ohio State, foi o último a fazer uma grande entrevista com o pivô, para o Grantland. Imperdível. O material gerou uma baita repercussão em Portland. Em entrevistas aos sites locais, Titus relatou uma história bastante saborosa, que revela muito do humor que o pivô tem, mas que nunca pôde manifestar em público, devido a tantos contratempos em sua carreira. Os dois foram jantar. Na saída, iriam para a casa de Oden, que dirigia uma van nada luxuosa, “que provavelmente custou US$ 18 mil”, segundo Titus. “O interior estava um pouco trabalhado, mas nada muito maluco. Tinha algumas luzes, um CD player legal, e só. Olhei para ele meio que dizendo: ‘É isso mesmo?’. E ele: “Sim, não quero desperdiçar meu dinheiro em carros luxuosos’. E aí ele continuou: ‘E quer saber de uma coisa? Uma semana depois de ter comprado esta van, descobri que Kevin Durant teve exatamente a mesma van por dois anos’. Eu apenas sorri. E ele: ‘Eu nunca vou conseguir sair da sombra de Kevin Durant’, dando risada.”

*  *  *

O Draft de 2007 deu à NBA muito mais que Durant. Outros dois craques saíram dessa lista: Al Horford, a escolha número três, e Joakim Noah, que saiu apenas em nono, bizarramente atrás de Jeff Green, Yi Jianlian e Brandan Wright. Mike Conley Jr. (o quarto) e Thaddeus Young (12º) foram outros destaques na loteria. Mais adiante na lista apareceram ainda Tiago Splitter (28º) e, epa!, Marc Gasol (48º).


Real Madrid resiste a Huertas e elimina o Barcelona com atuação decisiva de Rodríguez
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Giancarlo Giampietro

O Real comemora

No basquete, deu Real para cima do Barcelona em um torneio continental

Armador bom faz diferença. Marcelinho Huertas tentou o que pôde nesta sexta, depois de o Real Madrid anular Juan Carlos Navarro no perímetro. Mas Sergio Rodríguez, quem diria, foi ainda melhor, sendo decisivo para liderar a vitória merengue no clássico, avançando à final da Euroliga de basquete, com um triunfo por 74 a 67.

A primeira lembrança que tenho de Rodríguez era de seu início pelo Estudiantes, com passes fantásticos, muita criatividade, mas uma produção bem inconsistente. Na época, e acho que ele mesmo assumia isso como referência para seu jogo, sendo comparado a Jason Williams, o “White Chocolate”. Vocês se lembram do Williams, né? Ele teve dois anos de darling pelo Sacramento Kings de Chris Webber até que a NBA se cansou um pouco de seus lances mirabolantes, mas pouco substanciais.

No início de carreira, o espanhol era carequinha, de cara limpa. Quando foi para aos Estados Unidos, levou na bagagem esse estilo mais espetacular, ainda que pouco eficiente. Acabou caindo numa fria ao ser draftado pelo Portland Trail Blazers na NBA.  Aos 20 anos, pensando mais nos clipes das “melhores jogadas”, penou nas mãos de um conservador como Nate McMillan, que tinha em Steve Blake seu jogador predileto para dividir a quadra com Brandon Roy. Em três temporadas, não jogou mais que 16 minutos em média e foi trocado para o Sacramento Kings em 2009. Sete meses depois, seria trocado novamente, apenas como peça/salário complementar, para fazer funcionar a meganegociação que tirou Tracy McGrady de Houston. Ao final do contrato de novato, voltou para casa.

Pois esse Sergio Rodríguez que vemos hoje pelo Real está transformado, e não só pela imensa barba que faz até mesmo James Harden ficar com inveja. Um sujeito completamente amadurecido em quadra, dominando o a bola com esmero e arrojo ao mesmo tempo. Controlando o ritmo da partida, acelerando sempre que pôde para tentar atacar a defesa do Barcelona antes que ela se estabelecesse, ele foi o grande nome do clássico espanhol, mesmo tendo ficado apenas 22 minutos em quadra – vai entender.

Mas foi tempo suficiente para distribuir nove assistências. O espanhol conseguiu bater com facilidade a primeira linha defensiva do Barça, algo que se provou mortal. Uma vez que se aproxima do garrafão, o armador se torna uma arma muito perigosa, com uma visão de jogo incrível e um arremesso em flutuação que agora tem de ser marcado (12 pontos no total). O pivô Marcus Slaughter que gostou, recebendo um monte de encomendas debaixo da cesta.

Rodríguez não cometeu sequer um turnover, enfrentando a defesa mais encardida da temporada. Aqui cabe uma ressalva, contudo: sem Pete Mickeal para fortalecer o perímetro, com Nathan Jawai, seu jogador mais físico e que ocupa um baita espaço no garrafão, jogando no sacrifício, a retaguarda do Barça não estava em melhor forma, ficando muito dispersa. Tanto Rodríguez como seu xará Llull aproveitaram muito bem essas brechas para atacar.

A atuação memorável do reserva do Real também se estende ao outro lado da quadra. Ele e Llull colocaram muita pressão em cima da armação do arquirrival. Foi desse jeito que o time conseguiu se livrar de uma desvantagem de até oito pontos no início do quarto período para terminar com +7.

Foi um grave erro de cálculo de Xavi Pascual, técnico do Barça. Justo ele, o mais calculista. Lidando com jogadores tão ágeis como esses, ele acabou deixando o veteran(íssim)o Sarunas Jasikevicius um pouco a mais do que devia em quadra. Quando retornou com Huertas, a menos de cinco minutos do fim, o Real já havia retomado o controle da partida. E sobrava pouco tempo para seu time se rearranjar em quadra e tentar uma nova investida.

Num jogo de detalhes como esse, o esmero de Rodríguez com a bola fez toda a diferença.

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Marcelinho Huertas terminou o confronto com 19 pontos, 6 rebotes e 2 assistências, 7/15 nos arremessos, em 30 minutos. Não é a linha estatística mais normal de sua carreira, mas o brasileiro fez uma boa partida e foi instrumental em uma reação do Barça no terceiro período para o quarto. Chegou a marcar oito pontos consecutivos, deixando seu time no comando do placar. Até que foi sacado de quadra para descansar. Um dos poucos jogadores capazes de criar por conta própria no time do Barça, vindo do perímetro, Huertas teve de assumir uma carga maior em busca da cesta diante das dificuldades que Navarro encontrava. La bomba anotou apenas 9 pontos em 32 minutos, errando seis de nove arremessos.

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O Real Madrid enfrenta o Olympikaos na decisão. Justamente o adversário de seu último título continental, lá longe, em 1995.

* O Canal Sports+, da Sky, transmite no domingo os últimos dois jogos do Final Four da Euroliga. Divido os comentários com Ricardo Bulgarelli. A naração fica por conta dos companheiros Maurício Bonato, Ricardo Bulgarelli e Marcelo do Ó, como foi durante toda a temporada.


As estranhas relações entre duas atrações imperdíveis do Lollapalooza e a NBA
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Giancarlo Giampietro

Shaq Fu

Shaq Fu! Aaaargh

É muito mais fácil ligar o basquete ao rap, ainda mais depois da geração gansta. Existem até mesmo aqueles cestinhas que se meteram a besta como artistas fora de quadra também, e a gente sabe que quase nunca isso vai dar certo. Shaquille O’Neal, Allen Iverson e o nosso lunático anti-herói Ron Artest, justo ele, podem rimar alguma coisa a respeito.

Por outro lado, tem gente que, em outro estilo, mandou muito bem, como o finado Wayman Tisdale, que talvez tenha sido um melhor baixista de funk/jazz do que ala-pivô, embora fosse um habilidoso jogador para pontuar no garrafão – e não muito mais que isso.

Agora, com o festival Lollapalooza chegando a São Paulo com sua edição 2013 neste fim de semana de Páscoa, o blogueiro tem a chance de roubar um pouquinho e falar sobre outra coisa que lhe apetece. Mas, ok, para não soar ofensivo ao batalhador leitor que já podia reclamar do cansaço e da  perda tempo neste espaço, a gente dá um jeito de jogar o basquete no meio dessa história.

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OS PIONEIROS CULTS DE OKLAHOMA CITY

Wayne Coyne

Flaming Lips, de Wayne Coyne, e seu ritual estão prestes a voltar ao Brasil

Kobe Bryant deve ter feito das suas. Alguma bandeja reversa por baixo do aro. Alguma mudança brusca de direção seguida de enterrada. Um arremesso em flutuação na zona morta, com o corpo já atrás da linha da tabela. Qualquer coisa desse tipo que tenha feito o esquisitão Wayne Coyne vibrar na plateia. Atitude que foi imediatamente repreendida.

“Mas aquilo foi maluco! Quem é aquele?”, perguntou o músico. Explicaram de quem se tratava e completaram que ali, na cidade deles, meu chapa, ninguém vai aplaudir alguém que jogue do outro lado, não importa quem ou o que o sujeito tenha feito.

Wayne Coyne, o líder do Flaming Lips, atração do festival paulistano na sexta-feira, é do tipo de pessoa que realmente não sabe quem seja esse tal de Kobe. Sua cabeça já anda bastante ocupada com muita coisa: as trezentas parcerias musicais que podem ser engatilhadas nas próximas semanas, com robôs que aterrorizem a pequena Yoshimi, sobre como os efeitos do ácido podem ser positivos para um ser-humano antes do almoço e de como poderia usar a próxima representação de vagina e/ou bichos de pelúcia em um palco, galeria ou kit para imprensa. É maluco, mas, no universo criado pela banda, acontece tudo de modo muito pueril, acreditem.

(Já entrei nessa isso em duas ocasiões, em 2005 aqui em Sampa, em 2011 em Santiago. É um ritual especial. O sujeito vai entrar em uma bolha de plástico e andar/rolar por cima de centenas no público. O telão sempre trazendo algo surpreendente para a apresentação. Eles vão estourar muitos confetes, serpentinas e balões de plástico. A banda emenda alguns refrões cativantes em sequência. O plano é fazer de tudo para que o show de sexta-feira seja inesquecível. Lendo assim, pode parecer apenas uma festinha tonta para a criançada mal-crescida, e talvez seja isso mesmo. Mas só vendo ao vivo para saber.)

Calha que a banda tem como base a mesma Oklahoma City do Thunder. Muito antes de Kevin Durant tomar conta dos outdoors e ser cultuado – junto com Westbrook e a barba de James Harden –,  Coyne, de 51 anos, e seu grupo eram os que mais chegavam perto de celebridades locais.

"Thunder Up", Coyne!

Wayne Coyne comemora. Resta saber apenas se foi cesta do Thunder

Ao contrário do Thunder com seus jovens superastros, o Flaming Lips nunca foi necessariamente um arrasa-quarteirão de vendas, embora tenham ganhado fama mundial no mesmo período em que sua cidade floresceu. Eles deram uma piscadela para o estrelado com a trilogia “The Soft Bulletin”(1999), “Yoshimi Battles the Pink Robots” (2002) e “At War with the Mystics” (2006), ganhando três Grammys, mas não tardaram em recuar para suas trincheiras obscuras.

Antes desse flerte com o mainstream, por exemplo, haviam gravado um disco quádruplo – “Zaireeka”, de 1997 – cujas partes deveriam ser tocadas simultaneamente numa orquestra do barulho (leiam com a voz do locutor global na cabeça, por favor, anunciando a próxima atração da “Sessão da Tarde”). Você pode entender como uma “coisa-de-lôco”, um lixo irrecuperável, mas eles sinceramente não se importam. Em um projeto mais recente, lançado no ano passado, fizeram um álbum coletivo – “The Flaming Lips and Heady Fwends” –, trocando arquivos de músicas com colaboradores espalhados pelo mundo todo, apresentando gente como Chris Martin, do Coldplay, e Bon Iver, para depois costurar tudo.

Enfim, antes da migração do Supersonics para Okahoma City, quais as referências possíveis da cidade para aqueles fora dos Estados Unidos? Para a maioria, provavelmente apenas o lamentável atendado de 1995,  que resultou na morte de 168 pessoas e em outras 684 feridas. Mas, pelas razões citadas acima, para um pequeno grupo de seguidores, havia também os Lábios Flamejantes.

Hoje, a coisa mudou. Quando o líder do grupo é abordado em turnês pela Europa, Austrália e, de repente, aqui no Brasil, o que ele mais ouve é sobre os fedelhos do Thunder, como as pessoas gostam de assistir aos jogos deles. Durant, Westbrook e, snif! snif!, James Harden haviam ultrapassado sua popularidade.

O time se tornou o símbolo perfeito para a revitalização por qual passou Oklahoma City da década de 90 para cá. De uma terra perdida no meio dos Estados Unidos, onde se encontram diversas formações vegetais, uma área de confluência climática e também de diversas culturas das diferentes regiões que a rodeiam, a cidade se tornou um pólo econômico e criativo.

Embora o grupo de Coyne tenha feito uma música que virou o hino oficial de rock da cidade – a encantadora “Do You Realize???”, do vídeo acima –, o Flaming Lips, com sua psicodelia e provações constantes, nunca seria mesmo um símbolo de nada institucional, muito menos em um território ainda bastante conservador. Um nativo que nunca deixou o local, por mais que Nova York ou Los Angeles pudessem ser muito mais convidativas e cômodas para sua carreira, Coyne reconhece a importância do clube nesse sentido, diante do ressurgimento de Oklahoma City. “Acho que as pessoas gostam da ideia de que, seja o roqueiro malucão ou o jogador de basquete, nós todos temos este espírito da cidade. É algo que eu realmente não acho que existe. Mas o Thunder provavelmente conseguiu unir isso mais do que qualquer um”, disse em entrevista ao New York Times, em abrangente reportagem sobre a relação da equipe e a cidade.

No ano passado, durante os playoffs, o Flaming Lips até regravou um de seus hits – acho que dá para ser classificado como um hit –, “Race for the Prize” como um hino para o time: “Thunder Up!”, sendo tocado minutos antes dos jogos. ‘”Kevin Durant / don’t say he can’t!”, diz um trecho da letra. Veja abaixo a versão atualizada, seguida pela original ao vivo:


Só não peçam que Wayne Coyne entenda alguma coisa de basquete. “Quando você está lá, não é que um jogo seja um evento que siga um script de Steven Spielberg. Fico meio confuso. Será que nós vencemos? Eles venceram? E, quando você olha para o placar, bem, será que o jogo acabou?”, disse ao NYT, se autodescrevendo como o torcedor mais perdido do ginásio e do planeta.

O negócio deles é no palco mesmo, território em que consegue encontrar as similaridades entre o jogo e um show. “É aquela ideia de que está todo mundo focado na mesma coisa, ao mesmo tempo, ficando juntos e fazendo da experiência algo maior. É uma tolice, mas todas as coisas são tolas assim.”

Com o Flaming Lips, é isso aí.

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OS RENEGADOS DO GRUNGE

Fundada em meados dos anos 80, mapeada pela indústria musical americana apenas em 1993 com a entrada de “Transmissions from the Satellite Heart” nas paradas, o Flaming Lips poderia ter embarcado na onda grunge que dominava as rádios naqueles tempos, mas seguiram por um caminho absurdo, completamente distante do chamado “som de Seattle”. Ironicamente, Kevin Durant poderia ter sido uma figura totalmente ligada a essa cidade do Noroeste dos Estados Unidos, mas acabou jogando lá por apenas um ano, antes do polêmico deslocamento de sua franquia para Oklahoma City.

Shawn Kemp x Jeff Ament

Jeff Ament em peça publicitária com Shawn Kemp, seu ídolo em Seattle

Foi um movimento amaldiçoado por Jeff Ament, baixista do Pearl Jam e fanático pelo Supersonics, daqueles que compravam carnês de ingressos temporada após temporada junto com o guitarrista Stone Gossard. Os dois são outros que tocam no Lollapalooza, mas no domingo.

Muito antes de conhecer Chris Cornell ou Eddie Vedder, Ament era um armador talentoso no colegial em Montana, interiorzão da América profunda. Foi eleito para seleções estaduais e tudo, a ponto de ser recrutado pela universidade de… Montana (dãr!) como jogador. Entrou para a equipe dirigida por Mike Montgomery, futuro técnico de Stanford, do Golden State Warriors e hoje da universidade de California e, rapidamente, descobriu que, como aspirante a uma carreira no basquete universitário, ele provavelmente tinha mais jeito, mesmo, para o rock. “Os mundos de esportes e música não combinavam, realmente. Onde eu cresci, eu podia ser um esportista e um punk rocker. Quando fui para a universidade, ficou aparente que eu tinha de pertencer somente a um desses grupos”, disse em entrevista interessante à ESPN americana.

Bem, a gente já sabe hoje no que deu isso tudo. O cara se mudou para Seattle, conheceu certas pessoas, as coisas demoraram para se encaixarem, mas de repente ele fazia parte de uma das bandas que se tornaria das mais populares do mundo. No início, na condição de estrela emergente do rock, Ament era obrigado a esconder do público sua outra metade. Afinal, tinha sempre quem importunasse. “Kurt Cobain e Coutrney Love sempre zoaram o fato de que eu jogava basquete. Uma vez eu parei para dizer oi antes de um show e, quando estava indo embora, Courtney gritou: ‘Vá jogar basquete com Dave Grohl!'”, recordou o baixista. Os roqueiros que foram etiquetados como grunge já eram aqueles que a sociedade não queria. Ament conseguiu ser um rejeitado dentro desse universo. 🙂

Jeff Ament, versão basqueteiro

Jeff Ament não tinha a maior pinta de basqueteiro do mundo, de todo modo

Nas turnês, porém, ele confessa que sempre havia uma bola de basquete ou futebol americano por perto. Vedder, segundo seu companheiro, era mais ligado ao beisebol. Hoje, mais maduro e consagrado, não há restrição alguma, claro, em se assumir um basqueteiro – que realmente acompanha a NBA em detalhes, ainda que em Seattle ele não tenha mais nenhum clube profissional pelo qual torcer. “(Se um novo time chegasse,) Acho que teria de namorá-lo por um tempo. Se as coisas dessem certo, poderia checar se alguém gostaria de dividir o carnê de ingressos por alguns anos”, afirma.

Avaliando a possível transferência do Sacramento Kings para Seattle, fica difícil de avaliar qual o comportamento adequado. “Seria a melhor e a pior opção ao mesmo tempo. É a melhor porque eles têm provavelmente o melhor potencial como time de playoff, se o DeMarcus Cousins conseguir entender seu cérebro de alguma forma, ou se eles conseguirem um técnico que possa treiná-lo, ou se o Tyreke Evans der as caras. Mas Sacramento é uma cidade pequena. Se você tira o Kings deles, vão ficar com o quê? Só um time menor de beisebol, algo assim”, diz.

A ligação do Pearl Jam com o basquete, desta forma, é muito mais intensa do que o normal entre os roqueiros, certamente maior que a do Flaming Lips com o Thuder. Desse vínculo, se  destacam duas histórias:

– Ament já escreveu uma canção para citando Kareem Abdul-Jabbar, chamada “Sweet Lew”, do álbum “Lost Dogs” (2003), em referência ao nome de batismo do legendário pivô, Lew Alcindor. Não foi bem uma homenagem: Jabbar foi seu técnico em um jogo de celebridades e o teria ignorado quando foi tentou puxar um papo – a propósito, ele identifica os bateristas Chad Smith, do Red Hot Chilli Peppers, e Steve Gordon, do Black Crowes, como os melhores músicos-jogadores que conheceu.

Mookie Blaylock, ex-Pearl Jam

Mookie Blaylock, ex-armador do Nets e ex-Pearl Jam. Seu número? Dez, ou “Ten”, primeiro álbum da banda que vendeu mais que água nos anos 90

– Um dos primeiros nomes da banda foi “Mookie Blaylock”, aquele armador que defendeu New Jersey Nets, Golden State Warriors, mas teve seu  melhor momento pelo Atlanta Hawks nos anos 90. Como isso aconteceu? O grupo estava em uma lanchonete para fazer sua primeira gravação em um estúdio, com uma diária de uns US$ 10. Ainda assim, conseguiam comprar alguns pacotes de cards. Em um deles, saiu o armador. Ainda não haviam decidido um um nome para o conjunto e colocaram a “figurinha” de Blaylock na capa da fita que gravaram. Depois, saíram em uma turnê de dez dias com o Alice in Chains usando esse nome. Só mais tarde que veio a combinação a ser consagrada.

Há diversas explicações para “Pearl Jam”. Uma fictícia, inventada por Vedder em uma entrevista é de que ele teria uma avó chamada Pearl, que fazia uma geleia inigualável. Outra teoria, que tem seus defensores entre biógrafos e velhos amigos, é de que “Pearl” seria uma referência ao apelido de Earl “The Pearl” Monroe, craque do Knicks e do Bullets nos anos 70, e fantástico nas enterradas. O “Jam” também teria sido unido a “Pearl” depois que os amigos compareceram a um show de Neil Young, e o figurão canadense não parava de esticar suas músicas, em “jam sessions” com os companheiros de palco.

 Por mais fanáticos que sejam, música para o Sonics Jeff Ament e Stone Gossard nunca fizeram. 🙁

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Atração do Lollapalooza paulistano de 2012, a Band of Horses, também de Seattle, chegou a gravar uma música intitulada “Detelf Schrempf”. Mas eles juram que não tem inspiração alguma no ex-craque alemão. Investigamos isso na encarnação passada.

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#NBAbands

De vez em quando tem dessas brincadeiras no Twitter que divertem, né? Demora, mas acontece. Ótima oportunidade, então, para resgatar alguns dos trocadilhos na fusão de nomes de bandas com jogadores da NBA, a #NBAbands, que foi trending topic há algumas semanas.

– “Durant Durant” = para ficar no tema.

– “Garret Temple of Dog” = o Temple of Dog uniu os integrantes de Pearl Jam e Soundgarden, vizinhos de Seattle. Garret Temple ainda busca se firmar na NBA, fazendo dupla armação com John Wall no Wizards.

– “Rajon Against the Machine” = A fama de esquentadinho de Rajon Rondo poderia ser direcionada contra o sistema, como fez nos anos 90 os revolucionários do Rage Against?

– “30 Seconds Dumars” = Quando Joe Dumars contratou Charlie Villanueva e Ben Gordon de uma só vez, quebranco a banca, muitos torcedores do Pistons se perguntaram certamente se ele estava com a cabeça a “30 Seconds to Mars”, banda do ator Jared Leto.

– “John, Paul George, and Ringo” = Eu realmente nunca havia pensado que o prodígio do Indiana Pacers reunia dois daquele quarteto de Liverpool em um só nome.

– “The Jimmer Fredette Experience” = A experiência de Jimi Hendrix não durou muito, mas deixou um baita legado para a música. Jimmer Fredette, fenômeno univeristário, ainda batalha para deixar sua marca na liga.

– “Bryant Adams” = uma combinação insólita de um dos maiores assassinos em quadra, Kobe Bryant, com um astro pop canadense de letras bem melosas, Bryan Adams.

– “My Darnell Valentine”, “My Bloody Valanciunas” = a banda shoegaze viajandona My Bloody Valentine voltou a lancar um álbum neste ano e serviu de inspiração para dois dos melhores nomes, seja com o ex-armador de Portland Trail Blazers, Cleveland Cavaliers e que terminou a carreira na Itália, ou com o jovem pivô lituano Jonas Valanciunas, aposta do Raptors.

– “Lillard Skynyrd” = Damien Lillard pode ter vindo do interior dos Estados Unidos, mas imagino ser pouco provável que a sensação do Blazers toque em seu iPod algum sucesso setentista do Lynyrd Skynyrd.

–  “Simon & Garnett” = Se Paul Simon já brigava com alguém de voz tão bonita como Art Garfunkel, o que aconteceria se ele fizesse dupla com um psicopata feito Kevin Garnett?

– “The Artist Formally Known as Tayshaun Prince” = hoje no Grizzlies, Tayshaun ao menos quer provar que ainda pode ser uma peça útil nos playoffs, enquanto Prince pirou por completo.

– “Bon Iverson” = Iverson chegou tarde. Bon Iver já tem em Kanye West seu rapper preferido.

– “Ol’ Dirk Bastard” = Nowitzki já é praticamente um texano de Dallas, mas parece estar longe do rap nervoso (e dos pileques) de Ol’ Dirty Bastard, um dos integrantes do histórico grupo de rap Wu Tang Clan.

– “Al Jefferson Airplane” = Os movimentos de costas para a cesta de Al Jefferson são tão criativos como o som psicodélico do Jefferson Airplane? Não chega a tanto.

– “Earth, Wind & Fire Isiah” = nesta versão, a banda favorita de qualquer torcedor radical do New York Knicks que tenha vivido um pesadelo na era Isiah Thomas em Manhattan.

– “Brad Lohaus of Pain” = É do House of Pain uma das músicas mais tocadas na história dos jogos de basquete, “Jump Around”. Para Brad Lohaus, um branquelo pouco atlético, ficar saltando muito por aí, apenas na primeira versão do NBA Jam, pelo Milwaukee Bucks, mesmo.


Semana final de trocas da NBA envolve Leandrinho e jogadores periféricos
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Giancarlo Giampietro

Na temporada passada, ainda estava tudo muito recente. As franquias sangraram um bocado durante o lo(uc)caute e ainda não haviam assimilado exatamente do que se tratavam as novas regras da liga, depois de longas e desgastantes discussões e as decorrentes e consideráveis mudanças na relação trabalhista com os jogadores e também na limitação da condução de transações entre as próprias franquias.

Ronnie Brewer x Dwyane Wade

Ronnie Brewer (e) foi um dos poucos jogadores contratados por times de ponta em um mercado mais restrito. Agora vai ter de combater Wade ao lado de Durant

Agora, a julgar por uma semana de trocas bem tímida, parece que ou os clubes enfim conseguiram fazer a lição de casa e se assustaram, ou ainda não entenderam bem quais são as regras que estão na mesa e tiraram o pé. De todo modo, o que predominou, mesmo, foi uma extrema precaução nas conversações entre os clubes. Prova mais clara desse cuidado todo foi a escassa quantidade de escolhas de Draft .

Geralmente, essas escolhas funcionam como fator decisivo para o fechamento de um negócio, como uma medida de convencimento: “Escuta, se você não adora tanto assim esse jogador aqui, eu te dou mais, e não se fala mais nisso”. Hoje, elas viraram commodities muito valiosas, devido ao baixo salários que os calouros recebem em seus contratos – ou, pelo menos, baixos quando comparados com a produção em quadra que oferecem.

De todas as trocas acertadas nesta temporada, apenas o Memphis Grizzlies cedeu um pick, para convencer o Cleveland Cavaliers a receber um punhado de reservas, livrando-se assim de alguns salários indesejados. E mais nada. O mesmo Grizzlies que depois despachou Rudy Gay algumas semanas atrás na movimentação de maior destaque.

Relembremos, então, o que aconteceu nesta semana, com alguns pitacos sobre as trocas mais significantes:

Boston Celtics recebe Jordan Crawford, Washington Wizards recebe Leandrinho e Jason Collins.

Jordan Crawford x Jason Terry x Leandrinho?

Crawford assume o papel de Leandrinho em Boston. Jason Terry vai gostar?

– O que o Celtics ganha: um reforço pontual para Doc Rivers no perímetro, ocupando a vaga que era do brasileiro. Crawford é um dos atletas que consegue criar jogadas por conta própria contra qualquer marcador, com muita habilidade no drible e um destemor que muitas vezes pode lhe colocar em situações embaraçosas (pedradas e airballs, leia-se). Pode ser um fominha exagerado e não marca muito bem. Fica a expectativa para ver como vai se comportar ao lado de veteranos como Garnett e Pierce e como responde aos comandos de Doc Rivers. Pode ser uma boa pedida ou dor-de-cabeça.

– O que o Wizards ganha: adição por subtração, saca? Mesmo que Leandrinho não possa jogar mais nesta temporada, o clube ao menos se livrou de Crawford, que estava chiando demais na capital norte-americana desde que o novato Brad Beal tomou conta de sua posição e John Wall retornou de lesão. Jason Collins, pelo contrário, é um veterano bom-moço, que não apontar o dedo para ninguém. E quanto a Leandrinho? Quem se lembra da declaração de Danny Ainge de que gostaria de renovar com o brasileiro? Não durou muito. Negócios são negócios.

Milwaukee Bucks recebe JJ Redick, Gustavo Ayón e Ish Smith. Orlando Magic recebe Tobias Harris, Doron Lamb e Beno Udrih.

JJ Redick

JJ Redick deixa o Bucks mais forte para os playoffs

– O que o Bucks ganha: O gerente geral John Hammond prova que leva sua temporada a sério – acredite, nem todos os cartolas avaliam a situação desta maneira – e tenta desafiar os cabeças-de-chave nos playoffs do Leste, fortalecendo, e muito, sua rotação de perímetro com  Redick, um jogador sobre o qual já foi publicado um manifesto na encarnação passada do Vinte Um. Para os preguiçosos de fim de semana, resumimos: o ala é um dos caras mais eficientes da liga e também dos mais conscientes. Vamos falar mais a respeito em breve. Ayón é outro jogador bastante inteligente, indicado por algum sabichão como um possível reforço barato neste ano, mas que tem um problema pela frente: chega a um clube com rotação completamente congestionada no garrafão. Ish Smith? Se Jim Boylan precisar usar o baixinho em jogos decisivos neste ano, seria um péssimo sinal para suas pretensões.

– O que o Magic ganha: Tobias Harris e Doron Lamb foram muito pouco aproveitados em Milwaukee, mas são bem avaliados pelos scouts da liga. Harris está em sua segunda temporada na liga, mas tem apenas 20 anos e é conhecido por sua força física e firme presença próximo da cesta.  Lamb foi campeão universitário por Kentucky. Embora não seja o jogador mais atlético, tem fundamentos sólidos  no ataque e um belo arremesso de longa distância. São mais dois prospectos para Jacque Vaughn trabalhar em um elenco que carece de jovens talentos. Antes de retornar ao mercado de agentes livres, Beno Udrih pode quebrar um galho no caso de a lesão de Jameer Nelson ser grave.

(Paralelamente, o Orlando Magic mandou o ala-pivô Josh McRoberts para o Charlotte Bobcats, em troca de Hakim Warrick, que deve ser dispensado. Provavelmente, então, Michael Jordan concordou em dar alguma graninha para a franquia da flórida, ou alguma escolha de segunda rodada. Agora: o que McRoberts vai fazer em Charlotte também fica no ar. É um jogador esforçado, que gosta de dar pancadas, tem boa impulsão e agilidade, mas não acrescenta muita coisa para um time que já tem bons operários em seu elenco, mas precisa desesperadamente de um astro).

Oklahoma City Thunder recebe Ronnie Brewer, New York Knicks ganha uma escolha de segunda rodada.
O que o Thunder ganha: Brewer foi mais um reforço bom e barato apontado aqui a mudar de ares. Valeu, Sam Presti, amigo de fé, meu irmão camarada. 🙂 O ala começou a bela temporada do Knicks como titular, mas foi afastado bruscamente da rotação por Mike Woodson, num movimento muito difícil de se entender. Ótimo defensor, experiente e atlético, pode ser útil por 10 a 15 minutos em média nos playoffs, ainda mais se o Thunder cruzar com o Miami Heat novamente na final – em seus tempo de Bulls, sempre fez um bom rabalho contra Wade.

– O que o Knicks ganha: alívio na folha salarial, mas fútil para um time que não tem preocupação alguma em economizar, além de uma escolha de segunda rodada no Draft, que deve ser insiginificante, entre os últimos lugares.

(Para abrir espaço a Brewer, o Thunder cedeu o armador reserva Eric Maynor para o Portland Trail Blazers, também em troca de um pick de segunda ronda. Maynor perdeu espaço para Reggie Jackson na reserva de Westbrook e ainda se recuper de uma cirurgia no joelho. De qualquer forma, o banco do Blazers é tão ruim que ele deve chegar ao Oregon com status de salvador, em seu último ano de contrato. Isto é: não representa impacto para as finanças do time.)

Houston Rockets recebe Thomas Robinson, Francisco Garcia e Tyler Honeycutt, Sacramento Kings recebe Patrick Patterson, Cole Aldrich e Toney Douglas.

Meu nome é Morris

Marcus Morris e Markieff Morris. Ou Markieff e Marcus Morris?

– O que o Rockets ganha: o quinto selecionado no último Draft em mais um ataque sorrateiro de Daryl Morey, o padrinho dos nerds. Com dezenas de jornalistas cobrindo a liga minuto a minuto, contectados ao Twitter, com celulares nas mãos, esperando o assobio do passarinho mais próximo, o gerente geral conseguiu fechar um negócio que ninguém havia especulado. Coisa que nem a CIA consegue hoje mais. Robinson não teve um bom início de carreira na NBA, mas estava cedo, mas muito cedo mesmo para se abrir mão. Tem coisas que só Sacramento Kings faz por você, mesmo. E mais: Garcia está em seu último ano de contrato, dando ao Rockets a chance de cortar mais um punhado de dólares de sua folha de pagamento ao final do campeonato. Para ir, então, em direção a Dwight Howard ou Josh Smith. Segura. Além disso, Garcia é um bom arremessador de três pontos, um sujeito que não complica as coisas no vestiário e pode entrar na rotação de Kevin McHale ao lado de Carlos Delfino.

O que o Kings ganha: grana. O time poupa US$ 4 milhões em salários neste ano com um só objetivo: fazer do time mais barato e mais atraente para um novo comprador. Por mais que publicamente a diretoria vá alegar que Patterson é amigo de DeMarcus Cousins (jogaram juntos em Kentucky) e que ele se encaixa melhor com seu talentoso e irritadiço pivô, abrindo a quadra com seus disparos de longa distância, não há explicação para trocar um pick 5 de Draft além desses tempos miseráveis por que passa a franquia. Douglas e Aldrich não devem ficar perdidos nessa situação por muito tempo.

(O Rockets também prestou um serviço público ao encaminhar o ala Marcus Morris para o Phoenix Suns, em troca de uma escolha de segunda rodada. Marcus agora volta a atuar ao lado de seu irmão gêmeo, Markieff. O problema é que os dois jogam hoje na mesma posição. Xi. Ah, e o Suns ainda acertou outro negócio menor, ao enviar o armador Sebastian Telfair para Toronto, em troca do pivô iraniano Hamed Haddadi e de – adivinha o quê??? – outra escolha de segunda rodada do Draft. Tcha-ram.)


Dwight Howard estreia bem pelo Lakers, mas não evita 6ª derrota na pré-temporada
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Giancarlo Giampietro

Manchete no Lakers.com

Falta em Howard: como nos tempos de Shaq, é bom que o Lakers se habitue com isso

Acabou a espera, mas não cessaram as derrotas.

Dwight Howard chorou e fez sua primeira partida pelo Lakers na noite deste domingo em derrota para o Sacramento Kings por 99 a 92 em amistoso disputado no Staples Center. Essa foi a sexta derrota em seis compromissos da equipe angelina pela pré-temporada.

“Eu, na verdade, chorei um pouco. Durante o anúncio dos times titulares, um de meus companheiros me flagrou, então tentei esconder, mas estava empolgado. É realmente algo que emociona, porque não ia para a quadra há um tempo. Não sabia o que esperar, mas é uma experiência que põe as coisas em ordem”, disse.

Por mais que se diga que a pré-temporada pouco importa em termos de resultados, isso não impede que a rapaziada em Los Angeles já comece a querer entrar em pânico – afinal, até o Charlotte Saco de Pancadas já venceu a sua. Porque é deste modo que as coisas acontecem entre os torcedores do clube.

Mesmo que Howard não tivesse participado dos cinco reveses anteriores. Que os titulares tenham jogado pouco mais de 20 minutos na maioria deste compromissos. Que o time esteja instaurando um novo sistema ofensivo, e com uma série de novos atletas, entre eles um cara como Steve Nash, que, comparado com Derek Fisher, Steve Blake e, opa!, Smush Parker, muda consideravelmente a dinâmica do que acontece em quadra. Leva um tempo para tudo isso se acomodar.

O quinteto reserva pode ser extremamente frágil, sim – ontem jogaram Chris Duhon, Meeks (aquele que pegou a suposta vaga de Leandrinho), Devin Ebanks, Antawn Jamison e Robert Sacre (que vai dar lugar a Jordan Hill, uma boa melhora, mas não exatamente decisiva). Mas durante a temporada regular seus minutos serão regulados, e alguns dos integrantes da estelar formação titular serão mesclados aqui. Fique tranquilo, que o Lakers não vai entrar com um time desses num quarto período de partida oficial contra o Oklahoma City Thunder. (Ainda que, ontem, nos minutos finais estivessem jogando os titulares de LA e os reservas da capital californiana. Oooops.)

Com Howard, o clube tem a certeza de que conta novamente com um superpivô em suas fileiras. Depois de meses e meses parado por conta de uma cirurgia nas costas, ele voltou com tudo contra o Kings, com 19 pontos, 12 rebotes, 4 tocos e 2 assistências em 33 minutos, tendo de lidar com o colosso que é DeMarcus Cousins (16 pontos, 6 rebotes e 4 bolas recuperadas).

A defesa de Mike Brown ganha uma nova dimensão ao se rodear em torno de Howard, um atleta de primeiro, mas primeiro mesmo, time, capaz de cobrir seus companheiros num relance, protegendo o aro e intimidando os adversários com suas decolagens e trancos. Com ele em quadra no domingo, a equipe teve saldo positivo de cinco pontos, na verdade, enquanto Nash, Kobe e Ron Artest e seu fantástico mundo tiveram +7.

“Perdemos o jogo, mas há muitos pontos positivos para tirar, e vamos seguir melhorando. Vamos nos entrosar e começar a ler o jogo de cada um de uma forma melhor, mas neste momento ainda estamos cedo no processo”, disse Howard.

Para tentar, de todo modo, vencer uminha que seja, a estelar equipe tem mais dois amistosos pela frente: quarta-feira contra o Clippers e quinta novamente contra o Kings. Howard deve participar de apenas um desses jogos, por precaução da comissão técnica.

*  *  *

A principal missão defensiva de Howard deverá ser fazer a cobertura de Steve Nash. O genial armador pode contribuir muito no ataque para organizar tantas armas, mas na defesa ele pode significar até mesmo uma piora em relação ao que Fisher, Blake e Ramon Sessions ofereciam. Contra o Kings, os baixinhos de lá fizeram a festa: foram 31 pontos somados entre Isiah Thomas, Aaron Brooks e Jimmer Fredette. Aliás, o técnico Keith Smart tem uma decisão intrigante pela frente – se é que algo pode ser intrigante quando estamos falando de Sacramento: como encontrar tempo de quadra para os três jogadores ou quem escolher como carregador de toalha e gatorade durante a temporada.


Jogadores para marcar de perto na próxima temporada da NBA: DeMarcus Cousins
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Giancarlo Giampietro

DeMarcus Cousins briga pelo rebote

Para segurar Boogie Cousins, por vezes só assim mesmo

Boogie, Boogie, Boogie.

Não bastasse o cara se chamar DeMarcus Cousins, ainda precisa ter um dos apelidos mais bacanas da NBA. É por isso que todos esperam grandes feitos do pivô do Sacramento Kings.

Quer dizer… Não exatamente por isso, né?

Para entender as expectativas em torno do jogador, basta espiar esse espécime por alguns minutos para o queixo cair. Um colosso em quadra, mas que se mexe sem dificuldade alguma, trabalhando a bola pelo alto e via drible, girando para os dois lados, com uma boa munheca para encaçapar o que lhe atiram no garrafão.

Um monstro, sim.

De 22 anos e por vezes descontrolado.

DeMarcus Cousins, pivô do Kings

DeMarcus castiga o aro com seu corpanzil

Nem todo mundo é Tim Duncan. Em geral, vai sempre ter uma adversidade para equilibrar as coisas. No caso de Cousins é o seu destempero em quadra, um comportamento irascível que pode atingir seu técnico, companheiros, adversários e, claro, os árbitros. A qualquer momento:  um passe errado, uma falta mais dura, uma orientação do banco… Se não bater com o que o cara pensa da vida, naquele instante, a reação pode ser chocante.

Também chamam isso de imaturidade. Foi como o chefão da USA Basketall, Jerry Colangelo, assimilou as coisas durante os coletivos da seleção norte-americana contra a equipe de, digamos, aspirantes. Segundo relatos dos próprios jogadores, divididos entre bem-humorados e espantados, o pivozão, na ânsia de se apresentar como um xerife de garrafão, desceu o porrete. A ponto de deixar Colangelo e o Coach K preocupados com seus astros. Agora para convencer a confederação de que pode suceder Dwight Howard ou Tyson Chandler nas próximas competições, Cousins vai ter de jogar muito. Porque sua primeira impressão foi péssima a esse ponto.

Mas, em geral, “jogar muito” é o que o pivô vem prometendo desde sua entrada na liga, em 2010, quando foi o quinto no Draft. E que começou a apresentar ao final da temporada passada. Pegando carona nos dados apresentados pelo ESPN.com: o jogador do Kings teve partidas em que acumulou 41 pontos e 12 rebotes, 25 e 18, 28 e 14 e 28 e 18. Um nível de supremacia cada vez mais raro na liga nestes dias que beira até a aberração.

Se o pivô desencanar de tentar imitar Allen Iverson no ataque, também ajudaria. Os movimentos sofisticados com a bola ele pode deixar para um confronto com (os poucos) gigantes de seu porte. Em geral, com seu tamanho e agilidade, basta girar de um lado para o outro para carregar os adversários de faltas ou converter seus ganchinhos de alta eficiência.

Com o talento natural de Cousins, não precisa de muito, mesmo. Se a cabeça estiver boa, se seus companheiros fominhas passarem a bola e saírem do caminho –, e se um dia houver justiça neste mundo, aí, sim, chegará o dia em que Boogie passará a ser um apelido de referência na liga. Como sempre deveria ter sido.

*  *  *

Vejam Cousins torturando Marcin Gortat em confronto com o Phoenix Suns na temporada passada, no qual anotou seus 41 pontos:


Os europeus que a NBA não consegue ou conseguiu aproveitar
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Giancarlo Giampietro

Fran Vázquez garante que, dessa vez, esperou pela NBA até o último momento antes assinar com o Unicaja Málaga por dois anos e tentar atrapalhar a vida de nosso Augusto. As propostas só não vieram.

Fran Vázquez, NBA Draft 2005

Vázquez só usou o boné do Magic, mesmo

No caso desse pivô espanhol, é melhor que não pronunciem o nome dele na arena de outro mundo do Orlando Magic, porque seu vínculo, ou melhor, não-vínculo com a equipe da Flórida é uma das vergonhas de sua história recente. Ele foi selecionado na 11ª posição do Draft de 2005, mas nunca jogou sequer um minutinho de azul e branco. Ele preferiu passar seis temporadas pelo Barcelona.

Uma cortesia do ex-gerente geral do clube, Otis Smith, que selecionou Vázquez sem nunca ter conversado direito com o jogador, sem saber seus planos, o quanto confortável ele estaria em fazer a transição para a liga norte-americana, sobre o quão disposto ele estaria a deixar seu país naquele momento ou em qualquer momento de sua vida.

Sete anos depois? Ele bem que tentou, mas a nova diretoria do Magic já não estava mais tão interessada assim, enquanto Smith curte algumc ampo de golfe por aí.

Ninguém sabe ao certo como seria a trajetória de Vázquez, hoje com 29 anos, se ele tivesse assinado de cara. Teria se entrosado bem com Dwight Howard? O par certamente teria um potencial defensivo. Mas isso vai ficar sempre no ar e no estômago dos vizinhos de Mickey Mouse.

Pensando no espanhol, essa é uma boa hora para lembrar alguns dos europeus que foram selecionados pelas franquias nos anos que passaram e nunca chegaram a cruzar o Oceano, pelos mais diversos motivos:

Frédéric Weis, pivô francês, aposentado desde o início de 2011, mundialmente conhecido pela enterrada inacreditável de Vince Carter na final das Olimpíadas de Sydney-2000. Acontece que, um ano antes daquele, digamos, incidente, ele havia sido escolhido pelo New York Knicks na 15ª colocação do Draft de 1999. Detalhe: um posto depois, o Chicago Bulls escolheu o jovem Ron Artest, da universidade de St John’s, produto do Queens (assim como Scott Machado) e o anti-herói preferido do Vinte Um.

Então quer dizer: os fãs do Knicks já não perdoariam Weis facilmente por essa suposta traição. Desde que foi eternizado por Carter, porém, Weis foi uma carta fora do baralho nova-iorquino. Ele só foi útil em uma pequena troca feita em 2008 na qual seus direitos foram repassados ao Houston Rockets em troca de Patrick Ewing Jr.! Não dá para ser mais irônico que isso, dá?

Relembre, se preciso, “le dunk de la mort”:

Sofoklis Schortsanitis, o Baby Shaq grego! Cujo nome sempre foi um desafio para narradores e repórteres de Internet escrevendo os relatos de Brasil x Grécia na correria. (Oi!). O mais massa-bruta de todos, um terror no pick-and-roll simplesmente porque são poucos os que têm coragem de parar em sua frente quando ele recebe a bola partindo feito locomotiva para a cesta. Máquina de lances livres. Ganha uma boa grana na Europa, mesmo não tendo o condicionamento físico para atuar de modo eficiente por mais de 25 minutos por partida. Ele foi draftado pelo Clippers em 2003, na segunda rodada (34). Em 2010, quando venceu seu contrato com o Olympiakos, se aprsentou ao time californiano, mas foi recusado precocemente, algo estranho. Hoje seus direitos pertencem ao Atlanta Hawks.

Sofoklis Schortsanitis, locomotiva

Quem vai segurar Sofoklis Schortsanitis?

Erazem Lorbek, pivô esloveno que recusou o assédio firme do San Antonio Spurs neste ano, renovando com o Barcelona, para o bem de Tiago Splitter. Embora um pouco lento para os padrões da NBA, sem dúvida conseguiria se fixar, aos 28 anos, no auge. É extremamente técnico. Bons fundamentos de rebote, passe e arremesso – seja via gancho próximo do aro ou em chutes de média e longa distância. Seus direitos foram repassados ao Spurs pelo Pacers (que o selecionaram na segunda rodada do Draft de 2006, em 46º) na troca que envolveu George Hill e Kawhi Leonard.  Curiosidade: Lorbek chegou a jogar uma temporada por Tom Izzo em Michigan State, mas optou por encerrar sua carreira universitária para lucrar na Europa desde cedo.

Sergio Llull, armador espanhol, ainda aos 24 anos. Então dá tempo, ué, para ele jogar pelo Houston Rockets, não? Claro. Desde que ele não aceite a – suposta – megaproposta de renovação de contrato do Real Madrid, que lhe estariam oferecendo mais seis anos de vínculo, com um sétimo opcional. Sete!!! Parece negociação dos anos 60 até. Se esse acordo for firmado, o gerente geral Daryl Morey vai ter de se conformarm com o fato de ter pago mais de US$ 2 milhões por uma escolha de segunda rodada (34ª) no Draft de 2009 para poder apanhar esse talentoso jogador, um terror na defesa e cada vez mais confiante no ataque.

Dejan Bodiroga

Bodiroga, multicampeão na Europa

Dejan Bodiroga, ex-ala sérvio, para fechar no melhor estilo. Sabe, uma coisa me causa inveja: quando ouço as histórias daqueles que viram os grandes brasileiros de nossa era dourada. De não ter visto Wlamir, Ubiratan, Rosa Branca e cavalaria. Já aposentado, egoísticamente, Bodiroga entra para mim nessa categoria agora: “Esse eu vi (pelo menos)”.

Não sei qual o apelido dele na sérvia, mas deve ter algo derivado de mágico. Bodiroga foi selecionado pelo Sacramento Kings em 2005, na 51ª posição, mas nunca esteve perto de jogar na NBA. Seu estilo era muito peculiar, e também sempre houve a dúvida sobre como ele poderia traduzir seu jogo para uma liga muito mais atlética – ainda seria uma estrela? No fim, o sérvio nunca pensou em pagar para ver.

Na Europa, defendeu Real Madrid, Barcelona (no qual já atuou com Anderson Varejão), Panathinaikos, diversos clubes italianos. Pela seleção, foi três vezes campeão do Eurobasket, medalha de prata nas Olimpíadas de Atlanta-1996, bicampeão mundial. Em clubes, ganhou quatro Euroligas. Com 2,05 m de altura, mas de modo algum um jogador de força, ele era praticamente um armador com essa altura toda. Um passador incrível, um grande arremessador, conseguia também sucesso surpreendente também no mano-a-mano, investindo até mesmo contra defensores mais ágeis e fortes, devido a uma série de truques com a bola e muita inteligência. Um gênio. Aos 39 anos, já está aposentado e trabalha como cartola..


Mercado da NBA: Panorama da Divisão Pacífico
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Giancarlo Giampietro

O post já vai ficar imenso, então vamos direto ao assunto. Desde a quarta-feira, os clubes da NBA começaram a oficializar os acordos que trataram nos últimos dias, em período agitado no mercado de agentes livres. Nesta quinta, resumimos o Oeste. Veja o rolou em que cada franquia da Divisão Pacífico se meteu, ou não, abaixo:

Golden State Warriors: Mais um clube que se antecipou e tratou dos negócios pendentes que tinha já durante a temporada passada, ao trocar Monta Ellis por Andrew Bogut. O australiano agora passa por mais um período de reabilitação física e espera estar pronto para ser o primeiro pivô a defender de verdade o garrafão da franquia desde… Desde… Manute Bol? Na ala, o novato Harrison Barnes entra com muita coisa para provar, pegando a vaga de Dorrell Wright, que foi despachado para o Sixers. Outros dois calouros, o pivô Festus Ezeli e o ala Draymond Green, chegam com quatro anos de universidade nas costas e podem ajudar.

Los Angeles Clippers: É hora de bater na madeira. A franquia que sempre se sabotou ou foi atingida por muito azar acaba de renovar o contrato de Blake Griffin por mais cinco temporadas. Um dos pilares está garantido, o que leva a crer que é meio caminho andado para segurar Chris Paul. Chauncey Billups  já assinou por mais uma temporada, e Jamal Crawford está chegando. Tuddo isso mesmo que eles ainda não tenham um gerente geral e venham operando com uma tríade da qual faz parte o contestado técnico Vinny Del Negro, mantido no cargo.

Steve Nash, do Lakers

Steve Nash, agora do Lakers

Los Angeles Lakers: Enquanto Dwight Howard não deixar Orlando, não há nada definido para o Lakers também, principalmente em relação a Bynum e Gasol. Agora, o que é certo: por meses e meses, Jim Buss afirmou que o clube entraria num período de sustentabilidade. Que iriam maneirar nos gastos, administrar com responsabilidade. Bem, para aquele que tem o contrato particular de TV recordista da liga, parecia um discurso estranho. E bastou mais uma eliminação inconteste nos playoffs para os planos de gastos frugais ir para o espaço. Entra em cena Steve Nash, 38, com um contrato de três temporadas, que deixou muita gente perplexa na liga. Especialmente no…

Goran Dragic

Goran Dragic, novamente Sun

Phoenix Suns: Após oito temporadas, o Suns se despede de seu grande líder, talvez o principal jogador da história da franquia. Nash era o coração e cérebro da equipe. Devido a sua idade, no entanto, a diretoria de Robert Sarver decidiu que já não valeria investir no atleta de acordo com suas demandas (US$ 30 milhões por três temporadas). No fim, foi por um pouco menos disso que ele fechou com o Lakers, implorando para que o time do Arizona considerasse o negócio com os arquirrivais de modo que ficasse mais perto dos filhos em Phoenix. Após relutarem muito, aceitaram e seguiram em frente: Goran Dragic está apalavrado para retornar – legal redimir o erro, mas… que beleza, hein?! Com o esloveno listado, o novato Kendall Marshall pode se adaptar tranquilamente. Michael Beasley também vai chegar com a promessa de não ser tão lunático assim. E fica o impasse: o New Orleans Hornets vai, mesmo, segurar Eric Gordon? OJ Mayo e Shannon Brown seriam os planos alternativos, neste caso.

Sacramento Kings: É via Draft, mais uma vez, que o time tenta se reforçar. O ala-pivô Thomas Robinson caiu no colo do gerente geral Geoff Petrie no dia 28 de junho e pode formar uma dupla intimidadora com DeMarcus Cousins, rapaz que desceu o porrete durante os treinos da seleção olímpica dos EUA e deixou o Coach K tenso. Jason Thompson fez um novo contrato e também fará parte dessa rotação.

Veja o que aconteceu até agora nas Divisões Noroeste e Sudoeste.

Leste: veja o que aconteceu até agora nas Divisões Atlântico, Central e Sudeste.