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EUA reúnem em Las Vegas grupo que deve formar base da seleção no Rio 2016
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Giancarlo Giampietro

Coach K

Palestra (gratuita) do Coach K em Las Vegas: exposição para os jovens selecionáveis

É, Espanha, não tá fácil, não.

Se a geração de Pau Gasol e Juan Carlos Navarro ainda tem alguma ambição de subir ao degrau mais alto de um pódio em qualquer torneio internacional Fiba – se for num Mundial disputado em casa, melhor ainda ; ) –, as notícias que vêm dos Estados Unidos desde o final de semana não são nada animadoras. E, ok, o mesmo vale para Rubén Magnano e qualquer outro técnico de seleção com alguma ambição imediata de título.

Em Las Vegas, o Coach K acaba de reunir 28 jogadores para uma semana de treinamentos, mostrando que o trabalho de Jerry Colangelo na USA Basketball segue sério. Muito sério.

Veja bem: eles não vão disputar nenhuma competição este ano – não precisam jogar a Copa América por já estarem classificados para o Mundial, via Olimpíadas –, mas isso não impediu que o dirigente recrutasse mais de duas dúzias de jovens talentos para alargar as bases de possíveis convocados para as próximas temporadas.

Quem deu as caras por lá? Clique aqui e sinta o drama.

Alguns destaques: John Wall, Kyrie Irving, Ty Lawson, Paul George, DeMarcus Cousins, Anthony Davis, Greg Monroe, entre outros. De todos os jogadores convocados para este período de treinos, o ala-pivô Taj Gibson, do Chicago Bulls, era o mais velho, com 28 anos – mas acabou de ser cortado, devido a uma torção de tornozelo. As outras baixas são o ala Kawhi Leonard, recém-operado, e George Hill. Agora só sobraram jogadores nascidos entre 1987 (Lawson) e 1994 (o armador Marcus Smart, da universidade de Oklahoma State).

Alguns desses jogadores já chegaram ao nível de All-Star na liga norte-americana, outros estão no limiar. E não vai parar por aí. Para jogar o Mundial do ano que vem, a ideia é adicionar alguns “veteranos” da seleção americana, com Russell Westbrook, Kevin Love, James Harden e, claro, Kevin Durant já indicando que pretendem defender seu título. A ideia é essa, então: mesclar sangue novo, pensando adiante, com representantes das campanhas recentes para manter a hegemonia. Tudo sob a orientação precisa e educadora de Mike Krzyzewski, convencido a ficar no cargo.

Com o desgaste acumulado de mais três temporadas de NBA até que sejam realizados os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016, é provável que pouco sobre da base bicampeã em Pequim e Londres para lutar pelo tricampeonato. De modo que muitos desses atletas agrupados em Vegas nesta semana podem dar as caras por cá, daqui a três anos. Hoje, eles ainda podem não ter a grife de seus antecessores, mas vem chumbo grosso de qualquer maneira.

A turma do Coach K

Escolinha do Coach K: passando as mensagens do programa

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Entre os 28 jogadores convocados para esta semana, dois casos reforçam a mentalidade profissional de Colangelo na condução das operações da USA Basketball: o caçula Smart e o ala Doug McDermott, da universidade de Creighton. Smart acabou de ser campeão mundial sub-19 na República Tcheca e McDermott defendeu os EUA na Universíade de Kazan. A presença dos dois entre tantas jovens estrelas da NBA manda uma mensagem: a de que todos teriam chance de fazer parte da seleção norte-americana, bastando cumprir algumas etapas do processo. Quer dizer: se você se “sacrifica” em um verão para, supostamente, jogar competições menores, pode ser premiado no futuro com uma vaga entre a elite.

Smart, por exemplo, é cotado como uma escolha top 5 no próximo Draft da NBA. Jogadores nessas condições já têm uma agenda (em todos os sentidos) cheia e tendem a abrir mão de compromissos com a seleção para acelerar suas classes e, ao mesmo tempo, trabalhar com seus treinadores superprotetores no campus. Na agenda política da NCAA, essas são coisas que pesam bastante. Já McDermott, também considerado um prospecto de NBA, embora em um patamar bem mais baixo, serve como um símbolo para outros atletas do segundo escalão: que mesmo eles podem ser valorizados caso topem jogar em torneios como a Universíade ou o próprio Pan-Americano.

É um modo criativo que Colangelo encontrou para fomentar a competitividade entre as diversas seleções norte-americanas.

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O promissor ala-armador Bradley Beal, do Washington Wizards, é outro que está contundido. Mas Krzyzewski ficou em cima do garoto, ainda adolescente. “O Coach K ainda quer que eu vá. Eles querem que eu compareça mesmo que eu não vá participar dos treinos”, afirmou o jogador, que já foi obrigado a ficar fora da liga de verão de Las Vegas por seu clube.

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A comissão técnica do Coach K para o próximo ciclo olímpico tem duas novidades: Tom Thibodeau, o mestre defensivo do Chicago Bulls, e Monty Williams, o jovem e já badalado técnico do New Orleans Pelicans. O veterano Jim Boeheim, de Syracuse, segue no estafe. Combinando os sistemas de marcação por zona de Boeheim com os conceitos híbridos de This, já dá para imaginar o sofrimento das seleções que tiverem de atacar o Team USA.

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Colangelo fez as pazes com DeMarcus Cousins. O pivô integrou um time de sparrings (o Select Team) no ano passado para ajudar na preparação da seleção olímpica norte-americana e passou a pior impressão possível. Desceu a lenha nos treinamentos, reclamou horrores e deixou os técnicos horrorizados, hehehe. O Boogie de sempre, chamado publicamente de “imaturo” pelo dirigente.  Mas os recursos técnicos do pivô são tão chamativos que… Não há quem aguente estender o castigo, de modo que o jogador do Sacramento Kings ganhou mais uma oportunidade em Las Vegas. “Isso não vai me incomodar de jeito nenhum. Ele me deu mais uma chance para chegar e provar meu valor”, disse o atleta. “É uma grande honra só de ter meu nome aqui.”


Jogadores para marcar de perto na próxima temporada da NBA: DeMarcus Cousins
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Giancarlo Giampietro

DeMarcus Cousins briga pelo rebote

Para segurar Boogie Cousins, por vezes só assim mesmo

Boogie, Boogie, Boogie.

Não bastasse o cara se chamar DeMarcus Cousins, ainda precisa ter um dos apelidos mais bacanas da NBA. É por isso que todos esperam grandes feitos do pivô do Sacramento Kings.

Quer dizer… Não exatamente por isso, né?

Para entender as expectativas em torno do jogador, basta espiar esse espécime por alguns minutos para o queixo cair. Um colosso em quadra, mas que se mexe sem dificuldade alguma, trabalhando a bola pelo alto e via drible, girando para os dois lados, com uma boa munheca para encaçapar o que lhe atiram no garrafão.

Um monstro, sim.

De 22 anos e por vezes descontrolado.

DeMarcus Cousins, pivô do Kings

DeMarcus castiga o aro com seu corpanzil

Nem todo mundo é Tim Duncan. Em geral, vai sempre ter uma adversidade para equilibrar as coisas. No caso de Cousins é o seu destempero em quadra, um comportamento irascível que pode atingir seu técnico, companheiros, adversários e, claro, os árbitros. A qualquer momento:  um passe errado, uma falta mais dura, uma orientação do banco… Se não bater com o que o cara pensa da vida, naquele instante, a reação pode ser chocante.

Também chamam isso de imaturidade. Foi como o chefão da USA Basketall, Jerry Colangelo, assimilou as coisas durante os coletivos da seleção norte-americana contra a equipe de, digamos, aspirantes. Segundo relatos dos próprios jogadores, divididos entre bem-humorados e espantados, o pivozão, na ânsia de se apresentar como um xerife de garrafão, desceu o porrete. A ponto de deixar Colangelo e o Coach K preocupados com seus astros. Agora para convencer a confederação de que pode suceder Dwight Howard ou Tyson Chandler nas próximas competições, Cousins vai ter de jogar muito. Porque sua primeira impressão foi péssima a esse ponto.

Mas, em geral, “jogar muito” é o que o pivô vem prometendo desde sua entrada na liga, em 2010, quando foi o quinto no Draft. E que começou a apresentar ao final da temporada passada. Pegando carona nos dados apresentados pelo ESPN.com: o jogador do Kings teve partidas em que acumulou 41 pontos e 12 rebotes, 25 e 18, 28 e 14 e 28 e 18. Um nível de supremacia cada vez mais raro na liga nestes dias que beira até a aberração.

Se o pivô desencanar de tentar imitar Allen Iverson no ataque, também ajudaria. Os movimentos sofisticados com a bola ele pode deixar para um confronto com (os poucos) gigantes de seu porte. Em geral, com seu tamanho e agilidade, basta girar de um lado para o outro para carregar os adversários de faltas ou converter seus ganchinhos de alta eficiência.

Com o talento natural de Cousins, não precisa de muito, mesmo. Se a cabeça estiver boa, se seus companheiros fominhas passarem a bola e saírem do caminho –, e se um dia houver justiça neste mundo, aí, sim, chegará o dia em que Boogie passará a ser um apelido de referência na liga. Como sempre deveria ter sido.

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Vejam Cousins torturando Marcin Gortat em confronto com o Phoenix Suns na temporada passada, no qual anotou seus 41 pontos:


Discurso do candidato Grego distorce campanhas das seleções brasileiras
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Giancarlo Giampietro

Não faz tanto tempo assim, gente. São quatro anos só que separaram Gerasime Bozikis, nosso presente de Grego, da presidência da CBB. De modo que quem acompanhou para valer sua gestão não se esqueceu de nada. Então pega mal pacas quando você lê a entrevista do candidato ao R7 e dá de cara com aberrações com esta aqui: “Por falta de uma melhor comunicação e de um fluxo contínuo de informações para a mídia e a comunidade do basquete, acabaram ganhando corpo várias críticas que na realidade não procediam. Creio que o saldo é extremamente positivo”.

Presente de Grego

CBB vai receber seu presente de Grego mais uma vez?

(Como se falta de comunicação, numa confederação nacional, já não fosse um defeito gravíssimo, mas bora lá.)

O saldo positivo de que fala Bozikis seria no lado competitivo da CBB e suas seleções durante sua administração. Que foram tantos títulos e façanhas que não tínhamos do que reclamar. Fala sério, difícil saber até por onde começar.

Melhor, então, rebater ponto a ponto:

Levamos a seleção feminina a todas as Olimpíadas e conquistamos uma medalha de bronze  em Sydney 2000, porém, não tivemos a mesma performance com a seleção masculina, fato que felizmente aconteceu em Londres 2012.
>> Em 2000, jogadoras como Janeth, Alessandra, Helen ainda estavam no auge – ou muito perto disso. Ser medalhista com essa turma é uma coisa. Ser medalhista com o que levamos a Londres é outra. O fato de a seleção feminina ter chegado esfacelada aos últimos Jogos é produto da incompetência da gestão de Hortência no departamento, mas também diz muito sobre o trabalho de base feito na gestão anterior, não? Afinal, eles jogaram com as veteranas até elas não poderem mais, enquanto nenhuma transição era feita. Sobraram Iziane, Adrianinha e não muito mais que isso para ciclo olímpico 2009-2012.

Mas, se prestarmos atenção, nas equipes brasileiras masculinas que disputaram os Pré Olímpicos de 2003/P.Rico e 2007/Las Vegas, onde enfrentamos os EUA (o que não aconteceu ano passado) e fomos eliminados, nove dos atletas que disputaram as Olimpíadas estavam lá, inclusive o Nenê.
>> Tá… Mas e daí? O que isso tem a ver com alguma coisa? O quê? Não vai o Grego querer dizer que sua CBB foi a responsável pela cultivação de Leandrinho, Nenê, Huertas, Splitter e toda essa galera, né? E, pior: se nove dos atletas que jogaram em Londres estavam em seu time, o que aconteceu de errado para eles não se classificarem? Oi? Cadê o mérito a ser destacado na declaração do ex-presidente? De novo: oi??? E vale esmiuçar este trecho aqui:

Nájera, do México

Pega leve, Nájera: mexicanos na frente

Onde enfrentamos os EUA (o que não aconteceu ano passado) e fomos eliminados.”
>> Isso é verdade. O presente de Grego teve o azar de a USA Basketball desandar justamente durante seu reinado na confederação brasileira. De todo modo, não custa lembrar que em 2003, não foi apenas atrás dos EUA que o Brasil ficou no Pré-Olímpico. Na verdade, a seleção terminou em SETIMO naquele torneio, atrás também de Argentina, Porto Rico, Canadá, Venezuela e, não obstante, o México. Ai, caramba! Em 2007, ao menos livramos nossa honra e superamos canadenses, venezuelanos e mexicanos para terminar em QUARTO. Ou seja: matematicamente, não foi só a presença dos EUA nos torneios que tirou os rapazes das Olimpíadas. Agora, calma, que tem muito mais…

Vencemos vários PAN-AMERICANOS, COPAS AMÉRICAS, Sul-americanos nas diversas categorias Feminino e Masculino, 2° no Mundial Sub 21 Fem e 4° no Mundial Sub 19 Masc.”
>> Vixemaria. Respirando fundo, tomando um baita fôlego, vamos lá: o Brasil ganhou Pans e Copas Américas! Explêndido, né? Torneios que muitas vezes os mesmos EUA supracitados nem disputavam! Ou disputavam com a molecada da universidade! Torneios dos quais Ginóbili, Nocioni, Oberto e outros craques argentinos passavam longe! E o Brasil escalando quase tudo o que tinha de melhor, com a exceção de Nenê. Vejam, por exemplo, o elenco brasileiro campeão da Copa América de 2005. Agora confiram a Argentina num raro momento em que eles não contaram nem mesmo com Scola e Prigioni. Porto Rico não tinha Arroyo, Barea e Santiago. Etc. Etc. Etc. Sobre o vice-campeonato mundial sub-21 feminino, basta dizer que esta é uma das histórias mais tristes que temos: boa parte daquela equipe já está FORA do esporte.

Também organizamos 2 mundiais FIBA no Brasil (S.Paulo e Natal) e criamos o Campeonato Feminino, a Escola Nacional de Treinadores, o Basquete do Futuro Eletrobrás.”
>> Ah, verdade: o Mundial feminino de 2006! Aquele que não tinha público durante a semana, sofria com as goteiras do Ginásio do Ibirapuera, deixando o secretário da Fiba pê da vida. Esse mesmo. Foi uma bela tacada trazê-lo para cá, não há dúvida, mas sua precária realização foi inesquecível. A Escola Nacional de Treinadores, convenhamos, não tem influência positiva alguma sobre nada do que acontece no Brasil – mas sejamos justos: isso também não é culpa do candidato. Do Basquete do Futuro… Nem sei o que dizer. Porque é outro programa que  tem pompa, soa bonito, mas sem resultados práticos divulgados.

Nacional masculino de basquete 2006

Nezinho faz a bandeja por Ribeirão no campeonato que não teve um campeão: profissionalismo

Olha, a gente podia continuar com este exercício até amanhã. Todas essas réplicas aqui foram a apenas uma resposta de Bozikis.

Ele ainda se orgulha de ter profissionalizado o Nacional masculino de basquete, por exemplo. Aí você consulta ao Google só pra testar a memória e dá de cara com a seguinte frase no verbete da edição de 2006 na Wikipedia: “O 17º Campeonato Nacional Adulto Masculino de Basketball não teve campeão”. Mais direto impossível, né? 🙂

Ele ainda se orgulha de ter criado o “comitê de clubes”, num gesto tão democrático que emociona. “Passamos a direção para a LIGA NACIONAL de BASQUETE (LNB) no momento certo e de forma correta”. Atente para “momento certo e de forma correta”, frase que também pode ser lida como “demorei horrores para largar o osso”. Era para o NBB já ter sete, oito anos de disputa.

E por aí vamos até saber que  o candidato tem três palavrinhas mágicas para sua chapa: “la disciplina, la unión, lo trabajo, lo profissionalismo…” Ops, brincadeirinha. Sao estas aqui: reflexão, modernização e transparência.

Em termos de reflexão, realmente temos muito que fazer a respeito.

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Em tempo, um ponto importante que não pode passar em branco. Para vender sua campanha, o presente de grego enfatiza, entre outros tópcos, os seguintes: “Desenvolver um novo projeto de gestão empresarial para a CBB com a participação dos Presidentes das Federações” e “Aoiar as Federações economicamente na sua estruturação e dar o suporte necessário”. São os preidentes das federações que elegem o próximo mandatário da CBB.

Ah, tá. Faz sentido.

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Em tempo: não venham vocês acharem que o blogueiro tem uma quedinha pelo atual presidente da CBB, Carlos Nunes, que busca a reeleição. Cliquem aqui, por favor.


O mítico Arvydas Sabonis em vídeos antes e depois das lesões
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Giancarlo Giampietro

Não faz realmente muito tempo desde que publicamos sobre o início de jornada do Sabonis caçulinha no Málaga, né?

Ao procurar vídeos do moleque de 16 anos foi natural, depois, esbarrar em imagens preciosas do pai, o legendário, para não dizer mítico Arvydas.

Sabe aquele papo de “você não imagina como era esse cara antes das lesões”? Quem viu tem a audácia de apontá-lo como o maior pivô da história. Audácia não por ser absurda a afirmação, mas, sim, porque essa seria uma discussão interminável, considerando tantos pesos pesados concorrendo. Só para definir o maior pivô norte-americano de todos os tempos é uma senhora encrenca. Imagine colocar os europeus na jogada.

Então vamos fugir correndo desse vespeiro, enquanto o ferrão não pega, e nos contentar apenas em postar alguns vídeos históricos do gigante russo. Donnie Nelson, vice-presidente do Dallas Mavericks e ex-assistente da seleção lituana – esperto o sujeito, hein? –, afirma num deles que ele era como o Dirk Nowitzki, só que ainda mais alto (2,21 m).

Bem, eu diria que isso ainda é pouco.

Dirk é um dos jogadores mais incríveis que já vimos, sua coordenação, sua habilidade para atacar a cesta, sua consistência. Um dos maiores da história.

Mas Sabonis – aí, sim, dá para cravar – ainda está num degrau acima. E não apenas pela altura ou pelas bebedeiras. O cara tinha o chute de três pontos, podia bater para dentro, mas também era um passador dos mais criativos e eficientes. Um tremendo reboteador. Um tanque de guerra fisicamente.

Tudo isso é um ótimo pretexto para gastar aqui o YouTube sem misericórdia.

Primeiro um sensacional compacto da final do Mundial Sub-19 em Mallorca, na Espanha, editado especialmente para mostrar a atuação dominante do pivô então com 18 anos… Apesar disso, os EUA seriam campeões num final de jogo apertadíssimo, liderados pela armação do jovem e futuro briguento Scott Skiles:

Agora, já no auge físico, reparem o quão explosivo ele era. Mobilidade incomum para alguém de seu tamanho. Seus defensores alegam que a desgastante agenda esportiva soviética contribuiria para algumas  de suas lesões e minar, aos poucos, seu corpo:

Nas Olimpíadas de Barcelona-1992, Sabonis, aliás, era só sorrisos ao defender sua Lituânia, depois da queda do regime soviético. Não obstante, em 1988 ele teve uma participação decisiva e empolgante. Veja ele em ação na semifinal de Seul num embate com um David Robinson, então com 23 anos. Mitch Richmond, Danny Manning, Dan Majerle, Hersey Hawkins e Stacey Augmon também estavam na derrota por 82 a 76 e teriam todos carreiras bastante produtivas na NBA.

Vejam ele ainda em tempos soviéticos, combinando lances de diversas partidas. Em um flash, podemos vê-lo dominando o garrafão brasileiro:

Para fechar, o material produzido pelo Hall da Fama (o americano), para o qual entrou em abril de 2011. Aqui temos personagens que cruzaram com o grandalhão falando em um resumo de sua carreira:


Falatório olímpico: a volta da hegemonia norte-americana
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Giancarlo Giampietro

A campanha olímpica na boca dos protagonistas. Amanhã voltamos com declarações de argentinos, espanhóis, franceses e um canhoto bom daqueles.

“É o coração que primeiro é provado,  e estou feliz que temos um monte de grandes corações na nossa equipe”, LeBron James, bicampeão olímpico.
>> Um tanto cafona, ok, mas só mostra a reviravolta por que passou a vida deste sujeito. Em agosto de 2011, era a pessoa mais achincalhada do esporte. Agora pode falar com propriedade sobre como ser campeão, coração de guerreiros, física nuclear, sistema público de saúde norte-americano etc.

LeBron, no auge“Ele é o melhor jogador e o melhor líder. Não tem jogador mais esperto que ele no basquete hoje em dia”, Coach K, sobre LeBron.
>> Nada bobo o técnico norte-americano, reforçando seu vínculo com aquele que deve dominar a NBA não apenas nos próximos dois anos, como no terceiro, quarto, quinto… 😉

“Sou jovem! Só tenho 28”, Carmelo Anthony, sobre a possibilidade de jogar no Rio-2016.
>> LeBron está em dúvida, mas contem com o Melo, que disputaria um recorde de quatro Olimpíadas caso marque mesmo sua passagem para a Cidade Maravilhosa. O ala do Knicks certamente é um dos astros da NBA que mais se diverte nos torneios da Fiba.

“Já deu para mim. Quatro anos é muito tempo. Os caras mais novos vão assumir no Rio e talvez eu esteja lá para torcer por eles”, Kobe Bryant, ancião.
>> O Laker terminou o torneio jogando bem, depois de algumas apresentações questionáveis, que criaram histeria entre os setoristas norte-americanos no Twitter. Na NBA desde 1996 (!!!), com uma rodagem nos joelhos (costas, tornozelos, pulso, dedo, cotovelo…) de Brasília amarela modelo 1981, é hora do bom e velho Kobe dar uma descansada mesmo e fazer aquilo que ele curte, e muito: prestigiar os compatriotas nas arquibancadas, voltando de trem para casa.

“Grande jogo… A Espanha sempre nos empurra até o limite, mas os EUA são os melhores”, Dwyane Wade, em tweet imediato ao bicampeonato olímpico.
>> A lesão no joelho tirou o jogador de Londres, mas ninguém ia reparar. Com muitos desfalques, a equipe norte-americana ainda é uma força evidentemente superior.

“Chegamos perto, mas você tem de jogar praticamente uma partida perfeita contra eles para poder vencê-los em 40 minutos. Eles são talentosos, têm muitas habilidades e podem fazer cestas sem aos montes”, Pau Gasol, duas vezes prata nas Olimpíadas.
>> O pivô espanhol não tem muito a ver com Rudy Fernández e é um dos caras mais legais do basquete. Jogou barbaridades na final, mas ainda assim não foi o suficiente para desbancar os americanos, apesar do susto.

“É pesada, é uma medalha grande”, Andre Iguodala, com o peito dourado.
>> O (agora) ala do Denver Nuggets nos abre a possibilidade de resgatar a metáfora clássica do mundo dos quadrinhos, reforçada no primeiro Homem-Aranha de Sam Raimi: “Grandes poderes, grandes responsabilidades”. O ouro é pesado para carregar, mas o Team USA parece bem encaminhado para lutar pela extensão de sua hegemonia

Kobe e Oscar Schmidt

Kobe jogou na Europa, admirando de perto um Oscar Schmidt no auge

“Não” e “Não estou certo se sei tudo do jogo, mas eu sei mais que eles”, Kobe Bryant.
>> Duas respostas tipicamente de um Kobe Bryant ao ser questionado se 1) ele poderia aprender alguma coisa com os companheiros mais novos e 2) se, no fim, ele já manjava tudo de basquete, mesmo. Sensacional. Velha guarda, com orgulho.

“Sou extremamente sólido em meus fundamentos. Isso vem de ter crescido fora dos Estados Unidos. Se você olhar para a maioria dos caras aqui, eles fazem as coisas a partir do drible. Eu fico muito confortável numa posição em que possa atacar de três maneiras diferentes. É muito confortável para mim fazer fintas, usar o passes de jab e trabalhar com os pés. Quando estava crescendo, no meu clube nós tínhamos treinos em que você literalmente não poderia fazer o drible durante toda a sessão”, Kobe Bryant.
>> Sem mais. Ou melhor: é sempre legal lembrar essa infância e adolescência diferentes que Kobe viveu, seguindo a carreira do pai pela Europa, onde idolatrou o armador Mike D’Antoni e babou pelas cestas de Oscar.

“É difícil explicar. Se você nunca fez isso em quadra, não saberia do que e eu estaria falando”, Carmelo Anthony.
>> Sobre os 37 pontos que marcou em mágica noite contra a Nigéria, recorde olímpico norte-americano em apenas 14 minutos de ação. Este número é realmente estarrecedor, e para sempre. Lembro de já ter feito uns 30 pontos num jogo de meia-quadra que durou aproximadamente umas 19 horas. (E isso vale para aqueles que acham que o blogueiro é o mauricinho que nunca pisou na quadra. Tenho provas! Hmpf!)

Coach K

Coach K não fez nada, claro

“Não estamos acostumados a ficar livres na NBA. Então, quando isso acontece a quem… É, tipo… Uau”, Kevin Durant.
>> Durant é um dos meus prediletos. Idade de moço, cara de moço, frases de moço. E ainda falta um apelido que faça jus ao seu talento e carisma. Força, Greg Oden.

“Nenhum. Você sacou tudo. Absolutamente nenhum. Saio todas as noites com minha família, bêbado feito um gambá. Espere só para me ver hoje de noite. Volto umas 6 da manhã e você está convidado para sair comigo. Nós apenas deixamos a bola rolar. É isso. Não sei como você descobriu isso”, Coach K.
>> Pê da vida e cheio de ironias, respondendo a uma pergunta bem deselegante – para dizer o mínimo – sobre se o seu trabalho não seria muito fácil com tanta gente boa seu dispor. Afe.

PS: como os brasileiros não falaram após a derrota para a Argentina, não vamos peneirar nada a respeito deles. Não faria sentido ter um começo, um meio, mas sem fim nesta seção. A cobertura do Bruno Freitas em Londres e do UOL Esporte dá conta do recado.


Na final, não tinha como evitar: ouro para os Estados Unidos
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Giancarlo Giampietro

Kevin Durant e LeBron James

Kevin Durant e LeBron James: “We’re togetha!”

A Espanha guardou tudo o que tinha para o fim. Juan Carlos Navarro, enfim, soltando bombas nas Olimpíadas – até que Kobe Bryant o vigiou no segundo tempo. Rudy Fernández estava para todos os rebotes ofensivos, trombando com os astros norte-americanos, tentando fazer cara de mau, cometendo 87 faltas. Seus atletas aprontaram um escarcéu danado com a arbitragem, reclamaram de tudo o que era marcado ou deixava de ser marcado. Queriam o ouro de qualquer jeito, naquele confronto que tanto esperavam – e evitavam. Mas na final não tinha para onde fugir.

Eles jogaram, enfim, o que sabiam, de acordo com o que se esperava a caminho do torneio, como a segunda grande força do basquete mundial e candidata a destronar os norte-americanos. Deixaram o ginásio estranhamente silencioso – quando o locutor histérico da arena permitia, claro –, tenso, irrequieto, com muito suspense: quem venceria??? Jogão.

Acontece que, do outro lado, o talento reunido era enorme, além de muito determinado e bem treinado. Uma artilharia incomparável, com três, quatro ou até cinco atletas espalhados pela quadra com potencial de acabar com a partida em um instante.

São 30 pontos de Kevin Durant, que nunca arremessou livre de três pontos tantas vezes em sua carreira, 19 de LeBron James, 17 de Kobe Bryant e, na hora de desafogar, mais 11 para Chris Paul, todos no segundo tempo. E pensar que ainda faltaram cestinhas como Dwyane Wade, Derrick Rose e Chris Bosh.

17 pontos para Kobe

17 pontos para Kobe

Com tanta gente boa, a defesa adversária não sabe muito o que fazer. Cobre de um lado, descobre o outro, e convive com um aproveitamento de 41% nos tiros de fora, com 45 pontos produzidos desta maneira. Abre sua defesa e permite as infiltrações dos mesmos atletas versáteis, com um aproveitamento de 58% no jogo interno. Chumbo grosso.

O que faltou aos Estados Unidos na final só foi uma defesa mais eficiente, mais intensa, a qual seus superatletas poderiam conduzir – ou será que até eles se cansam numa temporada extenuante dessas? Pode ser. Eles só conseguiram a separação no placar no início do quarto período depois de encaixarem seguidamente boas defesas que resultaram em desarmes. E, de todo modo, não se pode subestimar quem estava do outro lado, porém: a Espanha escalou muita gente habilidosa e experiente para cuidar da bola – foram apenas 11 desperdícios de posse.

Essa estabilidade ofensiva ajudou a alimentar o excepcional Pau Gasol. Que os torcedores do Lakers tenham assistido a esse jogo atentamente, para não se esquecerem do talento formidável de seu pivô. Firme, sem fugir do contato e, melhor, sem perder a cabeça, terminou com 24 pontos, 8 rebotes e 7 assistências. Sete assistências do pivô! Mais do que LeBron e Paul juntos.

Gasol tentou de tudo, mas não contou com a ajuda de seu irmão – esse, sim, mais desequilibrado no jogo, cometendo quatro faltas em 15 minutos de partida, privando a Espanha de sua cartada supersize. No fim, foram os Estados Unidos que venceram a batalha por rebotes, mesmo com Tyson Chandler limitado a oito minutinhos. Palmas aqui para Kevin Love (9 rebas), Durant (mais nove) e LeBron (com sete).

Jogando com esta gana e preparação, vai ser difícil que alguém os derrote. Agora são 62 vitórias e uma derrota na gestão de Coach K, e apenas uma derrota, a da semifinal para a Grécia de Theo Papaloukas e Sofoklis Schortsanitis. O técnico não segue mais com a equipe para o próximo ciclo olímpico, mas Jerry Colangelo fica por lá, com a estrutura mantida. Aí fica difícil de competir, não importando os atalhos que queiram tomar.

O Coach K se despede do Team USA

O Coach K se despede do Team USA

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LeBron James é o primeiro jogador desde Michael Jordan a vencer o título da NBA, com os prêmios de MVP da temporada e das finais, na mesma temporada em que conquista o ouro olímpico. Um ano incrível e redentor para o fenômeno, realmente.

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Kevin Durant terminou as Olimpíadas com 156 pontos em oito jogos, sendo o cestinha (no total) do torneio, batendo um recorde. Em média, Patty Mills foi o melhor, com 21,2 por partida, contra 19,5 do americano, que dessa vez não precisou carregar o time nas costas como aconteceu no Mundial de 2010.

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Na disputa do bronze, não deu o terceiro pódio seguido para nossos vizinhos. Ginóbili e Scola foram até o fim também (37,4 pontos por jogo para os dois, somados), mas não deu. Medalha para Rússia, e um talento como Andrei Kirilenko merecia a dele. Assim como o técnico David Blatt. Se temos nosso técnico argentino, precisou um norte-americano para reformular a seleção russa, realizando o potencial do país.

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A carreira de Anthony Davis, 19, começou bem, não? Um título universitário, quatro meses depois o ouro olímpico. Simbolicamente, a bola terminou em suas mãos. Que venha o futuro.


Semifinais têm histórico apimentado. E segue o torneio olímpico
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Giancarlo Giampietro

A agenda olímpica está bem apertada no QG 21, o ritmo está um pouco mais lento do que deveria, mas… Mas… É isso, tá?

Bem, o Brasil está eliminado, mas isso não quer dizer que a graça acabou. Para quem curte o basquete, não importando as cores do uniforme, tem muito mais o que se assistir em Londres-2012.

Nocioni e Scola para o rebote

A semifinal histórica de Atenas-2004

A Argentina vai fazer de tudo para catimbar e pressionar os Estados Unidos. Um time é claramente superior ao outro. Mas as vitórias históricas – de dez, oito anos atrás, vá lá –, a milonga, a experiência, o orgulho reforçado pelo triunfo sobre os arquirrivais… Todo esse pacote pode dar aos nossos vizinhos pelo menos a chance de sonhar. Chance mínima, improvável, mas quem vai dizer que é impossível?

A questão para o Team USA é apenas como encarar as provocações e golpes baixos já desferidos na primeira fase e nos amistosos: servem de mais combustível ou podem atrapalhar de alguma forma?

Na outra semifinal, temos a amada, venerada e respeitada Espanha.

Ou nem tanto.

Rússia, campeã do Eurobasket-2007

Título russo em Madri. Isso aí

Sempre que eles pisarem em quadra neste torneio – e, pela repercussão, deve durar pelo menos mais um ano –, os irmãos Gasol & cia. de craques serão cobertos sobre a suposta entrega de jogo contra o Brasil. E, na verdade, a partir deste post, a tentação é de abrir mão de qualquer pudor a respeito. Tirando os espanhóis, não há quem venha a público para defender/desmentir o papelão que fizeram. No fim, uma geração vitoriosa dessas pode ser marcada por uma tremenda de uma bobagem.

Sobre o confronto em si com os russos, há muito em jogo. Em 2007, já com David Blatt no comando, os ex-comunistas chocaram a Espanha inteira vencendo os anfitriões na final do Eurobasket, em pleno Palacio de Deportes de Madri, não se esqueçam. Foi uma vitória heróica e dramática por 70 a 69, com o decisivo norte-americano JR Holden. Os espanhóis venceriam as duas edições seguintes do torneio, mas algo me diz que eles trocariam as duas taças por aquela perdida. E, vejamos, na primeira fase, deu Rússia novamente, né? Derrota que empurrou os ibéricos a tomarem aquela decisão supostamente fatídica e lamentável.

Pimenta não falta.


Lavada contra a China, classificação garantida e armadilha a ser evitada
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Giancarlo Giampietro

Varejão marca Jianlian

Yi Jianlian foi dominado pelos pivôs brasileiros: apenas cinco pontinhos, três deles em lances livres

Para um time que ainda jogava por sua classificação, impressionou negativamente a pouca intensidade dos chineses neste sábado. Ressaca, ou não, a seleção brasileira não tinha nada com isso: se impôs desde o início e fez seu trabalho muito bem, obrigado, para vencer por 98 a 59.

Para garantir a classificação para as quartas, a equipe começou sua partida buscando o jogo interior, ufa, e viu aquele Tiago Splitter eficiente, ao qual se habituou nas últimas temporadas, executar bons movimentos, abrindo caminho para  uma boa diferença logo de cara. Com pivôs menores e mais leves, a China teve de encolher sua marcação e permitiu uma série de chutes de três pontos para os brasileiros, e dessa vez, livrinhas, as bolas caíram.

Não houve egoísmo também, tendo o time acumulado 27 assistências. Foram pouquíssimos os desperdícios de bola (6). A defesa não afrouxou em nada, continuou desestabilizando os chineses e forçou este desempenho pífio: nos primeiros 20 minutos, seu oponente somou seis erros e apenas uma assistência, por exemplo. Na segunda etapa, foi um treino.

(Agora um parêntese obrigatório, e que se tome cuidado com as armadilhas: foram 25 tiros de longe e 12 cestas, a maioria equilibrada, sem pressão alguma. Mas não achem os brasileiros que vão enfrentar uma defesa esburacada como essa em duelos com Espanha, França e Argentina. Fica o exemplo do comportamento dos Estados Unidos hoje contra a Lituânia, acreditando que a tempestade de três pontos que causaram contra a Nigéria se replicaria naturalmente.)

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Só Leandrinho, Giovannoni e Alex ficaram em quadra por mais de 20 minutos, e raspando. Deu, então, até para Caio Torres e Raulzinho jogarem. Pelo andar da carruagem olímpica brasileira, a convocação do pivô do Flamengo parece cada vez mais deslocada: se era para ter um jogador para ser usado tão pouco no torneio, não era melhor investir em alguém mais jovem, mesmo?

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Excluindo os jogos dos Estados Unidos, essa foi a maior vitória do torneio olímpico masculino, com 39 pontos de vantagem. A maior diferença até então havia sido da Argentina sobre a Lituânia: surpreendentes 23 pontos (102 x 79). Os argentinos também haviam vencido a Tunísia pelos mesmos 23 pontos (92 a 69).

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Agora o assunto que vai dominar as próximas 48 horas: ganhar, ou não, da Espanha, para evitar um eventual confronto com os Estados Unidos nas semifinais. Imagino que haverá muitos a torcer para uma vaga como terceiro colocado. Desta forma, evitaríamos também o clássico diante da Argentina nas oitavas. Bem… Para mim, não tem essa de entregar jogo. A bola está com Magnano.

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Duas notas sobre a China:

– Wang Zhizhi foi o primeiro atleta do país a jogar na NBA, contratado em 2001 pelo Dallas Mavericks, um ano antes de Yao Ming ser selecionado pelo Houston Rockets na primeira colocação do Draft que também levou Nenê para a liga norte-americana.

– Quem se lembra do técnico Robert Donewald Jr.? Ele foi contratado pelo ex-agente de Nenê e Leandrinho, Michael Coyne Jr., para trabalhar no Brasil na temporada 2005-2006 com o ala Marquinhos. Ele foi o treinador do time de São Carlos, do qual Nenê também participou na formação. Depois, ele ainda treinou Guarujá, antes de partir para a Ásia. Neste meio-tempo, Donewald trabalhou com Marquinhos e o pivô Morro, do Pinheiros, na preparação dos dois atletas para o Draft da NBA de 2006. O ala foi selecionado na posição 43 pelo Hornets.

 


Notas olímpicas: a fase de Carmelo e os problemas de Prigioni e Navarro
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Giancarlo Giampietro

Juan Carlos Navarro, de fora

De agasalho e cabelo novo, Navarro não ajuda muito a Espanha

Só para desafogar um pouco:

– Isso já vem lá de trás no Pré-Olímpico de Las Vegas-2007, mas nestas Olimpíadas está impossível: como o jogo de Carmelo Anthony se traduz para o basquete Fiba de maneira perfeita. Com a linha de três um pouco mais próxima, contra jogadores menos atléticos do que os que vê regularmente na NBA e os diversos astros ao seu redor, o ala da seleção norte-americana vira uma arma mortal toda vez que recebe a bola, não importando o ponto em que está da quadra. No mano-a-mano, ele pode girar rapidamente e fazer o arremesso. Pode driblar de frente para a cesta, frear e subir, devidamente equilibrado, para chutar sobre os braços estendidos do marcador. Se quiser, também pode levar seu oponente para o garrafão e exibir seu jogo de pés consistente e a base muito forte para chegar até a tabela e completar a bandeja. Então, fica aberto aqui o bolão: quando será que Melo vai errar uma cesta daqui para a frente no torneio?

– A aura de invencibilidade e a vaga previamente garantida na final para a Espanha foram para o buraco de vez com a derrota para a Rússia. Na verdade, sua imagem já estava tudo severamente arranhada pela campanha que vinham fazendo nesta primeira fase, bem mais fraca quando comparada ao que executaram no último Eurobasket com o time completo. Faz muita falta para a seleção um Juan Carlos Navarro inteiro. Com as Bombas caindo, fica mais complicado para o adversário se acertar: como parar seus chutes em flutuação, como subir a defesa até o perímetro e ter de conter ao mesmo tempo o jogo interior com os Gasol e Ibaka? Sem Rubio, sem Navarro, o time espanhol perde muita criatividade em seu ataque, além de dois jogadores que colocam pressão na defesa. Calderón é um ótimo jogador, mas seu jogo é muito menos vertical. Contra a Rússia, Navarro jogou por 23 minutos, mas foi pouco efetivo, com apenas nove pontos, uma assistência e 27% nos arremessos.

– Você imaginaria que o jovem Facundo Campazzo poderia se tornar o principal jogador da Argentina numa Olimpíada? Nem eu. O armador teve de batalhar até o fim para garantir seu lugar no grupo de Julio Lamas, concorrendo com Nicolás Laprovittola e, agora, se vê numa situação  de pressão, dependendo da condição física do veterano Pablo Prigioni. O armador, recém-contratado pelo Knicks, vem sofrendo com cólicas renais nos últimos dias, não deve nem estar treinando direito, e como esses percalços vão influenciar seu basquete para os mata-matas?

 


“Monocelha” esquece uniforme e perde um tempo de jogo contra Nigéria
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Giancarlo Giampietro

Anthony Davis, orgulhosamente o Monocelha, e promissor novato da seleção norte-americana, cometeu um erro de calouro daqueles na partida em que sua equipe trucidou a Nigéria pela terceira rodada do torneio olímpico em Londres. No primeiro tempo, mesmo com o placar de 78 a 45 a favor, ele não conseguiu ir para a quadra. E isso não tem nada a ver com qualquer rigidez por parte do Coach K. Acontece que o jogaodr do New Orleans Hornets simplesmente se esqueceu de vestir seu uniforme completo. Estava devidamente agasalhado, tênis calçados, mas sem… A camisa oficial da equipe por baixo. Ele tinha apenas uma camiseta branca, lisa, e só, como Kevin Love revelou em seu Instagram. Será que ele teve de pagar alguma brincadeira depois? Veja na foto abaixo:

Anthony Davis, novato do Team USA, esquece a camisa no vestiário

Love já faz aquela bagunça com o novato Monocelha

No fim, Davis entrou em quadra já no início do terceiro período e jogou por pouco mais de 15min12s, marcando nove pontos e seis rebotes. Acertou seus quatro arremessos, que, na verdade, devem ter sido todas enterradas – os armadores do time se divertem horrores em preparar a ponte aérea para o pivô.