Vinte Um

Arquivo : Anthony Davis

Na final, não tinha como evitar: ouro para os Estados Unidos
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Giancarlo Giampietro

Kevin Durant e LeBron James

Kevin Durant e LeBron James: “We’re togetha!”

A Espanha guardou tudo o que tinha para o fim. Juan Carlos Navarro, enfim, soltando bombas nas Olimpíadas – até que Kobe Bryant o vigiou no segundo tempo. Rudy Fernández estava para todos os rebotes ofensivos, trombando com os astros norte-americanos, tentando fazer cara de mau, cometendo 87 faltas. Seus atletas aprontaram um escarcéu danado com a arbitragem, reclamaram de tudo o que era marcado ou deixava de ser marcado. Queriam o ouro de qualquer jeito, naquele confronto que tanto esperavam – e evitavam. Mas na final não tinha para onde fugir.

Eles jogaram, enfim, o que sabiam, de acordo com o que se esperava a caminho do torneio, como a segunda grande força do basquete mundial e candidata a destronar os norte-americanos. Deixaram o ginásio estranhamente silencioso – quando o locutor histérico da arena permitia, claro –, tenso, irrequieto, com muito suspense: quem venceria??? Jogão.

Acontece que, do outro lado, o talento reunido era enorme, além de muito determinado e bem treinado. Uma artilharia incomparável, com três, quatro ou até cinco atletas espalhados pela quadra com potencial de acabar com a partida em um instante.

São 30 pontos de Kevin Durant, que nunca arremessou livre de três pontos tantas vezes em sua carreira, 19 de LeBron James, 17 de Kobe Bryant e, na hora de desafogar, mais 11 para Chris Paul, todos no segundo tempo. E pensar que ainda faltaram cestinhas como Dwyane Wade, Derrick Rose e Chris Bosh.

17 pontos para Kobe

17 pontos para Kobe

Com tanta gente boa, a defesa adversária não sabe muito o que fazer. Cobre de um lado, descobre o outro, e convive com um aproveitamento de 41% nos tiros de fora, com 45 pontos produzidos desta maneira. Abre sua defesa e permite as infiltrações dos mesmos atletas versáteis, com um aproveitamento de 58% no jogo interno. Chumbo grosso.

O que faltou aos Estados Unidos na final só foi uma defesa mais eficiente, mais intensa, a qual seus superatletas poderiam conduzir – ou será que até eles se cansam numa temporada extenuante dessas? Pode ser. Eles só conseguiram a separação no placar no início do quarto período depois de encaixarem seguidamente boas defesas que resultaram em desarmes. E, de todo modo, não se pode subestimar quem estava do outro lado, porém: a Espanha escalou muita gente habilidosa e experiente para cuidar da bola – foram apenas 11 desperdícios de posse.

Essa estabilidade ofensiva ajudou a alimentar o excepcional Pau Gasol. Que os torcedores do Lakers tenham assistido a esse jogo atentamente, para não se esquecerem do talento formidável de seu pivô. Firme, sem fugir do contato e, melhor, sem perder a cabeça, terminou com 24 pontos, 8 rebotes e 7 assistências. Sete assistências do pivô! Mais do que LeBron e Paul juntos.

Gasol tentou de tudo, mas não contou com a ajuda de seu irmão – esse, sim, mais desequilibrado no jogo, cometendo quatro faltas em 15 minutos de partida, privando a Espanha de sua cartada supersize. No fim, foram os Estados Unidos que venceram a batalha por rebotes, mesmo com Tyson Chandler limitado a oito minutinhos. Palmas aqui para Kevin Love (9 rebas), Durant (mais nove) e LeBron (com sete).

Jogando com esta gana e preparação, vai ser difícil que alguém os derrote. Agora são 62 vitórias e uma derrota na gestão de Coach K, e apenas uma derrota, a da semifinal para a Grécia de Theo Papaloukas e Sofoklis Schortsanitis. O técnico não segue mais com a equipe para o próximo ciclo olímpico, mas Jerry Colangelo fica por lá, com a estrutura mantida. Aí fica difícil de competir, não importando os atalhos que queiram tomar.

O Coach K se despede do Team USA

O Coach K se despede do Team USA

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LeBron James é o primeiro jogador desde Michael Jordan a vencer o título da NBA, com os prêmios de MVP da temporada e das finais, na mesma temporada em que conquista o ouro olímpico. Um ano incrível e redentor para o fenômeno, realmente.

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Kevin Durant terminou as Olimpíadas com 156 pontos em oito jogos, sendo o cestinha (no total) do torneio, batendo um recorde. Em média, Patty Mills foi o melhor, com 21,2 por partida, contra 19,5 do americano, que dessa vez não precisou carregar o time nas costas como aconteceu no Mundial de 2010.

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Na disputa do bronze, não deu o terceiro pódio seguido para nossos vizinhos. Ginóbili e Scola foram até o fim também (37,4 pontos por jogo para os dois, somados), mas não deu. Medalha para Rússia, e um talento como Andrei Kirilenko merecia a dele. Assim como o técnico David Blatt. Se temos nosso técnico argentino, precisou um norte-americano para reformular a seleção russa, realizando o potencial do país.

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A carreira de Anthony Davis, 19, começou bem, não? Um título universitário, quatro meses depois o ouro olímpico. Simbolicamente, a bola terminou em suas mãos. Que venha o futuro.


“Monocelha” esquece uniforme e perde um tempo de jogo contra Nigéria
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Giancarlo Giampietro

Anthony Davis, orgulhosamente o Monocelha, e promissor novato da seleção norte-americana, cometeu um erro de calouro daqueles na partida em que sua equipe trucidou a Nigéria pela terceira rodada do torneio olímpico em Londres. No primeiro tempo, mesmo com o placar de 78 a 45 a favor, ele não conseguiu ir para a quadra. E isso não tem nada a ver com qualquer rigidez por parte do Coach K. Acontece que o jogaodr do New Orleans Hornets simplesmente se esqueceu de vestir seu uniforme completo. Estava devidamente agasalhado, tênis calçados, mas sem… A camisa oficial da equipe por baixo. Ele tinha apenas uma camiseta branca, lisa, e só, como Kevin Love revelou em seu Instagram. Será que ele teve de pagar alguma brincadeira depois? Veja na foto abaixo:

Anthony Davis, novato do Team USA, esquece a camisa no vestiário

Love já faz aquela bagunça com o novato Monocelha

No fim, Davis entrou em quadra já no início do terceiro período e jogou por pouco mais de 15min12s, marcando nove pontos e seis rebotes. Acertou seus quatro arremessos, que, na verdade, devem ter sido todas enterradas – os armadores do time se divertem horrores em preparar a ponte aérea para o pivô.


E ainda entra o Anthony Davis nos EUA
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Giancarlo Giampietro

Anthony Davis, o MonocelhaAí foi assim: o Blake Griffin se lesionou o menisco do joelho esquerdo, vai parar por duas semanas e  está fora das Olimpíadas, aquele que seria um baque – mais um – para qualquer seleção do mundo que não fosse a dos Estados Unidos. Pois… Vocês viram o segundo tempo do amistoso contra a República Dominicana na sessão Corujão depois da vitória da seleção brasileira sobre a Argentina? Um atropelo.

E, na metade final do quarto final, eis que entra em quadra o garotão Anthony Davis, número um do Draft pelo Hornets e campeão universitário este ano por Kentucky. Já crava uma, pega outro rebote ofensivo e ainda, como se não bastasse, mata uma bola de três para logo em seguida sofrer falta numa jogada de quatro pontos. Detalhe: o chute de longa distiancia seria o ponto fraco do rapaz. Ah, tá. Ele não se segurou e começou a provocar a comissão técnica dominicana, liderada por John Calipari, que, antes de tudo, foi justamente seu mentor em seu única temporada de atleta-estudante.

Davis, então, já se qualifica para ser o Christian Laettner deste time. Uma versão turbinada do calouro do Dream Team original. Calipari  afirma que estar ao lado de feras como Kobe e LeBron vai acelerar o desenvolvimento do jogador em dois anos.

Então… Blake quem?


Blake Griffin torce joelho e pode ser mais um desfalque para os EUA
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Giancarlo Giampietro

Dwyane Wade, Derrick Rose, Dwight Howard, Chris Bosh… Blake Griffin? Pode ser mais uma baixa para o Coach K.

Blake Griffin, Team USAO ala-pivô do Los Angeles Clippers torceu o joelho durante um coletivo da seleção dos Estados Unidos nesta quarta-feira, em Las Vegas, e partiu de imediato para a cidade californiana para passar por uma ressonância magnética. Não se sabe a gravidade ainda, mas a lesão aconteceu no joelho esquerdo, o mesmo que ele contundiu durante a série contra o Memphis Grizzlies pelos playoffs da NBA.

O ala-pivô Anthony Davisl, badalado calouro do New Orleans Hornets, foi convocado na hora pela direção da USA Basketball para completar o elenco norte-americano, que anda, de certo modo, carente de jogadores para o garrafão. A equipe enfrenta a República Dominicana em seu primeiro amistoso preparatório nesta quinta.

No caso de Griffin ser cortado, os outros jogadores que podem ser convocados por estarem na lista encaminhada para o COI (Comitie Olímpico Internacional) são os alas Eric Gordon e Rudy Gay.  Mas Davis seria o mais indicado no caso, apesar da inexperiência e da lesão que sofreu no tornozelo na semana passada em treino por seu clube.

De novo: não chega a abalar as chances de ouro dos EUA. Vejam o elenco dos caras.

Griffin havia assinado nesta quarta-feira sua renovação de contrato com o Clippers por cerca de US$ 100 milhões por cinco temporadas. Imagine agora o susto que levou o muquirana Donald Sterling, dono do clube, ao ouvir as más notícias.


Mercado da NBA: Panorama da Divisão Sudoeste
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Giancarlo Giampietro

O post já vai ficar imenso, então vamos direto ao assunto. Desde a quarta-feira, os clubes da NBA começaram a oficializar os acordos que trataram nos últimos dias, em período agitado no mercado de agentes livres. Nesta quinta, resumimos o Oeste. Veja o rolou em que cada franquia da Divisão Sudoeste se meteu, ou não, abaixo:

Dirk Nowitzki

Quem vai ajudar Dirk a sorrir?

Dallas Mavericks: que fase! Mark Cuban implodiu seu elenco campeão da NBA para reconstruir outra potência mais jovem. Com a retirada de Dwight Howard e Chris Paul do mercado e a opção de Deron Williams por seguir com o Nets, Dirk Nowitzki ficou de mãos abanando por enquanto, sem uma estrela ao seu lado. E piorou, já que Jason Kidd e Jason Terry se mandaram. De modo que o Mavs se vê em uma situação delicada: não se precipitar e pagar demais por jogadores medianos e, ao mesmo tempo, montar um time minimamente competitivo para não enfurecer o craque alemão. A contratação do pivô Chris Kaman, companheiro de seleção alemã de Nowitzki, por apenas um ano, tenta equacionar esse dilema. Update: outro reforço é o armador Darren Collison, do Indiana Pacers, ao lado do ala Danthay Jones. Eles chegam em troca do pivô francês Ian Mahinmi.

Houston Rockets: operação implosão. Pai supremo da comunidade nerdística da NBA, Daryl Morey cansou de ver seu time terminar como a melhor equipe não classificada para os playoffs e abriu o balcão de negócios. Trocou Kyle Lowry e Marcus Camby, trocaria sem problemas Kevin Martin e Luis Scola, liberou Courtney Lee e optou por não atender ao que Dragic pedia. Sem armador, sonda o baixinho Aaron Brooks para um possível retorno, enquanto Scott Machado não faz sua estreia na Summer League de Las Vegas. Há quatro novatos chegando – os alas Jeremy Lamb, Terrence Jones e Royce White e o ala-pivô lituano Donatas Motiejunas – que podem nem mesmo fazer parte do elenco daqui a dois dias, dado o insistente envolvimento do time nas negociações por Dwight Howard, não importando o suposto desprezo do pivô por seu clube.

Memphis Grizzlies: pagando uma nota para Zach Randolph, Rudy Gay, Marc Gasol e Mike Conley, não deu para segurar OJ Mayo, liberado. Ainda assim, o Grizzlies conseguiu duas contratações interessantes: não só mantiveram Marreese Speights, como renovaram também com Darrell Arthur, que passou a temporada lesionado. Os dois não são dos mais badalados, mas devem ajudar bastante saindo do banco de reservas, assim como Jerryd Bayless, que chega para a vaga de Mayo.

Nando De Colo

O talentoso Nando De Colo deve enfrentar Rajon Rondo mais algumas vezes

New Orleans Hornets: Anthony Davis, Anthony Davis, Anthony Davis. O time que passou uma no controlado pela NBA tirou a sorte (acreditem) grande no draft, contratando ala-pivô badalado por 100 em cada 100 scouts norte-americanos. Tem também o Ryan Anderson chegando em troca com Orlando, uma aquisição interessante que combina com Davis. Ariza e Okafor se foram para Washington, Jarret Jack, para Oakland, aliviando a folha salarial do clube. Deste modo, não devem hesitar em segurar Eric Gordon, mesmo que o chutador diga que seu coração pertence a Phoenix. Se optarem por sua saída, Austin Rivers, filho do Doc, ganha mais espaço.

San Antonio Spurs: Tim Duncan vai renovar por mais três temporadas. Danny Green idem. Boris Diaw por mais duas – o que não é a melhor notícia para Splitter, aliás. Na dela, em seu canto confortável, a franquia-modelo da NBA vai tocando a vida em frente, tentando esquecer a decepção pelo dolorido revés na final do Oeste. Um reforço é o ala-armador francês Nando De Colo, embora não seja muito clara qual função ele teria na equipe de imediato, uma vez que a rotação parece entupida. O mesmo raciocínio valeria para uma eventual contratação do esloveno Erazem Lorbek, um dos pivôs mais caros da Europa que não toparia se sentar no banco quietinho ao lado de DeJuan Blair, alguém já bem chateado.

Veja o que aconteceu até agora nas Divisões Noroeste e Pacífico.

Leste: veja o que aconteceu até agora nas Divisões Atlântico, Central e Sudeste.