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Helinho: “Quero terminar a carreira jogando bem”
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Giancarlo Giampietro

Helinho para o ataque: se aposentando nos seus termos

Helinho para o ataque: se aposentando nos seus termos. Crédito: Newton Nogueira

Aos 39 anos, pode ser que Hélio Rubens Garcia Filho esteja se preparando para se despedir das quadras – mas certamente não do basquete, pretendo estudar para virar treinador. Então falemos em aposentadoria pelo menos como atleta. Se optar por isso, mesmo, não havia lugar mais adequado para fazê-lo do que em Franca, .

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Por mais que tenha ganhado títulos em Uberlândia e no Rio de Janeiro, pelo Vasco, é inevitável associar Helinho à capital da basquete, a cidade aonde nasceu, na qual sua família criou algo que chega bem perto de uma dinastia brasileira. Foi por Franca, aliás, que ele conquistou seus três primeiros campeonatos nacionais, de 1997 a 1999, quando não havia chegado nem aos 25. Depois, ganharia mais três canecos ainda. Na fase de NBB, ainda seria vice-campeão em 2011 e 2013. Hoje, disputa o campeonato como seu segundo jogador mais velho – é exatamente um mês mais jovem que Marcelinho Machado.

Se em abril ele não falava em parar, agora, com o início de mais uma temporada pela frente, o discurso mudou. De modo que fica mais do que apropriado seu segundo retorno ao clube, que defendeu desde a saída das categorias de base nos anos 90 até 2000 e, depois, numa segunda passagem, de 2006 a 2012. “Acho que vai ser meu último ano de carreira jogando. Quero terminar a carreira me sentindo muito bem, jogando bem, dando minha parcela de contribuição”, afirmou ao VinteUm.

Em 2011, contra o Limeira de Ronald Ramon

Em 2011, contra o Limeira de Ronald Ramon

Está bem cedo ainda para falar de prognósticos, mas Helinho, por enquanto, vem cumprindo com suas expectativas – e o time também, com duas vitórias (sacolada para cima do Basquete Cearense e um jogo duro contra Brasília, ambas em casa). Nas duas primeiras rodadas, ele marcou 25 pontos e matou bolas de tudo que é lado da quadra, com 60% no aproveitamento dos arremessos, de dois ou três pontos. O chute que sempre foi a maior qualidade do atleta, um verdadeiro Steve Kerr brasileiro – a média na carreira apenas em NBBs nos tiros de longa distância é de 41,6%, com a diferença de que o integrante do clã Garcia já criou muito mais por conta própria, a partir do drible (média de 3,92 assistências). Sua liderança e intensidade em quadra também foram sempre subestimadas pelo público em geral.Agora, a bola vai ficar mais nas mãos de Juan Figueroa, um dos argentinos do time, ao lado de Marcos Mata, um grande reforço. A combinação do retorno do veterano e da chegada do ala da seleção argentina só vai inflar a esperança do torcedor francano, que anda sedento por uma conquista. “Estão todos muito, muito motivados para chegar mais longe do que nos últimos anos. Essa é a nossa expectativa”, afirma.

Helinho, vice-campeão do NBB em 2011 por Franca. Brasília venceu a final por 3-1

Helinho, vice-campeão do NBB em 2011 por Franca. Brasília venceu a final por 3-1

Bom, se for para levar em conta o retrospecto do clube apenas no NBB, temos as seguinte colocações: 7º, 3º, 2º, 10º e 5º. Então Helinho quer e espera ver seu clube brigando pelas primeiras posições. Não chega a falar em título, mas em vagas nas competições continentais, o mínimo que a exigente cidade espera. E algo que caberia bem para sua eventual saideira.

Confira a breve entrevista, na qual o armador relembra bons tempos com Demétrius, avalia o progresso de Leo Meindl e Lucas Mariano e fala sobre o primeiro trabalho com Lula Ferreira em um clube:

21: Como tem sido este novo retorno a Franca e quais os planos daqui para a frente? Ficará na cidade até o fim agora?
Helinho: Estou muito feliz, cara, um momento muito legal, importante. Acho que vai ser meu último ano de carreira jogando. Estou me sentindo muito bem. Quero terminar a carreira jogando bem, dando minha parcela de contribuição. A equipe é boa e já mostrou que tem qualidades. Estão todos muito, muito motivados para chegar mais longe do que nos últimos anos. Essa é a nossa expectativa. Uma vaga na Liga Sul-Americana ou na Liga das Américas tem de ser um objetivo. Mas é claro que outras equipes também estão pensando nisso. Estamos focados nisso, e eu, focado em poder fazer minha parte para alcançar isso.

Se for sua última temporada, mesmo, como imagina que vai ser? Seu papel, a média de minutos, envolvimento com o time etc.
No Campeonato Paulista eu me senti muito bem, joguei bastante tempo e até muitas vezes jogando de 2, uma posição que eu gosto de jogar. Quando tinha um armador que me passava bastante bola igual o Demétrius (risos), ficava mais fácil. Mas é um papel que gosto de fazer também. Neste momento, como disse, eu quero contribuir da forma que puder, dentro e fora da quadra, para que as coisas possam fluir da melhor maneira possível. Estou me sentindo bem, podendo ajudar, mesmo, nesse início de temporada.

Em 2001, aos 26, na melhor fase pela seleção. Partida contra Colômbia pelo Sul-Americano, com o pai ao fundo

Em 2001, aos 26, na melhor fase pela seleção. Partida contra Colômbia pelo Sul-Americano, com o pai ao fundo

(Aqui, uma breve interrupção: a menção a Demétrius Ferraciú não foi gratuita, mas, sim, pela aproximação de seu ex-companheiro de tantas jornadas, seja por clubes ou seleção nacional, hoje treinador do Limeira, aos 41 anos – dois mais velho que Helinho. Demétrius jogou até os 33. Quando ouviu o comentário de mais um representante da família Garcia, Demétrius disse: “Difícil é achar um desses hoje, né?”, com Helinho consentindo. O repórter, bobão, lembro que aquela era a “dupla do Goodwill Games”, ao que o armador respondeu: “É, aquele torneio foi bom”.

E aí vale aquela digressão: estamos falando dos extintos Jogos de Amizade, quando o calendário do esporte mundial ainda permitia eventos do tipo. Em 2001, em Brisbane, na Austrália, o Brasil deu um calor danado numa seleção dos Estados Unidos composta por atletas de NBA. O elenco tinha Baron Davis, Andre Miller, Jason Terry, Mike Miller, Shane Battier, Wally Szczerbiak, Rashard Lewis, Shawn Marion, Marcus Fizer, Kenyon Martin, Calvin Booth (!?) e Jermaine O’Neal. Os dois times se enfrentaram pelas semifinais, e os EUA venceram apenas na prorrogação, por 106 a 98.

Demétrius chegou a ter a bola do jogo nas mãos no tempo regulamentar, mas Baron Davis não o permitiu arremessá-la. A dupla de armadores brasileiros causou estragos naquela partida, acreditem. Foram 24 pontos para cada. Outra anedota: foi nessa competição que um jovem pivô chamado Nenê Hilário primeiro chamou a atenção dos olheiros internacionais, tendo sido bastante elogiado por Jermaine O’Neal, o cestinha deles na partida com 22 pontos e já uma estrela em ascensão pelo Pacers. Em geral, acho que esse é um dos episódios mais interessantes e talvez menos comentados do basquete brasileiro recente. Agora, de volta ao mundo de hoje…)

Sabemos da paixão genuína de Franca pelo basquete. O clube ainda não ganhou um NBB e não conquista um Paulista desde 2007.  Ao mesmo entendem que o time passou por uma renovação nos últimos anos. Para este campeonato, porém, você voltou, tem um cara do nível do Mata chegando. Como anda a cabeça do torcedor nesses dias? Como está a cobrança?
Na cidade sempre teve cobrança, e nada melhor do que ter cobrança para se ter motivação. Quanto mais você é cobrado, mais vai ter força para fazer. Isso acontece muito em Franca, e acho que é um dos nossos segredos. Estamos num momento importante, tentando fechar alguns patrocínios que ainda não estão acertados. Mas estamos empenhados, com um elenco de jogadores de cabeça boa, que sabem das dificuldades que existem no basquete tanto dentro como fora da quadra. O torcedor entende e abraça a equipe mais uma vez.

Essa é a primeira vez que você vai trabalhar com o Lula Ferreira, não? Pelo menos em clubes. Como tem sido a relação, lembrando sempre da rivalidade com Ribeirão Preto na década passada?
Sim, já joguei com ele na seleção, mas em clube é a primeira. Joguei mais contra aquele time do Lula quando estava no Vasco, e, não, por Franca. Mas muita gente na cidade ainda me aborda e fala disso: ‘Pô, como perdeu aquele Paulista?!’ (Risos) Mas a verdade é que eu não estava naquele time, né?  O Lula é um cara trabalhador, que tem credibilidade e conhecimento da causa. Tem sido um convívio tranquilo. Estou muito feliz, e ele dá liberdade para falar no dia-a-dia. Acho que ele também está sentindo a mesma coisa. Quando você quer ajudar, fazer o bem, naturalmente o bem volta para nós mesmos. A gente se encaixou muito bem.

Helinho, Franca, família Garcia, basquete

Tá em casa

Do ponto de vista nacional, na hora de olhar para o time francano, a curiosidade sempre aguça em relação ao Leo Meindl e o Lucas Mariano. O que você pode nos contar a respeito do progresso deles? O que tem sentido?
São dois jogadores talentosíssimos, que vieram da nossa categoria de base e têm muita confiança no jogo deles. Eu particularmente também aposto muito neles. Acho que no futuro próximo os dois vão estar pegando seleção brasileira. Sinto ainda um crescimento deles nos treinamentos, nos jogos, isso fica nítido. Estamos dando muita força para eles, que serão muito importantes para o clube. Estou sempre falando para eles que os chamo os chamo de ‘galudos’. Estão sempre perguntando, pedindo conselhos, querendo melhorar. Isso, acredito,  é a característica de grandes talentos que querem chegar a algum lugar. Eles têm isso.

E o pai, como está?

Está bem, está bem. Quase que ele veio hoje. Deveria ter vindo, aí ficava completo.


Perguntas para Los Angeles Clippers x Golden State Warriors
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Giancarlo Giampietro

Steph Curry x CP3: dois dos melhores armadores do mundo em uma só série promissora

Steph Curry x CP3: dois dos melhores armadores do mundo em uma só série promissora

– Andrew Bogut volta?
Os deuses basqueteiros têm alguma coisa para resolver com o pivô australiano. Nesta temporada, o cara até que conseguiu segurar as pontas em quadra, passando da marca de 65 partidas, depois de jogar apenas 44 nas duas anteriores. Mas aí chega a reta final do campeonato, e o que acontece? Claro que ele teria de sofrer uma fratura em seu quadril direito. E o Warriors sem seu aussie predileto é outra equipe. Andre Iguodala ajuda, e muito, com sua capacidade atlética e atenção defensiva no perímetro, mas a retaguarda da equipe depende em demasia da proteção de aro e da ocupação de espaços que o pivô oferece. No ataque, seus passes também são um diferencial, é verdade, mas o que preocupa aqui realmente é a consistência defensiva. Jermaine O’Neal curte um mezzo revival, mas definitivamente não tem o mesmo impacto.

– Sem Bogut, quem vai arrumar confusão com o Clippers?
Bogut adora usar seus cotovelos – e o corpanzil em geral – para, digamos, incomodar a concorrência. Blake Griffin era um de seus alvos preferidos, e a tensão entre os dois brutamontes foi primordial para o aquecimento da rivalidade entre esses dois clubes californianos nos últimos anos. Bem, Klay Thompson já se candidatou a assumir a vaga de atleta mais visado/odiado saiu acusando Griffin de ser um fingidor, cheio de cenas, o famoso “flopper”. Em possíveis encrencas em quadra, olho também em Matt Barnes.

 

– O progresso de DeAndre Jordan é sustentável?
Com o pulso firme de Chris Paul e a produção estupenda de Blake Griffin, mais um punhado de bons arremessadores ao redor deles, o ex-primo pobre de Los Angeles se tornou o ataque mais eficiente da liga. Sua defesa também melhorou sob a coordenação de Doc Rivers,  mas ainda não num patamar em que possa ser equiparada aos resultados obtidos por Spurs ou Thunder nos últimos dois anos (sempre no top 5). E muito do sucesso que o Clippers possa ter em frear um ataque poderoso como o do Warriors vai passar por DeAndre Jordan. Ele não virou nenhum Bill Russell, por mais que Doc queira dar aquela moral, mas sua evolução durante o campeonato foi impressionante. Aos 25 anos, o gigantão amadureceu e não só elevou drasticamente sua média de rebotes, como progrediu consideravelmente em seus índices defensivos (e ofensivos). Numa série de mata-matas, porém, as eventuais falhas de posicionamento e cobertura podem ser exploradas com mais facilidade. Sem Bogut, o Warriors vai tentar afastar DJ da cesta sempre que puder, com pick and pops com David Lee, O’Neal e Marreese Speights. Nessas situações, a complexidade dos movimentos aumenta, e o pivô tem de dar a resposta, especialmente considerando o que o time tem de recursos no banco de reservas quando o assunto são os grandalhões. Ainda mais se Stephen Curry estiver envolvido como o driblador buscando o corta-luz.

– O mundo poderá sobreviver ao embate entre Jordan e Jamal Crawford?
Sim, chegou o dia em que dois dos figuraças que já foram mais malhadas pelo espírito avoado e/ou fominha na liga duelam nos playoffs. São dois jogadores com crossover mortal, capacidade para frear o drible em qualquer ponto da quadra e subir de modo ameaçador para o chute. De vez em quando podem exagerar um pouquinho. Só um pouquinho… Ok, está certo que Jamal-C, em seus tempos de Clippers, vem recebendo muito mais elogios, com razão. Botou a cabeça no lugar, disse que enfim se entendeu como ser humano – e jogador de basquete. Mas ainda lembramos de seus tempos de Bulls e Knicks, em que era capaz de bater bola por 20 segundos  até arriscar um chute desvairado a 12 metros da cesta. Comportamento semelhante ao de Jordan-C no Washington Wizards, até que o maninho tomou um chá de semancol servido por Brad Stevens em Boston. Um outro tipo de Tea Party.

– Pode Stephen Curry ter relevância também na defesa?
Que o filho mais velho de Dell Curry é um dos melhores arremessadores, se não o melhor desta era dourada, não há dúvida. Né!?!? Pessoalmente, é um dos meus jogadores prediletos, daquele que vale o ingresso por conta própria. Seu chute é tão bom que sua habilidade para servir aos companheiros acaba ficando em segundo plano. Poderíamos falar até o amanhacer sobre seu talento ofensivo, mas, na hora de encarar um elenco do quilate do Clippers, ninguém passa impune do outro lado da quadra. Steph vai ter de aguentar a bronca.  Mark Jackson pode evitar o confronto direto com Chris Paul e colocá-lo para vigiar Redick ou Matt Barnes. Mas cada um desses representa desafios: inteligente demais, Redick busca muito bem os corta-luzes do lado contrário, algo que exige disciplina para se frear, enquanto Barnes pode cortar agressivamente para o garrafão, com ou sem bola, além de ser mais alto e comprido.


Jermaine O’Neal é mais um a desafiar os poderes de cura do estafe do Suns
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Giancarlo Giampietro

Ao perambular pelo deserto norte-americano, segundo o que se aprende nos filmes, séries televisivas e histórias em quadrinhos – educação das mais invejadas, hein? –, se você estiver em busca de paz de espírito, basta dar um Google no celular e procurar bem, que vai ter um Xamã em algum lugar pronto para atendimento.

Nessa breve pesquisa, podem tentar te despistar e citar os caras como sacerdotes ou feiticeiros de tribos asiáticas desde os tempos mais primórdios – e, sim, essa foi uma citação infame a Hermes & Renato. Mas voltando: segundo a educação refinada do QG 21 e, por consequência, de toda a civilização ocidental, xamãs só valem quando tratamos de integrantes especiais de tribos indígenas nas Américas, sejam do Sul ou do Norte. Mas mais os do Norte.

Pois bem.

Agora nos concentremos no Arizona, mais especificamente o Vale do Sol, onde uma onda de calor recente não deixava o termômetro baixar dos 40ºC.

Jermaine O'Neal

Jermaine O’Neal vai testar o poder de cura do Vale do Sol. Vai dar trabalho

É nesta área quente-pelando que eles praticam o que hoje há de mais moderno e eficaz em termos de curandeirismo. Só pode. Só assim para justificar a contratação de Jermaine O’Neal pelo Phoenix Suns.

(Tá vendo? Demorou, mas chegamos ao ponto).

O quebradiço pivô, que um dia já foi um All-Star, é mais um a desafiar a habilidade dos preparadores físicos que já deram um jeito em Steve Nash, Grant Hill, Shaquille O’Neal e, por último, Michael Redd.

Comecemos por Redd, aliás. O gatilho de três pontos, entre 29 e 31 anos, disputou apenas 61 partidas de 246 disponíveis em suas últimas três temporadas pelo Milwaukee Bucks, abalado por lesões e cirurgias no joelho. No último campeonato, uma vez tratado pelo estafe do Suns, participou de 51 jogos – e só não foram mais porque o calendário era menor (66) e ele chegou ao time mais tarde. Suportou 15,1 minutos por noite e anotou 8,2 pontos vindo do banco. Não era o Redd de antes, claro, mas voltava a ser um jogador respeitável, que precisava ser marcado, criando até mesmo algumas cestas por conta própria, sem depender exclusivamente de seus armadores para executar o serviço.

E o Shaq? Em sua única temporada completa pelo clube do Arizona, o superpivô teve médias de 17,8 pontos e 8,4 rebotes, em 75 partidas, número que havia sido batido pela última vez pelo gigante apenas em 1999-2000 (79), quando era oito anos mais jovem. Na verdade, em toda a sua carreira, ele só superou essas 75 também nas três primeiras campanhas de sua carreira, de 1992 a 95, ainda pelo Orlando Magic, quando arrebentava tabelas com seu corpanzil e explosão.

O caso mais dramático, no entanto, pode ser o de Grant Hill, que muita gente já dava como aposentado em 2002 e agora chegou ao campeonato 2012-2013 disputado a tapa por clubes candidatos ao título, assinando contrato com o Los Angeles Clippers. Sofrendo com gravíssimos problemas no pé e tornozelo, ele perdeu 292 jogos em seis temporadas pelo Orlando Magic (média de 48 por ano, de 82 possíveis). Pelo Phoenix, ficou fora em apenas 32 em cinco temporadas (média de 6 por ano), sendo que 17 dessas aconteceram em 2011-2012.

Os jogadores não só tomam nota da evolução destes veteranos, como também conversam muito nos vestiários, em reuniões fora da temporada etc. A palavra corre. E chegou a Jermaine O’Neal, que poderia assinar com o Lakers, mas preferiu o Suns para tentar um último suspiro e reviver a carreira.

Seus problemas não chegam a ser tão graves como os de Hill, mas vai dar trabalho. Joelho, tornozelo, costas, escolha a sua. Nos últimos dois anos, ele disputou somente 49 partidas somadas pelo Boston Celtics, falhando em acompanhar o ritmo de Kevin Garnett, Paul Pierce e Ray Allen, não necessariamente os atletas mais vigorosos da NBA nestes tempos, né? E, nos poucos minutos em que esteve em quadra, teve uma produção paupérrima, com médias de 5,0 pontos  4,5 rebotes e pouca mobilidade, embora ainda conseguisse proteger o aro como nos velhos tempos.

Em sua apresentação, o pivô, que já foi o jogador mais jovem da história da liga, quando draftado pelo Blazers vindo do High School, garantiu que se sente bem como não acontecia há anos. Antes mesmo de entrar em contato com estafe de Phoenix. Assim como Hill, ele seguiu os passos de Kobe para fazer um tratamento especial na Alemanha (“orthokine” – clique para ler um texto em espanhol).

Jermaine O’Neal, então, primeiro optou pela ciência. Agora ele confia sua evolução às técnicas milagrosas do departamento chefiado por Aaron Nelson.

*  *  *

Em sua passagem revigorada pelo Suns, Shaquille O’Neal qualificou o estafe do Suns como heteredoxo, que eles teriam práticas incomuns comparando com o que viu em sua carreira pelo Magic, Lakers e Heat.

Aaron Nelson ajuda Steve Nash

Aaron Nelson e a longevidade de Steve Nash

Brincadeira à parte, Nelson afirmou, então, que não havia nada de anormal na condução de sua equipe. “Para nós, é apenas ciência comum: cinesiologia, fisiologia, anatomia funcional”, afirma. O grande segredo de seu programa seria cuidar do corpo todo quando um atleta apresenta uma lesão, para impedir que as dores em uma determinada parte (joelho, cotovelo, por exemplo) causem reflexos em outra região.

Além disso, os jogadores são submetidos a tratamentos de crioterapia em uma câmara de ar e exames regulares semanais, fornecendo uma grande base de informações. Quando o histórico é conhecido, os preparadores têm maior facilidade para fazer o procedimento de reabilitação adequado.

Historicamente, o Suns, mesmo com muitos jogadores de alta rodagem em seu elenco, esteve posicionado no grupo dos clubes que menos atletas perderam por lesões, ao lado dos garotos do Oklahoma City Thunder, por exemplo. “Eles são fenomenais. Eles me disseram coisas sobre meu corpo que não havia ouvido durante toda minha carreira. São especiais”, afirmou Redd.


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