Vinte Um

Arquivo : Bucks

Confiante, armador afirma que Milwaukee Bucks pode vencer o Miami Heat em seis jogos
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Giancarlo Giampietro

Jennings, nas alturas

Brandon Jennings, uma figura contra o Miami Heat

Você dá aquela espreguiçada, calça o chinelo e o arrasta até a cozinha. Prepara o chá, encharca a torrada de requeijão e abre o HoopsHype. A primeira nota discorre sobre a possível reunião entre Mike Brown e Cleveland Cavaliers, tem um pouco sobre Bynum, Dallas Mavericks e Carmelo… Até que, de repente, lá está o Brandon Jennings para fazer da sua manhã algo muito mais feliz.

“Estou realmente confiante. Estou certo de que todo mundo já está nos descartando, mas eu nos vejo vencenco a série em seis jogos”, disse o armador do Milwaukee Bucks, em uma premiação do mundo dos esportes no estado do Winsconsin, lá onde o Bon Iver montou sua cabana-estúdio e onde a adolescente Jennifer Lawrence se revelou ao mundo em “Inverno da Alma” (Winter’s Bone).

Acontece que, mesmo no Winsconsin, você não pode sair falando o que der na telha sem que as pessoas te julguem. Lembrem que o Bucks tem pela frente o grande favorito ao título, o Miami Heat. Então nem mesmo os nativos puderam receber a declaração de Jennings sem espanto. Percebendo a reação apavorada dos jornalistas, o armador, então, sorriu e ao menos escapou com essa: “Não tem pressão alguma sobre nós!”

Bem, isso é verdade. Não há expectativa alguma em torno dos rapazes de Milwaukee nessa. Afinal, eles mais perderam do que ganharam no campeonato, com 38 vitórias e 44 derrotas.

E, por mais que ele nunca tenha terminado uma temporada da NBA com mais de 42% de pontaria nos arremessos de quadra, Jennings não deixa de lado, mesmo, a empáfia. Badalado desde os tempos de High School, seguiu uma rota incomum ao ignorar o basquete universitário para ganhar como profissional em Roma, chegou com tudo à NBA, anotando 55 pontos já em sua sétima partida.

O problema é que, até hoje, quatro anos depois, este continua sendo o grande momento de sua carreira. O jogador não progrediu muito em Milwaukee, mas ainda acredita que vale o salário máximo da liga e que seu time pode despachar o Miami Heat por 4 a 2.

Bom dia, sexta-feira.


Semana final de trocas da NBA envolve Leandrinho e jogadores periféricos
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Giancarlo Giampietro

Na temporada passada, ainda estava tudo muito recente. As franquias sangraram um bocado durante o lo(uc)caute e ainda não haviam assimilado exatamente do que se tratavam as novas regras da liga, depois de longas e desgastantes discussões e as decorrentes e consideráveis mudanças na relação trabalhista com os jogadores e também na limitação da condução de transações entre as próprias franquias.

Ronnie Brewer x Dwyane Wade

Ronnie Brewer (e) foi um dos poucos jogadores contratados por times de ponta em um mercado mais restrito. Agora vai ter de combater Wade ao lado de Durant

Agora, a julgar por uma semana de trocas bem tímida, parece que ou os clubes enfim conseguiram fazer a lição de casa e se assustaram, ou ainda não entenderam bem quais são as regras que estão na mesa e tiraram o pé. De todo modo, o que predominou, mesmo, foi uma extrema precaução nas conversações entre os clubes. Prova mais clara desse cuidado todo foi a escassa quantidade de escolhas de Draft .

Geralmente, essas escolhas funcionam como fator decisivo para o fechamento de um negócio, como uma medida de convencimento: “Escuta, se você não adora tanto assim esse jogador aqui, eu te dou mais, e não se fala mais nisso”. Hoje, elas viraram commodities muito valiosas, devido ao baixo salários que os calouros recebem em seus contratos – ou, pelo menos, baixos quando comparados com a produção em quadra que oferecem.

De todas as trocas acertadas nesta temporada, apenas o Memphis Grizzlies cedeu um pick, para convencer o Cleveland Cavaliers a receber um punhado de reservas, livrando-se assim de alguns salários indesejados. E mais nada. O mesmo Grizzlies que depois despachou Rudy Gay algumas semanas atrás na movimentação de maior destaque.

Relembremos, então, o que aconteceu nesta semana, com alguns pitacos sobre as trocas mais significantes:

Boston Celtics recebe Jordan Crawford, Washington Wizards recebe Leandrinho e Jason Collins.

Jordan Crawford x Jason Terry x Leandrinho?

Crawford assume o papel de Leandrinho em Boston. Jason Terry vai gostar?

– O que o Celtics ganha: um reforço pontual para Doc Rivers no perímetro, ocupando a vaga que era do brasileiro. Crawford é um dos atletas que consegue criar jogadas por conta própria contra qualquer marcador, com muita habilidade no drible e um destemor que muitas vezes pode lhe colocar em situações embaraçosas (pedradas e airballs, leia-se). Pode ser um fominha exagerado e não marca muito bem. Fica a expectativa para ver como vai se comportar ao lado de veteranos como Garnett e Pierce e como responde aos comandos de Doc Rivers. Pode ser uma boa pedida ou dor-de-cabeça.

– O que o Wizards ganha: adição por subtração, saca? Mesmo que Leandrinho não possa jogar mais nesta temporada, o clube ao menos se livrou de Crawford, que estava chiando demais na capital norte-americana desde que o novato Brad Beal tomou conta de sua posição e John Wall retornou de lesão. Jason Collins, pelo contrário, é um veterano bom-moço, que não apontar o dedo para ninguém. E quanto a Leandrinho? Quem se lembra da declaração de Danny Ainge de que gostaria de renovar com o brasileiro? Não durou muito. Negócios são negócios.

Milwaukee Bucks recebe JJ Redick, Gustavo Ayón e Ish Smith. Orlando Magic recebe Tobias Harris, Doron Lamb e Beno Udrih.

JJ Redick

JJ Redick deixa o Bucks mais forte para os playoffs

– O que o Bucks ganha: O gerente geral John Hammond prova que leva sua temporada a sério – acredite, nem todos os cartolas avaliam a situação desta maneira – e tenta desafiar os cabeças-de-chave nos playoffs do Leste, fortalecendo, e muito, sua rotação de perímetro com  Redick, um jogador sobre o qual já foi publicado um manifesto na encarnação passada do Vinte Um. Para os preguiçosos de fim de semana, resumimos: o ala é um dos caras mais eficientes da liga e também dos mais conscientes. Vamos falar mais a respeito em breve. Ayón é outro jogador bastante inteligente, indicado por algum sabichão como um possível reforço barato neste ano, mas que tem um problema pela frente: chega a um clube com rotação completamente congestionada no garrafão. Ish Smith? Se Jim Boylan precisar usar o baixinho em jogos decisivos neste ano, seria um péssimo sinal para suas pretensões.

– O que o Magic ganha: Tobias Harris e Doron Lamb foram muito pouco aproveitados em Milwaukee, mas são bem avaliados pelos scouts da liga. Harris está em sua segunda temporada na liga, mas tem apenas 20 anos e é conhecido por sua força física e firme presença próximo da cesta.  Lamb foi campeão universitário por Kentucky. Embora não seja o jogador mais atlético, tem fundamentos sólidos  no ataque e um belo arremesso de longa distância. São mais dois prospectos para Jacque Vaughn trabalhar em um elenco que carece de jovens talentos. Antes de retornar ao mercado de agentes livres, Beno Udrih pode quebrar um galho no caso de a lesão de Jameer Nelson ser grave.

(Paralelamente, o Orlando Magic mandou o ala-pivô Josh McRoberts para o Charlotte Bobcats, em troca de Hakim Warrick, que deve ser dispensado. Provavelmente, então, Michael Jordan concordou em dar alguma graninha para a franquia da flórida, ou alguma escolha de segunda rodada. Agora: o que McRoberts vai fazer em Charlotte também fica no ar. É um jogador esforçado, que gosta de dar pancadas, tem boa impulsão e agilidade, mas não acrescenta muita coisa para um time que já tem bons operários em seu elenco, mas precisa desesperadamente de um astro).

Oklahoma City Thunder recebe Ronnie Brewer, New York Knicks ganha uma escolha de segunda rodada.
O que o Thunder ganha: Brewer foi mais um reforço bom e barato apontado aqui a mudar de ares. Valeu, Sam Presti, amigo de fé, meu irmão camarada. 🙂 O ala começou a bela temporada do Knicks como titular, mas foi afastado bruscamente da rotação por Mike Woodson, num movimento muito difícil de se entender. Ótimo defensor, experiente e atlético, pode ser útil por 10 a 15 minutos em média nos playoffs, ainda mais se o Thunder cruzar com o Miami Heat novamente na final – em seus tempo de Bulls, sempre fez um bom rabalho contra Wade.

– O que o Knicks ganha: alívio na folha salarial, mas fútil para um time que não tem preocupação alguma em economizar, além de uma escolha de segunda rodada no Draft, que deve ser insiginificante, entre os últimos lugares.

(Para abrir espaço a Brewer, o Thunder cedeu o armador reserva Eric Maynor para o Portland Trail Blazers, também em troca de um pick de segunda ronda. Maynor perdeu espaço para Reggie Jackson na reserva de Westbrook e ainda se recuper de uma cirurgia no joelho. De qualquer forma, o banco do Blazers é tão ruim que ele deve chegar ao Oregon com status de salvador, em seu último ano de contrato. Isto é: não representa impacto para as finanças do time.)

Houston Rockets recebe Thomas Robinson, Francisco Garcia e Tyler Honeycutt, Sacramento Kings recebe Patrick Patterson, Cole Aldrich e Toney Douglas.

Meu nome é Morris

Marcus Morris e Markieff Morris. Ou Markieff e Marcus Morris?

– O que o Rockets ganha: o quinto selecionado no último Draft em mais um ataque sorrateiro de Daryl Morey, o padrinho dos nerds. Com dezenas de jornalistas cobrindo a liga minuto a minuto, contectados ao Twitter, com celulares nas mãos, esperando o assobio do passarinho mais próximo, o gerente geral conseguiu fechar um negócio que ninguém havia especulado. Coisa que nem a CIA consegue hoje mais. Robinson não teve um bom início de carreira na NBA, mas estava cedo, mas muito cedo mesmo para se abrir mão. Tem coisas que só Sacramento Kings faz por você, mesmo. E mais: Garcia está em seu último ano de contrato, dando ao Rockets a chance de cortar mais um punhado de dólares de sua folha de pagamento ao final do campeonato. Para ir, então, em direção a Dwight Howard ou Josh Smith. Segura. Além disso, Garcia é um bom arremessador de três pontos, um sujeito que não complica as coisas no vestiário e pode entrar na rotação de Kevin McHale ao lado de Carlos Delfino.

O que o Kings ganha: grana. O time poupa US$ 4 milhões em salários neste ano com um só objetivo: fazer do time mais barato e mais atraente para um novo comprador. Por mais que publicamente a diretoria vá alegar que Patterson é amigo de DeMarcus Cousins (jogaram juntos em Kentucky) e que ele se encaixa melhor com seu talentoso e irritadiço pivô, abrindo a quadra com seus disparos de longa distância, não há explicação para trocar um pick 5 de Draft além desses tempos miseráveis por que passa a franquia. Douglas e Aldrich não devem ficar perdidos nessa situação por muito tempo.

(O Rockets também prestou um serviço público ao encaminhar o ala Marcus Morris para o Phoenix Suns, em troca de uma escolha de segunda rodada. Marcus agora volta a atuar ao lado de seu irmão gêmeo, Markieff. O problema é que os dois jogam hoje na mesma posição. Xi. Ah, e o Suns ainda acertou outro negócio menor, ao enviar o armador Sebastian Telfair para Toronto, em troca do pivô iraniano Hamed Haddadi e de – adivinha o quê??? – outra escolha de segunda rodada do Draft. Tcha-ram.)


Jogadores para marcar de perto na próxima temporada da NBA: Andrew Bogut
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Giancarlo Giampietro

Andrew Bogut

Bogut fica bem de terno, mas o time quer é vê-lo em quadra

Enquanto Andrew Bynum dava ainda um trabalhão para Phil Jackson, exigindo o máximo das técnicas motivacionais (e provocativas) do Mestre Zen, seu xará australiano, Bogut, trabalhou pela classificação como “o segundo melhor pivô” da NBA, atrás apenas dele, o líder absoluto, disparado, campeão com mais de dez rodadas de antecedência, Dwight Howard.

Mas podemos dizer também que Bogut nem trabalhou tanto assim e ganhou o vice-campeonato dos “cincões” por inércia, mesmo. De tão deslocada que parece a posição hoje em tempos do superatlético Miami Heat.

Só não tente dizer isso a Jerry West, ele mesmo, o Logo, e agora consultor manda-chuva do Warriors. Muito menos a Joe Lacob, o dono do clube, que faz de tudo – até o que não deve – para que a equipe volte a ser competitiva na Conferência Oeste e que para que seja amado por uma das torcidas mais peculiares da liga. Mesmo que, para isso, ele precise arruinar uma homenagem a Chris Mullin e ser vaiado por todo o ginásio:

Esses caras apostaram alto em Bogut como o jogador que revolucionararia a franquia dentro de quadra, como o primeiro pivô a fazer a diferença pelo time desde os tempos de… Felton Spencer? Rony Seikaly? Ou quem sabe… Clifford Rozier? Todd Fuller? Manute Bol? Hm… melhor ficar com Nate Thurmond, aquele monstro defensivo lá nos anos 70.

Nate Thurmond

Nate Thurmond em foto que já diz tudo

(Parêntese: pensar nos grandes pivôs que a NBA já teve no passado funciona na minha cabeça como os grandes pesos pesados que o boxe já teve. Thurmond, Alcindor, Malone, Wilt, Russell… Até os nomes se encaixam. Agora voltando…)

Monta Ellis era um cestinha pouco eficiente, e foi o que custou ao Warriors para ter Bogut. Não seria de fazer ninguém chorar. Mas o ala-armador era adorado por essa gente torturada que aprecia e nunca abandona um clube por mais que suas participações nos playoffs sejam muito mais raras do que anos bissextos.

Aí entra o australiano, que sofreu duas lesões bizarras nas últimas temporadas e disputou apenas 77 jogos de 144 possíveis. A metade, na mosca. Jornalista não sabe fazer conta. Há quem diga que foi só azar – e, realmente, a queda que ele teve depois de uma enterrada que resultou numa fratura absurda em seu braço foi muita falta de sorte (vídeo forte, escondido lá no pé do post). Porém, como explicar o fato de que até hoje o pivô disputou apenas uma temporada completa em sua carreira, justamente a sua de novato? Fora essa, apenas em uma outra campanha ele bateu a casa de 70 jogos: 2007-08. De resto, no mínimo 14 jogos perdidos por ano. É muita coisa.

O Warriors vai abrir a temporada 2012-13 com muitas esperanças, e não dá para dizer que dependa exclusivamente de Bogut para vencer. O armador Stephen Curry é um dos jogadores mais talentosos da nova geração, mas também não consegue parar em pé. Olho no ala Klay Thompson, que pode ser uma das surpresas do ano. O novato Harrison Barnes é outro badalado. David Lee te dá um double-double por jogo no Fantasy. Com Jarret Jack, Richard Jefferson, Andris Biedrins e Carl Landry, o banco nem é tão ruim assim.

Mas não tenha dúvidas: se a equipe está pensando, mesmo, em chegar aos playoffs, com chances de avançar nos mata-matas, tudo gira em torno da saúde, sim, do australiano.

A começar por sua presença defensiva. Não só por seus mais de dois tocos por partida nas últimas três temporadas ou pelo ótimo aproveitamento nos rebotes. Mas muito por sua inteligência no posicionamento, fechando espaços, podendo ser dominante mesmo com pouca impulsão ou velocidade. No ataque, se tudo der certo, a presença de Curry (ótimo passador e um arremessador melhor ainda) e Thompson (gatilhaço), abrindo a quadra, devem contribuir muito também para ele encaixar seus movimentos lentos, mas técnicos.

Assim sonham Lacob, West e hipongas.

Que desencanem disso aqui, então:


Big Brother Houston: veja quem disputa com Scott Machado uma vaga no elenco do Rockets
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Giancarlo Giampietro

Scott Machado pelo Rockets em Las Vegas

Scott é um dos oito atletas que brigam por quatro vagas teoricamente disponíveis no Rockets

Venho batendo nesta tecla aqui há um tempo que pode até soar chato. Que o Scott Machado, no momento, é o sexto brasileiro na NBA, mas que isso ainda vale de modo provisório. Que a coisa só vai ser oficializada, mesmo, se ele fizer parte do elenco do Houston Rockets no djia 31 de outubro, para o duelo com o Detroit Pistons, na abertura da temporada.

São 19 atletas sob contrato com a franquia, e se não houver nenhuma troca nas próximas semanas, quatro precisam ser dispensados até lá. Daqui para frente, começando o training camp do técnico Kevin McHale, será, então, uma espécie de Big Brother para ver quem fica no elenco.

Os que ficam na equipe na certa: Omer Asik, Carlos Delfino, Terrence Jones, Jeremy Lamb,  Jeremy Lin, Kevin Martin, Marcus Morris, Donatas Motiejunas, Chandler Parsons, Patrick Patterson e Royce White. Desses o gerente geral Daryl Morey não vai se desfazer de modo algum, a não ser que seja em um bom negócio, para receber algo de valor em troca. São 11 jogadores. Em tese, então, sobram quatro vagas para oito atletas.

O Scott Machado a gente já sabe quem é: o armador nova-iorquino, filho de pais gaúchos emigrantes, líder em assistências no basquete universitário do ano passado e que passou batido no Draft deste ano.

Mas quem são os outros sete no páreo?

Vamos lá:

John Brockman: pivô com três temporadas de experiência, adquirido em troca com o Milwaukee Bucks na qual Samuel Dalembert foi despachado. No ano passado, pouco saiu do banco de reservas pelo Bucks, com média de apenas 6,8 minutos, mesmo com a lesão de Andrew Bogut. Essa foi a mesma história para as duas campanhas anteriores, desde que foi selecionado pelo Sacramento Kings. É um ótimo reboteiro, mas baixo (2,01 m), tendo dificuldade para marcar. Tem contrato garantido, mas não duvido que possa ser sacrificado caso o time realmente goste de Scott a esse ponto.

Gary Forbes pela seleção panamenha

Forbes já não defende mais a seleção panamenha, mas descolou seu nicho na NBA

Toney Douglas: outro que entrou na liga em 2009-2010, indo agora para sua quarta temporada. Chegou a ser um dos queridinhos dos exigentes torcedores do Knicks, devido a sua capacidade defensiva, mas saiu dos trilhos no último campeonato, perdendo espaço para o novato Iman Shumpert, tendo convertido apenas 32,4% de seus arremessos de quadra. Um horror. Competitivo na defesa, mas no ataque ele é um ala no corpo de armador. Também tem contrato garantido (US$ 1,1 milhão), mas precisaria evoluir muito no controle de bola e do ritmo do jogo para ser um reserva decente para Jeremy Lin.

Gary Forbes: ala panamenho que batalhou na D-League até conseguir uma chance pelo Denver Nuggets em 2010-2011 com George Karl, tendo jogado como titular por 11 partidas. Vai bem quando ataca a cesta, vem evoluindo no chute de fora, mas não chega a ser um fora-de-série. De todo modo, produziu o suficiente para ser contratado pelo Toronto Raptors, com um vínculo de duas temporadas (seu salário é de US$ 1,5 milhão) até ser enviado para o Texas na negociação pelo armador Kyle Lowry. Em sua posição, Parsons, Delfino, Lamb e Martin são as principais opções, sendo que Jones e White também podem ser aproveitados no perímetro.

Courtney Fortson: armador de 24 anos que, com contratos temporários, daqueles de dez dias, disputou dez jogos na temporada passada – quatro pelo Clippers e seis pelo Rockets – e convenceu os texanos a estenderem seu vínculo para o próximo campeonato. Outro destaque da D-League. Na liga de verão de Las Vegas, porém, foi muito mal e acabou perdendo o posto de titular para Scott. Seu contrato não é garantido e imagino que deve ser um dos primeiros a ser dispensado, apesar da cabeleira e do visual diferenciado.

JaJuan Johnson: um dos muitos novatos que teve sua primeira temporada na liga atrapalhada pelo locaute, já que teve menos tempo para se integrar ao elenco cheio de veteranos do Boston Celtics, clube que o selecionou na posição 27. Ala que se formou pela universidade de Purdue, mas ainda é um tanto cru ofensivamente e nem sempre o mais dedicado na defesa. Longilíneo, mas ainda muito fraco fisicamente: aos 23 anos, ainda requer  paciência para se desenvolver. Não foi muito bem nas ligas de verão e acabou sacrificado pela direção do Celtics em troca por Courtney Lee. Competindo por espaço com White, Jones, Motiejunas e Parsons, está numa situação ingrata, embora seu contrato seja garantido (US$ 1 milhão).

Shaun Livignston, antes da lesão

Livingston foi uma sensação como adolescente pelo Clippers; hoje tem cancha e um alto salário

Shaun Livingston: com 2,01 m de altura e invejável habilidade no drible, já foi considerado uma das grandes promessas de armador dos Estados Unidos, justificando sua escolha na quarta posição do Draft de 2004 pelo Clippers. Em 2006-2007, quando fazia sua melhor temporada, com 9,3 pontos e 5,1 assistências como titular, aos 21 anos, sofreu uma das lesões mais assustadoras da liga, rompendo todos os ligamentos do joelho. Ficou mais de um ano fora das quadras até voltar para valer em 2009-2010 pelo Washington Wizards. Não tem mais a explosão física de antes, mas ainda é um bom passador. Também melhorou seu arremesso e, no ano passado, pelo Bucks, acabou utilizado mais fora da bola, finalizando. Chegou ao lado de Brockman no pacote por Dalembert, e a direção do Rockets deu a entender que pretende contar com ele na próxima temporada. Vai ganhar US$ 3,5 milhões no próximo campeonato – muita grana para ser descartado, na verdade – e talvez seja o maior empecilho para a contratação de Scott em definitivo.

Greg Smith: pivô de 21 anos que não foi draftado por nenhum clube no ano passado, mas fez uma bela campanha na D-League pelo Rio Grande Valley Vipers – a filial do Rockets, que é para onde Scott pode ir em novembro –, com médias de 16,6, 7,8 rebotes, 1,2 toco por jogo. O Rockets precisa de um reserva de porte para Omer Asik, mas Smith, assim como o armador brasileiro, não tem um contrato garantido. Provavelmente só foi contratado por Morey para que seu clube mantenha seus direitos, seguindo mais um ano pelo Vipers.


Mercado da NBA: panorama da Divisão Central
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Giancarlo Giampietro

O post já vai ficar imenso, então vamos direto ao assunto. A partir desta quarta-feira, os clubes da NBA começaram a oficializar os acordos que trataram nos últimos dias, em período agitado no mercado de agentes livres. Nesta quarta, resumimos o Leste. Confira o rolo em que cada franquia da Divisão do Central se meteu, ou não, abaixo:

Cleveland Cavaliers: os principais reforços do time de Kyrie Irving (já dá para tratar assim, né?) por enquanto vêm do Draft: o ala-armador Dion Waiters, ex-companheiro de Fab Melo em Syracuse, e o pivô Tyler Zeller. Em termos de negociações por agentes livres, tudo anda muito quieto em Ohio. A equipe chegou a ser envolvida na central de boatos própria que virou a negociação entre Nets e Magic por Dwight Howard, mas se recusou a receber o ala Kris Humphries com um contrato de mais de um ano de duração. Certos eles. Também se recusam a falar sobre Anderson Varejão com os diversos interessados.

Daryl Morey

Chicago agora detesta Morey

Chicago Bulls: o gerente geral do Houston Rockets, Daryl Morey, deve ser o novo inimigo público número um em Chicago, uns 80 anos depois de Al Capone. O rei dos nerds fez uma proposta diabólica pelo turco Omer Asik, que, se coberta, vai estrangular as finanças do Bulls daqui a dois anos. A partir desta quarta, John Paxson e Gar Forman têm três dias a mais para debater se vale a pena segurá-lo. Ronnine Brewer e CJ Watson, que dá lugar ao repatriado Kirk Hinrich, já foram dispensados. Kyle Korver ainda não sabe o que o futuro (breve) reserva. O novato Marquis Teague também vai ajudar Hinrich na missão de preencher os minutos perdidos pela lesão de Derrick Rose. Ah, e Luol Deng vai se quebrando ainda mais pela Grã-Bretanha.

Detroit Pistons: dos contratos bizarros que Joe Dumars andou distribuindo nos últimos anos, de um ele se desvencilhou no mês passado: Ben Gordon, mandado para Charlotte em troca de Corey Maggette. O ala ainda pode ter alguma utilidade, mas sua maior relevância para o clube é o fato de estar no último ano de seu contrato. Para o garrafão, na tentativa de dar uma força para o talentoso Greg Monroe, chegam o novato Andre Drummond, apenas 18 anos e forte candidato a pior chutador de lances livres da história da liga, e o ucraniano Vyacheslav Kravtsov, uma contratação surpreendente que agrada a muitos olheiros do basquete europeu, por sua capacidade atlética e evolução recente na liga de seu país. Ainda precisam arrumar o que fazer com Charlie Villanueva.

Vyacheslav Kravtsov

Ânimo, Kravtsov: você vai trocar de uniforme

Indiana Pacers: com um elenco jovem e barato, o Pacers brigou para valer com o Miami Heat nos playoffs, numa história inspiradora para os pequenos mercados da NBA que tentam se virar como podem diante das potências econômicas. Tava tudo muito bonitinho até que a temporada se encerrou de vez para escancarar uma rede de fofocas e intrigas na direção do clube. O resultado foi a demissão do gerente geral David Morway e na saída do presidente Larry Bird, que havia promovido o brilhante – e genioso – Kevin Pritchard para o cargo de seu antigo assessor. O veterano Donnie Walsh, arquiteto daquela versão histórica do Pacers dos anos 90 liderada por Reggie Miller, assume o cargo de Bird, para aliviar a tensão. George Hill teve seu contrato renovado, mas ainda não há sinal nenhum sobre as intenções do clube a respeito de Leandrinho. O pivô Roy Hibbert fica. Depois de flertar com o Portland, do qual iria receber uma bolada, foi avisado de que nem precisaria assinar a proposta, que ela seria coberta de imediato.

Milwaukee Bucks: Está aqui uma dessas franquias que poderia se inspirar no que fizeram o Pacers, com ou sem intriga, vá lá. A prioridade de John Hammond era renovar com o versátil ala-pivô turco Ersan Elyasova e, a despeito de muito assédio, até da Europa, ele conseguiu. Outro estrangeiro, o argentino Carlos Delfino deve estar de saída. Chegam os novatos John Henson, ala-pivô magrelo, mas ótimo defensor, e Doron Lamb, campeão universitário por Kentucky e de boa pontaria nos três pontos.

Veja o que aconteceu até agora nas Divisões do Atlântico e Sudeste.

Na quinta, passamos a limpo aqui a Conferência Oeste.


As estrelas alternativas do Draft
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Giancarlo Giampietro

No Draft da NBA, os blueseiros de Nova Orleans só querem saber do Anthony Davis, também conhecido como Monocelha, ala-pivô de Kentucky garantido como a escolha número um. Para os brasileiros, mais que natural voltar as atenções para a dupla Fabrício Melo, pivô mineiro de Juiz de Fora, que fez o ensino médio e dois anos de universidade nos Estados Unidos, e Scott Machado, norte-americano filho de pais brasileiros imigrantes na América e que se define como um gaúcho de Porto Alegre em perfil de redes sociais.

Royce White desafia os olheiros da NBA Aqui no QG 21, porém, há espaço para todo mundo. Sofre de transtorno de ansiedade e prefere embarcar num avião? É apenas dois anos mais novo que o nosso Tiago Splitter e está prestes a fazer um contrato de seis dígitos, no mínimo, depois de ter servido no Iraque?  Então sinta-se em casa.

Os scouts e cartolas da liga norte-americana viajaram o mundo, fizeram entrevistas com adolescentes nas quais usaram de perguntas básicas e outras um tanto descabidas – do tipo “entre ser uma máquina de lavar roupa ou um liquidificador, qual você preferiria?” –, se enfurnaram em ginásios (boa parte deles climatizados, é verdade), gastaram o controle remoto do DVD e o mouse do computador e, ufa!, neste momento, devem estar flertando com a insanidade. Faltam poucas horas para eles tomarem uma decisão que pode lhe custar a cabeça ou render alguns tapinhas no ombro por parte do bilionário que controla sua franquia.

Todo mundo queria Davis, o Monocelha, mas só tem um desse disponível neste ano. Não é fácil fazer o restante das escolhas. Não quando você tem uma gama de jogadores disponíveis como estes aqui:

– Royce White, de Iowa State
O ala-pivô deve ser o prospecto a dizer que se sente conectado com John Lennon “por inspiração e filosoficamente”.  Tupac, Eminem, Dr. Dre, Jay-Z que abram caminho para White passar. Ele afirma que tem interesse em tocar piano no futuro. Isso não assusta os cartolas. Na verdade, até desperta simpatia.

John Lennon, inspiração

John Lennon, inspiração

O que desperta precaução no rapaz é seu medicamente comprovado transtorno de ansiedade, identificado apenas aos 18 anos.  Por vezes lhe cria dificuldades na hora de subir em um avião. Ele diz que, uma vez decolado, não se sente aterrorizado no ar. Difícil, nos piores dias, são as horas antecedentes ao voo. No torneio dos mata-matas universitários, viajou de carro com o avô por mais de nove horas para um jogo em Louisville. Mas o jogador garante que viajou de avião diversas vezes com os Cyclones durante a temporada. Outras questões delicadas que ele precisou responder durante o contato com os clubes foi sobre a acusação de roubo a uma loja em um shopping em Minneapolis.

Em quadra, White é um dos jogadores mais intrigantes dessa leva. Um ala-pivô como visão de armador, capaz de ter linhas como dez pontos, 18 rebotes e dez assistências em uma partida.

Seu técnico, Fred Hoiberg, que jogou no Indiana Pacers de Reggie Miller nos anos 90, fala que ele é como um “trem de carga descendo a quadra”. Também tem as mãos mais largas de todos os jogadores inscritos no Draft, do dedão ao dedinho, esticados, são 29,21 cm. No caso de você estar se perguntando.

Quem topa?

– Bernard James, pivô de Florida State
Pivô forte e atlético, de 2,08 m de altura, que tem média superior a dois tocos por partida em sua carreira universitária e evoluiu em muitas categorias de sua terceira para a quarta temporada. O tipo de prospecto pelos quais os dirigentes se atraem com facilidade. Não tivesse ele 27 anos de idade. Nascido no dia 7 de fevereiro, ele é apenas um ano mais velho que nosso rodado Tiago Splitter. E o que esse senhor fazia na universidade a essa altura da vida, sendo oito anos mais velho que Davis, por exemplo?

Bernard James, em serviço do Exército dos EUAA resposta tem a ver com “I Want You To Join The US Army”.

Ele passou seis anos a serviço da Aeronáutica norte-americana, viajando por cinco continentes, passando inclusive pelo Iarque. Ele se alistou depois de ser expulso do colegial. Quando mais novo, não tinha o menor interesse em jogar basquete. Acabou se iniciando no esporte para valer apenas quando um comandante o avistou em um campo de treinamento na Califórnia e o convocou para um “racha” na mesma noite: “Ele perguntou seu eu jogava, disse que não, mas aí ele falou que a partir de então eu jogaria”. Ordens são ordens. Em seis anos, ganhou quatro medalhas de ouro nos Jogos Militares. Em 2008, começou sua carreira universitária em um Junior College de Tallahassee. Dois anos depois, chegou a Forida State, onde entrou no radar. Da NBA, claro.

Esses são os dois casos mais curiosos, segundo o bisbilhotado. Mas tem mais:

Austin Rivers, ala-armador de Duke, filho de Doc Rivers, técnico do Boston e uma das mentes mais respeitadas da liga. Quando saiu do colegial, era considerado um dos melhores talentos de sua geração. Na universidade, não foi todo esse estouro. Por outro lado, não se atreva a dizer isso ao sujeito, nem ao seu pai. Rivers, o Austin, se comporta como o maioral e tem um certo complexo de Kobe Bryant – sem pular, sem ser tão forte, ou sem ser tão alto como o astro do Lakers. Ah, tá..

Jared Sullinger também saiu do colegial badalado e brilhou em sua temporada de calouro em Ohio State e, contrariando o protocolo, decidiu voltar para a universidade para viver a vida de um segundanista. Os puristas todos aplaudiram: o pivô estaria valorizando seus estudos, dando um exemplo para muitos garotos etc. Um ano depois, evoluiu pouco em quadra e, pior, despertou a preocupação dos médicos do mundo cruel da NBA com um problema em suas costas. Hoje, vê sua cotação despencar. Baita prêmio para um bom menino, hein?

– O ala Evan Fournier, francês, é um dos poucos estrangeiros deste ano bem cotado para a primeira rodada do Draft – sem contar aqui o “Fab Melo”, que entra na cota de universitários, embora brasileiro. Não fala uma vírgula de inglês, chegou de última hora aos Estados Unidos e está batalhando sua escolha contra os prodígios da casa. O ala grego Kostas Papanikolau, campeão da Euroliga pelo Olympiakos e jogando nesta semana pela seleção de seu país em São Carlos, corre por fora.

– Tem também o Ryan Allen, que é irmão do Tony Allen, pitbull do Memphis Grizzlies, que já jogou com o Ray Allen pelo Boston Celtics. Um anônimo no Draft, Ryan, um ala, treinou duas vezes pelo Milwaukee Bucks nos últimos dias, a franquia que escolheu nos anos 90 o próprio Ray Allen. Confuso? Também ficamos.

PS: Clique aqui para ver o que o blogueiro publicou sobre o Draft da NBA em sua encarnação passada