Vinte Um

Arquivo : Hornets

Michael Jordan confronta jogadores em Charlotte e cogita volta do Hornets
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Jordan não aguenta mais!

A boa notícia para Michael Jordan: o Charlotte Bobcats ainda não perdeu na temporada 2012-2013 da NBA!

(Também ainda não jogou. Mas sejamos piedosos e deixemos isso de lado por um instante.)

Pick número dois do Draft 2012

O novato Michael Kidd-Gilchrist não está na mira das críticas de Jordan, que o compara a um jovem Pippen pela capacidade defensiva e por “conectar” os atletas em quadra; realmente muito promissor o líder do time de Kentucky campeão universitário neste ano

Talvez motivado pelo fato de o time ainda não ter sido sofrido nenhuma derrota com dois dias de campeonato já para trás, ele afirmou nesta quinta-feira que sua intenção é ser o dono da franquia “por um longo tempo”. O jogador que não tolerava nem mesmo o erro de seus adversários nos treinamentos, chegando a esmurrar Steve Kerr – hoje o melhor comentarista de NBA da paróquia –, ainda não se esgotou das surras que anda tomando.

O que não quer dizer que sua paciência não venha sendo testada bravamente por Tyrus Thomas e amigos.

Mal começou a temporada, e parece que MJ já teve de descer ao vestiário da equipe para cobrar e bater de frente com o elenco. Segundo o próprio craque e magnata revelou, alguns jogadores têm reclamado dos treinos homéricos promovidos pelo novo treinador Mike Dunlap. As sessões têm mais de três horas de duração e em alguns dias chegam a bater quatro, com bastante ênfase nos fundamentos do jogo. Isso, no mundo da NBA, aparentemente seria um absurdo, o que estaria forçando o choramingao pelos cantos do ginásio. Isso no time que, em termos de aproveitamento, protagonizou a pior temporada da história da liga.

“Não dá para dizer que não precisamos desse tipo de coisa. Se fosse assim, nosso time não teria uma campanha de 7-59. É isso que times campeões fazem. Se fizemos isso em Chicago e fomos campeões, por que não faríamos aqui? Se você levanta o nariz para isso, talvez você deva olhar para o espelho e ver que você é parte do problema”, disse Jordan a alguns atletas especificamente, sem revelar nomes ao Charlotte Observer. Para depois completar: “Ou você aceita, está dentro, ou não vai ficar aqui.

Jordan x Zo Mourning

Jordan x Zo: o Hornets de Charlotte chegou a cruzar o caminho do Bulls nos playoffs dos anos 90

O desafio de Jordan de transformar o Bobcats num clube respeitável é enorme.

Talvez seja necessária até mesmo a mudança de nome. O que ele aprovaria, caso o novo do New Orleans Hornets, Tom Benson, siga com seu plano de procurar um novo apelido para sua franquia. Desta forma, o “Hornets” estaria livre para retornar a Charlotte, onde fez tanto sucesso esportivo – Larry Johnson e Alonzo Mourning – e comercial– e quantos bonés verdes e roxos daqueles não foram vendidos por aqui, mesmo em barraca de camelôs – nos anos 90.

Seria uma cartada boa até, para tentar transformar a franquia não só em algo mais atraente para os consumidores como para os jogadores. Difícil de imaginar o recrutamento de uma estrela no mercado de agentes livres, mesmo com todo o apelo da grife Jordan.

No fim, eles não estariam competindo por Jordan. Mas, sim, pelo Bobcats. E, antes de pensar em se cansar de perder, talvez seja melhor nem começar mesmo.


Contrato com Scott garante ao Rockets direitos sobre o brasileiro na D-League da NBA
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

O Houston Rockets acredita no potencial de Scott Machado.

Que sabichão, né? Mas claro que acredita, então por que daria um contrato de três anos para o armador se fosse outro o caso?

Ok, anotado.

Scott Machado, armador puro em busca de vaga

Agora… Sabe também o que está por trás desse contrato assinado? Que, caso Daryl Morey não consiga limpar seu elenco e tenha de dispensar o nova-iorquino antes do início da temporada, esse vínculo, mesmo que desfeito, garante que ele pertencerá a sua franquia afiliada na D-League, a liga de desenvolvimento da NBA.

Isto é: ao participar do training camp com o Rockets, se não seguir no clube, o brasileiro se torna um jogador exclusivo do Rio Grande Valley na D-League. Ao que tudo indica, seria o caminho escolhido pelo atleta mesmo, em vez de tentar a Europa.

Não seria o fim do mundo. Os salários na liga menor são bem menores que o que se paga na NBA, os atletas andam de busão para cima e para baixo, em cidades bem menores, nada de glamour, mas ao menos Scott ainda estaria sob a alçada do Rockets.

Sediado em Hidalgo, ainda no Texas, o Rio Grande Valley Vipers  não pertence ao milionário Les Alexander, mas o departamento de basquete é controlado pelo estafe do Rockets desde 2009. A equipe antes era dividida com outras franquias – Cavs e Hornets –, como ainda acontece com a maioria dos times da liga de desenvolvimento.

As operações entre os dois clubes estão intimamente ligadas. Por exemplo: Chris Finch, técnico da Grã-Bretanha em Londres-2012, foi o comandante do Vipers até 2011 e acabou promovido a assistente de Kevin McHale na última temporada. Ele, na verdade, está muito bem cotado a suceder McHale quando chegar a hora.

Mapa do Texas

Hidalgo, ao Sul de Houston e do Texas

Então qualquer progresso que Scott fizer será levado em cona, será informado imediatamente a Morey e comissão técnica.

Um ponto importante também: qualquer jogador do Vipers pode ser chamado por qualquer time da NBA a qualquer momento durante a temporada. Ser o time do Rockets não implica que ele só possa ser usado pelos texanos. Foi o que aconteceu com o armador CJ Watson, aliás: ele começou sua carreira na liga principal pelo Golden State Warriors, antes de ser contratado por uma boa grana pelo Bulls. Por outro lado, é mais natural que o próprio Rockets faça a convocação, como no caso dos armadores Will Conroy, Garrett Temple e o ala Mike Harris – os três, porém, ainda estão no ritmo de bate-e-volta, circulando, em busca de uma vaga definitiva.

Fechando, uma curiosidade: “Rio Grande” não seria um termo tão estranho, no fim, ao torcedor colorado Scott Machado, considerando que sua família tem origens gaúchas, né?

Vamos aguardar.


Lavada contra a China, classificação garantida e armadilha a ser evitada
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Varejão marca Jianlian

Yi Jianlian foi dominado pelos pivôs brasileiros: apenas cinco pontinhos, três deles em lances livres

Para um time que ainda jogava por sua classificação, impressionou negativamente a pouca intensidade dos chineses neste sábado. Ressaca, ou não, a seleção brasileira não tinha nada com isso: se impôs desde o início e fez seu trabalho muito bem, obrigado, para vencer por 98 a 59.

Para garantir a classificação para as quartas, a equipe começou sua partida buscando o jogo interior, ufa, e viu aquele Tiago Splitter eficiente, ao qual se habituou nas últimas temporadas, executar bons movimentos, abrindo caminho para  uma boa diferença logo de cara. Com pivôs menores e mais leves, a China teve de encolher sua marcação e permitiu uma série de chutes de três pontos para os brasileiros, e dessa vez, livrinhas, as bolas caíram.

Não houve egoísmo também, tendo o time acumulado 27 assistências. Foram pouquíssimos os desperdícios de bola (6). A defesa não afrouxou em nada, continuou desestabilizando os chineses e forçou este desempenho pífio: nos primeiros 20 minutos, seu oponente somou seis erros e apenas uma assistência, por exemplo. Na segunda etapa, foi um treino.

(Agora um parêntese obrigatório, e que se tome cuidado com as armadilhas: foram 25 tiros de longe e 12 cestas, a maioria equilibrada, sem pressão alguma. Mas não achem os brasileiros que vão enfrentar uma defesa esburacada como essa em duelos com Espanha, França e Argentina. Fica o exemplo do comportamento dos Estados Unidos hoje contra a Lituânia, acreditando que a tempestade de três pontos que causaram contra a Nigéria se replicaria naturalmente.)

*  *  *

Só Leandrinho, Giovannoni e Alex ficaram em quadra por mais de 20 minutos, e raspando. Deu, então, até para Caio Torres e Raulzinho jogarem. Pelo andar da carruagem olímpica brasileira, a convocação do pivô do Flamengo parece cada vez mais deslocada: se era para ter um jogador para ser usado tão pouco no torneio, não era melhor investir em alguém mais jovem, mesmo?

*  *  *

Excluindo os jogos dos Estados Unidos, essa foi a maior vitória do torneio olímpico masculino, com 39 pontos de vantagem. A maior diferença até então havia sido da Argentina sobre a Lituânia: surpreendentes 23 pontos (102 x 79). Os argentinos também haviam vencido a Tunísia pelos mesmos 23 pontos (92 a 69).

*  *  *

Agora o assunto que vai dominar as próximas 48 horas: ganhar, ou não, da Espanha, para evitar um eventual confronto com os Estados Unidos nas semifinais. Imagino que haverá muitos a torcer para uma vaga como terceiro colocado. Desta forma, evitaríamos também o clássico diante da Argentina nas oitavas. Bem… Para mim, não tem essa de entregar jogo. A bola está com Magnano.

*  *  *

Duas notas sobre a China:

– Wang Zhizhi foi o primeiro atleta do país a jogar na NBA, contratado em 2001 pelo Dallas Mavericks, um ano antes de Yao Ming ser selecionado pelo Houston Rockets na primeira colocação do Draft que também levou Nenê para a liga norte-americana.

– Quem se lembra do técnico Robert Donewald Jr.? Ele foi contratado pelo ex-agente de Nenê e Leandrinho, Michael Coyne Jr., para trabalhar no Brasil na temporada 2005-2006 com o ala Marquinhos. Ele foi o treinador do time de São Carlos, do qual Nenê também participou na formação. Depois, ele ainda treinou Guarujá, antes de partir para a Ásia. Neste meio-tempo, Donewald trabalhou com Marquinhos e o pivô Morro, do Pinheiros, na preparação dos dois atletas para o Draft da NBA de 2006. O ala foi selecionado na posição 43 pelo Hornets.

 


“Monocelha” esquece uniforme e perde um tempo de jogo contra Nigéria
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Anthony Davis, orgulhosamente o Monocelha, e promissor novato da seleção norte-americana, cometeu um erro de calouro daqueles na partida em que sua equipe trucidou a Nigéria pela terceira rodada do torneio olímpico em Londres. No primeiro tempo, mesmo com o placar de 78 a 45 a favor, ele não conseguiu ir para a quadra. E isso não tem nada a ver com qualquer rigidez por parte do Coach K. Acontece que o jogaodr do New Orleans Hornets simplesmente se esqueceu de vestir seu uniforme completo. Estava devidamente agasalhado, tênis calçados, mas sem… A camisa oficial da equipe por baixo. Ele tinha apenas uma camiseta branca, lisa, e só, como Kevin Love revelou em seu Instagram. Será que ele teve de pagar alguma brincadeira depois? Veja na foto abaixo:

Anthony Davis, novato do Team USA, esquece a camisa no vestiário

Love já faz aquela bagunça com o novato Monocelha

No fim, Davis entrou em quadra já no início do terceiro período e jogou por pouco mais de 15min12s, marcando nove pontos e seis rebotes. Acertou seus quatro arremessos, que, na verdade, devem ter sido todas enterradas – os armadores do time se divertem horrores em preparar a ponte aérea para o pivô.


EUA atropelam Grã-Bretanha, mas cuidado com a informação
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Essa vai “para o pessoal que acompanha muito o basquete e para os que não acompanham tanto” – e para os que tiveram a chance de acompanhar pela TV fechada o amistoso entre Grã-Bretanha, nossa adversária de primeira fase nos Jogos de Londres-2012, e os Estados Unidos.

Devido a imprevistos aqui no QG 21, conseguimos pegar a transmissão apenas pela metade, do início do segundo tempo adiante. Mas foi o suficiente para colher algumas informações que merecem retificação:

Chris Mullin, Warriors

Mullin chutava demais, mas foi Bird quem venceu vários torneios de três pontos. Foi ele quem defendeu o Pacers

– o New Orleans Hornets teve a primeira escolha do Draft deste ano, mas isso não quer dizer que eles fizeram a pior campanha da temporada passada. Foram os últimos no Oeste, mas superaram Charlotte Bobcats, Washington Wizards e Cleveland Cavaliers no geral. Isto é, nem sempre o pior time do campeonato vai ficar com a melhor escolha do Draft: ele é simplesmente aquele que tem mais chances de pular para primeiro;

– Kobe Bryant não foi o primeiro do Draft em seu ano – saiu em 13º – e não foi escolhido pelo Lakers. Quem fez a seleção foi o então Charlotte Hornets, que depois o repassou para a franquia californiana em troca do pivô sérvio Vlade Divac. Ok, podemos até aceitar que já estava tudo acertando entre as franquias, mas, pelo modo que foi colocado, deu a impressão de que a poderosa franquia havia naufragado no campeonato anterior e, por isso, ganhou o espetacular ala como recompensa. Não foi isso;

– Chris Mullin era um exímio chutador de longa distância, especialmente da zona morta, mas nunca venceu sequer uma disputa do torneio de três pontos do All-Star Game da NBA. Seu companheiro de Dream Team, Larry Bird, faturou as três primeiras edições do evento;

– Christian Laettner, único jogador universitário selecionado para o Dream Team original, jogou por Minnesota Timberwolves, Atlanta Hawks, Detroit Pistons, Washington Wizards, Miami Heat e até pelo Jacksonville Giants, da ABA, mas nunca pelo Indiana Pacers. Chris(topher) Mullin, sim, atuou pelo Pacers na final de sua carreira;

– Russell Westbrook é um tremendo de um atleta, mas nunca “passou” pela posição 5 no confronto com os britânicos. Ele pode ter cruzado o garrafão diversas vezes durante a partida, mas não há um “5” marcado na zona pintada.

– Ainda dentro do mito do “cincão” do basquete, esse jogador não precisa necessariamente jogar “paradão” no garrafão. Nem Manute Bol, com 2,31m de altura, ficava estacionado ali, acreditem.

Desculpem, pode parecer arrogância do blogueiro, que nem gosta de atuar como ombudsman de nada – o trabalho produzido aqui pode estar sujeito ao maior número possível de erros também, mas ao menos os internautas estão aí, alertas, para corrigir, reclamar e achincalhar.  O mesmo blogueiro não conhece em detalhes 50% da Grã-Bretanha que está prestes a enfrentar o Brasil nas Olimpíadas – sem estudar, não vou me meter a inventar nada agora sobre o Andrew Sullivan, podem ficar tranquilos –, mas existe situações em que é melhor apenas relatar do que informar. Pensando em quem acompanha e em quem está por fora.

*  *   *

Deron Williams, Team USA

Deron teve vida muito mais fácil em Manchester

Sobre o jogo em si, as bolas de longa distância dos norte-americanos caíram muito mais do que aconteceu contra os brasileiros, mas muitas delas aconteceram em transição, totalmente livres, coisa que não aconteceu na segunda-feira. Pois Magnano armou seu time de modo a limitar ao máximo os contra-ataques norte-americanos, principal trunfo deles na busca pelo bicampeonato olímpico.

O Brasil não possui os mesmos atletas que Coach K tem a seu dispor, mas vem baseando muito de seu jogo nessa fase preparatório, e no Pré-Olímpico do ano passado também, em uma defesa adiantada, botando presão em cima da bola. O ponto fraco da seleção anfitriã das Olimpíadas fica por conta justamente de seus armadores. Luol Deng, ainda mais no sacrifício, não vai poder fazer tudo pela equipe, ainda mais se Alex conseguir dar uma boa canseira nele aqui e ali – as chances de que Marcelinho e Marquinhos consigam lidar com ele no mano-a-mano são mais reduzidas.

*   *   *

Os pivôs britânicos são sólidos, fortes, alguns pesados, outros mais atléticos. Joel Freeland está no meio termo e merece cuidado, tendo refinado seu jogo na mesma Espanha que formou Splitter. Já Nana Papa Yaw Dwene Mensah-Bonsu, mais conhecido simplesmente como Pops Mensah-Bonsu, primo do Kojo Mensah, agora do Flamengo, também deve de ser vigiado, fazendo parte da turma daqueles que correm bastante, atacam os rebotes ofensivos, com muita energia. Em condições CNTP, porém, não creio que representem alguma ameaça grave ao nosso trio da NBA.


Blake Griffin torce joelho e pode ser mais um desfalque para os EUA
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Dwyane Wade, Derrick Rose, Dwight Howard, Chris Bosh… Blake Griffin? Pode ser mais uma baixa para o Coach K.

Blake Griffin, Team USAO ala-pivô do Los Angeles Clippers torceu o joelho durante um coletivo da seleção dos Estados Unidos nesta quarta-feira, em Las Vegas, e partiu de imediato para a cidade californiana para passar por uma ressonância magnética. Não se sabe a gravidade ainda, mas a lesão aconteceu no joelho esquerdo, o mesmo que ele contundiu durante a série contra o Memphis Grizzlies pelos playoffs da NBA.

O ala-pivô Anthony Davisl, badalado calouro do New Orleans Hornets, foi convocado na hora pela direção da USA Basketball para completar o elenco norte-americano, que anda, de certo modo, carente de jogadores para o garrafão. A equipe enfrenta a República Dominicana em seu primeiro amistoso preparatório nesta quinta.

No caso de Griffin ser cortado, os outros jogadores que podem ser convocados por estarem na lista encaminhada para o COI (Comitie Olímpico Internacional) são os alas Eric Gordon e Rudy Gay.  Mas Davis seria o mais indicado no caso, apesar da inexperiência e da lesão que sofreu no tornozelo na semana passada em treino por seu clube.

De novo: não chega a abalar as chances de ouro dos EUA. Vejam o elenco dos caras.

Griffin havia assinado nesta quarta-feira sua renovação de contrato com o Clippers por cerca de US$ 100 milhões por cinco temporadas. Imagine agora o susto que levou o muquirana Donald Sterling, dono do clube, ao ouvir as más notícias.


Mercado da NBA: Panorama da Divisão Sudoeste
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

O post já vai ficar imenso, então vamos direto ao assunto. Desde a quarta-feira, os clubes da NBA começaram a oficializar os acordos que trataram nos últimos dias, em período agitado no mercado de agentes livres. Nesta quinta, resumimos o Oeste. Veja o rolou em que cada franquia da Divisão Sudoeste se meteu, ou não, abaixo:

Dirk Nowitzki

Quem vai ajudar Dirk a sorrir?

Dallas Mavericks: que fase! Mark Cuban implodiu seu elenco campeão da NBA para reconstruir outra potência mais jovem. Com a retirada de Dwight Howard e Chris Paul do mercado e a opção de Deron Williams por seguir com o Nets, Dirk Nowitzki ficou de mãos abanando por enquanto, sem uma estrela ao seu lado. E piorou, já que Jason Kidd e Jason Terry se mandaram. De modo que o Mavs se vê em uma situação delicada: não se precipitar e pagar demais por jogadores medianos e, ao mesmo tempo, montar um time minimamente competitivo para não enfurecer o craque alemão. A contratação do pivô Chris Kaman, companheiro de seleção alemã de Nowitzki, por apenas um ano, tenta equacionar esse dilema. Update: outro reforço é o armador Darren Collison, do Indiana Pacers, ao lado do ala Danthay Jones. Eles chegam em troca do pivô francês Ian Mahinmi.

Houston Rockets: operação implosão. Pai supremo da comunidade nerdística da NBA, Daryl Morey cansou de ver seu time terminar como a melhor equipe não classificada para os playoffs e abriu o balcão de negócios. Trocou Kyle Lowry e Marcus Camby, trocaria sem problemas Kevin Martin e Luis Scola, liberou Courtney Lee e optou por não atender ao que Dragic pedia. Sem armador, sonda o baixinho Aaron Brooks para um possível retorno, enquanto Scott Machado não faz sua estreia na Summer League de Las Vegas. Há quatro novatos chegando – os alas Jeremy Lamb, Terrence Jones e Royce White e o ala-pivô lituano Donatas Motiejunas – que podem nem mesmo fazer parte do elenco daqui a dois dias, dado o insistente envolvimento do time nas negociações por Dwight Howard, não importando o suposto desprezo do pivô por seu clube.

Memphis Grizzlies: pagando uma nota para Zach Randolph, Rudy Gay, Marc Gasol e Mike Conley, não deu para segurar OJ Mayo, liberado. Ainda assim, o Grizzlies conseguiu duas contratações interessantes: não só mantiveram Marreese Speights, como renovaram também com Darrell Arthur, que passou a temporada lesionado. Os dois não são dos mais badalados, mas devem ajudar bastante saindo do banco de reservas, assim como Jerryd Bayless, que chega para a vaga de Mayo.

Nando De Colo

O talentoso Nando De Colo deve enfrentar Rajon Rondo mais algumas vezes

New Orleans Hornets: Anthony Davis, Anthony Davis, Anthony Davis. O time que passou uma no controlado pela NBA tirou a sorte (acreditem) grande no draft, contratando ala-pivô badalado por 100 em cada 100 scouts norte-americanos. Tem também o Ryan Anderson chegando em troca com Orlando, uma aquisição interessante que combina com Davis. Ariza e Okafor se foram para Washington, Jarret Jack, para Oakland, aliviando a folha salarial do clube. Deste modo, não devem hesitar em segurar Eric Gordon, mesmo que o chutador diga que seu coração pertence a Phoenix. Se optarem por sua saída, Austin Rivers, filho do Doc, ganha mais espaço.

San Antonio Spurs: Tim Duncan vai renovar por mais três temporadas. Danny Green idem. Boris Diaw por mais duas – o que não é a melhor notícia para Splitter, aliás. Na dela, em seu canto confortável, a franquia-modelo da NBA vai tocando a vida em frente, tentando esquecer a decepção pelo dolorido revés na final do Oeste. Um reforço é o ala-armador francês Nando De Colo, embora não seja muito clara qual função ele teria na equipe de imediato, uma vez que a rotação parece entupida. O mesmo raciocínio valeria para uma eventual contratação do esloveno Erazem Lorbek, um dos pivôs mais caros da Europa que não toparia se sentar no banco quietinho ao lado de DeJuan Blair, alguém já bem chateado.

Veja o que aconteceu até agora nas Divisões Noroeste e Pacífico.

Leste: veja o que aconteceu até agora nas Divisões Atlântico, Central e Sudeste.


A vitória memorável da Nigéria sobre a Grécia
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Al-Farouq Aminu

Al-Farouq Aminu decola para um belo toco contra a Grécia em São Carlos. Crédito: Inovafoto

Quando vimos na semana passada o amistoso entre Nigéria e Grécia, em São Carlos, ficou uma ótima impressão sobre a equipe africana, uma grata surpresa. Com jogadores extremamente atléticos, dedicados e unidos, embora ainda não compusessem e componham o melhor coletivo, poderiam ter uma chance. Com a grande vitória sobre os mesmos gregos nesta sexta-feira em Caracas, pelo Pré-Olímpico mundial, eles agora, na verdade, têm duas chances para conquistar uma inesperada vaga em Londres-2012.

Isso porque os nigerianos, com uma vitória dramática por 80 a 79, despacharam a tradicionalíssima seleção helênica nas quartas de final do torneio qualificatório, tendo agora a primeira oportunidade de garantir o passaporte na semifinal contra a Grécia ou, em caso de revés, na disputa pelo bronze.

Por pouco mais de 30 minutos, o que se viu na capital venezuelana foi o embate de dois times completamente opostos. A Grécia movendo bem a bola de um lado para o outro da quadra, explorando seu melhor entrosamento, técnica e experiência, abrindo 13 pontos de vantagem. Do outro, um vigoroso adversário que sobrevivia com base em jogadas individuais de seus atletas (foram apenas seis assistências em 40 minutos) e da coleta de uma infinidade de rebotes ofensivos (16 de seus 36).

No quarto período, contudo, os nigerianos passaram a anular a Grécia na defesa física, mas mais paciente, sem cometer tantas faltas. Do outro lado, no mesmo ritmo, encontraram corredores e melhores oportunidades para pontuar. Isto é, atacando o garrafão mais com esperteza do que por mero impulso. De pouco em pouco, tiraram a diferença.

Por ironia, no fim, a Grécia dependia basicamente das investidas de Vassillis Spanoulis, que terminou com 25 pontos, 7 rebotes e 5 assistências e parecia absolutamente o único disposto a bater para a cesta nos cinco (!!!) minutos finais – ele fazia de suas mágicas com a bola, aproveitando espaços dos corta-luzes imensos de Ioannis Bourousis. Para ser justos, o jovem ala Kostas Papanikolau (uma excepcional escolha do Knicks na segunda rodada do Draft) chegou a matar uma bola de três pontos a 13 segundos do fim, colocando sua equipe um ponto na frente: 79 a 78.

Spanoulis defende

Imaginava Spanoulis em São Carlos o revés contra a Nigéria?

Aí entrou em cena o ala-armador Ade Dagunduro. Com toda a personalidade do mundo, ele controlou o tempo, partiu para o garrafão, girou em cima de Zisis e sofreu a falta na tentativa da bandeja. Após um pedido de tempo, não se abalou e converteu seus dois lances livres, em arremessos de tirar o fôlego, com um arco muito alto. Parecia que a bola não cairia nunca. Mas foi de chuá. Os nigerianos ainda impediram uma saída de bola e, no estouro do cronômetro, conseguiram um toco em cima do próprio Spanoulis.

Dagunduro, maior cara-de-pau, já havia convertido um chute de três antes de Papanikolau – cinco de seus 14 pontos, então, vieram no máximo do crunch time. O descendente de nigerianos, de 26 anos e nascido em Los Angeles, defende o Leuven Bears, da Bélgica. Sua média foi de 8,7 pontos no torneio. Não podia ter brilhado em melhor hora.

Mas não dá para eleger um só herói. Ike Diogu, inexplicavelmente desprezado pela NBA, Alade Aminu, muito ativo na defesa, o tinhoso armador Anthony Skinn, que já viveu uma grande campanha rumo ao Final Four da NCAA pela modestíssima universidade de George Mason, e o promissor Al-Farouq Aminu, do Hornets, também deram suas contribuições significativas nesta vitória memorável para o basquete africano.

Foi mais um grande exemplo que, com um mínimo de organização, as equipes do (verdadeiro) velho continente podem fazer um estrago danado em cenário mundial. Mais cedo, Angola caiu perante a Rússia, mas os lusófonos mesmo já haviam bagunçado um pouco a casa ao derrotar a Macedônia na fase de grupos. Mas há ali um potencial absurdo a ser explorado.


Vásquez, Kleiza e o selo NBA no mundo Fiba
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

Há diversas percepções por aí fora de como se encarar os jogadores – e o jogo em si – da NBA. Tem gente que considera todos superatletas, capazes de tudo a qualquer hora, outros que vão falar que não muitos deles passam de fraudes, mãos-de-pau, produtos de marketing. Durante o Pré-Olímpico mundial, temos a possibilidade de fazer algumas observações e arriscar algumas considerações. Dá para navegar entre os  dois grupos com facilidade. E não precisa de extremismo, precisa?

Greivis Vasquez, superastro na Venezuela

Greivis Vasquez, superastro na Venezuela

Peguemos, então, a vitória da Lituânia sobre a Venezuela, transmitido direto de Caracas nesta terça-feira, como exemplo.

(E pensar que houve um tempo que esse tipo de jogo só chegava por cá em informações mastigadas via despachos de agências internacionais ou microprogramas produzidos pela federação internacional, e olhe lá. Mas avancemos.)

O garotão Jonas Valanciunas, grande aposta do Toronto Raptors para a próxima temporada – embora ainda sem contrato assinado –, teve dificuldades em se enturmar com a arbitragem e enfrentar a pressão e os anfitriões. Acontece: ficou carregado de faltas.

Os outros dois mais veteranos de NBA, Linas Kleiza e Greivis Vasquez, não tiveram problema com isso e se sobressaíram. Cada um ao seu modo.

O ala lituano, do Raptors, estava num dia de máquina mortífera. No sentido de que matava tudo e o que aparecia em sua frente com facilidade, rapidez e eficiência. Caixa, caixa e caixa, jogando fora da bola, se movimentando subitamente para aparecer livre, receber o passe e convertê-lo em assistência. Também brigou nos rebotes e deu um ou outro chega-pra-lá em quadra para devolver a agressividade com a qual jogavam os donos da casa. Terminou com 28 pontos, cinco rebotes e 11 chutes convertidos em 16 tentados (68,8%, uau).

O ala-armador venzuelano, do Hornets, também teve uma linha estatística chamativa: 24 pontos, sete assistências, cinco bolas de três convertidas em nove que chutou. A diferença foi o modo como chegou a esse montante. Dominando a bola, batendo para os dois lados, procurando espaço muitas vezes onde não tinha – e ainda assim os encontrando, numa prova de seu talento, mas também forçando uma porção de arremessos bicados.

Linas Kleiza, Lituânia

Linas Kleiza, máquina mortífera lituana

O quanto disso ocorre porque assim é Vásquez ou porque é desse jeito que a Venezuela precisa vê-lo jogando, teríamos de perguntar para o agitado Eric Musselman para saber. Do outro lado, Kleiza tem uma função bem definida e dois ótimos armadores para lhe servir (olho em Mantas Kalnietis, que a cada torneio aparece em evolução pelo time báltico), e fica de bom tamanho assim mesmo, já que não possui muitos recursos no drible e também não tem a vocação mais atirada para o passe.

Na NBA, estamos falando de dois meros coadjuvantes, com um ou outro lampejo – Kleiza consegue matar seus chutes aqui e ali, Vásquez se concentra mais na distribuição de jogo e vai bem nas assistências. Mas pouco do que eles produzem pode realmente mudar a cotação do dólar.

Mãos-de-pau? Bem, se a gente realmente for adotar tudo da “cultura de futebol” de que Magnano fala e reclama, com razão, essa acepção faria sentido.

Mas não somos sempre assim, né? O que não nos empurra a dizer que são dois gênios. Não vão ser dominantes assim a toda rodada.

Podemos ver, no entanto, que suas habilidades estão em acima da média naquele microcosmo de 24 jogadores convocados entre lituanos e venezuelanos. E isso diz muito sobre o tipo de jogador que a NBA mantém e, sim, desenvolve em seus clubes.

PS: Veja o que o blogueiro já publicou sobre Lituânia e Venezuela em sua encarnação passada


Mirza Teletovic, e a conexão Brooklyn-Mostar
Comentários Comente

Giancarlo Giampietro

“Mostar é uma cidade, município da Bósnia-Herzegovina, a maior e uma das maiores da região da Herzegovina e o centro do cantão Herzegovina-Neretva da federação. Está situada na costa do rio Neretva e é a quinta maior do país. Foi noemada em referência aos guardiões da ponte (na língua nativa: mostari), que em tempos medievais protegiam a Stari Most (Ponte Velha) sobre o rio. A Ponte Velha, construída pelos otomanos no século 16, é um dos marcos da cidade mais reconhecidos.”

Está na Wikipedia, ok? Sobre a cidade de pouco mais de 130 mil habitantes, que sofreu durante os anos de guerra nos anos 90 e que, de uma forma inesperada, ganha importância para o desenvolvimento da segunda franquia nova-iorquina da NBA, o Brooklyn Nets, que recomeça sua história a partir da próxima temporada.

Mirza Teletovic

Mirza Teletovic leva seu tiro de três da Liga ACB para o Nets

É de Mostar que vem o bósnio Mirza Teletovic, ala-pivô que acertou verbalmente nesta terça-feira sua transferência do Baskonia, da Liga ACB (cuja equipe ideal ele compôs na temporada passada), para o clube do Mark Cuban Mutante Russo.

Aos 26 anos, Teletovic deve assinar por três temporadas e US$ 15,6 milhões, cobrindo toda a “mi-dlevel exception”  do Nets – um valor surpreendente, considerando que é cerca de US$ 3 milhões a mais do que Tiago Splitter ganhou do Spurs, sendo que o brasileiro tinha um cartaz muito maior na Europa.

A negociação, por esse valor, também atrapalha os planos do clube de ir atrás de Dwight Howard. Então é bom que o bósnio produza.

Por coincidência, é de Mostar que pode vir outro reforço europeu para a equipe do Brooklyn: o ala Bojan Bogdanovic, que joga pela Croácia, diga-se, e foi escolhido no draft de 2011. O ala é um promissor jogador, está sob contrato na Turquia, mas poderia conseguir sua liberação.

Para um clube que já está pagando horrores por Joe Johnson e Gerald Wallace, e ainda espera torrar uma grana daquelas em Deron Williams, não há muita margem de erro na hora de escolher suas peças periféricas ­– vide o Miami Heat, que sofreu um bocado para chegar ao seu primeiro título enquanto Shane Battier, Mike Miller e Mario Chalmers não se encontravam.

Em suma: Teletovic e Bogdanovic precisam produzir mais do que o armador Zoran Planinic , outro produto de Mostar, creiam! passada. Talentosíssimo, alto, de muita visão de jogo, ele se perdeu na vida noturna em New Jersey, pouco rendeu pelo Nets na década passada e foi devolvido ao basquete europeu rapidamente.

PS: outra coincidência (muito mais óbvia e, digamos, proposital) envolvendo Teletovic e Bogdanovic? Os dois têm o mesmo agente Deron Williams e Jason Kidd: Jeff Schwartz. Ele também agencia os dois atletas selecionados pelo clube no segundo round do draft deste ano. Aaaaaah, tá.

PS2: veja o que o blogueiro já publicou sobre o Nets em sua encaranação passada