Vinte Um

Há vagas? Veja 5 veteranos milionários que ainda lutam por emprego na NBA

Giancarlo Giampietro

Fabrício Melo e Scott Machado estão nessa. Dois jogadores jovens que tentam se manter na NBA de qualquer forma, batalhando treino após treino neste mês de outubro em novas equipes. Eles ainda têm toda uma carreira pela frente. Mas há quem não queria largar o osso. Muitos veteranos também tentam adicionar mais uma temporada m seus currículos. Alguns deles, talvez pensando que essa pode ser a última chance deles na elite.

Nesta fase de training camps, muitos clubes convidam jogadores apenas como peças complementares na fase de treinamento, para poder variar ou estender suas atividades, sem estourar suas estrelas. Outros, porém, ainda podem usar a fase de testes para complementar seus plantéis, observando com atenção não só as habilidades, mas, principalmente, os hábitos desses visitantes, para ver se combinam com a cultura da equipe.

Neste caso, os jogadores mais veteranos, por saberem como, digamos, se fazem os negócios da liga, podem levar vantagem diante dos mais jovens. Com base na seguinte lista de atletas inscritos, pescamos cinco bastante rodados que, juntos, já ganharam mais de US$ 200 milhões em salário, estão desempregados e ainda tentam a sorte:

Maggette no auge

Maggette: cavar faltas, uma especialidade do ala que tenta fazer companhia a Splitter

Corey Maggette (San Antonio Spurs)
Experiência: 14 temporadas, 33 anos
Quantos clubes: Seis
Rodagem: 23.358 minutos, 478 jogos
Salário: US$ 89,131 milhões
Em 2012-2013… Estava no Detroit Pistons

É disparado o nome mais gabaritado desta lista. Entrou na liga em 1999 e se firmou como um produtivo cestinha, com média de 16,0 pontos por partida, ultrapassando a marca de duas dezenas em três ocasiões. Por azar ou não, porém, só se classificou uma vez para os playoffs, em 2006, jogando ao lado de Elton Brand, Sam Cassell e Chris Kaman pelo Clippers. Embora muito forte, lidou com constantes problemas físicos durante toda a carreira, sem conseguir disputar uma temporada completa. Nas últimas campanhas, participou de apenas 50 partidas – sendo apenas 18 delas pelo Pistons, time no qual foi limitado a apenas 14,3 minutos, cumprindo um papel muito mais de mentor em um jovem elenco.

Tem chance? Sim. Resta uma vaga no elenco do Spurs para ser preenchida, e Popovich tem o costume de aproveitar caras calejados, ainda que sua contratação não supra nenhuma necessidade, considerando os alas disponíveis para a rotação. Concorre com o jovem canadense Myck Kabongo e com o ala Sam Young, que quebrou o galho no Indiana Pacers no último campeonato.

 – Dan Gadzuric (Los Angeles Lakers)
Experiência: 9 temporadas, 35 anos
Quantos clubes: quatro
Rodagem: 7.793 minutos, 527 jogos
Salário: US$ 37,6 milhões
Em 2012-2013… Estava na Venezuela

Esse o Lakers tirou do fundo do baú. O holandês não pisa em uma quadra de NBA desde 26 de abril de 2012. Já a última cesta, com a camisa do Nets, aconteceu em 13 de abril de 2011. Na verdade, ele não tem uma temporada decente desde 2005, quando teve médias de 22 minutos pelo Bucks, o time que o 'draftou' em 2002. No ano passado, depois de ver seu contrato sendo movido de um canto para outro, apenas para completar transações maiores, tentou uma vaguinha no Sixers, mas foi dispensado na pré-temporada, dando sequência a sua jornada basquetebolística na Venezuela, pelo Marinos de Anzoátegui. Em 30 jogos, teve médias de  10,1 pontos, 6,3 rebotes em 19,4 minutos.

Tem chance? Quase zero. O Lakers pode até ter uma séria carência em seu garrafão, há vagas para serem preenchidas ainda, mas não seria este andarilho a solução, jogando com Gasol, Kaman, Hill e Sacre. Ou seria? Concorre com os alas Marcus Landry, Shawne Williams, Elias Harris e Xavier Henry (todos candidatos mais prováveis), o pivô Eric Boateng e o ala-armador Darius Johnson-Odom.

Slam jam, Gadzuric!

O poder de Gadzuric! Pivô tenta mudar da Venezuela para a Califórnia

Mike James (Chicago Bulls)
Experiência: 11 temporadas, 38 anos
Quantos clubes: Vixe… 11!
Rodagem: 14.287 minutos, 584 jogos
Salário: US$ 32,2 milhões
Em 2012-2013… Dallas Mavericks

Campeão em 2004 como reserva do Detroit Pistons, formando uma dupla infernal na defesa com Lindsey Hunter, James perambulou por todos os cantos dos Estados Unidos e também deu uma esticadinha em Toronto, onde viveu sua melhor temporada em 2005-2006. Já foi envolvido em seis trocas. Para quem já o dava como aposentado, contribuiu de modo inesperado numa tentativa de reação do Dallas Mavericks na temporada passada, assumindo o posto de titular de Rick Carlisle. Comete poucos turnovers e tem boa pontaria nos tiros de longa distância.

Tem chance? Alguma. James já trabalhou com Tom Thibodeau em 2012, sendo contratado de modo emergencial, mas ficando até o fim da temporada. A presença de Kirk Hinrich no vestiário, contudo, pode torná-lo desnecessário. Enfrenta forte concorrência pela última vaga obrigatória no elenco do Bulls (que, no momento, só tem 12 contratos garantidos): o ala Patrick Christopher, ex-Besiktas, o armador Kalin Lucas, ex-Olympiakos e Spurs, o pivô Dexter Pittman e o ala-pivô F D.J. White, dois sérios candidatos.

Childress e o afro de Childress

Childress: lugar errado, hora errada?

Josh Childress (Washington Wizards)
Experiência: 7 temporadas, 30 anos
Quantos clubes: três
Rodagem: 10.408 minutos, 387 jogos
Salário: US$ 31,5 milhões
Em 2012-2013… Brooklyn Nets

Um ala versátil, que, nos tempos de Atlanta Hawks, já serviu como um bom jogador daquele tipo que ''dá liga'' aos times, o famoso glue guy.  Drible eficiente, bom reboteiro, envergadura para incomodar na defesa, fazendo um pouco de tudo. Interrompeu sua carreira na NBA em 2008 ao fechar um surpreendente contrato com o Olympiakos. Quando retornou da Grécia, assinou com o Phoenix Suns, mas nunca mais teve espaço, ou foi o mesmo, perdendo a concorrência com Grant Hill e Jared Dudley. No ano passado, entrou no training camp do Nets, foi aprovado, mas acabou dispensado depois de apenas 14 partidas, sendo muito pouco aproveitado.

Tem chance? Quase zero. O agente de Childress poderia ter procurado outra casa, certamente. O Wizards já conta com os veteranos Trevor Ariza e Martell Webster para a posição, além dos calouros Otto Porter (que chega como o número três do Draft) e Glen Rice Jr. (filho do homem). Resta uma vaga no elenco. Concorre com o pivô D’or Fischer, o ala Xavier Silas e o mítico britânico Pops Mensah-Bonsu.

 – Renaldo Balkman (Dallas Mavericks)
Experiência: 6 temporadas, 29 anos
Quantos clubes: dois
Rodagem: 3.064 minutos, 221 jogos
Salário: US$ 10,9 milhões
Em 2012-2013… Estava em Porto Rico

Um dos melhores jogadores do continente! Quer dizer… Pelo menos da desfalcada Copa América, em que fez parte do quinteto ideal do torneio pelos vice-campeões porto-riquenhos. Ausências de vários jogadores de prestígio à parte, Balkman fez realmente uma bela competição continental, a ponto de chamar a atenção dos scouts do Mavs e receber o convite. Na NBA, sua capacidade atlética não se destaca tanto assim, porém, algo que limitou o ala-pivô ao banco de reserva durante toda a sua carreira por Knicks e Nuggets.

Tem chance? Remota. O Dallas já tem 15 contratos garantidos para a temporada. O jovem ala Jae Crowder já seria um jogador bastante semelhante, assim como o titular Shawn Marion (mesmo que ele já não honre mais o apelido de ''The Matrix''). É concorrente do brasileiro Fabrício Melo, aliás. Caso não descole emprego, seria interessante apenas que ele não estrangulasse ninguém no caminho.