Vinte Um

Arquivo : Jeremy Lin

Em entrevista, gerente geral do Houston Rockets dá dica indireta para Scott Machado
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Giancarlo Giampietro

Scott Machado, armador do Rockets

Preparar, apontar e ir para a cesta: Scott Machado tem rota a seguir

Em participação no programa “Pardon the Interruption”, de bastante repercussão na ESPN americana – é uma das mesas redondas deles –, o gerente geral do Houston Rockets, Daryl Morey, destacou uma característica especial que ele procura de modo geral nos jogadores que pretende contratar: a capacidade de ser agressivo com a bola, a vocação para bater direto para a cesta.

“Gosto de jogadores que atacam a cesta. Mesmo os armadores, e obviamente Jeremy Lin é um grande exemplo disso. James Harden também”, afirmou. “Os armadores geralmente são um pouco mais tradicionais, mais precavidos, passando mais a bola, ficando afastados da cesta, e não acho que isso afeta tanto no seu total de vitórias como as pessoas pensam. Gosto de ter vários jogadores que ataquem a cesta, jogando com velocidade.”

É claro que, ao optar por pagar cerca de US$ 6 milhões de salários para jogadores dispensados no final de outubro e segurar o contrato não-garantido de Scott Machado, Morey já deu um baita voto de confiança para o nova-iorquino brasileiro e mostrou que seu basquete é bem-visto pelo Rockets.

Mas este pequeno comentário, no final de sua entrevista, não deixa de valer como uma dica para o jovem armador, do modo como ele deve encarar os treinos e eventuais jogos pelo time texano.

Scott é justamente um dos raros armadores nos dias de hoje que se enquadram em “tradicionais”, muito mais talentoso para servir aos companheiros do que em buscar a finalização. Só há um detalhe, porém, nesta caracterização: ainda que em um nível de competição menor como as ligas de verão da liga ou as partidas de pré-temporada, o jogador se mostrou propenso a trabalhar com infiltrações no garrafão do que alguém que fique estático no perímetro, orientando os companheiros à distância. Ele gosta de balançar a defesa mesmo e se aventurar lá dentro, sabendo que sua ótima visão de jogo pode livrá-lo de qualquer encrenca diante de pivôs imensos e atléticos.

Por enquanto, ele não vem tendo a chance de demonstrar essa habilidade com o Rockets, sem ser relacionado pelo técnico Kevin McHale para o elenco operacional nas quatro primeiras rodadas (duas vitórias e duas derrotas para o clube). Por enquanto, a reserva de Lin fica mesmo com o ala-armador Toney Douglas. O ex-Knick aparece com médias de 12,8 minutos por jogo, com 2,0 pontos e 1,8 assistência e, prepare-se, 11,1% nos arremessos. Vixe: foram dois em 18 acertos e nenhuma bola de três convertida.

Mas Scott não precisa se sentir mal com isso, não: McHale adotou uma postura bastante conservadora neste início de campanha, banindo os novatos de sua rotação. O treinador não vem escalando nem mesmo as duas escolhas de primeira rodada deste ano: os alas extremamente talentosos Terrence Jones e Royce White, e uma do ano passado, o lituano Donatas Motiejunas, dando prioridade aos mais experientes no elenco mais jovem da NBA 2012-2013.

No fim, o brasileiro parece encaminhado, mesmo, para testar sua agressividade pelo Rio Grande Valley Vipers, sua filial da D-League. Aí a equação mais importante para as planilhas estatísticas de Morey passa a ser a seguinte: (quanto mais lances livres ele bater pelo Vipers) + (quanto mais tijolos Douglas atirar saindo do banco pelo Rockets) = maiores as chances de promoção.


Chances de Scott Machado crescem com o mau início de Lin pelo Rockets
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Giancarlo Giampietro

Jeremy Lin e Scott Machado, quem é quem

Scott Machado fica preso em seu cantinho: ninguém mandou sentar ao lado de Lin

Mesmo que distante das luzes de Nova York, um dos jogadores que será mais observado na próxima temporada da NBA deve ser o armador Jeremy Lin.

Tem muita gente que busca uma resposta: na linsanidade, foi tudo um conto de fadas?

Em Houston, Lin vai para quadra para tentar confirmar que essa coisa de conto de fada não existe. Que tem, sim, talento e cacife para ser um armador de ponta na liga, diante de muitos críticos – atletas e ex-companheiros de time inclusos – que juram que tudo não passava de euforia forjada pela mídia nova-iorquina. Muitos alegam que foi apenas um lance de sorte para um jogador com números inflados pelo sistema de Mike D’Antoni e que apenas virou queridinho devido a sua ascendência asiática e o diploma de Harvard.

Por enquanto, com três partidas de pré-temporada disputados pelo Rockets, os restultados devem animar o povo do contra. Ainda em recuperação de uma cirurgia no joelho, Lin tem falhado em coordenar o ataque da equipe – ou mesmo em criar as jogadas individuais que executou em um mês e pouco de sucesso pelo Knicks.

Scott em ação na pré-temporada da NBA

Scott: visão de jogo e mais chances de ficar em Houston

Essa é a parte que mais interessa aos brasileiros nascidos em Nova York: se a produção do titular seguir desta forma, só vai crescer a chance de Scott Machado fazer parte do elenco final do técnico Kevin McHale.

“Como venho dizendo desde o início, temos de correr com a bola, jogar com velocidade. Temos de fazer também a bola ir de um lado para o outro. Não podemos aceitar arremessos de longe e contestados”, afirmou o treinador após a derrota em duelo texano com o San Antonio Spurs, por 116 a 107, domingo.

Lin converteu apenas um arremesso em dez, o último deles, aliás, e terminou com quatro pontos e uma assistência. No geral, suas médias são de 5,3 pontos e 4,7 passes para a cesta. Mesmo considerando o tempo reduzido de quadra e a inconsistência habitual de jogos de pré-temporada, é óbvio que dirigentes e técnicos do Rockets e o próprio armador esperam mais.

Contra o Spurs, o Rockets teve apenas dois pontos de contra-ataque, e McHale quer ver seu time produzindo muito mais desta forma. “Tive um jogo ruim. Não tomei realmente decisões rápidas com a bola, não conseguia converter as bandejas ou arremessos.  Estou apenas tentando encontrar meu ritmo e me sentir confortável em quadra de novo. Estou feliz de ser apenas um jogo de pré-temporada, para ser honesto. Não posso aceitar isso na temporada”, disse o armador.

Uma fraca e insegura atuação de Lin repercute em todos os seus companheiros, naturalmente. No primeiro quarto, tirando o pivô turco Omer Asik – candidato desde já a surpresa do campeonato –, os demais titulares acertaram apenas três em 19 arremessos. No geral, o quinteto terminou a partida apenas com 15 cestas em 43 tentativas.

E sabe do que mais?

Os reservas, liderados por Scott Machado tiveram um rendimento bem superior, somando 23 tiros convertidos nos 45 que tentaram, diminuindo consideravelmente a vantagem do Spurs no placar. Certamente as 11 assistências do brasileiro têm a ver com isso.

Na atual configuração inchada do elenco do Rockets, Scott seria o único armador puro, tradicional, nos moldes antigos, muito mais preocupado em fazer seu time engrenar do que ver sua contagem de pontos estufar. São essas cartas que o levaram ao contrato não-garantido com o time texano e que ele precisa mostrar mais e mais nos próximos amistosos para poder sobreviver ao corte derradeiro ao final do mês.

Para acelerar seu ritmo, com um elenco tão renovado e jovem, McHale vai precisar de um armador com pulso firme em seu plantel. E, quando você assiste a Machado em quadra, percebe que, embora inexperiente, ele age instintivamente com a bola, de um modo que é difícil de ensinar. Tudo sai muito natural, devido a sua ampla visão de quadra. O tipo de jogo que Lin ainda não está conseguindo mostrar.

Aguardamos as cenas dos próximos capítulos.


Tabela 2012-2013 da NBA é divulgada: veja 5 reencontros imperdíveis
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Giancarlo Giampietro

Você, assinante do NBA League Pass, caçador de links na rede, madrugador do combo ESPN/Space, prepare-se. Pegue a caneta e a genda ou abra o bloco de notas, mesmo: a temporada 2012-2013 da liga norte-americana está toda definida, com a organização e os meses de antecedência de sempre.

Confira aqui cinco reencontros imperdíveis da campanha:

Nenê, Washington Wizards

Nenê já tem data para vestir este uniforme bacana nas Montanhas Rochosas pela primeira vez

Nenê vai fazer sua primeira partida em Denver como jogador do Washington Wizards no dia 18 de janeiro. Imagino que para ouvir aplausos na cidade de onde vem sua esposa e onde ainda deve ter casa;

Jeremy Lin, agora do Houston Rockets, encara Carmelo Anthony e o Madison Square Garden no dia 17 de dezembro para testar o que ainda restará de Linsanidade em Manhattan;

– Phoenix vai receber um Steve Nash vestido de roxo, mas o do Lakers, numa cena que certamente vai lhes parecer bizarra no dia 3 de janeiro. Feliz ano novo?

Ray Allen se veste de preto ou vermelho em Boston como um atleta do Miami Heat apenas no dia 18 de março: vai ser tratado como um pula-cerca ou ovacionado pelos serviços prestados?

– O ex-aposentado Brandon Roy, agora um Timberwolf, revê os hipongas e ex-companheiros de Portland no dia 23 de novembro. Se os seus joelhos permitirem, claro.

*  *  *

A temporada vai começar no dia 30 de outubro e terminará no dia 17 de abril, restabelecida com 82 partidas para cada franquia. A noite de abertura terá três jogos, com destaque apra o confronto entre Cavaliers e Wizards, em Cleveland.

Hã…

Brincadeira. As principais atrações são: Los Angeles Lakers x Dallas Mavericks, para Dirk morrer de vontade de jogar com Nash novamente, e Miami Heat x Boston Celtics, que dispensa comentários.

*  *  *

Para virar clássico, eles precisam se enfrentar. O primeiro duelo de New York Knicks e Brooklyn Nets está marcado para o dia 1º de novembro, na novíssima arena do Nets, que vai estrear Joe Johnson e Mirza Teletovic. Se o blog fosse muito maldoso, também falaria da estreia de Deron Williams, que não jogou nada desde que saiu de Utah Jazz. Mas xapralá.

*  *  *

A revanche entre Oklahoma City Thunder e Miami Heat é uma das atrações da tradicional rodada natalina da liga.


E o Knicks também disse “não” a Jeremy Lin
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Giancarlo Giampietro

Se vocês me permitem, vou retomar aqui as 11 vezes que Jeremy Lin ouviu muitas vezes a simples e mais chata resposta que existe: “não”, desde que resolveu que dava para ser jogador de basquete. São tópicos que publiquei na encarnação passada (para formar a seleção dos rejeitados da NBA 2011-2012, mas que encontraram alguma forma de seguir na liga):

Jeremy Lin no Houston Rockets

Jeremy Lin no Rockets? Por enquanto, só em chroma key do ano passado

“1) Nenhum sino-americano pode ser um jogador de basquete que se preze.

2) Nenhum bom jogador de basquete que se leve a sério escolheria Harvard na universidade;

3) Nenhum jogador de Harvard pode jogar na NBA;

4) Ok, ele foi chamado para jogar Summer League pelo Mavs, encarou o John Wall por alguns minutos de igual para igual, mas isso não quer dizer que ele seja um jogador de NBA de verdade;

5) Tá, ele conseguiu uma vaga no Golden State Warriors, mas era só um golpe de marketing dos novos proprietários do clube cientes da grande colônia asiática na Costa Oeste californiana.

6) Ele mal jogou em sua temporada de calouro, é só uma mascote, mesmo. Daqui a um ano vai estar na liga chinesa esquecido. Quando precisou, o Warriors não titubeou em dispensá-lo para tentar a contratação impossível de DeAndre Jordan;

7) Veja só. Mal o Houston Rockets o contratou, já o dispensou também, porque não compensava bancar seu salário mínimo quando o time precisava do reforço de Samuel Dalembert no garrafão e tinha até um Johnny Flynn como terceiro armador;

8) Em Nova York, os técnicos mal sabiam seu nome na hora de chamá-lo para o final do treino coletivo. Esteve a poucos dias de ser chutado pela terceira vez em menos de seis meses e só sobreviveu devido a uma lesão inesperada do novato Iman Shumpert e porque Mike Bibby, mesmo saudável, ainda perdia na corrida para Baron Davis em recuperação de uma hérnia. Claro, então, que ele não servia para nada.

9) Ele fez 53 pontos nos dois primeiros jogos como titular, mas foram confrontos com o Nets e Wizards. Quê? Deron e Wall? Coitados, só jogam com pangarés em seus times.

10) “Afemaria, ele fez 38 pontos, sete assistências e quatro rebotes contra o Kobe e o Lakers em rede nacional???”… Bem… Mas… Vai passar. Deixa só o Carmelo voltar. Voltou e foi vaiado no começo por tirar a bola das mãos do armador.

11) Sem o técnico Mike D’Antoni, ele não é nada. É só produto de um sistema que infla os números dos atletas.”

Linsanity na ÁsiaAí Lin lesionou o joelho e teve de abrir mão do restante da temporada. Estava mais ou menos recuperado para disputar o final da série contra o Miami Heat nos playoffs, mas optou e foi aconselhado a não voltar no sacrifício. Fecharam-se as cortinas, ele participou de algumas premiações, fez um pouco de farra, mas logo voltou para a Califórnia para trabalhar com seu velho técnico, enquanto não chegava a hora de negociar seu próximo contrato, sendo um agente livre restrito (qualquer clube poderia elaborar uma proposta, mas o Knicks tinha o direito de cobri-la).

Sabendo que tinha esse suposto trunfo em mãos, o clube nova-iorquino deixou que o mercado ditasse o valor do armador. Oooops: foi aí que abriram caminho para o endiabrado Daryl Morey, o padrinho dos nerds, compor uma oferta muito maldosa. No geral, algo em torno de US$ 24 milhões. Esmiucando, no entanto, vem o golpe: no terceiro ano, Lin ganharia aproximadamente US$ 15 milhões. Se fosse ‘só’ isso (para os padrões desse pessoal), talvez não houvesse problema. Mas, em 2014-15, o clube de Manhattan já estaria pagando uma fortuna para Carmelo Anthony, Amar’e Stoudemire, Tyson Chandler, Raymond Felton e os vovôs Jason Kidd e Marcus Camby (sim, os dois têm contrato de três temporadas). Colocando o salário do formando de Harvard na conta, a franquia teria de pagar multas por exceder a “o limiar da luxúria” – 😉 – de acordo com as regras da NBA. No fim, por baixo, Lin poderia custar uns US$ 40 milhões. E aí, pela primeira vez na história, Dolan resolveu pisar no freio.

O que eu penso disso?

Uma tremenda de uma bobagem.

Primeiro, o mais óbvio, por razões econômicas. Fora de Nova York, mesmo seu potencial de marketing pode cair consideravelmente. Mas o Knicks tinha tudo em mãos: um elenco forte que seguraria as pontas caso o jogador não atuasse conforme o esperado e, enquanto durasse qualquer fagulha da Linsanidade, ganharia aos tubos em acordos comerciais, venda de ingressos e sabe-se lá quantas mais fontes de renda para fazer um bom pé-de-meia e fechar a conta em 2015.

Capa da Time - Linsanity

Time também elegeu Lin uma das 100 personalidades mais importantes do mundo neste ano

Agora, dentro de quadra, os detratores do armador gostam realmente de dizer que tudo não se passou de mais um feitiço de D’Antoni. Que aquele patamar de fevereiro deste ano, em que teve 20,9 pontos, 8,4 assistências e 4 rebotes por jogo, com aproveitamento de 47% nos chutes de quadra em 35,1 (e, não nos esqueçamos altíssimos 5 erros por partida também). Em março, enquanto trombava com Carmelo e via D’Antoni se despedir, os números já não foram os mesmos, embora nem um pouco desprezíveis: 14,6 pontos, 6,3 assistências, 3,3 rebotes e 3,8 erros em 30,1 minutos.  Só não se esqueçam que Lin tem apenas 23 anos, é extramemente dedicado e sério e gosta de contrariar as pessoas.

“Honestamente, eu preferia ficar em Nova York. Mas meu princial pobjetivo no mercado era ir para um time que tivesse planos para mim e me quisesse”, afirmou o armador em entrevista ao site da Sports Illustrated. “Amo de morrer os torcedores de Nova York. O que Nova York fez por mim foi incrível e eu queria jogar para eles o resto da minha vida”, completou. Imagine a pressão para cima de Felton, Melo, JR Smith, Kidd e quem mais vestir o uniforme do Knicks na próxima temporada…

No Texas, o Rockets só queria uma estrela. Em termos de marketing, já a conseguiu. Pensando em produção, claro que ninguém sabe ao certo o quanto Lin pode render daqui para a frente, assim com o técnico Kevin McHale e o próprio Morey não podiam saber quando o mandaram embora em dezembro do ano passado. Dessa vez, porém, eles decidiram pelo “sim”.


Pânico em NY: Knicks contrata armador, e Linsanidade pode ir para Houston
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Giancarlo Giampietro

A gente vem repetindo aqui no Vinte Um a pergunta: “Você se lembra do Jeremy Lin, né?”, em tom de brincadeira. Mas essa brincadeira, nesta tarde de domingo, parece ter ficado muito séria, com a especulação histérica em Nova York sobre a possível partida do jogador para o Houston Rockets, o mesmo clube que o havia dispensado em dezembro do ao passado.

Jeremy Lin negocia com o RocketsRecapitulando: or dois meses neste ano o armador sino-asiático formado em economia em Harvard e recolhido nas sobras da NBA peo Knicks foi o maior nome do esporte. Ele era o evento de um homem só no maior centro econômico do mundo, deixando Manhattan em polvorosa.

Vieram, então, quase que de uma só vez: a demissão do técnico Mike D’Antoni, cujo sistema alavanca a carreira de armadores com impressionante facilidade, a incompatibilidade com Carmelo Anthony  e uma lesão no joelho, e o conto de fadas foi congelado. O Knicks seguiu competitivo rumo aos playoffs, o clima de euforia em torno do armador deu uma boa esfriada e no ar ficou em algo como: “Em breve, nos melhores cinemas, Lin retornará. Por ora, segue a vida”.

Desde o sábado, porém, os tablóides e blogueiros não sabem o que pensar da vida, a partir do momento em que vazou a notícia de que o clube nova-iorquino estava negociando o retorno de Raymond Felton em (mais uma!) troca maluca com o Portland Trail Blazers. Não demorou nem um segundo para que eles, então, juntassem as peças: ué, se Jason Kidd e Pablo Prigioni já estão sob contrato, com a chegada de Felton, já são três armadores… E o que fazer com Jeremy?

Jeremy, aquele mesmo da Linsanidade, recebeu uma nova proposta venenosa do Houston Rockets: os texanos estão dispostos a pagar algo em torno de US$ 25 milhões por três anos. Os ‘Bockers poderiam cobrir facilmente esse valor pelo agente livre restrito, não fosse um detalhe caríssimo: o terceiro ano de contrato vale cerca de US$ 15 milhões – em vez da oferta anterior discutida, de quatro anos e duas parceias de US$ 8 a 9 milhões nos terceiro e quarto anos, que essa, sim, o Knicks considerava “tranquila” de resolver. De acordo com o contrato que Lin assinou, as contas nova-iorquinas explodiriam na temporada 2014-2015, por conta do que já pagariam a Carmelo, Stoudemire e Tyson Chandler e o clube teria de pagar uma multa muito alta. Até mesmo pros padrões elevados deles.

(Um causo engraçado dessa trama toda foi a direção do Knicks evitar os representantes do Rockets por dias. Não responderam telefonemas, e-mails por um tempão até serem encontrados e receberem a papelada. Piada. Quando veio o acerto por Felton, aí essa “fuga” fez mais sentido.)

Jeremy Lin, ex-Houston Rockets

Lin, que já foi um ex-Rocket, agora pode ser ex-Knick. E quem imaginaria uma coisa dessa?

São três dias, agora, para pensar a respeito e, ao mesmo tempo, sentir a repercussão pública. Ainda não há nenhuma palavra oficial a respeito. Eles podem cobrir a oferta, apostando no potencial de Lin – tanto em quadra como, principalmente, no mercado (vendeu muito merchandising, elevou o preço dos ingressos do clube, aumentou a cotação do grupo MSG na bolsa etc). Mas a contratação de Felton parece apontar a franquia para outros rumos, a não ser que decidam atuar com dupla armação e Jason Kidd marcando na posição 2, descongestionando, assim, sua rotação de perímetro. Se Terry e Barea atuaram juntos com  Kidd em Dallas, por que não tentar com o queridinho de Chinatown e demais vizinhanças? O Bala, agora há pouco, escreveu para estranhar esse desinteresse.

O ala-pivô Jared Jeffries, envolvido no negócio com o Portland, já fala como se Lin fosse passado: “Nunca imaginei que eles o deixariam ir”. O New York Post evoca “fontes” (anônimas) que garantem a saída do sino-americano.

Será que Lin vai, mesmo, para o Rockets?

Seria mais uma virada incrível em sua trajetória já cinematográfica.


E o Houston, agora, quer Jeremy Lin
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Giancarlo Giampietro

A intenção do post não é nem para avacalhar a franquia texana. Porque eles mesmo estão encarando com muito bom-humor seu namoro recente com Jeremy Lin, aquele da Linsanidade, lembram?

Pode passar a impressão de que foi há uma eternidade, mas o armador foi dispensado pelo Houston Rockets no finalzinho de dezembro do 2011. Feliz ano novo, então, né?

Jeremy Lin no Houston Rockets?

Jeremy Lin no Rockets? Por enquanto, só essa imagem de 2011 com o fundo em chroma key, mesmo. Knicks deve mantê-lo

Na quarta-feira, o sino-americano visitou a diretoria do Rockets para ouvir o que eles tinham para lhe oferecer. O que foi, no caso, mais uma proposta marvada daquelas por parte de Daryl Morey, o patrono dos nerds estatísticos da NBA. Tal como fez com Omer Asik, do Bulls, com duas parcelas suaves (padrões norte-americanos, claro) de US$ 5 milhões e outras duas batendo na casa de US$ 10 milhões, aí já mais pesadas.

A intenção neste movimento? Bem, primeiro que para um agente livre nas condições de Asik e Lin, os times têm um limite a oferecer nas duas primeiras temporadas do contrato. A partir delas, porém, podem propor o que bem entenderem. E, ao inflar as outras parcelas, a tentativa é assustar os clubes que têm o direito de cobrir a oferta. Tanto o Bulls como o Knicks podem elevar suas folhas salariais, daqui a duas temporadas a um nível em que tenham de pagar taxas pesadíssimas para cada dólar excedente.

Bem, o Bulls não parece disposto a entrar nesse tipo de terreno minado, a despeito de perder uma peça muito importante – o turco não só é um excpecional defensor, como vale também como um seguro perante as constantes lesões de Noah. Coisa que o Knicks nunca teve problema para topar, ora, ainda mais considerando o lucro incrível obtido com o armador na temporada passada.

Ontem, Morey estava dizendo por aí que ao menos teria a chance de mostrar a cidade para o jogador, já que ele não havia tido muito tempo da última vez. O técnico Kevin McHale foi além, apelando para o condicional: se eles soubessem, se pudessem imaginar que uma Linsanidade estava prestes a ocorrer, teriam dispensado meio time antes de mandarem o armador embora.

Agora eles podem estar tentando desfazer o erro, mas o flerte com Lin tem muito mais chance de terminar como apenas mais uma travessura, forçando o Knicks a abrir os cofres, do que como um ato que vá redimir a franquia. Lembrando que o desfecho dessa trama tem muito a ver com nosso Scott Machado.

Ironicamente, o Rockets passou por uma situação oposta em relação a Goran Dragic. Desacreditado no Phoenix Suns, o armador brilhou no ano passado pelo time de Houston, com números, inclusive, muito parecidos que os de Lin. Como titular, Dragic somou 18 pontos e 8,4 assistências. Lin, no Knicks, teve 18,2 pontos e 7,7 assistências. Agora, o esloveno voltou a ser alvo do próprio Suns, e acertou seu retorno por um contrato de US$ 30 milhões por quatro anos, uma fortuna.

Uma prova de que, embora tenham estruturas incomparáveis no mundo basquete, com dezenas de empregados entre dirigentes, scouts, estatísticos e técnicos, os clubes da NBA não estão imunes a bobagens. Pelo contrário.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Jeremy Lin em sua encarnação passada


Calma, Scott: veja a lista dos renegados que ganharam US$ 380 milhões na NBA
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Giancarlo Giampietro

Não é o fim do mundo, Scott. Pode ser um baque, com tanta expectativa criada, mas não sobra muito tempo para chutar choramingar, pois as Summer Leagues já vêm com tudo, os clubes estão montando seus elencos, e seu agente sabe disso.

Nesta sexta, o armador brasileiro deu as caras no Twitter com uma metáfora toda videocassetiana (na falta de melhor palavra): “Não há STOP para o meu sonho, apenas PAUSE. VOU FFW passando por isso porque só quero PLAY e, uma vez que eu mostrar a eles o que posso fazer, eles todos vão querer RECORD ISSO, e eu nunca vou RWD”. Entenderam, né?

Para dar uma força, lembramos, agora, dez  casos de atletas que não foram draftados, mas saíram por cima. Juntos, sabe quanto eles ganharam em contratos durante suas carreiras? Mais de US$ 385 milhões. E isso não leva em conta o fato de que alguns deles ainda estão em atividade.

Confira a turma dos renegados que prosperaram:

1. Ben Wallace

Ben Wallace

O pivô do Detroit Pistons, que ainda não sabe se vai se aposentar este ano… Caso decida que sim, chegará ao fim a carreira de um dos melhores defensores da história da NBA, após 16 temporadas e 130 partidas de playoffs. Wallace começou sua jornada no Washington Wizards de 1996, como reserva de Chris Webber. Ficou um ano em Orlando até ser envolvido em uma troca por Grant Hill com o Detroit. Na época, parecia que o Pistons iria de mal a pior. Engano. Big Ben capitaneou o revival dos “Bad Boys” na Motown, ao lado do bro Rasheed Wallace, sendo campeão em 2004. Foi duas vezes o melhor reboteiro da liga em 2002 e 2003 (quando apanhou 15 por jogo). Quatro vezes All-Star. Quatro vezes eleito o melhor defensor do campeonato. Porrada.

2. Brad Miller
Antes de entrar na NBA, Miller, tinha como grande destaque de sua carreira a medalha de bronze conquistada no Mundial de 1998, aquele que caiu num limbo da USA Basketball – era ano de loucaute e os astros da NBA ficaram fora. Considerado lento, pouco atlético, foi desprezado ao sair de Purdue em 1998. Acabou descolando um bico no Charlotte Hornets (bons tempos!), foi contratado pelo Bulls em sequência, repassado ao Indiana até que assinou com o Sacramento Kings em 2003 por uma bolada: em 2010, já ganhava mais de US$ 12 mi. Foi duas vezes para o All-Star. No auge, teve médias de 15 pontos, nove assistências e quatro assistências pelo Kings.

3. Avery Johnson
Não era necessariamente um craque, tendo um arremesso de três pontos bastante questionável. Mas foi um verdadeiro general em quadra em uma carreira que durou de 1988, quando Scott Machado e Fab Melo ainda não haviam nem nascido, a 2004. Distribuiu 5.846 assistências em jogos de temporada regular, em 1.054 partidas. Marcou época pelo Spurs, pelo qual foi campeão em 1999. Hoje é o técnico do Brooklyn Nets.

John Starks enterra contra o Bulls

John Starks enterra contra o Bulls

4. John Starks
Houve uma vez que o explosivo ala do Knicks voou por toda a defesa do Bulls de Phil Jackson para uma das enterradas icônicas da NBA, que, vira e mexe, aparece nos clipes promocionais da liga. Jogou de 1988 a 2002, terminando com média de 12,5 pontos. Em 1993-94, foram 19,0 por jogo, culminando em convocação para o All-Star e no vice-campeonato sob o comando de Pat Riley. Eleito o melhor sexto homem em 1996-97.

5/6. Bruce Bowen, Raja Bell
Dois alas que foram uma verdadeira peste na marcação na década passada – e, sim, usamos propositalmente o passado em referência a Bell, que hoje já seria um ex-jogador em atividade. Bowen foi tricampeão pelo Spurs, tendo aparecido na seleção defensiva da liga por cinco anos seguidos – embora, injustamente, nunca tenha ganhado o prêmio individual. Raja Bell segue essa estirpe, talvez um pouco mais light, mas ele que não nos ouça. Nos dias de Phoenix Suns, era um dos inimigos prediletos de Kobe Bryant, se é que isso faz sentido.

7. Udonis Haslem
O guarda-costas de Dwyane Wade, um guerreiro nos rebotes que saiu da universidade de Florida em 2002 um tanto gordinho e sem chamar muita atenção. Remodelou seu corpo, descolou um convite do Heat, em sua cidade natal, e o resto a gente já sabe. Ótimo reboteiro, defensor, jogador de poucos erros e vencedor. Bicampeão.

8. David Wesley
Patinou por dois anos em Boston em 1993 e 94 até ganhar respeito, entrar na rotação e emplacar uma carreira que acabou em 2007, com 12,5 pontos e 4,4 assistências. Viveu seus melhores anos pelo Hornets, pegando a transição de Charlotte para New Orleans.

9. JJ Barea
Ainda na metade do caminho, o portorriquenho já tem seu título da NBA, um contrato de mais de US$ 4 milhões com o Minnesota Timberwolves, para correr com Ricky Rubio. Veloz, forte, inteligente e corajoso, consegue finalizar no garrafão apesar da estatura diminuta.

10. Jeremy Lin

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O pôster dessa turma toda agora, né? A história você já conhece, cujas palavras-chave são: sino-americano, Harvard, economista, show em Summer League contra John Wall, Warriors, Rockets, dispensas, waiver, Knicks, D’Antoni, Linsanidade, Manhattan, Forbes, Hollywood.

Outros armadores que têm/tiveram carreiras duradouras sob as mesmas condições: Carlos Arroyo, Robert Pack, Jannero Pargo, Chuck Atkins, Darrell Armstrong, Troy Hudson, Damon Jones e Mike James. E mais outros atletas de outras posições como Louis Amundson, Joel Anthony, Reggie Evans e Reggie e Aaron Williams.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Scott Machado em sua encarnação passada